Um dia o presidente Lula, num dos seus arroubos de sinceridade, contou que quando sugeria colocar dinheiro em educação alguém sempre respondia: "Mas não tem dinheiro para isso, não..."
Na ocasião, Lula anunciava o plano educacional "mais revolucionário da história do Brasil" e terminou sua narrativa dizendo que "é muito mais barato construir uma sala de aula do que uma cela numa cadeia".
Pois bem, os meses se passaram, a CPMF não foi aprovada e, pelo jeito, o governo decidiu que não dá mais para construir a sala de aula nem a cela. Para compensar parte das perdas na arrecadação, resolveu cortar verbas. E, lógico, o tal plano revolucionário, o chamado "PAC da Educação", também será atingido.
Mas Lula não é o único a agir dessa forma na história do país. Vira e mexe surge um problema e, pronto, sobra para a educação. Foi assim com FHC no ajuste fiscal, com Figueiredo na recessão dos anos 80 e até mesmo com d. João 6º. Na correria da fuga para o Brasil, adivinha o que ele esqueceu no cais do porto de Lisboa? As caixas com os livros da Biblioteca Nacional, claro.
Os resultados estão aí. Exame após exame de avaliação de aprendizagem, os brasileiros surgem nos últimos lugares. No mais recente, entre 57 países, ficamos em 53º na prova de matemática, em 52º na de ciências e em 48º na de leitura.
Educação é importante porque as pessoas têm direito ao saber e o país precisa de gente capacitada, mas é investimento que demora para dar resultado. O problema é justamente esse. O sujeito gasta agora e só daqui a muitos anos - nas gestões seguintes - será possível verificar uma melhora qualitativa. Aí, no aperto, é bem mais produtivo aplicar em asfalto ou políticas assistencialistas, como o Bolsa Família, que rendem sempre votos em baciada.
PS - Lula diz que escola reduz a criminalidade, mas não explica o fato de haver tanta gente na própria base governista com diploma e passagem pelas páginas policiais.
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