Produção industrial do país volta a crescer
Depois de dois meses com perdas acumuladas de 2,8%, a produção industrial brasileira cresceu 1,8% em janeiro, impulsionada especialmente pelas vendas de veículos. Na comparação com igual mês no ano passado, a expansão foi de 8,5%, a maior registrada em início de ano desde 2001, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. A indústria está aquecida em 19 dos 27 setores pesquisados, graças aos mesmos fatores de 2007, como crédito farto, aumento de renda e de emprego da população. (págs. 1 e Economia A17)
A briga diplomática com a Colômbia afeta o abastecimento na Venezuela, dependente de exportações do vizinho. O governo de Bogotá divulgou que o presidente Hugo Chávez mantém contato com as Farc há 10 anos e que um telefonema dele a Raúl Reyes permitiu a localização do alvo do ataque. Na OEA, a resolução fala em violação de soberania do Equador, mas não censura Uribe. (págs. 1, Internacional A21 a A22)
Três dos 11 ministros do STF declararam-se ontem favoráveis ao uso de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e terapia. A votação foi interrompida por um pedido de vistas, mas uma apuração extra-oficial indica que falta apenas um voto para que a corte confirme o artigo em questão. (págs. 1, País A2 e A3)
Pensionistas e aposentados do INSS vão se beneficiar da queda de juros de empréstimos com desconto em folha de pagamento, os créditos consignados. A taxa caiu de 2,64% para 2,5% por determinação do governo. Nos cartões, houve redução de 3,7% para 3,5%, segundo o Ministério da Previdência. (págs. 1, Economia A19)
OEA evita condenação direta à Colômbia
Depois de 14 horas de negociações, em dois dias, o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) chegou a uma declaração de consenso sobre a invasão colombiana ao Equador na operação em que foi morto o dirigente das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, no último sábado. Em reunião fechada, na sede do órgão interamericano, em Washington, a chanceler equatoriana Maria Isabel Salvador abriu mão do pedido de que o texto da resolução da OEA utilizasse o verbo "condenar" para se referir ao episódio. A proposta de condenação da Colômbia tinha o apoio da Venezuela e da Nicarágua. Em contrapartida, a Colômbia reconheceu, ao concordar com o documento, que "o ocorrido constituiu uma violação da soberania e integridade territorial do Equador e dos princípios do direito internacional". (Página 1)
Três dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal se manifestaram ontem a favor das pesquisas com embriões humanos, mas o julgamento, um dos mais esperados da história do tribunal, foi adiado por um pedido de vista de Carlos Alberto Menezes Direito. O STF começou a apreciar a ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles contra o artigo da Lei de Biossegurança, de 2005, que liberou essa linha de pesquisa. O julgamento, que opõe Igreja Católica a cientistas, durou cerca de cinco horas. O relator da ação, Carlos Ayres Britto, votou favorável à continuidade das pesquisas. A presidente do STF, Ellen Gracie, o acompanhou, mesmo depois do pedido de vista. Celso de Mello, o mais antigo dos 11 ministros, não formalizou o voto, mas deixou claro que considera a lei constitucional. "A vida humana, já revestida do atributo da personalidade civil, é um fenômeno que transcorre entre o nascimento com vida e a morte cerebral", disse Ayres Britto em seu voto. (Página 1)
O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, disse que irá processar a Folha e "O Globo" em 20 Estados do país por causa da série de reportagens que os dois veículos publicaram sobre o repasse de verbas do Ministério do Trabalho para entidades ligadas à central, repetindo estratégia utilizada pela Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo ele, se o número de ações não for suficiente para que os jornais interrompam as reportagens sobre o repasse de dinheiro do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi (PDT), para as entidades ligadas à Força, os sindicalistas irão ingressar de 1.000 a 2.000 ações em todo o país: "A Igreja Universal vai ser fichinha".(Página 1)
Por unanimidade, BC mantém juros básicos em 11,25% ao ano. (Página 1)
A polícia espanhola reteve ontem, no aeroporto internacional de Barajas, os alunos de mestrado brasileiros Patrícia Rangel e Pedro Luiz Lima, ambos do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), que estavam em trânsito para Lisboa. Alertado por telefonemas de professores do instituto, o cônsul do Brasil em Madri, embaixador Gelson Fonseca, entrou imediatamente em contato com o chefe da delegacia do aeroporto e ainda lhe enviou um fax, responsabilizando-se pela veracidade da informação de que os dois seguiriam imediatamente para Lisboa. Foi inútil. O policial alegou que os jovens não cumpriam os requisitos estabelecidos para a entrada na Europa (não apenas na Espanha) e ainda estavam "fazendo arruaça", depois de terem sido levados para a sala em que ficam detidas as pessoas cuja entrada é negada. (Página 1)
Sob pressão dos vizinhos, Equador e Colômbia selam acordo na OEA
Ofensiva diplomática promovida por Brasil, Chile e Argentina levou os governos do Equador e da Colômbia a fecharem ontem um acordo. A Colômbia pediu desculpas e admitiu ter desrespeitado a soberania do Equador ao invadir o território do país vizinho durante ataque a guerrilheiros das Farc. Os termos do acordo, aprovado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), definem que o território de um país é inviolável "qualquer que seja o motivo". Em contrapartida, o Equador desistiu de pedir sanções internacionais contra a Colômbia. Missão da OEA da qual vai participar um representante do Brasil viajará para a região de fronteira entre os dois países para investigar o incidente. O esforço diplomático teve participação decisiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conversou com o colombiano Álvaro Uribe e o equatoriano Rafael Correa. Aos dois, pediu moderação. Em movimento coordenado, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, fez o primeiro pronunciamento público sobre a crise, condenando a ação da Colômbia. Coube à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acalmar o venezuelano Hugo Chávez, adversário de Uribe. (págs. 1, A16 a A19)
Pelotões Especiais do Comando Militar da Amazônia estão em regime de alerta forçado desde o domingo, quando o Exército da Colômbia realizou ação entre território equatoriano. O Comando da Aeronáutica considera a possibilidade de enviar jatos de vigilância para as bases de Porto Velho e Manaus. Apesar das precauções, comandantes militares brasileiros não têm indícios de que os guerrilheiros das Farc mantenham bases regulares no País. (págs. 1 e A18)
Demétrio Magnolli - Financiar as Farc é parte do caudilhismo singular de Chávez, que sonha restaurar a efêmera Grã-Colômbia, presidida por Simon Bolívar. (págs. 1 e A2)
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu ontem o julgamento da ação que contesta a Lei de Biossegurança por permitir pesquisas com células-tronco embrionárias. O julgamento foi interrompido quando 2 dos 11 ministros do STF já tinham votado a favor da liberação das pesquisas: Carlos Ayres de Britto, relator da ação, e Ellen Gracie, presidente do tribunal. Outros quatro ministros indicaram que também votarão pela liberação. A sessão foi suspensa a pedido do ministro Carlos Alberto Direito, que solicitou mais tempo para estudar o tema. (págs. 1, A21 a A24)
"O dever da Suprema Corte quando tem que julgar temas dessa natureza, é fazer uma reflexão profunda, com tempo", Carlos Alberto Direito, ministro do STF. (pág. 1)
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 11,25% ao ano, pela quarta vez consecutiva. No comunicado, o Banco Central sinaliza que a Selic poderá subir em breve, dizem analistas. (págs. 1 e B4)
Trinta brasileiros foram barrados ontem na Espanha. Levados para área isolada no aeroporto de Madri, eles ficaram mais de 10 horas sem comer e beber. O grupo incluía dois estudantes de pós-graduação caminho de um congresso de ciência política em Lisboa. (págs. 1 e C6)
Raynair também quer voar no Brasil - Empresa de política de baixo custo busca sócio, revela Sonia Racy. (págs. 1 e D2)
Notas e Informações: As máquinas caça-votos de Lula - Todas as políticas que o governo puder conceber serão máquinas operadas por um presidente que se licenciou para dedicar-se à campanha e ser visto pelo eleitor como seu benfeitor. (págs. 1 e A3)
Roberto Macedo: Porcarias de ONGs - Instituições sérias estão sendo atingidas por escândalos de outras. (págs. 1 e A2)
Acordo na OEA reduz tensão entre Colômbia e vizinhos
Um acordo na OEA baixou o tom da crise entre Colômbia, Equador e Venezuela pela primeira vez em quatro dias de muita tensão. O governo da Colômbia não foi condenado por ter invadido o território equatoriano, mas aceitou que o fato constitui uma violação da soberania e dos princípios do direito internacional. Embora na véspera tenha impedido a entrada de caminhões da Colômbia, a Venezuela negou ontem ter ordenado fechar as fronteiras do país. Chávez disse que tem vocação pacifista e por isso quer a paz. Segundo a rádio colombiana RCN, o líder das FARC, Manuel Marulanda, está na Venezuela e a mobilização de tropas e Chávez seria só para protegê-lo. (págs. 1, 31 a 35, Merval Pereira, Veríssimo e Demétrio Magnoli)
A liberação do uso de células-tronco embrionárias em pesquisa médica avançou ontem no Supremo Tribunal Federal. O relator da matéria, ministro Carlos Ayres de Britto, deu parecer favorável à liberação e foi acompanhado pela presidente do STF, Ellen Gracie. A sessão, porém, foi interrompida porque o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vista. (págs. 1 e 37)
Pela quarta vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, por unanimidade, a Taxa Selic em 11,25% ao ano. Com isso, o Brasil voltou a ter o maior juro real (descontada a inflação) do mundo: 6,73%. O país passou a Turquia, cuja taxa é 6,69%. (págs. 1 e 29)
Um traficante armado é flagrado no Complexo do Alemão, muito próximo de onde o presidente Lula e o governador Sérgio Cabral vão inaugurar no sábado as obras de urbanização do PAC. A Força Nacional não viu nada. (págs. 1 e 23)
ONGs protestaram contra a entrega da presidência da comissão de direitos humanos da Câmara a Pompeo de Mattos, integrante da "bancada da bala". O deputado se definiu como "desarmamentista". O PT preferiu o comando e outras comissões. (págs. 1 e 3)
Após 13 anos no topo, o bilionário Bill Gates (Microsoft) agora tem que se contentar com o terceiro lugar dos mais ricos no ranking da "Forbes". Ele foi ultrapassado pelo investidor Warren Buffett e pelo mexicano Carlos Slim. Eike Batista entrou na lista e é o terceiro mais rico do Brasil. (págs. 1 e 25)
IPOs desaceleram no Brasil e no mundo
O movimento de ofertas públicas inicias de ações (IPO na sigla em inglês), que em 2007 bateu recordes históricos, desacelerou nos dois primeiros meses deste ano no Brasil e no mundo. No Brasil houve apenas três IPOs, com a captação total de US$ 366,45 milhões, volume bastante modesto em relação ao mesmo período de 2007, quando dez companhias captaram US$ 3,76 bilhões. No mundo, o número de companhias que abriram capital foi semelhante nos dois períodos, de 25 companhias. Mas os US$ 38,83 bilhões levantados em 2008 foi menos que a metade dos US$ 84,28 bilhões de janeiro e fevereiro de 2007. A desaceleração foi atribuída à crise de crédito imobiliário americano (subprime), que desde o final do ano passado ameaça levar para a recessão a maior economia do planeta, o que tem reflexos negativos para o crescimento mundial. O UBS, o banco de investimentos que liderava o ranking de coordenadores de aberturas de capital, perdeu posição. É o que mostra pesquisa realizada pela consultoria Thomson Financial. No mundial, a instituição aparece na décima segunda posição do ranking com a coordenação de US$ 1,38 bilhão em recursos captados. Nos dois primeiros meses de 2007, aparecia em primeiro lugar com US$ 8,44 bilhões. Na liderança aparece agora o Citi Group, com US$ 3,1 bilhões. No Brasil, neste ano o Credit Suisse manteve sua posição no topo da lista com a coordenação de US$ 261,20 milhões em ofertas iniciais de ações. (págs. 1 e B2)
Sem surpresas, o Copom manteve ontem a Selic estável em 11,25% ao ano pela quarta reunião consecutiva. O juro real, descontada a inflação, está em 6,7%, o que recoloca o Brasil no topo do ranking de juro real, com a maior taxa do mundo, à frente da Turquia, com 6,69%, segundo a UpTrend Consultoria. O mercado ainda está dividido quanto aos próximos passos do BC. "Hoje, não há sinais de que a atividade aquecida está se acomodando, o que é decisivo para a retomada dos cortes na Selic", afirma Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Managment. (págs. 1 e B1)
A Transpetro, braço logístico da Petrobras, fechou a compra de 19 mil toneladas de aço da Ucrânia, insumo que será utilizado para a construção de navios petroleiros no País. O presidente da subsidiária de transportes da Petrobras, Sérgio Machado, afirmou que o insumo foi adquirido a preços mais baixos que o oferecido pelas siderúrgicas brasileiras. Porém, alegando que as negociações continuam para fechar a compra de outras 12 mil toneladas, Machado não revelou o nome da fornecedora, o valor ou o percentual de diferença entre o produto ucraniano e o nacional. Segundo o executivo, a Transpetro quer comprar o insumo no Brasil, mas não a qualquer preço. "Queremos estimular a cadeia do aço, mas decidimos garantir competitividade aos estaleiros." Fontes do setor naval afirmam que o aço foi fornecido pela Azovstal, da holding MetinvestGroup. Para Machado, as empresas brasileiras são competitivas, "já que exportam 20% da sua produção", mas é preciso estimular a concorrência. Segundo ele, a companhia precisará de mais 420 mil toneladas de aço na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), criado para impulsionar a indústria naval brasileira.Mas mesmo que todo o aço seja adquirido no exterior, de acordo com Machado, será mantido o compromisso do programa de nacionalização de 65% dos insumos do navio. O presidente da Transpetro disse ontem que a primeira carga vinda da Ucrânia - as 19 mil toneladas - será destinada ao Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, que demandará 240 mil toneladas de aço para construir dez navios Suezmax. O produto deve chegar a Pernambuco no final de julho, levando o início do processamento do aço para agosto. (págs. 1 e C3)
A Energias do Brasil (EDB), empresa do grupo Energias de Portugal , está desenvolvendo um projeto inédito para o País: a construção de usinas médias com capacidade instalada entre 30 MW e 200 MW. "Não é Pequena Central Hidrelétrica (PCH), mas também oferece facilidades de construção e na liberação das licenças ambientais", disse a este jornal o diretor-presidente da EDB, António Pita de Abreu. A energia produzida será destinada ao mercado livre. "A criação desse tipo de hidrelétrica vai permitir a viabilização de mais projetos. Estamos concluindo os estudos e vamos apresentálos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)", acrescentou. Ontem, durante a divulgação do resultado financeiro do grupo, que teve lucro líquido de R$ 439,8 milhões, o executivo anunciou também a assinatura de um memorando de entendimento com a Omega Engenharia, para a aquisição dos direitos do projeto da Unidade Termelétrica (UTE) Resende, no Rio. (págs. 1 e A4)
O barril do petróleo WTI atingiu novo preço histórico ao fechar o pregão de ontem da Bolsa de Nova York cotado em US$ 104,52, quebrando o recorde alcançado na semana passada, de US$ 102,59. A tendência de alta do preço da commodity acelerou, após o Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgar os dados sobre as reservas semanais de petróleo do país, que recuaram em 3,1 milhões de barris, depois de quase dois meses de contínuas altas. Analistas previam aumento das reservas, com um acréscimo em torno de 2 milhões de barris. Em Londres, o Brent subiu US$ 4,12, para US$ 101,64 por barril. Os preços também foram influenciados pela decisão da Opep de manter suas cotas oficiais de produção, de 29,67 milhões de barris diários, e pela queda do dólar frente ao euro. A depreciação da moeda norte-americana encoraja investimentos em matérias-primas que, como o ouro e o petróleo, são negociadas em dólares. (págs. 1 e C3)
Os governos estaduais querem alterar as alíquotas do ICMS fixadas no projeto de reforma tributária enviado pelo governo ao Congresso. A idéia é fixar em 4% a alíquota do imposto, com cobrança na origem. (págs. 1 e A9)
Operações com derivativos de dólar na BM&F crescem, acompanhando os indicadores econômicos, e acordos como o com a CME devem ajudar. (págs. 1 e investnews.com.br)
Indústria - Produção aumenta 1,8% em janeiro. (págs. 1 e A5)
Rodrigo da Rocha Loures - Em períodos pré-eleitorais, mesmo de eleições municipais, o debate tributário ganha destaque e são comuns as promessas de um ansiado paraíso fiscal. (págs. 1 e A3)
Nelson Rocco - Há um custo para carregar as reservas em moeda forte - que ocorre por meio dos leilões do BC para comprar dólares - e é importante que o País discuta isso. (págs. 1 e A2)
Esperança interrompida
Três anos não foram suficientes. Brasileiros que sofrem de doenças até hoje sem cura e depositam a esperança de tratamento nas pesquisas genéticas com células-tronco embrionárias vão ter de esperar ainda mais. Como previsto, um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito suspendeu ontem, no Supremo Tribunal Federal, o julgamento da ação contra trecho da Lei de Biossegurança que autoriza os estudos científicos com embriões. Relator do caso, o ministro Carlos Ayres Britto se pronunciou a favor das pesquisas. A presidente do STF, Ellen Gracie, fez questão de declarar seu voto, também favorável à lei, mesmo após Direito pedir vista do processo. Expressando descontentamento, ela observou que a ação já se arrasta desde 2005 no Supremo. Outro ministro da casa, Celso de Mello, deu sinais de que seguirá Britto e Gracie: "Ninguém pode ser privado do direito pleno de viver com dignidade". (págs. 1 e Tema do Dia, páginas 10 a 16)
Governo reduz para 2,5% juro de crédito consignado. (págs. 1 e 21)
Resolução confirma violação da soberania do Equador, mas não condena a Colômbia pelo ataque a guerrilheiros das Farc. Comissão vai investigar o caso. (págs. 1 e 28 a 30)
Licitação de plataforma de US$ 1 bi divide a Petrobras
A Petrobras pretendia construir no Brasil a plataforma de P-62, que exigirá investimentos superiores a US$ 1 bilhão, como um clone do navio-plataforma P-54. Mas a estatal mudou de idéia e agora a plataforma, destinada ao campo de Roncador, na bacia de Campos, poderá ser objeto de licitação com a participação de empresas estrangeiras, o que tem causado polêmica dentro e fora da companhia. Modelo semelhante foi seguido pela empresa no caso da P-57, que terminou com a vitória da Single Buoy Mooring (SBM), com sede em Mônaco. O assunto foi tratado em reuniões entre executivos da estatal e sindicalistas, ontem, na sede da Petrobras. A discussão, segundo fontes do setor, coloca duas áreas da empresa em posições opostas. O setor de exploração e produção defende a licitação da plataforma às empresas afretadoras. Nesta modalidade, o custo da unidade seria cerca de US$ 200 milhões mais baixo, de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,2 bilhão. Já a área de engenharia gostaria de adotar o projeto gêmeo da P-54. A instalação e integração dos módulos da plataforma foram realizadas em Niterói (RJ), na parceria desfeita entre o estaleiro Mauá e a Jurong Shipyard, de Cingapura. Uma fonte da indústria disse que o projeto de engenharia para a P-62 está pronto e que a obra poderia começar em breve e ser concluída em 36 meses. A licitação, porém, exigiria a execução de outro projeto de engenharia, que poderia levar até oito meses para ser concluído. Um executivo do setor disse que as empresas que afretam plataformas podem ser chamadas a disputar a construção sem possuir acordos prévios com os estaleiros nacionais. No futuro, essas empresas podem alegar problemas para executar parte dos serviços no Brasil e contratá-los no exterior, com redução das encomendas à indústria local. José de Oliveira Mascarenhas, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e Região, prevê que a mudança na forma de contratar a P-62 levaria 5 mil trabalhadores ao desemprego. No mercado, a estimativa é de perda temporária de 3 mil empregos. Procurada pelo Valor para falar sobre o assunto, a Petrobras preferiu não se manifestar. (págs. 1 e B7)
Uma nova regra que a Comissão de Valores Mobiliários deve editar ainda no primeiro semestre vai aumentar a volatilidade dos balanços das empresas de capital aberto. Os títulos e valores mobiliários terão de ter seu preço de mercado registrado em balanço, como já ocorre no exterior. Hoje, no Brasil, vale o custo de aquisição ou a cotação de mercado - o que for menor. Variações positivas não são registradas. Serão criadas três categorias de classificação para os títulos, de acordo com o prazo pelo qual a empresa pretende ficar com o papel, a exemplo da regra já aplicada ao setor financeiro. Títulos usados para negociação terão impacto no resultado, podendo influenciar a distribuição de dividendos e bônus. "Será preciso manter uma dose de conservadorismo. Caso contrário, pode-se gerar um lucro que exigiria o pagamento de dividendos sem ter caixa", diz Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras. Para a estatal, o impacto deverá ser pequeno, porque a companhia já segue a regra americana e aplica em fundos exclusivos, que atualizam o valor de seus ativos. As companhias que sofrerão o maior impacto serão as de médio e pequeno portes, com muito caixa, como é o caso das novatas da bolsa. (págs. 1 e B2)
A Energias do Brasil, holding do grupo português EDP, firmou acordos com as estatais Cemig e Eletronorte e com as construtoras Engevix, Andrade Gutierrez e Concremat Engenharia que poderão resultar em investimentos de US$ 4,5 bilhões em projetos de geração de energia elétrica. As parcerias contemplam a ampliação do parque gerador da empresa em 2 mil MW no país - hoje são 1,043 mil MW.
Antonio Pita de Abreu, presidente da holding, disse ao Valor que 500 MW serão de fonte eólica e o restante,hidrelétrica. Esses projetos vão exigir cerca de dois anos de pesquisa. Com a Cemig, a Energias do Brasil pretende erguer um parque eólico no Espírito Santo e usinas hidrelétricas em Minas. (págs. 1 e B1)
No intervalo da colheita, o sojicultor Giuseppe Castelli, de Jaciara (MT), resigna-se laconicamente: "É, pois é". Castelli plantou 750 hectares de soja, mas como grande parte dos produtores do Estado deixou de aproveitar ainda mais a disparada nos preços do grão. Cerca de 70% da safra mato-grossense foi negociada antes do início da escalada das cotações. Os preços, que já ultrapassaram os US$ 23 por saca, foram travados entre US$ 10 e US$ 13. Apesar das queixas generalizadas, são raros os casos de produtores que, de fato, perderam dinheiro. A safra é animadora. A rentabilidade, em alta, pode chegar a R$ 275 por hectare no Estado.(págs. 1 e B14)
O banco americano Goldman Sachs acaba de fechar uma parceria com a Rio Bravo Crédito que marca sua entrada no financiamento imobiliário no Brasil. A primeira operação envolve a securitização, pela Rio Bravo, de créditos de imóveis residenciais para a classe média baixa em Porto Alegre. Os títulos foram comprados pelo Goldman e assim que atingirem uma "massa crítica" serão vendidos pelo banco no mercado doméstico e internacional. A chegada de um gigante como o Goldman é um marco na securitização de crédito imobiliário no país. Segundo o diretor da Rio Bravo, Marcelo Michelua, não há risco de o Brasil repetir a crise americana das hipotecas de alto risco (subprime). (págs. 1 e C4)
Em decisão unânime, o Copom decidiu ontem manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, percentual em vigor desde setembro. A próxima reunião do órgão está marcada para os dias 15 e 16 de abril. (págs. 1 e C2)
A crise no mercado financeiro internacional não afugentou os investidores do sistema de negociação de ações pela internet da Bovespa. Em fevereiro, o volume movimentado somou R$ 24 bilhões, 170% mais que no mesmo mês do ano passado. (págs. 1 e D1)
Indústria mantém o ritmo de crescimento no primeiro bimestre. (págs. 1 e A4)
Cyrela cria Cytec, sua quarta empresa par atuar com imóveis para baixa renda, dia Luna. (págs. 1 e B8)
Eliana Cardoso: houve um aumento da indigência feminina quando a pobreza se encontrava em declínio. (págs. 1 e A2)
Cai juro de empréstimo para os aposentados
O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, lançou ontem um pacote de medidas endurecendo as regras para a concessão de empréstimo consignado. O juro máximo cobrado nos empréstimos com desconto na folha do INSS foi reduzido de 2,64% para 2,50% mensais. Nas operações com cartão de crédito, o teto também diminuiu, de 3,7% para 3,5% ao mês. Além de baixar a taxa, a Previdência barrou a oferta de promoções do tipo "faça hoje seu empréstimo e só comece a pagar daqui a 60 dias", que embutem juros sobre o prazo de carência. As instituições financeiras ficam ainda proibidas de "empurrar" o cartão no aposentado já endividado e de emprestar dinheiro a segurados de outros estados. Em janeiro, o INSS já havia reduzido a margem de comprometimento da renda do tomador de 30% para 20%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu ontem manter, pela quarta vez consecutiva, a taxa básica de juros da economia (Selic) em 11,25% ao ano, ignorando os sinais de arrefecimento da inflação. (Págs. 1, 22 e 23)
Polêmica adiada - O julgamento da constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, iniciado ontem no plenário do Supremo Tribunal Federal, foi adiado, depois que o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vista. O relator, Carlos Ayres de Brito, votou pela liberação das pesquisas. A presidente do STF, Ellen Gracie, antecipou que votará com o relator, e o ministro Celso de Mello sinalizou o mesmo. (págs. 1 e 14)
Emprego - Para dar suporte à expansão da indústria em Minas, empresas como CSN, Vale, MMX, Gerdau, Samarco e Petrobras, entre outras, vão arregimentar e treinar 23 mil trabalhadores, este ano e em 2009, na Região Central, Triângulo e Alto Paranaíba. (págs. 1 e 25)
Deslizamento de encostas causado pelas chuvas rompeu adutoras e assoreou o reservatório, paralisando o sistema de captação de água da Estação Ecológica de Fechos, responsável pelo abastecimento de 20 bairros em Belo Horizonte e em Nova Lima, onde está localizado. Segundo a Copasa, obras emergenciais estão em curso, mas a situação só deve se normalizar em dois meses. A empresa informou que esquema alternativo garantirá o fornecimento. (págs. 1 e 37)
Imposto de Renda - Receita Federal constata falha e troca programa. (págs. 1 e 26)
JORNAL DO COMMERCIO
OEA apóia Equador e poupa a Colômbia
Depois de 14 horas de negociações, OEA chega a texto de consenso sobre invasão colombiana no Equador, mas ânimos continuam alterados. (Página 1)
Receita admite erro, conforme denúncia do JC. (página 1)
Célula-tronco
Taxa de juros
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