Apesar das eleições presidenciais nos EUA e municipais no Brasil - ou, ao contrário, justamente por isso -, 2008 tem tudo para ser... um ano da economia, de incertezas na economia.
A invasão do Iraque, gerada por uma mentira e geradora de milhares de mortos, aos poucos cede espaço à questão econômica na eleição americana: o dólar não pára de cair, o petróleo não pára de subir, crise do sistema habitacional, imigração, impostos. É isso o que mexe no bolso e no voto dos eleitores.
Enquanto os candidatos de lá tentam acertar discurso e prumo, o grande desafio por aqui é saber para onde vai a economia norte-americana e quais seus reflexos no Brasil.
Disso depende muita coisa, inclusive a resposta a uma pergunta que não quer calar: o "pacote de janeiro" (aumento de IOF e CSLL) vai parar por aí, ou vem mais pelo meio do ano? Lula e Mantega vão jurar que não, mas a gente bem sabe que isso não significa nada.
Além da pressão externa, num ano delicado na maior potência mundial, o governo vai também estar sujeito a fortes pressões internas, num ano delicado para milhares de candidatos a prefeitos. O governo tem que segurar gastos, os seus candidatos têm que gastar.
Tudo isso com a oposição gritando no seu (do governo) ouvido: "Abaixo os impostos, abaixo os impostos". E torcendo para que o tema caia na boca do povo, ou nas urnas de 2010.
Lula, portanto, deu de bandeja dois presentes para os adversários: abriu o ano com a pauta que eles queriam e não conquistou a solidariedade dos próprios aliados, que não sabiam de nada.
Com a agenda parlamentar pobre e o Congresso quase parando, os impostos estarão no centro da política e dos palanques. A oposição vai ficar gritando contra eles. E o governo, na contramão, ameaçado pela conjuntura externa e interna de ter de aumentá-los ainda mais.
07 janeiro 2008
QUEM DÁ MAIS?
ELIANE CANTANHÊDE
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