26 março 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás


JORNAL DO BRASIL

Combate à dengue terá reforço de 400 soldados

O apoio federal à dengue no Rio de não se limitou às medidas anunciadas na segunda-feira. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou o envio de 300 a 400 soldados para ampliar as frentes de identificação e prevenção aos focos. Os hospitais de campanha prometidos, no entanto, serão apenas barracas para o diagnóstico e a hidratação. Os primeiros 100 profissionais de saúde, dos 661 convocados emergencialmente, já foram distribuídos pelos hospitais. (pág. 1 e Cidade, pág. A11)

Pesquisadores da Fiocruz prevêem obter em no máximo quatro anos vacinas contra os tipos 1, 2, 3 e 4 da dengue. Segundo o chefe de Departamento de Virologia da fundação, Hermann Schatzmayr, que coordena o processo, o estudo combina a já desenvolvida contra a febre amarela a pedaços do vírus. Como são vários tipos, o trabalho será feito com cada um e, ao final, reunido em uma só vacina. (pág. 1 e Cidade, pág. A10)

Dengue faz síndicos evitarem bromélias nos jardins dos prédios. (pág. 1 e Cidade, pág. A13)

O volume de todas as operações de crédito, no mês passado, somou R$ 957,581 bilhões, o que equivale a 34,9% de tido o que o Brasil produz. A expansão dos financiamentos aconteceu mesmo com o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. Os empréstimos para pessoas físicas cresceram 33,3% em comparação com fevereiro do ano. O total somou R$ 326,1 bilhões, valor considerado um recorde histórico. Diante da demanda do crédito, os bancos aumentaram os juros, praticando taxas consideradas "despropositadas" pelo vice-presidente da República, José Alencar. (pág. 1 e Economia, pág. A17)

O Conselho Nacional de Justiça rejeitou a instituição do ponto eletrônico para controlar a freqüência de juízes ao trabalho. O pedido tinha sido feito por sindicatos de serventuários do Maranhão, que se queixam do fato de os magistrados das comarcas do interior só despacharem nas varas de terça a quinta-feira. (pág. 1 e País, pág. A6)

Chega a R$ 23 milhões o total de multas aplicadas pela operação que combate a extração e a venda clandestina de madeira na Amazônia Legal. Só na região de Tailândia, no Pará, foram apreendidos 23 mil metros cúbicos de madeira ilegal. (pág. 1 e País, pág. A6)

Jean-Pierre Langellier, assaltado na semana passada em hotel no Leblon, publicou reportagem no Le Monde na qual diz que o Brasil mantém "bela serenidade" diante da crise. Ele escreveu na véspera do assalto, mas não se arrepende do elogio. (pág. 1 e Economia, pág. A17)

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai promover audiência pública para debater a Guerrilha do Araguaia. Ouvirá depoimento do tenente José Vargas Jiménez. Em entrevista ao JB, Jiménez admitiu que os militares entraram na mata para exterminar guerrilheiros. Também descreveu métodos de tortura. (pág. 1 e País, pág. A5)

Empresários, reunidos em Brasília, reivindicaram maior incentivo aos investimentos da iniciativa privada e leis adequadas para os setores portuário e hidroviário. Lembram a necessidade de portos no Norte e Nordeste para escoar a produção agrícola e o aumento da rede de hidrovias no país. (pág. 1 e Economia, pág. A19)

FOLHA DE SÃO PAULO

Fracassa 3ª tentativa de vender a Cesp

O governo do Estado de São Paulo fracassou ontem em sua terceira tentativa de privatizar a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), terceira maior geradora de eletricidade no país. O leilão estava marcado para hoje, no que seria a maior privatização do país desde a venda do Banespa, em 2000. O governo Serra esperava arrecadar R$ 6,6 bilhões, que pretendia investir em infra-estrutura, como transporte público. Tentativas de vender a Cesp em 2000 (Covas) e 2001 (Alckmin) também fracassaram. Nenhum dos cinco interessados pré-qualificados depositou garantias para participar da disputa. As empresas tinham até o meio-dia de ontem para entregarem à Bolsa uma fiança bancária, seguro garantia ou dinheiro no valor de R$ 1,74 bilhão para terem direito de apresentar lance no leilão. As razões alegadas pelos participantes foram as incertezas em relação à renovação das concessões de duas das maiores usinas hidrelétricas da Cesp -Jupiá e Ilha Solteira, 67% do parque gerador da estatal-, que vencem em 2015. Para os interessados, o preço mínimo pedido pelo governo paulista não compensava os riscos regulatórios envolvidos. (Página 1)

O ELO FRÁGIL da educação brasileira, que precisa de uma grande intervenção. Foi assim que o ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou o ensino médio do país, durante a sabatina feita pela Folha. Para tentar reverter o quadro, Haddad afirmou que o governo Lula pretende assumir parte das matrículas desse nível de ensino do país. Durante duas horas, o ministro respondeu ontem, em São Paulo, perguntas da platéia e de quatro jornalistas da Folha: a secretária de Redação Suzana Singer, o colunista Gilberto Dimenstein e os repórteres Antônio Gois (sucursal do Rio) e Vera Magalhães ("Painel"). (Página 1)

O governo Sérgio Cabral (PMDB) reduziu em 48,6% (R$ 19,2 milhões) a previsão de gastos em prevenção e combate à dengue para este ano no Rio. Passou de R$ 39,5 milhões (valores atualizados) em 2007 para R$ 20,3 milhões em 2008. A prefeitura de Cesar Maia (DEM) não planejou nenhuma ação direta ou programa de trabalho específico contra a dengue no Orçamento de 2007, embora tenha previsto R$ 37 milhões para "ações indiretas". Dos R$ 20,3 milhões orçados para 2008, o Estado aplicou só R$ 704 mil na área até 24 de março -na fase crítica da epidemia, que já matou 49 pessoas. Isso equivale a 3,5% do previsto. Mantido esse ritmo, até o fim do ano 14% da verba terá sido aplicada. Tanto o Estado quanto o município do Rio reduziram os valores aplicados no controle da dengue nos últimos anos. No Estado, desde 2004, foram cortadas as verbas de "vigilância epidemiológica (de doenças)" e "vigilância em saúde", de R$ 45,6 milhões (valores corrigidos pelo IGP-M) para R$ 39,5 milhões (2007). (Página 1)

Uma suspeita de escravidão por dívida e de trabalho degradante em uma propriedade rural de Alta Floresta (MT) levou à prisão em flagrante do dono da fazenda -o que nunca havia ocorrido até então no Estado. O Ministério Público do Trabalho só teve conhecimento da situação na fazenda depois que um dos trabalhadores abandonou seu alojamento e andou -sem água ou comida- cerca de 40 km em um atalho aberto na meio da mata fechada para fazer a denúncia. De acordo com seu relato, ele e dois colegas só poderiam ir embora depois de pagar, com trabalho, alimentos comprados pelo proprietário. O procurador do Trabalho Rafael de Araújo Gomes afirmou que, ainda assim, a travessia não pode ser considerada uma fuga, já que o fazendeiro Altair Vezentin não o impediu fisicamente de ir embora, apenas o obrigou a andar pela floresta para fazê-lo. "[Vezentin] Disse que ele [trabalhador] poderia ir, mas os outros dois deveriam ficar para garantir o pagamento do que ele havia comprado para eles comerem, uns R$ 400 em arroz, café, açúcar e óleo", afirmou o procurador. (Página 1)

Em lugar de uma semana de férias, 48 horas em uma cadeia irlandesa. Essa foi a experiência vivida por três universitários brasileiros com planos de aproveitar a pausa nos cursos de intercâmbio -que freqüentam na Espanha e em Portugal desde o início do ano- para conhecer um outro país. Barrados ao desembarcar em Dublin na última quinta-feira, procedentes da cidade do Porto (Portugal), os baianos André São Pedro, 22, estudante de farmácia na UFBA, e Maria Dias, 24, que cursa medicina também na UFBA, e a paulista Thaís Tibiriçá, 24, aluna de jornalismo na UFF, foram mantidos em prisões comuns, no fim de inverno irlandês, até o sábado, à espera de um vôo que os levasse de volta a Portugal. Nessas 48 horas, relatam os jovens, se despiram para a revista na cadeia, tiveram acesso limitado a telefonemas e ficaram em contato com criminosos. "Nós fomos expostos a bandidos, assassinos, ladrões. Se um deles puxa uma faca e me mata, o que aconteceria?", questiona André São Pedro.

A Vale anunciou ontem que desistiu da compra da mineradora anglo-suíça Xstrata. Em nota, a Vale informou que submeteu uma proposta de pagamento em dinheiro e em ações para adquirir 100% das ações da Xstrata, mas que não foi alcançado acordo entre as partes. Com o fim da negociação, a Vale, que ocupa hoje o segundo lugar entre as maiores mineradoras do mundo, perde a chance de chegar ao topo entre as grandes empresas do setor. Atualmente, ela só fica atrás da australiana BHP-Billiton. A aquisição daria à empresa mais destaque na produção mundial de carvão e cobre. "A Vale entende que essa oferta criaria considerável valor para os acionistas de ambas as empresas", informou em nota. Antes do comunicado à imprensa, o presidente da Vale, Roger Agnelli, já havia afirmado em um evento em São Paulo que a compra da Xstrata não era prioritária para a empresa.

O governo paulista anunciou ontem os novos pisos mínimos regionais válidos no Estado. Segundo projeto de lei enviado pelo governador José Serra (PSDB) à Assembléia Legislativa, os valores propostos são de R$ 450, R$ 475 e R$ 505. Eles substituirão os atuais valores, de R$ 410, R$ 450 e R$ 490, respectivamente. Se aprovados, valerão a partir de 1º de maio. Para a primeira faixa, que inclui domésticos e motoboys, o aumento será de 9,76%. Para a segunda (carteiros, serventes e pintores), o aumento será de 5,56%. Para a maior (inclui representantes comerciais), o aumento será de 3,06%. Em valores, subiu a diferença do piso paulista para o federal na primeira faixa (de R$ 30 para R$ 35), mas caiu na segunda (de R$ 70 para R$ 60) e na terceira (de R$ 110 para R$ 90). Serra justificou os aumentos pelas "condições da economia de São Paulo, que apresenta produtividade superior à média do Brasil". Para ele, "cerca de 1 milhão de pessoas devem se beneficiar dos aumentos". (Página 1)

O ESTADO DE SÃO PAULO

Fracassa a privatização da Cesp

O leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) fracassou pela terceira vez consecutiva e, além de representar uma derrota política para o governador José Serra (PSDB), pôs em xeque o futuro do setor elétrico brasileiro. As cinco companhias (CPFL, Neoenergia, Energias do Brasil e Alcoa, Tractebel) pré-identificadas para a disputa, marcada para hoje, não depositaram as garantias (de R$ 1,74 bilhão) exigidas por causa das incertezas sobre a renovação das concessões das Hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, que vencem em 2015. As empresas alegaram que o preço, de R$ 49,75 por ação, não descontava a possibilidade de as concessões das usinas não serem renovadas. Diante do risco, elas reivindicaram a redução do valor ou uma sinalização do governo federal de que o problema das hidrelétricas seria resolvido. (Página 1)

Em carta lida no plenário do Senado pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso liberou ontem a abertura de seus gastos privados durante o período em que ocupou o Palácio do Planalto. Na carta, Fernando Henrique afirma que nunca houve sigilo nos gastos do gabinete da Presidência durante seus dois mandatos. "Mesmo porque não há amparo legal para tal procedimento", ressalta. Ele também diz na carta que não vê inconveniente em que a CPI dos Cartões tome conhecimento dessas contas . "Tanto no meu quanto no atual governo", ressalta, para completar: "É a única maneira de ambos os governos se livrarem de suspeitas que, no meu caso, são infundadas e espero que também o seja no caso do atual governo." (Página 1)

O número de pessoas contaminadas pela dengue no município do Rio nos primeiros meses de 2008 ultrapassou o registrado em todo o ano passado. O site da Secretaria Municipal da Saúde informou que 26.688 casos foram notificados em 13 semanas deste ano. Nos 12 meses de 2007 foram 25.107 notificações. O número de mortos pela doença também subiu ontem para 31. Os dados do Estado serão atualizados hoje. O índice de letalidade da dengue hemorrágica no município é ainda maior do que aquele divulgado pelo ministro José Gomes Temporão, na segunda-feira (5%). No Rio, quase um terço (29,4%) das pessoas que desenvolveram a dengue na forma mais grave morreram da doença neste ano. Foram registrados 68 casos de dengue hemorrágica e 20 desses pacientes morreram. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável índice de óbito até 1%. (Página 1)

Notas e Informações - Num discurso para 14 dos 27 representantes dos países membros da Junta Interamericana de Defesa (JID), o ministro Nelson Jobim decretou que "chega de pensar pequeno. Pensar pequeno significa dependência, significa continuar pequeno. É preciso arrogância estratégica e a audácia do enfrentamento dos nossos problemas, com a coesão dos países da região". E assim os brasileiros foram os últimos a saber que seu governo está empenhado em criar um organismo internacional "que possa articular na América do Sul a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, formação e treinamento de militares, realização de exercícios militares conjuntos, participação conjunta em missões de paz da ONU, integração de bases industriais de defesa". (Página 1)

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) anunciam hoje a fusão de suas operações. A empresa resultante do negócio será provisoriamente chamada de Nova Bolsa. A reorganização societária já foi definida. Os acionistas tanto da Bovespa quanto da BM&F receberão uma ação da Nova Bolsa para cada papel que detêm das companhias hoje. Por exemplo: quem possui 100 ações da BM&F terá 100 papéis da Nova Bolsa. O mesmo vale para os acionistas da Bovespa, com uma diferença. Como o valor de mercado atual da Bovespa supera o da BM&F, os acionistas da bolsa paulista receberão um adicional, em dinheiro, de R$ 1,24 bilhão. O valor será rateado conforme a quantidade de ações possuídas pelos investidores. (Página 1)

Três meses depois de confirmar seu interesse na compra da mineradora anglo-suíça Xstrata, a Vale comunicou oficialmente na noite de ontem o encerramento das negociações. As cifras que envolveram o negócio não foram reveladas mas, desde janeiro, as especulações variaram de US$ 75 bilhões e US$ 90 bilhões. Horas antes do anúncio oficial do insucesso do acordo, o presidente da Vale, Roger Agnelli, que recebeu em São Paulo um prêmio como "Personalidade de Vendas de 2007", já antecipava o resultado malogrado: "Os presidentes da Xstrata e da Glencore (controladora da anglo-suíça) são brilhantes e não gostam de ceder. Eu não sou tão brilhante, mas também não gosto de ceder", falou, com ironia. (Página 1)

Paulo R. Haddad - Tem surgido um grande número de propostas para se construir uma nova ordem econômica internacional baseada numa concepção abrangente e ampliada de desenvolvimento sustentável. Entre essas propostas, destaca-se a que afirma estarmos caminhando para uma nova revolução industrial, em que se processam mudanças radicais na produtividade dos recursos materiais e de energia e na qual a emergência do capitalismo natural se torna inevitável. (Página 1)

O GLOBO

Em 3 meses, dengue já tem no Rio mais casos que em 2007

Um dos sinais da gravidade da dengue no Rio e que, antes mesmo do fim do primeiro trimestre, o número de casos da doença no município já supera os registrados em todo o ano passado. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, a capital teve nos primeiros 83 dias deste ano 26.688 vítimas do mosquito Aedes aegypti, contra as 25.107 de 2007. Foi confirmada a 31ª morte no Rio, desde janeiro. O secretário municipal de Saúde, Jacob Klingerman, culpou a chuva e o clima do Rio, o que é contestado por especialistas. Reunidos na Fiocruz, cientistas chegaram à conclusão de que o Rio enfrenta a epidemia de dengue mais grave de toda a História. A doença se alastra pelo estado, atingindo municípios como Campos e Angra dos Reis. (págs. 1, 18, 19, Zuenir Ventura, editorial "Mal incurável" e Cartas dos Leitores)

O governador Sérgio Cabral (PMDB) rifou a candidatura a prefeito do Rio do secretário estadual de Esporte e Lazer, Eduardo Paes, e decidiu apoiar o pré-candidato do PT, Alessandro Molon. Pelo acordo, endossado pelo presidente Lula, o deputado Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembléia, desistiu de apoiar Solange Amaral, do DEM. (págs. 1, 3 e Panorama Político)

No mês em que o governo fez acordo para conceder aumento a mais de 58 mil professores universitários, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o salário do professor brasileiro "só aumenta em ano eleitoral". (págs. 1 e 10)

Iniciativas simples, executadas com criatividade e bom senso, fazem a diferença nos 37 municípios selecionados pelo Unicef e pelo MEC como exemplos de qualidade de ensino. Em Teresina, a participação dos pais é peça-chave. O rigor com a assiduidade é geral. Em Sobral (CE), o aluno que falta é chamado até pelas rádios. Em Formosa (GO), as escolas fazem parceria com a iniciativa privada. (págs. 1 e 8 a 10)

O Ministério da Saúde lançou um programa para tentar reduzir a incidência da Aids entre jovens homossexuais - grupo no qual a doença tem avançado. Em 1996, dos jovens de 13 a 24 anos com Aids, 24% eram homossexuais; em 2006, o percentual subiu para 41%. O slogan da campanha é "Faça o que quiser, mas faça com camisinha". Estão previstas também ações para combater o homofobia e garantir o acesso dos homossexuais ao SUS. (págs. 1 e 16)

A Bovespa e a Bolsa de Mercadorias & Futuros aprovaram a fusão de suas operações, criando a 2ª maior bolsa das Américas e a 4ª do mundo. Os acionistas da Bovespa receberão R$ 1,24 bilhão. (págs. 1 e 29)

Nenhum dos cinco grupos interessados na privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) apresentou garantias para disputar o leilão, que estava marcado para hoje. Com isso, a venda foi cancelada e pelo menos R$ 6,6 bilhões (preço da empresa) deixarão de entrar nos cofres do estado. O governador José Serra atribuiu o fracasso do leilão à crise internacional. As empresas pré-qualificadas para a disputa, no entanto, alegaram incertezas sobre a renovação das concessões de usinas. (págs. 1 e 27)

GAZETA MERCANTIL

Vale e Xstrata terminam conversa sem acordo

Não foi desta vez que a Companhia Vale do Rio Doce (Vale) emplacou a compra da desejada Xstrata. As companhias informaram ontem que as negociações, ao menos por hora, foram encerradas. No comunicado que fez ao mercado, porém, a Vale lembrou que poderá fazer uma nova proposta nos próximos seis meses se o conselho da empresa estrangeira acenar com uma recomendação positiva sobre o negócio. O presidente da anglo-suíça Xstrata, Mick Davis, afirmou em nota que as empresas continuam achando que a união seria um bom negócio para os acionistas. "Apesar de Vale e Xstrata continuarem acreditando que a fusão das duas companhias poderia trazer significativo valor para os acionistas das duas empresas, nós não alcançamos um acordo. Nós decidimos, portanto, encerrar discussões", declarou o executivo. Desde dezembro a Vale negociava a compra da Xstrata, que tem entre suas operações cobre e carvão e é avaliada em aproximadamente US$ 90 bilhões. O principal motivo para a não conclusão do negócio foi a demanda da Glencore de continuar tendo o direito de comercialização dos produtos, mas a qualquer momento as negociações podem ser retomadas, afirmou o presidente da mineradora brasileira, Roger Agnelli. "Em uma negociação complexa como essa é difícil chegar a um acordo, não vale a pena para nenhuma das partes manter uma negociação por tanto tempo", completou. Agnelli disse que a Vale continua avaliando outras oportunidades, com interesses em cobre e carvão, por exemplo. "Nós não precisávamos comprar a Xstrata e a Glencore não precisava vender." Agnelli não informou a qual valor a Vale chegou na negociação, mas afirmou que a dificuldade enfrentada foi mesmo quanto à comercialização dos produtos. A filosofia dos negócios é diferente, reafirmando que a prioridade para a Vale são os investimentos em curso. (págs. 1 e A4)

O volume das operações de crédito do sistema financeiro manteve a tendência de alta em fevereiro, mesmo com o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no início do ano. O total concedido chegou a R$ 957,581 bilhões, o equivalente a 34,9% do Produto Interno Bruto (PIB). É a maior variação como proporção do PIB desde maio de 2005, quando a taxa chegou a 35,1%, segundo dados do Banco Central. A tendência é de que o crédito permaneça elevado no decorrer deste ano, com crescimento entre 25% e 30% sobre o ano passado, podendo chegar ao fim do ano a 40% do PIB, segundo a previsão do chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Lopes disse que a taxa de crédito como proporção do PIB no País ainda ébaixa se comparada à de países desenvolvidos, como Estados Unidos, e ao Chile, onde supera 60%, por conta dos empréstimos imobiliários. No Brasil, os créditos imobiliários com recursos livres chegaram a R$ 2,549 bilhões em fevereiro, menos de 1% do PIB. O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem que o governo não vê risco de uma "bolha" no crédito. "A demanda reprimida por crédito continua elevada e as taxas de inadimplência estão sob controle", disse. Ele acrescentou que o crescimento do consumo doméstico é compatível com a meta de inflação. (págs. 1, B1 e A4)

À venda, a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), terceira principal geradora do País, ainda não encontrou um comprador disposto a pagar algo em torno de R$ 22,3 bilhões - R$ 6,6 bilhões pelo controle do governo, R$ 9,7 bilhões para os minoritários e outros R$ 6 bilhões em dívidas. Ontem, nenhuma das empresas pré-identificadas para o leilão de privatização da companhia, que estava marcado para hoje, fez o depósito das garantias financeiras exigidas para licitação, o que resultou no cancelamento do pregão. A não renovação das concessões das usinas da Cesp foi a principal justificativa para a desistência. As ações da empresa caíram mais de 20%. (págs. 1 e C2)

Os problemas de crédito que afetam as instituições de empréstimo norte-americanas começam a fazer vítimas entre as micro e pequenas empresas. Embora seja cedo para determinar até que ponto elas serão afetadas, algumas pesquisas de âmbito nacional mostram que estas empresas estão encontrando mais restrições nas instituições de empréstimos, o que dificulta projetos de expansão ou, em alguns casos, a própria sobrevivência. Mais da metade dos que participaram da pesquisa on-line da Associação Nacional das Pequenas Empresas, há duas semanas, responderam "sim" à pergunta sobre se a empresa foi "afetada pelo aperto do crédito nos últimos meses". Os empresários alegam que o setor é o mais dinâmico na criação de empregos, mesmo em épocas de crise. (págs. 1 e A12)

A greve deflagrada por produtores rurais argentinos contra impostos sobre exportações de grãos completa 14 dias e já interfere no abastecimento de alimentos do país. Segundo a agência AFP, também afeta a chegada de produtos ao Brasil. De acordo com traders do país vizinho, algumas indústrias de óleo pararam de processar soja desde domingo por falta de matéria-prima. "Os manifestantes bloqueiam estradas e armazéns, impedindo que a colheita avance", disse um operador do mercado local. A greve foi deflagrada depois de o governo anunciar a decisão de elevar as tarifas sobre as exportações da soja em grão em cerca de 44%, a partir da alíquota fixa de 35%. Não há indicação de que os agricultores vão suspender a mobilização e os preços das commodities subiram ontem, refletindo uma eventual escassez de oferta. A presidente da Argentina, Cristina Fernández Kirchner, disse no início da noite que não vai se submeter a pressões. As principais entidades rurais do país anunciaram que vão manter o protesto. (págs. 1 e C8)

ENTREVISTA - O Brasil pode se posicionar como a primeira opção à China como fabricante de tecnologia, mas perde espaço dentro da América Latina para o México, que estabelece menos barreiras, diz o diretor global de mercados emergentes da Dell, Fernando Loureiro. Ele tem a missão de buscar oportunidades em 14 emergentes, um dos focos da reorganização da empresa na retomada do mercado perdido. (págs. 1 e C1)

Febraban vai contestar CSLL maior, diz Motta. (págs. 1 e B2)

Cotação da soja saltou ontem 3,9% na CBOT. (págs. 1 e C8)

O governo deve suspender operações das termelétricas movidas a óleo combustível ainda nesta semana, diante da recuperação do nível dos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro Oeste do País. (Página 1)

Empresários do setor portuário e de navegação cobraram, ontem, no Seminário Legislativo de Portos, Integração Multimodal e Comércio Exterior, no Senado Federal, maior abertura para investimentos do capital privado na atividade. (págs. 1 e A6)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu ontem os administradores da operadora Telemar Norte Leste de acusações de uso de informações privilegiadas e irregularidade na venda da empresa. (Página 1)

ANTONIO PENTEADO MENDONÇA - São Paulo está nas portas do inferno. A cidade está quase parada e a prefeitura nos ameaça com um plano que todos sabemos que não vai funcionar. (págs. 1 e A3)

NEELEMAN FAZ MILAGRE - Santo genuinamente de casa não faz milagre. Precisou aparecer um empresário que nasceu no Brasil e se fez nos EUA para um jato da Embraer ser operado por uma empresa brasileira. (págs. 1 e A2)

CORREIO BRAZILIENSE

Morte a caminho de Águas Lindas

Pelo menos duas pessoas morreram e 25 ficaram feridas no acidente com um ônibus da Viação Santo Antônio que caiu em uma

ribanceira na BR-070 às 21h. Motorista teria perdido o controle do veículo que saiu do Plano Piloto com mais de 45 passageiros. (págs. 1 e 25)

DENGUE - Rio, vítima da negligência - Mortes são causadas por

falhas do programa Saúde da Família, que cobre apenas 8% da população, contra o índice de 80% no restante do país. (págs. 1 e 10)

AIDS - Alerta a jovens homossexuais - O ministro da Saúde, José Temporão, criticou o preconceito ao lançar plano para conter o avanço do HIV entre jovens de 13 a 24 anos. (págs. 1 e 11)

ELEIÇÕES 2008 - Lula freia aliança em BH - Após ouvir as queixas de José Alencar e de ministros mineiros sobre acordo entre PT e PSDB para a prefeitura de Belo Horizonte, presidente pede saída "sem seqüelas". (págs. 1 e Tema do Dia, página 2)

Crédito em alta pressiona o BC - Volume de empréstimos concedidos em fevereiro é o maior desde 1995. Banco Central quer corte de gastos públicos para evitar alta de juros. (Págs. 1, 13 e 14)

VALOR ECONÔMICO

Pressões nos custos preocupam empresas

As empresas estão enfrentando pressões de custos que poderão desaguar nos preços. O risco de um aumento da inflação, porém, está diretamente relacionado com a alta de matérias-primas e commodities, e não a um excesso de demanda, relatam os empresários que ontem receberam o prêmio "Executivo de Valor 2008" em São Paulo. Para eles, o governo deveria evitar medidas para conter o consumo porque os investimentos para ampliação da capacidade produtiva estão mantidos.

Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano Papel e Celulose, disse que os preços da celulose deverão ter o segundo reajuste do ano em abril. O vilão é o frete. "Com o aumento do petróleo, há um impacto nos fretes marítimos", conta. A saída tem sido reduzir custos.

Na rede de laboratórios Fleury, a pressão de custos apareceu no preço dos aluguéis. Por outro lado, o dólar baixo - importante para a compra de equipamentos de diagnósticos - tem ajudado a contrabalançar esse impacto, afirma Mauro Figueiredo, presidente. Ele acha cedo para se notar uma alta mais consistente da inflação. O dólar também é um escudo contra a alta de preços de setores que usam muitos insumos importados, como o de informática. Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, fabricante de computadores, não teme a inflação porque 90% das matérias-primas são dolarizados e ele não prevê mudanças no nível do câmbio. Já Luiz Eduardo Falco, presidente da operadora de telefonia Oi, diz que a ameaça de um retorno da inflação "assusta um pouco", especialmente se houver uma piora no desempenho da balança comercial e pressão sobre o dólar.

Cledorvino Belini, presidente da Fiat, defende que o governo mantenha o rumo da economia para garantir a solidificação dos investimentos do setor produtivo. "Não é momento de mudar nenhuma regra. Nada de restringir crédito ou elevar taxa de juros. É preciso manter as condições atuais para que a demanda interna se mantenha aquecida e as empresas continuem investindo". Walter Torre da WTorre Engenharia está preocupado com o atual boom imobiliário. "Os imóveis aumentaram 300% nos últimos dois anos. Os preços de materiais de construção subiram muito". A empresa está importando produtos acabados, como ferragens e vidros, para cortar gastos. (págs. 1 e A16)

O aumento recorde dos preços de energia elétrica no início do ano, em função do atraso das chuvas e da ameaça de um novo racionamento, deixou aos consumidores uma conta de cerca de R$ 450 milhões só em janeiro. Ela deverá subir para R$ 2,8 bilhões até o fim do ano e poderá ser repassada aos consumidores do mercado cativo das distribuidoras, pressionando os reajustes de tarifas. A conta irá a R$ 2,8 bilhões, nos cálculos da Abradee, a associação das distribuidoras de energia, se o preço da energia no mercado "spot" ficar em R$ 250 por megawatt-hora na média de 2008. Em janeiro e fevereiro, o valor médio foi de R$ 502 e R$ 200, respectivamente. Apesar da queda nas últimas semanas, o preço deve voltar a subir no período seco. (págs. 1 e A3)

Com o fracasso do leilão de privatização da Cesp, cujas ações caíram 32% em apenas uma semana, o governo de São Paulo começa a estudar suas alternativas. Três opções compõem o cardápio, segundo apurou o Valor, e a solução final pode até ser uma combinação de algumas delas. Uma das possibilidades é fazer a cisão da Cesp em duas ou mais companhias e separar as usinas que têm direito à renovação da concessão daquelas que perderão a concessão a partir de 2015, causa do fracasso do leilão. Outra medida poderá ser fazer migrar as usinas de Jupiá e Ilha Solteira do atual regime de concessão para o modelo de produção independente. Nesse formato, as duas hidrelétricas poderiam ganhar prazo de 30 anos. A terceira opção seria a venda em oferta pública das ações que excedem o controle. (págs. 1 e B6)

Governo aceita rolar dívidas de R$ 56,3 bilhões dos produtores rurais. (págs. 1 e B15)

A meta da nova política industrial de elevar para 21% do PIB a Formação Bruta de Capital Fixo vai exigir uma participação mais expressiva de projetos de infra-estrutura na composição deste índice. (págs. 1 e A4)

As parcerias entre Estados e iniciativa privada para melhorar a qualidade de ensino a partir da adoção de escolas por empresas ainda são escassas, mas alguns exemplos apresentam resultados animadores. (pág. 1 e Caderno Especial)

O mercado teve mais um dia de otimismo, com o Índice Bovespa em alta de 2,38%, aos 61.234 pontos. Além do cenário externo, as ações da Petrobras contribuíram para esse movimento. As ONs da estatal subiram 5,77% e as PNs, 5,28%. (págs. 1 e D2)

A dificuldade em encontrar profissionais qualificados está levando empresas a adotar práticas inovadoras. A Accenture criou um programa batizado de "Traga seus Amigos", diz Rodolfo Eschenbach. (págs. 1 e D6)

Cristiano Romero: longe do pleno emprego, Brasil já enfrenta grave escassez de mão-de-obra qualificada. (págs. 1 e A2)

OUTROS JORNAIS

JORNAL DO COMMERCIO

Lula chega e libera R$ 229,3 milhões

Presidente desembarca no Recife hoje de manhã e assina ordens de serviço de urbanização. Às 15h visita obras da refinaria com Hugo Chávez. Amanhã, participa da abertura do Fórum Brasil México e só na sexta-feira deixa o Estado. (Página 1)

Aids avança entre os homossexuais e governo contra-ataca. (Página 1)

Estado reduz casos de dengue. (Página 1)

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