"A ordem era exterminar"
Ex-chefe de um grupo de combate responsável pela execução de guerrilheiros do Araguaia, o tenente José Vargas Jiménez assume, em entrevista exclusiva ao JB, a tortura e o extermínio de militantes do PCdoB. Admite também a destruição dos documentos sobre a guerrilha que se encontravam no serviço de inteligência militar. "Entramos para matar. Não era para fazer prisioneiros", revela. Vargas descreve o método das torturas e afirma que alguns dos corpos dos 58 guerrilheiros desaparecidos na selva do Araguaia, no Pará, foram deixados como comida para animais. O JB divulga trechos do livro que o tenente está lançando sobre um dos episódios mais violentos e obscuros da ditadura militar. (pág. 1 e País, págs. A2 e A3)
Como a liquidez fugiu dos mercados de crédito e de capitais para os setores de petróleo e ouro, outra classe de ativos que pode oferecer retorno a longo prazo para o investidor perspicaz é a água. Motivo: é um produto cuja escassez será cada vez maior devido à demanda crescente do mercado. (pág. 1 e Economia, págs. A12 e A13)
Finas mangueiras de água percorrem o chão em todo o bairro de Nova Holanda, na periferia de Macaé, cidade regada pelos royalties do petróleo no Norte do Estado do Rio. As mangueiras levam ao único cano ligado ao sistema da cidade. A falta de infra-estrutura faz de Nova Holanda um lugar hostil, sujo e violento. (pág. 1 e País, pág. A5)
Exército montará hospital no Rio contra a dengue
Marinha e Aeronáutica também podem agir, diz Jobim; bebê de 7 meses é suspeito de ser a 31ª vítima na capital. (pág. 1)
Governo estuda restrição ao crédito - Entre as propostas, está a redução do tempo de financiamento, que hoje se estende a até 7 anos, para um prazo em torno de 3 anos. Mantega terá encontros com representantes dos setores considerados mais problemáticos, entre os quais o de bancos e o de aço. (pág. 1)
Lucro de bancos estrangeiros no Brasil cresce 160% em 2007 - Em contraste com a crise que vivem no exterior, instituições elevaram ganho em 160% em 2007, contra alta de 22% dos nacionais. Segmento que mais cresceu nos lucros foi o de bancos de investimento, com foco em grandes operações; UBS lidera entre estrangeiros. (pág. 1)
Governo quer reduzir prazo de crediário para conter consumo
Ministério da Fazenda pretende limitar financiamento de automóveis a 36 vezes. (pág. 1)
Planalto mexe em R$ 12,5 bi do Orçamento com MPs. (pág. 1)
BNDES vai financiar até 50% do leilão da Cesp, R$ 3 bi. (pág. 1)
Militares montarão hospitais de campanha contra dengue
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou ontem nos Estados Unidos que as Forças Armadas vão montar hospitais de campanha no Rio para atender pessoas com dengue. Ao comentar a gravidade da situação na cidade, Jobim sugeriu que houve falhas no esquema sanitário. "Houve uma leniência no combate ao mosquito da dengue e agora estamos pagando esse preço. Não adianta a gente ficar discutindo se é uma epidemia", disse o ministro. Anteontem, um bebê de 7 meses morreu com suspeita de dengue. O diagnóstico só foi dado dez dias após Ana Clara Gonçalves começar a apresentar os primeiros sintomas. Com a morte da menina, o número de óbitos sobe para 49 no estado, sendo 25 de crianças. Apesar do alto índice de letalidade, uma moradora da Rua Saturnino de Brito, no Jardim Botânico, mantém no terraço milhares de latinhas de alumínio e a caixa-d'água descoberta. A negligência apavora a vizinhança, que já denunciou o caso às autoridades. (págs. 1, 14, 15 e Cartas dos Leitores)
As medidas em estudo com o objetivo de frear o crédito no país e, com isso, evitar a alta de juros para conter a inflação vão excluir o setor imobiliário, segundo assessores do Ministério da Fazenda. "Não será algo generalizado. O governo não quer frear o crescimento da economia, mas colocar pequena trava no consumo das famílias", disse um deles. (págs. 1 e 23)
O pré-candidato Fernando Gabeira (PV) reagiu com ironia ao ataque de Marcelo Crivella (PRB), segundo quem ele "defende homem com homem". Para Gabeira, a relação que preocupa é "a do mosquito (da dengue) com o homem". (págs. 1 e 3)
Bancos brasileiros avançam entre os mais valorizados
A crise do subprime serviu não só para o Brasil mostrar seu vigor no cenário global, mas também como um estímulo ao avanço dos grandes bancos locais no ranking das maiores instituições do mundo por valor de mercado. Bradesco e Itaú, por exemplo, já estão entre os dez maiores nas Américas, à frente de instituições como a americana Merrill Lynch. No mundo, estão entre os 25 maiores. (...) (págs. 1 e B1)
O aluguel de imóveis industriais (galpões, centros de distribuição e condomínios logísticos) aumentou 30% em São Paulo e em seu entorno no ano passado, com a média de € 73,48 (R$ 194,30) por metro quadrado ao ano. É a sexta maior alta global no segmento e a maior valorização local em sete anos. (...) (págs. 1 e C1)
Reforma Tributária - Prefeitos candidatos à reeleição estão preocupados com as perdas e os ganhos da reforma tributária. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), montou grupo de estudos, sob a responsabilidade do secretário de Finanças da capital, Walter Rodrigues: "Mudanças podem causar insegurança jurídica". (págs. 1 e A7)
A valorização das cotações dos grãos impulsionou os preços das terras brasileiras. No bimestre, a alta foi de 3,5% e, em 12 meses, de 17,5%. (...) (págs. 1 e C8)
A indústria de transformação prevê ampliar em 11%, em média, a capacidade instalada em 2008, a maior taxa dos últimos cinco anos, segundo a FGV. (...) (págs. 1 e A4)
Os três maiores grupos brasileiros de açúcar e álcool - Cosan, Crystalsev e Copersucar - se uniram para construir um alcoolduto que ligará o interior de São Paulo ao litoral paulista, por onde a commodity será embarcada para o mercado externo. Para tirar o projeto do papel, orçado em mais de R$ 1,5 bilhão, as usinas criaram a Uniduto Logística S.A. (...) (págs. 1 e C6)
Mais investimentos e menos crédito para frear inflação
Com o objetivo de evitar que o forte crescimento do consumo interno leve a uma demanda superior à oferta de produtos, o que poderia provocar reajustes de preços, o governo trabalha em duas frentes: convencer grandes empresas a investirem na ampliação da capacidade de produção e reduzir a oferta de crédito, limitando o prazo dos financiamentos para no máximo 36 meses - hoje, há empréstimos de até 99 meses. Ao longo da próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reunirá com bancos, siderúrgicas e indústrias para explicar o "freio de arrumação" proposto pelo governo. "Essa velocidade de crescimento da demanda não é saudável. Há hoje um descompasso entre produção e consumo. E o que queremos é equilibrar o jogo", avisa o ministro. (págs. 1 e 10)
Dengue mata bebê de sete meses no Rio - A epidemia não pára de fazer vítimas no estado, principalmente crianças. Das 48 pessoas mortas pela doença este ano, metade tinha menos de 12 anos. Em apenas dois dias, 2 mil pessoas foram infectadas pelo Aedes aegypti na capital fluminense. No ano, já são 23,5 mil casos. (págs. 1 e 8)
Nas viagens do presidente Lula pelo país para divulgar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aliados tentam colar em sua popularidade de olho nas eleições municipais de outubro. Oposição acusa petista de utilizar o programa oficial do governo para fazer campanha em prol de candidatos da base. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. 2)
Término de concessões em 2015 agita o setor elétrico
As incertezas sobre o futuro da concessão das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira, da Cesp, que expiram em 2015, pairam sobre uma parcela significativa do setor elétrico. O ano de 2015 é literalmente o fim da linha para 18 usinas geradoras, 37 distribuidoras e 73 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia elétrica, quando vence a primeira grande leva de concessões de serviços de utilidade pública que, pelas regras atuais, não podem ser renovadas. Sem mudanças na lei, essas concessões deverão voltar à União e ir para licitação. (...) (págs. 1, A4 e B8)
A Petrobras espera definir nos próximos meses os últimos detalhes para a construção de sua terceira fábrica de matérias-primas para adubos no país. Anunciado em 2005, o projeto inicialmente previa investimentos da ordem de US$ 700 milhões. Mas como desde então a demanda global pelo produto e os custos subiram muito, hoje o aporte na nova unidade está estimado em US$ 1,5 bilhão, segundo Fernando Martinez, gerente-geral de fertilizantes da estatal. (...) (págs. 1 e B16)
Um dia depois da euforia provocada pela queda do juro americano, os mercados globais foram abalados ontem pelas vendas de ativos reais feitas sobretudo por hedge funds. Rumores de novas perdas contábeis expressivas em bancos americanos relevantes e percepção de que os EUA, em recessão prolongada, podem arrastar o mundo esvaziaram as bolhas especulativas das commodities e do petróleo. O ouro caiu 4,43% e o barril, 4,51%. A aversão global ao risco cresceu e as bolsas tombaram. (...) (págs. 1, C2 e D2)
O embaixador Roberto Azevedo, principal negociador do Brasil na Rodada Doha, vê uma "nesga de luz" para os países tentarem fechar um acordo agrícola e industrial, no mês que vem, na Organização Mundial do Comércio (OMC). A tendência é um acordo ser estruturado na área industrial, por exemplo, como um "cardápio, onde cada um escolhe seu prato", com a abertura do mercado adaptada a sua estrutura tarifária. (...) (págs. 1 e A3)
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