19 março 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás

JORNAL DO BRASIL

Crise faz Brasil temer o capital especulativo

O Fed, o banco central dos Estados Unidos, em nova medida para estancar a crise econômica do país, reduziu a taxa anual de juros para 2,25%, ampliando a diferença em relação ao Brasil (11,25%). A decisão causa temor entre economistas porque aumenta a atração por investimento especulativo no mercado brasileiro. Analista do El País, no entanto, destaca que o Brasil soube combinar estabilidade com desenvolvimento. (Págs. 1, Editorial A8, Economia A16 e A17)

Oposição e governo não chegaram a acordo sobe a proposta que muda a tramitação das medidas provisórias no Congresso. Diante da ameaça oposicionista de nada votar, o presidente Lula disse que é "humanamente impossível" governar sem MPs. (Págs. 1 e A3)

O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, descartou qualquer ocupação da polícia no Complexo do Alemão enquanto durarem as obras do PAC. Mas negou que tenha havido acordo com traficantes para facilitar as obras. Beltrame classificou a ação no complexo de "operação social". (Págs. 1 e Cidade A15)

A epidemia de dengue, que desde o ano passado instalou-se na cidade, abriu um verdadeiro buraco nos estoques de sangue do Hemorio. Com o crescimento dos casos do tipo hemorrágico, a procura por coagulantes à base de plaquetas extraídas do sangue humano aumentou 30%, enquanto a media de doação manteve-se em 350 pessoas por dia. "Precisamos de pelo menos mais 100 doadores por dia", conta Esther Lopes, coordenadora de hemoterapia do Hemorio. De segunda-feira até ontem, o número de infectados aumentou 5,2%, chegando a 20.269 casos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, subiu para 29 o número de mortes neste ano. Um menino de 1 ano morreu no Hospital São Francisco de Paula. (Págs. 1 e Cidade A10)

A Vale prevê recrutar 62 mil funcionários no país e no exterior até 2012, incluindo o Leste Europeu e as Filipinas, como resultado de uma política de investimentos de US$ 59 bilhões. Só este ano serão abertas 7 mil vagas em programas de formação profissional e de especialização, entre outros. Cerca de 70% dos novos recrutados serão do Brasil. (Pág. 1 e Economia A18).


FOLHA DE SÃO PAULO

Juro real dos EUA fica negativo com 6º corte seguido

Em mais uma tentativa de golpear a recessão que ronda a economia norte-americana e reanimar os mercados, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) baixou a taxa básica de juros dos EUA em 0,75 ponto percentual, para 2,25%. É o sexto corte desde setembro passado, quando a crise imobiliária começou a contaminar outros setores. A medida reanimou os mercados após as fortes perdas da véspera. A Bolsa de Nova York subiu 3,5%, e a Bovespa, 3,2%. Agora, a taxa se iguala à de dezembro de 2004. "A ação deve ajudar a promover um crescimento moderado por algum tempo e amenizar os riscos da atividade econômica", afirma o Fed, em comunicado. "Os riscos para o crescimento, no entanto, continuam." Na mesma reunião, a autoridade monetária americana baixou a taxa de redesconto em 0,75 ponto percentual, para 2,50%.(Página 1)

O mercado de trabalho formal apresentou expansão recorde no primeiro bimestre de 2008. Nos dois primeiros meses do ano, o número de novos postos com carteira assinada alcançou 347.884 vagas, o que representa o melhor resultado para o primeiro bimestre desde 1992. O saldo ficou 37% acima do registrado no período janeiro-fevereiro de 2007. Na avaliação do Ministério do Trabalho, o desempenho do mercado formal nos próximos meses (março, abril e maio) será ainda melhor, já que tradicionalmente se trata de um período de forte geração de emprego. "Começou muito turbinado o primeiro bimestre. Vamos viver o melhor ano do emprego. A demanda interna está aquecida, e os setores produtivos estão produzindo mais. Não há risco de inflação", disse ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Nas contas de Lupi, 2008 deve gerar o recorde de 1,8 milhão de vagas formais. No ano passado, melhor ano do emprego com carteira assinada, foi criado 1,617 milhão de postos. Nem a crise financeira que sacode os mercados globais abala o otimismo do ministro. "Mesmo assim, a economia brasileira tem resistido com muita calmaria e tranqüilidade", disse. (Página 1)

Um projeto habitacional com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) se transformou num ponto de discórdia em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre. Para viabilizar o programa de recuperação de uma área irregular, a prefeitura do PT levou famílias para morar em contêineres de metal de 15 m². Dezesseis contêineres foram instalados em uma área pública que seria destinada a uma praça ou a uma creche, mas o projeto nunca saiu do papel. A promessa da prefeitura é que as famílias permaneçam nos contêineres por cinco meses. Sobre os contêineres foi feita uma estrutura de madeira e colocado plástico para tentar amenizar o calor, um dos principais problemas do local, que não é arborizado. Ontem, na chegada das primeiras famílias, houve protesto da oposição e moradores da área irregular, próxima do arroio Barnabé, fecharam o acesso a uma ponte que cruza o arroio por duas horas. "É imoral. Nem a prisão é assim", disse o vereador do PMDB Nadir Rocha, da comissão de saúde da Câmara. (Página 1)

A reunião de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos) para ratificar o processo de paz entre a Colômbia e o Equador reabriu os ataques entre os dois países, não avançou nos termos políticos e não chegou a nenhum resultado prático, por falta de consenso. A questão foi empurrada para a Assembléia Geral da instância, em junho, em Medellín. A resolução final foi lida à 1h10 (2h10 de Brasília) da madrugada de ontem, "rechaçando" o bombardeio colombiano contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano; registrando o pedido de desculpas e o compromisso do país de não repeti-lo "em nenhuma circunstância"; e reiterando que todos os países se comprometem a combater "ações de grupos irregulares ou organizações criminais". Houve uma guerra não só política, mas jurídica. O Equador e a maioria dos países defenderam e conseguiram a citação dos artigos 19 e 21 da Carta da OEA, que condenam a ingerência e a violação territorial em qualquer hipótese. Os EUA e a Colômbia tentaram, sem sucesso, "equilibrar" o texto incluindo o artigo 22 da Carta, que abre exceção para o caso de "legítima defesa".(Página 1)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu ontem reduzir a quantidade máxima dos adoçantes sacarina e ciclamato em bebidas e alimentos e aprovar o uso de três novas substâncias no Brasil -taumatina, eritritol e neotame, já aprovadas por organismos internacionais de saúde. De acordo com Lucas Medeiros Dantas, gerente de tecnologia de alimentos da Anvisa, a decisão de reduzir o limite decorreu de uma avaliação do impacto desses edulcorantes (adoçantes) para a saúde. Segundo ele, pesou na decisão a presença de sódio, substância já condenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). "O sódio [presente no ciclamato e sacarina] é um dos vilões da política da OMS para o cuidado de doenças não transmissíveis, como hipertensão." O sódio é usado para conservar alimentos e realçar o sabor. "Do ponto de vista da saúde, o esforço é para tornar os limites cada vez mais restritivos", afirmou Dantas. Outros adoçantes não foram afetados. A sacarina é proibida no Canadá, e o ciclamato, nos Estados Unidos. De acordo com Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os estudos que vetaram a sacarina e o ciclamato nos dois países -e constataram que elas aumentavam o risco de câncer de bexiga- foram feitos em camundongos. Ele ressalta que não há nenhuma pesquisa que comprove a existência de riscos em seres humanos, mas, ainda assim, recomenda que, por prudência, o consumidor limite a quantidade ao ingerir as substâncias. (Página 1)


O ESTADO DE SÃO PAULO

Fed corta juros em 0,75 ponto e bolsas reagem com forte alta

O corte dos juros americanos em 0,75 ponto para 2,25% ao ano e a divulgação do balanço de algumas instituições financeiras devolveram o ânimo aos investidores ontem, depois do pessimismo de segunda-feira. As bolsas mundiais fecharam o dia em forte alta, as commodities voltaram a se valorizar e o dólar ganhou força ante o euro. A moeda européia, que vinha de recordes consecutivos de alta, terminou o dia com queda 1,05%, cotado em US$ 1,5621. (página 1)

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientar seus líderes no Congresso a não permitir o fim das medidas provisórias, parlamentares aliados entraram firmes na defesa do ponto que mais interessa ao Palácio do Planalto: a manutenção do trancamento da pauta da Câmara e do Senado após 45 dias de edição de MP até que seja votada pelas duas Casas. Com esse dispositivo, Câmara e Senado ficam impedidos de deliberar em plenário a respeito de qualquer outro projeto enquanto não decidirem sobre medida provisória que tranca a pauta. Logo depois de o relator do projeto na comissão especial da Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), formalizar sua proposta do fim do trancamento de pauta na reunião de ontem, parlamentares governistas levantaram propostas alternativas que, no fundo, são uma nova forma de bloqueio dos trabalhos. Há proposta também para mudar o prazo de trancamento, atualmente de 45 dias depois da edição da MP, para 105 dias, ou seja, nos últimos 15 dias de sua vigência. A medida provisória perde sua validade se não for aprovada até120 dias depois de ter sido editada. (página 1)

A economia brasileira abriu 204,9 mil novos empregos com carteira assinada em fevereiro, um resultado 38,5% superior ao saldo de fevereiro de 2007. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgados ontem, o resultado do mês passado é o novo recorde da série histórica, iniciada em 1992, para os meses de fevereiro.

No primeiro bimestre do ano, estão acumuladas 347,9 mil novas vagas, um saldo 37% maior que o verificado no mesmo período do ano passado. As melhores marcas de geração de empregos formais, tanto em fevereiro quanto no bimestre, eram de 2006. Com as novas vagas abertas em fevereiro, o estoque de empregos formais da economia cresceu 0,7%, para 29,3 milhões de postos. (página 1)

Na região amazonense do Alto Solimões, na fronteira do Brasil com o Peru e a Bolívia, os índios brasileiros enfrentam uma nova ameaça: o avanço da cocaína em suas comunidades. De acordo com o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tabatinga, o ticuna Davi Félix Cecílio, a droga está presente na maioria das 230 aldeias da região, nas quais vivem cerca de 54 mil índios. A situação mais grave é a da comunidade de Umariaçu, que fica na área urbana de Tabatinga. "Pela minha estimativa, de cada cinco jovens dali, um já está viciado", disse Cecílio. (página 1)

Os países latino-americanos rejeitaram a tentativa dos Estados Unidos de lançar no continente seu princípio de "guerra preventiva". A resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) repudiando a incursão da Colômbia no Equador, assinada na madrugada de ontem, isolou os EUA, segundo fontes diplomáticas. Os EUA queriam que a resolução fizesse menção ao direito de "legítima defesa" da Colômbia contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como justificativa para a invasão do território equatoriano. Para os americanos, era uma estratégia legítima atacar uma "entidade terrorista" em outro país de forma preventiva. (página 1)

Luiz Fernando Santos Reis: A convocação do Exército para a execução de obras públicas de infra-estrutura é uma medida desnecessária que deveria ser imediatamente revista pelo Ministério dos Transportes. (página 1)

Notas e Informações - A OEA cumpre seu papel - A OEA "repudiou" - mas não "condenou" - a incursão das forças militares colombianas no território do Equador e, com isso, manteve-se intacto o princípio da inviolabilidade das fronteiras. E todos os países membros - o que inclui o Equador e a Venezuela - assumiram o compromisso de "combater as ameaças da segurança provenientes da ação de grupos irregulares ou organizações de criminalidade, especialmente as vinculadas a atividades do tráfico de drogas". (página 1)


O GLOBO

Dengue se alastra e Rio já tem 45 casos por hora

O Rio já vive uma epidemia de dengue desde janeiro, segundo um dos maiores especialistas no assunto, Roberto Medronho, do Núcleo de Saúde Coletiva da UFRJ. Estão sendo confirmados 45 novos casos da doença por hora. A média de casos por dia tem sido de cerca de 900, mas ontem foram registrados mais 1.100. Desde janeiro, 20.269 pessoas ficaram doentes em decorrência da dengue e 28 morreram. A Secretaria municipal de Saúde, porém, nega que haja epidemia. O prefeito César Maia diz que isso só ocorreu em janeiro, mas o avanço da doença foi contido. (Págs. 1, 12 e 13 e Cartas dos Leitores)

Especialistas observam que erros de todas as esferas de governo favorecem a proliferação do mosquito transmissor da dengue, em níveis intoleráveis. (Págs. 1 e 13)

Em resposta às pressões por mudanças na tramitação das MPs, o presidente Lula disse que é "humanamente impossível" governar sem medidas provisórias. (Págs. 1, e editorial "Overdose de MPs").

Apesar de grandes bancos americanos - como Lehman Brothers e Goldman Sachs - terem anunciado que seus lucros caíram à metade no último trimestre, o mercado respirou aliviado ontem. O Fed, banco central dos EUA, reduziu em 0,75 ponto percentual (para 2,25% ao ano) sua taxa de juros e, segundo analistas, mostrou que está no controle da situação. A expectativa era de que a baixa poderia ser de até um ponto. O Dow Jones subiu 3,51% e o Nasdaq, 4,19%. As bolsas européias subiram mais de 3%. NO Brasil, 3,20%. Analistas já temem bolhas especulativas nos preços de produtos agrícolas e metais. (Págs. 1, 21 a 25)

Bancos dos EUA já valem menos que brasileiros. (Págs. 1 e 25)

Nos últimos dois anos, o Estado do Rio teve destruída por queimadas uma área de 29,2 quilômetros quadrados - o equivalente a 24 Parques do Flamengo - de unidades de conservação estaduais e federais. Mas atear fogo à mata representou menos de 1% dos processo do ano passado, com base na Lei de Crimes Ambientais. (Págs. 1, 14 e editorial "Cipoal burocrático").


GAZETA MERCANTIL

Fed reduz os juros enquanto no Brasil a taxa pode subir

A decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de cortar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para 2,25%, e o resultado dos bancos Goldman Sachs e Lehman Brothers contribuíram para animar o mercado. O índice Dow Jones fechou em alta de 3,51%, aos 12.392 pontos, e o S&P 500 subiu 4,24%, para 1.330 pontos. A Bovespa encerrou o pregão em alta de 3,2%, aos 61.932 pontos. Ainda assim, a decisão do Fed decepcionou muitos investidores, que esperavam redução de até um ponto percentual na taxa de juros básica da economia. O Fed também anunciou redução de 0,75 ponto na taxa de redesconto, que passou para 2,5% ao ano. O banco central norteamericano já havia antecipado o corte extraordinário de 0,25 ponto na taxa de redesconto entre os bancos, anunciado no dia 16 deste mês. Para o economista-chefe do Banco Santander do Brasil, André Loes, mesmo com uma redução na taxa de juros nos EUA, o BC deve manter a política conservadora e poderá aumentar a taxa de juros na próxima reunião, que será realizada no mês que vem. Tomás Málaga, economista-chefe do Itaú, também aposta na alta dos juros, uma vez que a demanda no mercado interno tem crescido muito e o impacto da queda do dólar na contenção da inflação está se esgotando. (págs. 1, B1 e B2)

O presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, aproveita a visita que faz ao Brasil para mudar o discurso em relação às negociações para a assinatura de um acordo de livre comércio entre a União Européia (UE) e o Mercosul. Para o chefe do Executivo do bloco europeu, a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) não deve mais ser uma precondição para a retomada do diálogo bilateral. O Itamaraty é receptivo à nova abordagem e demonstrou disposição para a organização de uma reunião preparatória para o relançamento das negociações UE-Mercosul durante a cúpula entre União Européia e América Latina em maio no Peru. Essa preparação ocorrerá em abril, em Bruxelas, informou à Gazeta Mercantil o diretor de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Evandro Didonet. Segundo ele, a proposta que será colocada na mesa dará prioridade às áreas de agricultura e serviços. O empresariado comemora essa retomada. "As negociações têm que caminhar de forma paralela. É um desafio ampliar os canais de interlocução e conseguir logo acessos a mercados. Não tem por que esperar", disse o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI. (págs. 1 e A16)

A criação de 204.963 novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro foi recorde para o mês. O número supera em 38% os resultados de igual período no ano passado e representa um crescimento de 0,70% na comparação com janeiro deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A LCA Consultores projetava para fevereiro um saldo positivo de 175 mil. A diferença de quase 30 mil vagas deve-se ao surpreendente desempenho dos setores de agropecuária e construção civil. A consultoria previa uma leve queda no emprego formal em 2008 e elevou a sua projeção para 1,7 milhão o número de postos de trabalhos. Em 2007, foram criadas 1,617 milhão de vagas, a maior marca da história. "Será um novo recorde. O desempenho está relacionado ao nível de atividade, mas também à formalização do emprego", diz o economista da LCA, Fábio Romão. Só no primeiro bimestre deste ano, foram criadas 347.884 vagas com carteira, a maior quantidade de empregos registrada na série histórica do Caged. (págs. 1 e A8)

A valorização dos preços das commodities é importante para o País, mas tem um componente ilusório e não garante a sustentabilidade, na opinião do ex-ministro Luiz Fernando Furlan. As vendas externas devem reagir nos próximos meses com a entrada da safra e os reajustes obtidos pela Companhia Vale do Rio Doce (Vale), que começam a vigorar, por contrato, a partir dos meses de março e abril. "Nós vamos ter a partir deste mês de março, e mais consistentemente de abril a setembro, superávits comerciais na casa de US$ 2 bilhões por mês", estima o ex-ministro. Segundo Furlan, não faltam recursos no Brasil para investimentos, tanto no setor público quanto na indústria privada. "Nós teríamos que crescer uns 4% do PIB a mais em investimentos para poder fazer frente a essa demanda hoje de logística e de serviços." A expectativa de um Produto Interno Bruto (PIB) acima de 5% se concretizou e há um otimismo generalizado, apesar dessas ameaças de crise mundial. Segundo Furlan, "o Brasil hoje está sendo visto como um dos vetores que podem contrabalançar essa queda de andamento da economia no chamado primeiro mundo". Segundo o ex-ministro, "não falta dinheiro no Brasil". A dificuldade, para Furlan, reside na falta de velocidade dos investimentos. (págs. 1 e A4)

Agora sob controle da espanhola Companhia de Navegação Elcano, o estaleiro Itajaí (SC) terá condições de obter financiamento do BNDES para construir três navios licitados no programa de renovação de petroleiros da Transpetro. O presidente da empresa, Sergio Machado, revelou que, nos próximos dias, reunião entre executivos do novo Itajaí e do banco deverá selar o financiamento. Os navios do Itajaí são os únicos que não tiveram contratos assinados dos 26 petroleiros licitados na primeira etapa do programa. Machado anunciou ontem que deverá concluir na próxima semana os detalhes do edital da segunda fase da renovação da frota, de até 25 petroleiros. (Página 1)

Uma ação de Peruíbe (no litoral de São Paulo) movida contra o Google do Brasil na semana passada, por postagem de conteúdo ofensivo em site de relacionamentos da empresa, se soma à tendência cada vez maior de processos contra empresas e usuários de internet. O escritório Opice Blum Advogados Associados, especializado em direito eletrônico, recebe esse tipo de caso pelo menos três vezes por semana, com 30 de seus 35 profissionais trabalhando nisso, conforme conta um de seus sócios, Renato Opice Blum. Segundo ele, a abertura de processos relativos a problemas no mundo virtual se intensificou especialmente nos últimos dois anos, período em que "as empresas e as pessoas adquiriram definitivamente uma dependência da internet", diz. Nesses casos, a Justiça também está mais rápida. Liminares para quebra de sigilo das contas e retirada do conteúdo do ar estão sendo concedidas em menos de 48 horas, com multas que já chegaram a R$ 10 milhões. Opice Blum conta que, atualmente, há cerca de 100 projetos de lei tramitando no Legislativo, com o objetivo de esclarecer as normas do setor - e, ainda, encaixar o Brasil nos requisitos básicos para integrar convenções internacionais sobre o assunto. O advogado explica que diversas situações do mundo cibernético são previstas em artigos já existentes, mas algumas ainda permanecem carentes de regras específicas. (págs. 1 e A11)

Estabilidade econômica, queda de juros e oferta de crédito levam o setor imobiliário baiano a ter o melhor desempenho em 18 anos. Em Salvador, no ano passado, as vendas subiram 63,3% em relação a 2006. (págs. 1 e C5)

O fortalecimento da economia está impulsionando o mercado de private label, uma forma indireta de concessão de crédito direcionado mais para os consumidores de baixa renda. (págs. 1 e investnews.com.br)

O Banco do Brasil criou linha de crédito de R$ 1 bilhão para a compra antecipada de insumos agrícolas para ser aplicados na safra 2008/09 em culturas de soja e milho, responsáveis por 50% da demanda. (págs. 1 e C8)

Dólar recua 1,74% e fecha a R$ 1,693. (págs. 1 e B1)

ROGÉRIO MORI - Aparentemente, o cenário favorável pelo qual a economia brasileira "surfou" nos últimos anos parece estar se esgotando. (págs. 1 e A3)

LEONARDO TREVISAN - Um quinto dos recursos destinados à construção civil é canalizado para a formação de trabalhadores que deveriam estar prontos. (págs. 1 e A2)


CORREIO BRAZILIENSE

BC investiga crediário

Para evitar uma crise semelhante à bolha imobiliária nos EUA, governo aperta fiscalização sobre instituições bancárias que financiam compra de carro. Fed reduz juros e acalma mercados. (págs. 1 e Tema Do Dia, páginas 11 e 12)

CPIs travam com maioria governista - Com mais votos nas CPIs dos Cartões e das ONGs, base aliada barra a investigação dos gastos da Presidência, a convocação de Dilma Rousseff e a análise da movimentação financeira de petistas. (págs. 1 e 2)

Pelo menos 60% dos adolescentes de até 19 anos não concluem o ensino médio. Governo tenta conter repetência. (págs. 1 e 8)

Após passar sete horas no aeroporto, passageiros de um vôo proveniente de Madri foram alojados em um hotel. Em São Paulo, Ministério Público cobra mais rigor na entrada de espanhóis. (págs. 1 e 20)


VALOR ECONÔMICO

Leilão para privatização da Cesp corre risco de fracassar

A Cesp corre o risco de não ter compradores no leilão de privatização, marcado para a próxima quarta-feira, dia 26. Nos últimos dias, o ceticismo em torno da venda só tem crescido, uma vez que o governo paulista não conseguiu obter do governo federal a indicação de que as concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira serão renovadas em 2015, quando vencem. As duas hidrelétricas são responsáveis por 67% da capacidade de geração da estatal. O preço mínimo por ação fixado em R$ 49,75, no entanto, não embute esse risco regulatório. Pelo modelo atual, uma concessão só pode ser renovada uma vez, o que já aconteceu com as duas usinas. Depois a concessão teria que voltar ao governo federal para novo leilão, pelo preço mais elevado. A quebra da regra, para favorecer a atual concessionária, pode ser considerada inconstitucional, segundo fontes do mercado. Ainda assim, na semana passada, o governador José Serra reuniu-se com o presidente Lula para pedir a renovação das concessões. Saiu com a promessa de que uma brecha legal seria analisada. Mas, caso houvesse uma modificação, novo edital teria que ser publicado e o leilão só poderia ocorrer 30 dias depois. Apesar do risco de ver o leilão fracassar, o governador José Serra não contempla o seu cancelamento ou adiamento. Mas já tem um plano B: fazer uma oferta pública das ações que excedem o controle da Cesp. O governo detém 132,967 milhões de ações, entre ordinárias e preferenciais classe B. Poderia vender cerca de 78 milhões e ainda manter o controle. Supondo uma cotação de R$ 40 por papel, a operação renderia R$ 3,1 bilhões. Para incentivar a adesão, seria garantido aos minoritários o direito de receber 100% do prêmio de controle pago em futura privatização. Essa venda em duas etapas poderia render ao governo paulista valor muito próximo do preço mínimo de R$ 6,6 bilhões do leilão de quarta. Nas últimas semanas, era dada como certa a criação de consórcio entre CPFL, Tractebel, do grupo Suez, e Neoenergia. Mas a formação foi desfeita. A CPFL deu sinais de que não fará oferta. Também se pré-qualificaram para o leilão a Energias do Brasil e a Alcoa. Envolvidos no processo crêm em apenas um consórcio, num cenário otimista. A Cemig vem mantendo conversas com os pré-qualificados, apesar da limitação de participação de estatais estaduais no processo. (Págs. 1 e B1)

A proposta de reforma tributária do governo federal abriu espaço para a bancada do PT apresentar a única emenda cuja proposição é alvo de consenso dentro do partido. Trata-se da instituição do imposto sobre grandes fortunas, discussão que pode ganhar apoio com uma alteração constitucional que, incluída sem estardalhaço na proposta federal de reforma, havia passado despercebida. A proposta governista prevê a repartição do tributo entre Estados e municípios para facilitar sua aceitação no Congresso. O imposto sobre grandes fortunas está previsto na Constituição, mas depende de regulamentação. "Perdemos esta batalha em 2003 e vamos tentar aprová-la de novo", diz o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). O imposto pode gerar arrecadação de 1,73% do PIB. A conta leva em consideração alíquotas de 0,8% a 1,2% sobre patrimônios a partir de R$ 1 milhão. Tributaristas alertam contra o risco de a proposta afugentar capital. Hoje cinco países europeus cobram o tributo: França, Espanha, Grécia, Suíça e Noruega. E pelo menos outros seis - Áustria, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Finlândia e Luxemburgo - já o aboliram. (Págs. 1 e A9)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou ontem o uso do PET reciclado para a fabricação de novas embalagens de bebidas e alimentos. A resolução já havia sido aprovada pelo Mercosul em dezembro, depois de uma discussão iniciada em 2002. A medida é polêmica, ao menos nos bastidores, e polariza as duas gigantes do setor, apurou o Valor. A Coca-Cola vende embalagem reciclada em 17 países. A AmBev no ano passado defendia que o PET reciclado não era seguro porque boa parte da resina usada vem de lixões. Segundo a Associação Brasileira de Refrigerantes , o PET representa 80% das embalagens de refrigerantes, o vidro, 12% e a lata, 7,9%. (Págs. 1 e B5)

Os empresários brasileiros poderão se ver novamente diante da forte concorrência dos têxteis chineses, hoje sujeitos a um acordo de restrição voluntária. O acordo expira em dezembro e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) vai negociar sua renovação. Uma das possibilidades é a prorrogação do prazo do acordo por mais cinco anos, podendo incluir novas categorias de produtos além das oito que ele já abrange, e a criação de um modelo de monitoramento do fluxo comercial, como recentemente foi acertado entre União Européia e China. O novo formato será discutido com uma missão chinesa que pode vir ao Brasil no próximo mês. Embora em 2006 o acordo de restrição voluntária correspondesse a 61,5% do comércio Brasil-China, ele perdeu a força e hoje atinge 25% deste fluxo, segundo a Abit. Isso ocorreu porque os importadores brasileiros o driblaram, em parte comprando artigos têxteis de outros países asiáticos. O governo brasileiro apóia as negociações, mas tem insistido que os empresários devem se preparar para uma maior competição. "O governo brasileiro está preocupado com alguns setores, especialmente o têxtil", disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. (Págs. 1 e A3)

A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de cortar o juro básico em 0,75 ponto para 2,75% ao ano, o nível mais baixo desde fevereiro de 2005, e os resultados acima do esperado dos bancos de investimentos americanos Goldman Sachs e Lehman Brothers melhoraram o humor do mercado financeiro internacional ontem. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York subiu 3,51% e registrou a maior alta em um único dia em cinco anos. Mas a cautela ainda predomina porque novos balanços de bancos serão divulgados nos próximos dias e há ajustes a fazer no mercado imobiliário. No Brasil, apesar da queda dos juros no mercado futuro, analistas esperam taxas mais elevadas, especialmente se a crise elevar a cotação do dólar.(Págs. 1, C1 a C3 e D2)

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou que o Brasil deve enviar entre 300 a 400 megawatts de energia para a Argentina entre maio e julho. A Argentina não pagará agora pela energia, mas a devolverá quando houver sobras. (Págs. 1 e A2)

Governo dará crédito a médico recém-formado que vá trabalhar em regiões carentes. (Págs. 1 e A4)

Nos últimos 21 dias, em termos anualizados, a volatilidade do Ibovespa foi de 31%. Historicamente, a volatilidade média do Ibovespa varia entre 16% e 18%. Desde o início deste ano, esse percentual é de 48%. (Págs. 1 e D2)

O número de fundos de investimento no Brasil teve um crescimento enorme nos últimos meses. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, são quase 8 mil os fundos hoje registrados. (Págs. 1 e D1)

A nova lei contábil melhora a perspectiva para as empresas de auditoria, com a Trevisan. A previsão é que o faturamento cresça 40% neste ano, alcançando cerca de R$ 160 milhões em 2008. (Págs. 1 e B8)

Acionistas da Oi e da BrT montaram uma espécie de "quartel-general" para acelerar as negociações visando a união das duas operadoras. A expectativa é de que as conversas para a venda da BrT à Oi deslanchem. (Págs. 1 e B3)

Cristiano Romero: Fazenda e Banco Central não se comunicam, atuam por vias próprias e conflitantes. (Págs. 1 e A2)

José Graziano da Silva: segurança alimentar é agenda aglutinadora. (Págs. 1 e A13)

Rosângela Bittar: o presidente Lula voltou a acalentar a idéia de obter pela via eleitoral o terceiro mandato. (Págs. 1 e A10)


OUTROS JORNAIS

JORNAL DO COMMERCIO

EUA cortam juros e mercado financeiro tem dia de reação. (Página 1)

Espanhóis denunciam retaliação em parada técnica no Recife. (Página 1)

Empresários temem prejuízos com a greve dos auditores. (Página 1)

Microcrédito substitui programas assistenciais. (Página 1)

Computadores, que chegam de forma discreta às escolas, se transformam, em pouco tempo, numa indispensável ferramenta. (Página 1)

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