CLÓVIS ROSSI
A ministra Marta Suplicy esteve não faz muito na Espanha. Anunciou um baita investimento brasileiro para atrair turistas espanhóis. Deveria ter combinado com a Polícia Federal, que expulsou anteontem, entre outras, uma agente de turismo que fora a Salvador precisamente para fazer o que a ministra queria que se fizesse (trazer espanhóis ao Brasil).
Típico caso de tiro no próprio pé. E a Divisão de Controle da Imigração da PF em Brasília ainda elogia o pessoal de Salvador pelas inadmissões, como se expulsar gente desarmada fosse o equivalente a limpar a Rocinha de traficantes.
Até entendo que as represálias aos espanhóis atendam ao clamor patrioteiro e meio infantil por represálias, na base de "ah, bateu no meu irmão na sua rua, bato em você na minha rua".
Só tem um problema: quem bateu nos "irmãos" brasileiros não foram nem a agente espanhola nem os demais turistas barrados. Foi a polícia espanhola. Que, com certeza, não vai alterar sua conduta só porque espanhóis estão sendo barrados no Brasil, até porque as normas são européias.
Se em vez de força se tentasse usar jeito, o que se poderia fazer seria procurar minimizar os incidentes com brasileiros em Barajas. Primeiro, impondo às companhias aéreas que exijam de quem embarca no Brasil toda a documentação pedida pelas autoridades européias.
Como as aéreas fazem hoje com quem vai aos EUA: só embarca quem tem visto de entrada.
Depois, acertando com as autoridades espanholas, se elas de fato têm boa vontade, que um representante consular brasileiro ficará de plantão no aeroporto a cada vôo que chega do Brasil.
Hoje, o consulado tem um plantonista permanente ao celular, que, como se viu nos casos recentes, não é suficiente. O resto é jogar para a platéia, não para quem viaja à Espanha de boa-fé.
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