EUA: US$ 200 bi contra crise
O Federal Reserve, o banco central americano, anunciou ontem uma das maiores injeções de dinheiro para tentar aplacar a crise e evitar uma recessão. São US$ 200 bilhões que devem ajudar a impedir a quebra de instituições financeiras. No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o país não está totalmente imune à turbulência. O ministro tem como preocupação o que chamou de "derretimento do dólar". Só em janeiro, o Brasil perdeu US$ 400 milhões no comércio entre os dois países por causa da desvalorização da moeda dos EUA. O governo deve anunciar hoje pacote para tentar reduzir a entrada de dólares no país e conter a desvalorização do câmbio. (págs. 1 e A16)
Com a marca de ex-guerrilheira contra o regime militar e comandante firme à frente da Casa Civil, a ministra Dilma Rousseff começa a mudar o estilo. Ontem, ao participar no Senado de uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, Dilma assumiu ser a "mãe do PAC" e chorou ao se lembrar da prisão. A ministra é cotada como candidata para 2010. (pág. 1 e País, pág. A3)
O embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, negou-se ontem a pedir desculpas pelos maus-tratos aos brasileiros no aeroporto de Madri. O diplomata disse, no Congresso, que elas só cabem diante de "algo indevido". Ele confirmou a ordem na União Européia de maior rigor contra latinos, africanos e oriundos do Leste Europeu ao bloco. Parlamentares cobraram melhor tratamento aos brasileiros e o diplomata queixou-se da "retaliação" a turistas espanhóis. (págs. 1 e A5)
Policiais e agentes da Receita Federal fecharam mais um bingo clandestino na Zona Sul. A casa de jogos funcionava em um galpão sem fachada na Rua General Polidoro, em Botafogo, onde foram apreendidas 24 máquinas caça-níqueis. O dono não foi encontrado e apenas um funcionário do estabelecimento ficou detido. A operação do 2º BPM (Botafogo) investigou outros quatro endereços no bairro e no Humaitá, mas nada foi encontrado. O comando do batalhão suspeita de vazamento de informação. (pág. 1 e Cidade, pág. A13)
Empresários estiveram ontem na Câmara e ouviram a promessa de reformulação da medida provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas à beira de rodovias federais. Parlamentares argumentam que o foco da punição deve ser o motorista. (pág. 1 e País, pág. A7)
A Assembléia aprovou a lei que permite a agentes de saúde invadirem imóveis com focos de dengue, mas só com autorização judicial, o que atrasa a inspeção. Ontem foi confirmada a 17ª morte no Rio e os infectados somaram 14.701. (pág. 1 e Cidade, págs. A10 e A11)
Operação Telhado de Vidro - PF desvendou um esquema milionário de fraudes em licitações públicas na prefeitura de Campos. Envolvido na quadrilha, o prefeito Alexandre Mocaiber foi afastado do cargo. Catorze pessoas estão presas. (pág. 1 e Cidade, pág. A15)
Aparelhos celulares com acesso à internet permitem não só acompanhar as cotações das ações em tempo real na Bolsa de Valores. O investidor já pode comprar e vender papéis de onde estiver. A Itaú Corretora, que disponibiliza desde fevereiro o mobile broker no Brasil, teve mais de 2,7 mil acessos ao serviço. (pág. 1 e Economia, pág. A18)
Governo faz pacote para segurar queda do dólar
O governo quer conter a valorização do real ante o dólar para tentar evitar uma queda acentuada na balança comercial, que poderia trazer repercussões negativas na economia nos próximos anos. Para isso, a equipe vai adotar medidas para desestimular a entrada de capital estrangeiro de curto prazo e aumentar a lucratividade de exportadores. Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalhava com duas medidas: 1) elevar a tributação do investidor externo nas aplicações de renda fixa, principalmente de títulos públicos, via aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no ingresso dos recursos; e 2) elevar o montante de moeda estrangeira que o exportador pode deixar lá fora. Segundo assessores de Mantega, o anúncio estava programado para hoje, quando devem ser divulgadas também as linhas básicas de uma política industrial focada no estímulo às exportações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que autorizou a adoção das medidas na semana passada, orientou sua equipe a não baixar nenhum pacote que pudesse ter um impacto "brusco" na taxa de câmbio. Ele avalia que o cenário internacional recomenda cautela. Seu temor é que uma desvalorização acentuada do real possa gerar pressões inflacionárias e forçar o Banco Central a elevar os juros. (Página 1)
Em um discurso cheio de "recados" à oposição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem durante evento em Dianópolis (TO) que, até a sua chegada ao poder, os pobres no Brasil foram utilizados como "moeda eleitoral", tratados como "top model" apenas em dia de eleição e depois esquecidos. Lula também disse que não privilegia aliados, enquanto alguns de seus adversários "só pensam naquilo" - numa referência à sucessão presidencial. Disse que seus adversários agiram para derrotar a CPMF para que ele, com menos dinheiro em caixa, ficasse enfraquecido e não fizesse sucessor em 2010. "É assim que funciona a cabeça de algumas pessoas no Brasil. Só pensam naquilo, só pensam naquilo, só pensam naquilo. Quanto ao Marcelo [Miranda, governador de Tocantins] e eu, nós temos de pensar não é em 2010, é no agora". (Página 1)
Em janeiro, enquanto o governo divulgava medidas para tentar conter o ritmo acelerado de desmatamento na Amazônia, uma área equivalente a 40% da cidade de São Paulo foi devastada na região. Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectaram o abate de 639,1 km2 de florestas no mês, segundo dados consolidados ontem. O desmatamento em janeiro foi menor do que em novembro e dezembro do ano passado, mas supera os números nos três meses anteriores (agosto, setembro e outubro). O movimento das motosserras na Amazônia nesse período de cinco meses justificou o alerta do governo e deu força a medidas como o corte de crédito e o embargo da produção em áreas desmatadas. Em janeiro teria começado a valer a moratória anunciada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) à derrubada de árvores por meio da suspensão de novas autorizações para corte de árvores nos 36 municípios com maiores índices de devastação na Amazônia. (Página 1)
O Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos), em ação conjunta com outros bancos centrais, anunciou mais uma série de medidas para injetar liquidez nos mercados financeiros e aliviar o aperto no crédito. A decisão animou as Bolsas, especialmente as norte-americanas, que tiveram a sua maior alta em mais de cinco anos. O programa do BC americano prevê leilões semanais para instituições financeiras de até US$ 200 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, e aceitará como garantia até os arriscados títulos lastreados em hipotecas "subprime" (para pessoas com histórico ruim de pagamento), que são a origem da crise atual. Pelo programa, os bancos poderão oferecer esses títulos arriscados, evitados pelos investidores, em troca de dinheiro ou de títulos do Tesouro americano, seguros e facilmente negociados. O prazo de vigência desses empréstimos será estendido para 28 dias -a duração até então era de algumas poucas horas. O primeiro leilão está marcado para o próximo dia 27. (página 1)
Elio Gaspari - Terrorista recebe o triplo de vítima que ficou sem a perna. (Página 1)
Policiais militares entraram em confronto com índios ontem durante retirada de invasores de área às margens da rodovia AM-010, em Manaus. A PM calcula cerca de 400 pessoas, entre brancas e índias, no local. O major Willer Abdala, da PM do Amazonas, disse que em fevereiro havia sido determinada a reintegração de posse. O mandado judicial foi cumprido, mas a área -particular e de proteção ambiental- foi invadida. Ontem, após determinação da Justiça, a PM retornou ao local. "Vários indígenas receberam a polícia com pedradas e flechadas. A polícia teve de usar a força necessária para conter os índios", disse Abdala. Houve disparo de balas de borracha e bombas de efeito moral. Uma índia ficou diante da tropa de choque com uma criança no colo. Segundo a PM, um invasor e seis PMs ficaram feridos. Doze foram detidos. (Página 1)
O número de pessoas mortas por policiais militares no Estado de São Paulo em 2005, 2006 e 2007 é 19,33% maior do que o revelado pelo governo paulista nos balanços sobre a violência divulgados trimestralmente pela Secretaria da Segurança Pública. Nesse período, a pasta deixou de incluir em seus índices pelo menos 287 mortes cometidas por PMs. A constatação de que esses 287 homicídios cometidos por PMs, nos últimos três anos, são omitidos pela Segurança Pública foi possível porque a Folha realizou levantamento nos balanços mensais (dos últimos 36 meses) sobre a letalidade policial feitos pela Corregedoria da Polícia Militar, responsável por investigar crimes cometidos por policiais. Após ser questionada pela Folha sobre a diferença entre os dados, a Segurança Pública admitiu a omissão de parte dessas informações. A diferença ocorre, segundo a secretaria, porque a pasta não contabiliza homicídios cometidos fora das chamadas "resistências seguidas de morte". São casos de PMs que, na folga ou em serviço, matam alguém em uma briga de trânsito, por exemplo. (Página 1)
Governo tenta conter queda do dólar
Pacote prevê taxas maiores sobre investimentos estrangeiros e permite que exportadores deixem dólares no exterior. (Página 1)
Beneficiados do Bolsa-Família terão crédito em banco oficial. (Página 1)
Fila do transplante não reduziu mortalidade. (Página 1)
Amazonas: Sozinha contra o choque - A índia Mary Saberé tenta impedir ação de reintegração de posse de área de 180 mil m³ em Lagoa Azul, lugarejo à margem da rodovia que liga Manaus a Itacotiara. (Página 1)
Direto da fonte: Consultor de Aécio no governo federal - Professor que mudou gestão mineira vai para Brasília, revela Sonia Racy. (Página 1)
Prefeito é afastado e 14 são presos em Campos, RJ. (página 1)
Operação do Fed muda o clima. (Página 1)
Artigo: Foice e motoserra. (Página 1)
Governo vai agir contra 'derretimento' do dólar
O governo prepara um pacote de medidas para conter a queda do dólar e incentivar exportações. Uma é taxar a compra de título público por estrangeiros. Outra é permitir que o exportador deixe no exterior mais dólares obtidos com vendas. Para avaliar as medidas, o Conselho Monetário Nacional pode ser convocado hoje. O ministro Guido Mantega está preocupado com o cenário externo: "Não é o real que está valorizando, mas o dólar que está derretendo". Ontem, bancos centrais liderados pelos EUA anunciaram a injeção de US$ 245 bilhões nos mercados. Com isso, a bolsa de NY subiu 3,55% , maior alta em 5 anos; e a Bovespa, 3,95%. (págs. 1, 22 e 23)
A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, assumiu ontem a condição de mãe do PAC, como fora chamada pelo presidente Lula semana passada, no Rio. "Acho que é um título simpático", disse. Em ato pelo Dia da Mulher, no Senado, ela ficou emocionada ao ver uma ex-companheira de prisão, durante a ditadura. (págs. 1 e 4)
Mais sete espanhóis foram expulsos do país, agora no aeroporto Tom Jobim, no Rio. A PF nega retaliação. O embaixador da Espanha diz que não há por que pedir desculpas pela expulsão de brasileiros. (págs. 1 e 11)
A Polícia Federal prendeu ontem 14 pessoas, incluindo empresários e dois secretários municipais, acusados de integrar uma quadrilha que fraudava licitações em Campos. Suspeito de participar do esquema, o prefeito Alexandre Mocaiber (PSB) foi afastado por 180 dias, por decisão da Justiça, a pedido do Ministério Público Federal. Alexandre e outras 20 pessoas tiveram os bens seqüestrados. A investigação constatou o favorecimento de empresas e instituições, por meio das quais mais de 16 mil funcionários foram contratados. O prejuízo, segundo a PF, chegou a R$ 240 milhões. Em 2005, outro prefeito da cidade, Carlos Alberto Campista, e seu vice, Toninho Vianna, foram cassados sob acusação de compra de votos. (págs. 1 e 14)
A Aneel autorizou a Ampla, que atende 2,2 milhões de clientes no Rio, a reajustar no sábado a tarifa residencial em 10,88% e a industrial em 12,14%. A alta é reflexo da crise energética na Argentina e da estiagem no Brasil. (págs. 1, 24 e 25)
Um dia após bloquearem uma ferrovia da Vale em Minas, o MST e a Via Campesina paralisaram as obras da hidrelétrica de Estreito, no Maranhão. Além disso, ocuparam quatro geradoras de energia. (págs. 1, 12 e editorial "Fora-da-lei")
Um menino morreu de dengue hemorrágica na Tijuca, domingo passado. Daniel Carrilho Evaristo, de 8 anos, teve diagnóstico inicial de virose, mas piorou, ficou um dia na UTI e não resistiu. Este ano a dengue já matou 23 pessoas no estado, 11 delas crianças de 2 a 13 anos. (págs. 1 e 20)
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) lançou sua pré-candidatura a prefeito do Rio, com apoio de PSDB e PPS, prometendo usar o "princípio da gafieira" para conter a expansão das favelas na cidade: "Quem está fora não entra, quem está dentro não sai." (págs. 1 e 9)
Elio Gaspari - Terrorista de atos antes do AI-5, em 1968, é remunerado. Sua vítima, não. (págs. 1 e 7)
País caminha para recorde em fusões
As companhias brasileiras estão apostando no crescimento econômico do País, apesar da crise no sistema de crédito imobiliário (subprime), que abalou a confiança dos mercados no desempenho da economia americana. No País, os planos de expansão estão a pleno vapor, como mostra o acelerado movimento de fusões e aquisições, que está na contramão do americano, onde há uma desaceleração das operações. Segundo Luís Motta, sócio da consultoria KPMG, as companhias brasileiras puxaram o movimento na América Latina, e a tendência é que o movimento no primeiro trimestre deste ano seja recorde. No último trimestre de 2007, foram registradas 170 operações: 94 realizadas entre companhias brasileiras; 16 de companhias brasileiras comprando empresas estrangeiras no exterior e sete brasileiras comprando estrangeiras no Brasil. Responsáveis por toda a orientação sobre as questões legais em um processo de reformulação societária de uma empresa, os escritórios de advocacia tiveram um ano bastante movimentado em 2007, imposto pelo aumento de IPOs (sigla em inglês para ofertas públicas iniciais de ações) e fusões e aquisições. Este ano, as bancas já puderam sentir uma sensível diminuição na procura por abertura de capital, mas essa perda está sendo compensada pela área de fusões e aquisições. Para Fernando Azevedo Sette, sócio do escritório Azevedo Sette Advogados, o movimento está aquecido em setores como mineração e siderurgia. (págs. 1 e B1)
O Brasil tem apenas 27 tratados internacionais contra a dupla tributação, enquanto os demais países do Bric têm, em média, 60. Para o advogado Philip Schneider, do Souza, Schneider e Pugliese Advogados, o País estaria mais preocupado em evitar planejamento tributário do que em estimular investimentos externos. Um estudo do advogado Celso Grisi, do L.O.Baptista, revela que, em cinco anos, os países-membros da OCDE que têm tratado com o Brasil aumentaram a participação no total de investimento no País em 8%. E os que não têm tratado perderam participação em 10%. (págs. 1 e A13)
As regras de importação de máquinas e equipamentos usados serão atualizadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O governo pretende, desta forma, facilitar a entrada desses bens no País a fim de aumentar a capacidade de produção da indústria. O secretário de Comércio Exterior do ministério, Welber Barral, diz que o governo evitará que o Brasil vire "um depósito" e restringirá a concorrência desleal. Os fabricantes nacionais, entretanto, criticam a medida. "O Brasil vai virar o lixo do mundo. Vai importar sucata. Generalizar isso é abrir uma porta muito perigosa", protestou o presidente da Abimac, Luiz Aubert Neto. (págs. 1 e A4)
Após breve período de experiência, o Banco do Brasil (BB) decidiu ampliar o serviço do cartão de crédito Ourocard Platinum Agronegócio para as transações de financiamento de insumos e máquinas agrícolas, além de gastos pessoais dos agricultores. Os produtores ainda não se acostumaram com o dinheiro de plástico, mas o diretor da área de cartões da instituição, Raul Moreira, vê um potencial de até R$ 12 bilhões para essas operações. O risco de inadimplência é elevado, acredita. Mesmo assim, o BB já emitiu 100 mil cartões de bandeira Visa e cadastrou 1.200 estabelecimentos comerciais. "Atingir esse público foi um desafio", afirma Moreira. (págs. 1 e C7)
A decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de tentar aumentar a liquidez para as instituições financeiras com a liberação de mais US$ 200 bilhões por meio de empréstimos de redesconto trouxe novo otimismo para os mercados financeiros. O índice Dow Jones subiu 3,55%, o Standard & Poor's 500 avançou 3,71%, enquanto o Nasdaq fechou em alta de 3,98%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou o movimento das bolsas internacionais e fechou em alta de 3,95%, a 62.327 pontos. Ontem, o dólar comercial voltou a fechar com desvalorização frente ao real, e encerrou a terça-feira com queda de 1,35%, vendido a R$ 1,684. (págs. 1 e B3)
A bancada governista não resistiu à pressão do presidente Lula para que o Orçamento 2008 seja aprovado com urgência. Ontem, os líderes partidários acertaram um acordo para a votação acontecer ainda hoje. (págs. 1 e A11)
Os projetos de exploração do campo de Tupi, na bacia de Santos, podem exigir gastos de até US$ 200 bilhões em equipamentos e serviços, fornecidos, em sua maior parte, por empresas estrangeiras. (págs. 1 e C2)
A forte capitalização da construção civil está atrapalhando a criação de novos Fundos de Investimentos Imobiliários. Faltam projetos para investimentos. (págs. 1 e investnews.com.br)
A CSN estima que vai faturar US$ 2 bilhões com mineração em 2008. A empresa informou que está aplicando reajustes de até 13% em seus produtos siderúrgicos por conta do aumento nos custos de produção. (págs. 1 e C5)
A partir de hoje, a Gazeta Mercantil passa a publicar, no quadro Indicadores da primeira página do jornal, o preço internacional do petróleo tipo WTI, que fechou o pregão de ontem da Bolsa de Nova York com novo recorde. O contrato para abril foi negociado a US$ 108,75 ao fim da sessão, com valorização de 0,78% sobre o pregão do dia anterior. (págs. 1 e C2)
KLAUS KLEBER - Fatos desmentem a balela do PIB potencial, pela qual o Brasil não podia crescer mais de 4% sem detonar uma bomba inflacionária. (págs. 1 e A2)
A oposição levou a melhor no acordo que deve garantir hoje a votação do Orçamento 2008: derrubou o anexo que destinava R$ 543 milhões a emendas de um pequeno grupo de parlamentares governistas. O dinheiro, agora, será distribuído de forma proporcional a todos os estados. Em reunião tensa com aliados, o presidente Lula disse que a distribuição de cargos acabou e cobrou a aprovação de projetos de interesse do Planalto. "Quem não quiser votar é porque não quer ficar no governo", disse. (págs. 1, 2, 3 e Tema do dia)
O governo brasileiro prepara medidas para frear a queda na cotação do dólar, que já despencou 5,3% este ano frente ao real. Ontem, bolsas de valores de todo o mundo reagiram bem ao anúncio que o Fed, o banco central americano, injetará US$ 200 bilhões nos mercados de crédito atingidos pela crise imobiliária. (págs. 1 e 12)
Em Tocantins, Lula passa por baixo de cerca ao visitar obras do PAC no estado. (pág. 1)
Governistas e oposição medem forças hoje diante dos 151 pedidos de quebra de sigilo recebidos no primeiro dia de funcionamento da comissão. (págs. 1 e 5)
Donos de bares e restaurantes denunciam ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o pagamento de "pedágio" a fiscais para permitir venda de bebida alcoólica às margens das BRs. (págs. 1 e 9)
O Ministério da Previdência pretende mudar as regras de isenção fiscal para entidades filantrópicas. Projeto de lei torna mais rigorosa a concessão do benefício a 9 mil instituições, entre hospitais, escolas e entidades assistenciais. No atual modelo, a Receita Federal deixa de recolher R$ 5 bilhões em impostos por ano. (págs. 1 e 17)
Depois de suspender o concurso por determinação da Justiça, Petrobras lança edital reabrindo inscrições e marca provas para 13 de abril. (págs. 1 e 15)
Confronto entre a Polícia Militar do Amazonas e índios que ocupavam terra em área de preservação em Manaus termina com 12 presos. Enquanto os líderes de etnias denunciam violência, prefeitura afirma que indígenas são massa de manobra política. (págs. 1 e 10)
Competidoras novatas reativam telefonia fixa
A telefonia fixa já teve sua morte anunciada diversas vezes e, de fato, nenhum analista ou executivo de operadora vislumbra futuro glorioso para ela. Todos apostam no avanço do sistema móvel. Porém, a presença de novos competidores no mercado e a melhora no desempenho da economia brasileira garantem uma sobrevida aos velhos fios de cobre. O número de linhas fixas em serviço - ou seja, efetivamente em uso - voltou a crescer no país no ano passado, depois de uma queda em 2006. O total subiu de 38,8 milhões para 39,3 milhões. A expansão foi pequena, mas pode ser totalmente atribuída à atuação de empresas novatas que entraram na competição com as grandes concessionárias de telefonia. Oi, Telefônica e Brasil Telecom perderam clientes - como vem ocorrendo há cinco anos -, enquanto operadoras como GVT, Net e Embratel ganharam assinantes em ritmo mais do que suficiente para impedir um novo encolhimento do mercado. As empresas competidoras têm atraído clientes com ofertas baseadas em pacotes multisserviços. Também têm a seu favor o fato de não cobrar assinatura básica - que é um ponto fundamental no equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias, mas tem a antipatia dos consumidores. Por último, as novatas podem concentrar seus investimentos nas áreas mais rentáveis do mercado, diferentemente de Oi, Telefônica e Brasil Telecom, que têm metas de universalização a cumprir. A reestruturação financeira de empresas como GVT e Net também contribuiu para renovar o fôlego do setor. Tudo isso num momento de expansão da economia do país, que tem ampliado os horizontes das companhias. Mais gente está comprando telefones, não só para falar, mas também para conectar computadores à internet discada ou em banda larga. "Pessoas que estavam à margem do mercado agora estão sendo incluídas", diz o vice-presidente de mercado residencial da GVT, Alcides Troller.No ano passado, a Embratel aumentou em 46,3% as vendas do Livre, telefone fixo voltado para clientes de menor poder aquisitivo. "Essa classe C emergente é a nossa grande aposta", afirma Guilherme Zattar, diretor de negócios residenciais da Embratel. (págs. 1 e B3)
Fechado acordo para votação do orçamento no Congresso. (págs. 1 e A6)
Isentar do IOF os contratos de câmbio das exportações e tributar, com um IOF de 2% a 3%, os investidores estrangeiros que aplicam em títulos da dívida pública são duas das medidas que o governo prepara para tentar montar uma rede de proteção contra a valorização do real frente ao dólar. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá realizar hoje uma reunião extraordinária para aprovar medidas de liberalização do mercado de câmbio, inclusive a eliminação da obrigatoriedade da cobertura cambial das exportações, que faz com que 70% das receitas das exportações tenham que ser internalizadas no país. Já as medidas relativas à tributação não precisam ser aprovadas pelo CMN, mas podem ser anunciadas também hoje se forem aprovadas pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, terá reunião pela manhã, antes do CMN. (págs. 1 e A3)
A inflação medida pelo IPCA ficou em 0,49% em fevereiro, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. Para o Banco Central, porém, tão ou mais importante que o índice "cheio" continua sendo acompanhar a evolução dos núcleos de inflação, um indicador que mostra se está se agravando o desequilíbrio entre a demanda e a oferta agregadas na economia. O BC só divulga nos próximos dias o seu cálculo oficial dos núcleos de inflação. Analistas do mercado financeiro, porém, já fizeram as suas estimativas. Os números podem ser vistos de duas perspectivas diferentes. Na mais otimista, houve desaceleração dos núcleos do IPCA de fevereiro, comparados com os núcleos de janeiro. Na visão mais pessimista, nota-se que os núcleos acumulados em 12 meses até fevereiro estão um pouco piores do que os números calculados em período correspondente encerrado em janeiro. (págs. 1 e A4)
O mercado de carne bovina vive uma safra com cara de entressafra. O preço da arroba do boi gordo no interior de São Paulo, região de referência para as cotações, está em R$ 76,50, valor 35,4% acima do de março do ano passado. É o maior preço para um período de safra, em termos nominais, desde o início do Plano Real, há 14 anos.
A mudança do ciclo de produção do boi no país explica, em parte, a manutenção dos preços em plena safra. Houve abate de matrizes e redução de investimentos no setor nos últimos quatro anos, o que reduziu a oferta de animais. A suspensão temporária da exportação para a União Européia também não provocou queda de preços, porque houve demanda de outros mercados. (págs. 1 e B14)
Grupos internacionais, entre os quais alguns brasileiros, aproveitam a crise energética no Chile para expandir seus negócios no país. Apesar de haver risco de racionamento de energia e de se antever uma inflação mais alta neste ano, empresas como a General Electric Chile prevê "um futuro fantástico" para suas operações. Com quatro grandes negócios fechados, a GE Chile elevou seu faturamento para US$ 258 milhões em 2007, salto de 58%. Foi o melhor resultado na América Latina, informou ao Valor o presidente da companhia, Hugo Silva, ao Valor. A crise de energia no país, agravada pela falta de chuva e pelo corte no envio de gás da Argentina, abriu espaço para participação privada em vários projetos do setor à espera de financiamento. Os planos de investimentos em produção e distribuição somam US$ 17 bilhões de 2007 a 2011. A Construtora Queiroz Galvão está de olho na expansão do Metrô de Santiago, novas usinas hidrelétricas, estradas (em regime de concessão ao setor privado) e obras de infra-estrutura. (págs. 1 e B6)
O Fundo de Equalização de Receitas (FER) será uma das principais disputas entre os governadores e a equipe econômica no projeto de reforma tributária. No encontro de ontem entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a bancada do PMDB, avançou-se ainda no acordo para que a cobrança do ICMS na origem fique em 4%, ao invés dos 2% originalmente propostos. Nos Estados cresce a pressão para que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), entre mais efetivamente no debate. (págs. 1 e A6)
Sob ameaça de não dispor de eletricidade suficiente durante o inverno, o presidente da Bolívia, Evo Morales, culpou a a iniciativa privada e lançou um programa de economia de energia, patrocinado pela Venezuela, com o apoio técnico de Cuba, e que pretende substituir 5,8 milhões de lâmpadas comuns por outras florescentes produzidas na China. O setor elétrico foi privatizado em meados da década de 90, atraindo empresas principalmente dos EUA e da Espanha. O governo nega que haja a necessidade de racionar energia. "Não há um racionamento previsto. Sabemos que a demanda está perto da oferta. Por isso estamos trabalhando para melhorar a oferta", disse o vice-ministro de Eletricidade, Rafael Alarcón, ao jornal "El Tiempo". Especialistas temem, porém, um apagão. Javier Porres, presidente da Fundação Energia para a Bolívia, estima que a geração durante o inverno chega a ficar apenas 5% maior do que a demanda. O especialista em energia brasileiro Carlos Alberto Pontes afirma que esse nível de 5% é "gravíssimo": "Qualquer pico na demanda pode provocar um apagão". (Com agências internacionais) (págs. 1 e A12)
A desvalorização do dólar está levando fundos de investimentos a aumentar suas compras de títulos financeiros atrelados às commodities, especialmente ao petróleo, cujo preço se aproxima dos US$ 110. (págs. 1 e B6)
Explosão do crédito pessoal e forte aumento do investimento produtivo. Estas são as duas principais conseqüências a esperar quando o Brasil obtiver grau de investimento, diz Wen, da gestora Legg Mason. (págs. 1 e C16)
Quase 40% dos recursos que ingressaram nos fundos de investimento neste ano foram direcionadas para fundos DI, com uma captação líquida de R$ 10,053 bilhões. (págs. 1 e D2)
O reajuste anual da Ampla, distribuidora de energia do Rio (ex-Cerj), foi de 10,8%. O aumento, muito elevado, é o primeiro efeito importante do acionamento das usinas térmicas. Sem isso, o reajuste teria sido de 4,1%. (págs. 1 e A2)
As ações do Xstrata caíram para sua cotação mais baixa em cinco semanas no pregão de Londres com as informações de que a Vale deve cancelar sua oferta de compra da empresa. (págs. 1 e B9)
Os mercados reagiram de forma positiva ao anúncio de que o Fed vai dobrar sai injeção de dinheiro no sistema, despejando nos braços por semana quantia equivalente às reservas cambiais brasileiras. (págs. 1 e C2)
Cristiano Romero: para criar um fundo soberano e financiar o setor privado o país teria que se endividar. (págs. 1 e A2)
Guilherme Cassel: o país sofre as conseqüências desastrosas da falta de política agrária e agrícola. (págs. 1 e A10)
Pacote do governo vai tentar segurar o dólar
A queda do dólar em relação ao real preocupa o governo e a equipe econômica já estuda medidas para contê-la, como admitiu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, trata-se de um problema mundial, mas que tem afetado particularmente a economia brasileira, prejudicando as exportações. Cresce entre os analistas a expectativa de um pacote para tentar mudar o quadro, já com aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que passaria pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião marcada para hoje. Mantega negou a montagem de um pacote cambial. Reconheceu, porém que, devido à crise americana, classificada como muito séria, o dólar "está derretendo", levando à deterioração da balança comercial brasileira, e que o problema terá de ser enfrentado. Decisão dos bancos centrais dos EUA, da Europa, da Inglaterra, do Canadá e do Japão de injetar dinheiro na economia levou a Bovespa a fechar ontem em alta de 3,95%. Só o BC americano vai liberar US$ 200 bilhões ao mercado de crédito. (págs. 1, 13 e 17)
Em clima de campanha eleitoral, o presidente Lula participou de festa de lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Dianópolis (TO). Candidato à reeleição, o prefeito da cidade, José Salomão Jacobina Aires (PT), decretou feriado no município e pôs ônibus à disposição das cerca de 4 mil pessoas que compareceram ao evento. Lula quebrou o protocolo e passou por baixo de uma cerca, para ver escada de peixes construída em barragem no Rio Manoel Alves. (págs. 1 e 2)
Acordo deve pôr fim à novela do Orçamento (págs. 1 e 3)
A comissão especial da Assembléia que analisou a proposta de emenda constitucional 40 aprovou ontem a elevação dos subtetos salariais dos servidores do Executivo e do Legislativo de Minas, atualmente de R$ 10,5 mil e R$ 16.698,07, respectivamente, para R$ 22.111,25. Na prática, fica estabelecido o teto único nos três poderes do estado. O aumento é retroativo a julho de 2005, o que garante o pagamento de atrasados a quem teve seus ganhos reduzidos. A proposta segue agora para votação em plenário. (págs. 1 e 7)
Petrobras consegue na Justiça reabrir concurso. (págs. 1 e 10)
Licitação - PF prende prefeito e políticos por fraudes. (págs. 1 e 11)
JORNAL DO COMMERCIO
Petrobras reabre concurso suspenso
Seleção que seria realizada no domingo passado não aconteceu por decisão da Justiça. Estatal vai manter as mais de 90 mil inscrições (8491 no Estado, que tem 236 vagas para a refinaria), mas recebe novos candidatos, de hoje até o dia 28. (página 1)
União Européia orientou rigor com brasileiros. (Página 1)
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