11 janeiro 2008

ALIMENTO VAI SUMIR MENOS, DIZ MINISTRO

Folha de S. Paulo

Stephanes, da Agricultura, descarta pressão nas taxas de inflação deste ano

Governo promete não tomar medidas para segurar os preços dos alimentos no mercado interno; colheita ameniza escassez de feijão

Após elogiar o novo patamar internacional dos preços agrícolas e divulgar projeções otimistas para a produção brasileira, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, negou ontem que o preço dos alimentos represente pressão inflacionária ao longo deste ano.
"Em 2008 vamos manter os atuais patamares de preço, não haverá pressão de inflação."O ministro afirmou que o governo não tomará medidas para segurar os preços dos alimentos no mercado interno.
Stephanes ressaltou que a cultura de feijão enfrentou problemas pontuais, como a baixa pluviosidade, mas disse que isso será resolvido com a colheita nos próximos meses.
O ministro divulgou ontem projeções do agronegócio brasileiro até a safra de 2017/2018, levando em conta um cenário favorável de preços ao produtor brasileiro no mercado internacional e sem incluir nos cálculos variações relacionadas às mudanças climáticas.
Os dados indicam crescimento de 137% na produção de álcool, basicamente para o consumo interno, que deverá crescer 270% nos próximos dez anos. Até lá, o Brasil produzirá 41,6 bilhões de litros anualmente, consumindo 30 bilhões de litros. O restante irá para o mercado internacional, crescimento de 113% nos embarques.
Até 2018, o Brasil também poderá ultrapassar os Estados Unidos, tornando-se o maior exportador mundial de soja.
A produção nacional de soja fecharia 2017/2018 em 75,3 milhões de toneladas, aumento de 52% em relação a hoje. No caso do milho, serão 64,1 milhões de toneladas plantadas e um consumo de 48,6 milhões.
Nas projeções do ministério, a expansão da agricultura e pecuária não prevê desmatamento da Amazônia.
Os dados apontam avanço anual de 3,5% nos embarques de frango, de 6,2% na carne bovina, e 4,9% nos suínos.
O ministro admitiu que o governo não cumprirá totalmente a exigência européia de rastreamento para a exportação de carne bovina em todas as fazendas do país. O país tentará liberar o maior número de propriedades vistoriadas.
Segundo Stephanes, os preços internacionais continuarão em alta por quatro motivos: 1) crescimento da economia mundial; 2) uso de produtos agrícolas como matéria-prima para biocombustíveis; 3) maior longevidade; e 4) mudanças climáticas e suas conseqüências para a agricultura.
O desempenho brasileiro ficará condicionado, de acordo com ele, à resolução de algumas pendências, como a renegociação de dívidas, aumento do crédito, implementação do seguro agrícola e obras para melhorar o escoamento da produção.
Stephanes afirmou que está mantido o calendário para renegociação das dívidas apesar do fim da CPMF. Segundo o ministro, o governo estuda uma maneira de "limpar" as dívidas dos excessos de encargos e de criar formas de pagamento de acordo com a capacidade do produtor. Não há detalhes.


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Atualmente à frente do Ministério da Agricultura, o deputado federal Reinhold Stephanes demonstra mais uma vez sua competência. Com conhecimento técnico e seriedade, os resultados são visíveis, não só pela alta de preços dos produtos agrícolas e clima favorável, mas por ações simples e objetivas na liberação de créditos ao agricultor, ações de controle da sanidade animal e vegetal, e firmeza na defesa da pequena e média agricultura. Medidas que tem elevado a valorização de nossos produtos no mercado externo, tanto da agricultura como da pecuária.

P. S. - Quanto à reportagem acima, salientamos que houve um erro quanto à expectativa de crescimento da produção de soja para 2016/17. A expectativa correta é de 93,7 milhões de toneladas, sendo assim, um aumento de 62%, como informa o próprio site do Ministério. Confirma: www.mapa.gov.br

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