Folha de S. Paulo
Bruno, sua mulher e três filhos foram acolhidos após relatarem ameaças a órgão
Um irmão e uma cunhada do ex-prefeito petista de Santo André (SP) Celso Daniel, morto há quase seis anos, foram reconhecidos pelo governo francês como refugiados políticos.Bruno Daniel, Marilena Nakano e três filhos deixaram o Brasil em março de 2006. A família informou que vinha recebendo ameaças de morte por insistir na elucidação do assassinato do prefeito, até hoje sem resposta na Justiça.
O casal reuniu reportagens e relatos de amigos sobre as ameaças para apresentar ao Ofício Francês de Proteção aos Refugiados e Apátridas (OFPRA) - a Folha ligou para o órgão, que informou que os casos são mantidos em sigilo.
Bruno e Marilena disseram que escolheram o país pela tradição da França em dar abrigo a perseguidos políticos.
A pedido da família, Hélio Bicudo, membro da Fundação Interamericana de Direitos Humanos, irá apresentar hoje duas cartas escritas pelo casal, que pede um maior empenho do Judiciário. No documento, a família informa que sua maior preocupação é a ação que está no STF (Supremo Tribunal Federal) questionando a legitimidade de os promotores conduzirem uma investigação.
Advogados do ex-segurança e empresário Sérgio Gomes da Silva, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime (o que ele nega), dizem que só a polícia pode investigar.
A família pede aos ministros que se sensibilizem e votem de forma favorável à Promotoria.
O processo sobre a morte está na primeira instância - as testemunhas de defesa estão sendo ouvidas. Celso Daniel foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando estava em um carro blindado conduzido por Gomes da Silva. O corpo foi localizado dois dias depois.
Para a Promotoria, o crime foi encomendado e está relacionado a um esquema de propina montado para financiar campanhas eleitorais.
A Polícia Civil, porém, concluiu que foi crime comum.
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Até hoje este crime gera muita especulação.
Será que algum dia saberemos o que realmente aconteceu?!
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