- CPI dos Cartões é inevitável
- Governo e oposição lançaram-se à corrida, até segunda-feira, por assinaturas de apoio a três requerimentos de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre gastos com cartões corporativos. Duas das propostas limitam a CPI ao Senado. A outra é por uma comissão mista (senadores e deputados). Os dois lados admitem que a investigação é inevitável. A tendência é que se volte sobre o atual governo e o anterior. Em São Paulo, o PT cobra CPI contra os cartões do governador José Serra. A Universidade de Brasília (UnB) também é acusada de abusos no cartão. (pág. 1 e País, pág. A3)
- A produção industrial brasileira cresceu 6% no ano passado, contra os 2,8% de 2006. Foi o melhor resultado dos últimos quatro anos. Segundo o IBGE, o crescimento é ligado ao aumento da demanda doméstica, puxada pela maior oferta de crédito. Os setores automotivo e de máquinas respondem por boa parte do índice. (pág. 1 e Economia, pág. A18)
- Pesquisa realizada com 62 economistas dos Estados Unidos, encerrada quinta-feira, revela que a maioria deles aposta que o país viverá uma recessão este ano. A crise será bem pior do que as vividas pelos americanos em 1990 e 2001, na opinião de Paul Krugman, do New York Times. As bolsas de valores do mundo, refletindo a desaceleração do mercados nos EUA, perderam em janeiro US$ 5,2 milhões. A Bovespa ficou em posição intermediária entre as de menor queda - 8,59%. Mesmo com turbulência, o governo brasileiro manteve intactas até aqui suas reservas internacionais de US$ 188 bilhões. (pág. 1 e Economia, págs. A17 e A18)
- DESABAFO - Lídio Toledo, cujo filho levou um tiro ao parar numa lombada eletrônica, diz em entrevista que não pagou e nem vai pagar o IPTU. Ele apóia o boicote às multas das lombadas à noite. (pág. 1 e Cidade, pág. A10)
- PT e PSDB abrem disputa em torno de CPI dos cartões
- Os governistas aproveitaram ontem a notícia de que o governo de São Paulo -chefiado pelo tucano José Serra- gastou R$ 108 milhões com cartões em 2007 para propor a instalação de uma CPI sobre o uso de cartões corporativos desde 1998, quando o também tucano Fernando Henrique Cardoso era o presidente. Disposto a intimidar o PSDB, o PT vai repetir a estratégia em São Paulo: pedir a abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa para investigar as contas de Serra. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), disse que reapresentará o requerimento para a criação da CPI na Casa mesmo sem o apoio da oposição. Em contra-ataque, o PSDB já iniciou a coleta de assinaturas para abertura de uma CPI mista, mas com apuração a partir de 2001. Obrigado a ratificar as assinaturas, Jucá provocou a oposição em discurso na tribuna. "Se quiserem retirar, já estamos com 22 assinaturas. Na segunda, apresento novamente com 27, com a base do governo pedindo a CPI." Jucá afirmou que o governo FHC gastou mais com cartões corporativos e suprimentos de fundos (recursos específicos para cada órgão, para despesas menores, com dispensa de licitação) que o atual governo. E ainda alfinetou Serra: "A imprensa noticia que o governo de São Paulo gastou mais de R$ 100 milhões. Será que o governador José Serra não é uma pessoa séria?". Irritado com a estratégia petista, Serra autorizou a divulgação de uma nota segundo a qual o PT "tentar justificar seus abusos com a idéia de que os outros partidos também os cometem". (Página 1)
- Em resposta à crise provocada pela revelação de gastos com cartões de crédito corporativo, o governo federal estabelecerá uma diária de R$ 350 a R$ 400 para uso dos ministros em viagens nacionais, conforme minuta de decreto que será submetida a Lula na segunda-feira, quando o presidente retornar do descanso no Guarujá. Chegou-se ao valor -que deverá pagar hospedagem, alimentação e extras- após levantamento em diferentes repartições da União. R$ 350 é a diária do presidente da Câmara. No Judiciário, há quem receba R$ 600. Os ministros deverão prestar contas das despesas. O cartão continuará a ser utilizado no governo, mas não pelos integrantes do primeiro escalão nem para gastos relativos a viagens. (Página 1)
- O MEC excluiu representantes de universidades, sindicatos e outras instituições da lista de entidades que indicam membros para o Conselho Nacional de Educação. A intenção, diz o ministério, é reduzir a influência dessas entidades, que, muitas vezes, examinam processos relacionados a elas próprias. A alteração deverá abranger principalmente as faculdades privadas, que hoje possuem maioria na Câmara de Educação Superior do conselho. O secretário da Educação Superior, Ronaldo Mota, afirma que um dos objetivos da mudança é fazer com que "os conselheiros sejam cada vez menos parte de eventuais processos e cada vez mais educadores com visão do todo educacional". (Página 1)
- Impulsionada pelo vigor do mercado interno, a produção da indústria cresceu 6% em 2007, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o melhor desempenho desde 2004 (8,3%). O resultado corrobora as expectativas de expansão do PIB superior a 5% em 2007 -entre 5,2% e 5,3%, apontam analistas. Para o IBGE, a força do consumo interno puxou a indústria em 2007. "O resultado está diretamente ligado ao aumento da demanda doméstica, estimulada pelo maior volume de crédito e melhora do mercado de trabalho [alta da renda e do emprego], que geraram o aumento do consumo", afirmou o economista Silvio Sales, coordenador de Indústria do IBGE. Ele ressaltou que o "crescimento de 2007 veio sobre uma base mais vigorosa" do que em 2004, quando a indústria se recuperou da recessão de 2003 e foi alavancada por exportações. O crescimento de 2007 também é explicado pela expansão dos investimentos e pelos juros menores, dizem especialistas. Mas o fator mais importante foi o crédito, que ficou mais farto e com prazos maiores.
- Os mercados mundiais perderam US$ 5,2 trilhões no mês passado, um dos piores começos de ano da história das Bolsas, segundo estudo da Standard & Poor's. E o resultado podia ter sido ainda pior: em um determinado momento de janeiro, as perdas chegaram a US$ 7,9 bilhões. Apenas no Brasil, um dos menos atingidos pela crise, as empresas cotadas em Bolsas se desvalorizaram em mais de US$ 100 bilhões. O valor perdido pelas Bolsas globais equivale a praticamente cinco PIBs (Produto Interno Bruto, todos os bens e serviços produzidos pelo país) do Brasil, que em 2006 foi de US$ 1,068 trilhão. Apenas os EUA, com US$ 13,195 trilhões, teve um PIB superior às perdas dos mercados no mês passado. (Página 1)
- O primeiro dia de aula foi marcado por uma tragédia em uma escola particular de Petrolina (770 km de Recife), município no sertão pernambucano. Um aluno morreu e dois ficaram feridos depois que um tiro foi disparado durante confronto entre o vigia da instituição e um adolescente que havia invadido o colégio. O funcionário não poderia estar armado. (Página 1)
- Conta de gastos secretos do governo dobra em 4 anos
- As despesas sigilosas do governo federal mais do que dobraram nos últimos quatro anos, informa Marcelo de Moraes. Foram de R$ 16,9 milhões em 2004, quando o Portal da Transparência começou a registrar esse tipo de gasto. No ano passado, chegaram a R$ 35,7 milhões - o que representou uma expansão de 42% em relação a 2006, ano em que somaram R$ 25 milhões. Os gastos secretos se concentram em órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal que têm boa parte dos custos protegidos por segredo porque suas atividades são consideradas estratégicas para a segurança nacional. Essas despesas podem ser feitas com os cartões corporativos do governo, mas não se restringem a eles. Em 2007, a Abin efetuou gastos sigilosos de R$ 11,5 milhões por meio de cartões, ante R$ 5,5 milhões em 2006. O governo argumenta que o aumento se deve ao uso dos cartões feito por agentes durante os Jogos Pan-Americanos do Rio. (págs. 1 e A4)
- A indústria brasileira teve forte expansão em 2007 e começou 2008 em ritmo acelerado. De acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE, a produção industrial cresceu 6% no ano passado, no melhor desempenho desde 2004. A produção de bens de capital, termômetro dos investimentos no setor, avançou nada menos que 19,5%. Economistas avaliam que a indústria deve manter neste ano desempenho comparável ao de 2007. (págs. 1 e B1 a B4)
- A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo tenta derrubar a lei estadual que subdividiu a Estação Ecológica Juréia-Itatins em diversas unidades. O argumento é que não houve estudos técnicos suficientes e que invasores ficaram com garantia de uso da área, o que ameaça a mata atlântica. A estação permanece com exploração predatória de palmito. (págs. 1 e A18)
- Ao mesmo tempo que dizia ser suficiente o estoque de vacinas contra febre amarela, o governo brasileiro negociava a importação do produto com a Organização Mundial da Saúde. O lote solicitado foi de 4 milhões de doses, segundo nota oficial da OMS. O Brasil chegou a suspender a exportação da vacina para atender ao mercado interno. (págs. 1 e A19)
- A Funai tenta anular na Justiça processos de adoção de crianças índias de Dourados (MS), por avaliar que elas são tiradas da família sem respeito a diferenças culturais. "Índio fora da tribo sofre muito", diz Margarida Nicolletti, administradora da Funai na cidade. A Vara da Infância e da Adolescência afirma que só encaminha para adoção crianças que sofrem maus-tratos dos pais. (págs. 1 e A12)
- Metade das praias de São Paulo ficará imprópria para banho até março. As chuvas fortes de janeiro levaram mais esgoto para o mar e, neste fim de semana, 79% das praias do Litoral Sul e da Baixada Santista estarão em situação não recomendável para banhistas. (págs. 1 e C6)
- Notas e Informações - O que exaspera no caso dos cartões é o governo a reboque. É de se perguntar quantos malfeitos ainda aguardam o olhar de um jornalista para merecer atenção tardia do governo. (págs. 1 e A3)
- Nilson Mello: O autoritarismo tributário só tem aumentado nossos problemas. (págs. 1 e B2)
- Cartão corporativo: regras confusas facilitam abusos
- A revelação de que autoridades do governo federal usaram cartões corporativos para comprar vinhos, jóias, flores e cosméticos, entre outros artigos, mostrou que as regras são frágeis e cheias de brechas, e que há falhas na fiscalização. Um dos maiores problemas são os gastos sigilosos e os saques em espécie, que representaram 75% dos R$ 78 milhões gastos em 2007. Nem a Presidência sabe as regras para uso dos cartões, tanto que enviou aos ministérios um questionário sobre o assunto, como informa Ilimar Franco, no Panorama Político. (págs. 1, 3 a 9 e Cartas dos Leitores)
- O PT quer criar, na Assembléia Legislativa de São Paulo, uma CPI sobre o uso de cartões no governo Serra. Em Brasília, a oposição insiste numa CPI mista e vai ao STF para obter dados sigilosos. (págs. 1, 8, 9 e editorial "A CPI necessária")
- Desde o início do ano, três pessoas - duas crianças e um idoso - morreram de dengue no município do Rio, onde a doença já fez, somente em janeiro, 2.150 vítimas, mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. O estado registrou 3.376 ocorrências no período, apenas 5% a mais do que em janeiro de 2007. (págs. 1 e 14)
- A Volkswagen sabia que o sistema de baixar o banco traseiro para aumentar o porta-malas nos modelos Fox poderia causar acidentes, mas não fez recall. Houve caso de consumidor com dedo decepado. (págs. 1 e 21)
- O delegado Márcio Caldas vai indiciar diretores da Estação Primeira de Mangueira por fraude processual: eles terão de explicar por que demoliram a escada ligando a quadra da escola a um barraco nos fundos, sem porta, onde a única janela foi fechada. A passagem secreta serviria, segundo a polícia, para que o traficante Tuchinha, um dos autores do samba-enredo deste ano, freqüentasse os ensaios. As alterações foram descobertas ontem durante uma perícia no local. (págs. 1 e 13)
- Mesmo com a desoneração de impostos do setor editorial, os preços dos livros continuam subindo, acima da inflação. (pág. 1)
- Cesp faz Serra e Aécio entrarem em choque
- A venda da Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp) vai opor os mais influentes nomes do PSDB: os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (MG). Uma lei paulista veta a participação de estatais em privatizações, mas a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em seu processo expancionista, não abre mão de participar do leilão, previsto para este mês. O valor da estatal paulista pode chegar a R$ 20 bilhões, dinheiro que Serra diz que destinará a áreas como educação e saúde.
"Não pode haver restrição ao mercado da Cesp", afirma Luiz Fernando Rolla, diretor financeiro e de relações com investidores da Cemig, que tem 51% das ações controladas pelo governo de Minas Gerais. Segundo Rolla, a Cemig pode até constituir consórcio para não ficar de fora da disputa, a mesma tática para a compra de 25% de fatia da Light, no Rio. "Caso não consigamos (entrar sozinhos no leilão ), vamos mudar nossa estratégia e buscar parceiros no mercado interno."
Com parque gerador de seis hidrelétricas e capacidade para 7.456 MW, equivalente a 60% da oferta do Estado de São Paulo, a Cesp desperta interesse de outros grupos que atuam no setor, como CPFL, Energias do Brasil e Tractebel. (págs. 1 e A8)
- O senador Adelmir Santana (DEMDF) apresentou quatro projetos de lei ao Congresso para mudar as regras do setor de cartões de crédito. Seu objetivo é reduzir os custos dos comerciantes e os preços cobrados por produtos e serviços dos consumidores finais. Um dos projetos quer o compartilhamento das máquinas usadas pelos comerciantes. Outro propõe a liberação da cobrança de preços menores para quem pagar com dinheiro ou cheque. (págs. 1 e B2)
- A nova lei das Sociedades Anônimas (S.A.), a 11.638/07, que entrou em vigor este ano, deve fazer as empresas entrarem com processos na Justiça por conta de possíveis mudanças como aumentos na cobrança de tributos. Um exemplo é que a lei impõe que prêmios recebidos na emissão de debêntures não podem mais ser registrados como reserva de capital. A conseqüência prática é que esses prêmios passam a ser tributados de Imposto de Renda (IR).
Segundo a advogada tributarista Ana Utumi, sócia do escritório TozziniFreire, as empresas poderão recorrer à Justiça argumentando que o regulamento do IR concede a isenção. "Contribuintes poderão alegar que o fato do registro não poder mais ser feito em reserva de capital não pode ser motivo para a empresa perder o benefício fiscal da isenção sobre o prêmio da debênture", argumenta.
O advogado Fernando Zilveti, do Zilveti e Sanden Advogados, prevê discussões em juízo sobre o dispositivo da lei das S.A., que não deixa claro se as limitadas são obrigadas a publicar as demonstrações financeiras. (págs. 1 e A9)
- Um encontro entre o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, deverá bater, entre hoje e amanhã, o martelo no nome do novo presidente da Eletrobrás. Fontes do ministério afirmavam ontem que o nome mais cotado para o cargo é o de José Antônio Muniz Lopes, ex-presidente da Eletronorte e uma indicação da Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lopes também conta com uma ficha limpa no Tribunal de Contas da União (TCU) como vantagem na corrida pela vaga.
- A certidão negativa do preferido de Dilma ajuda a colocá-lo em vantagem em relação a Flávio Decat, ex-presidente da Eletronuclear que é réu num processo movido pelo Ministério Público Federal. De acordo com Múcio, os nomes estão sendo avaliados pelo corpo técnico do ministério. O presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), afirmou que o nome do ex-prefeito de São Paulo e também seu correligionário, Miguel Colasuonno, está certo na diretoria administrativa da estatal.
O PMDB também já dá como certa a indicação de Jorge Luiz Zelada para a diretoria internacional da Petrobras. (págs. 1 e A11)
- Indiferente à crise nos Estados Unidos, ou por causa dela, o segmento de private equity prevê que 2008 será o ano do Brasil. Para especialistas, a redução do juro norte-americano está forçando investidores de longo prazo a buscar opções mais rentáveis, como as empresas brasileiras. "O momento segue propício para captação", diz Álvaro Gonçalves, sócio do Stratus. Segundo fontes do mercado, o GP Investments e o Carlyle devem anunciar em breve carteiras de até US$ 2 bilhões. O AIG Capital estaria arrecadando US$ 600 milhões. Tudo somado, deverá ser batido o recorde de 2007.
Em 2007, o País recebeu cerca de US$ 4 bilhões do exterior para comprar participações em empresas. Na outra ponta, gestores que captaram recursos recentemente, como Advent Internacional e Pátria, enxergam a desaceleração nas ofertas públicas de ações como oportunidade. "As empresas estão mais dispostas a receber recursos de investidores estratégicos", diz Patrice Etlin, do Advent. Ontem, o Stratus anunciou investimento na Brazil Timber, que atua com manejo sustentável de florestas. (págs. 1 e B1)
- Petroquímica - Venda de resina plástica subiu 9,4% em 2007. Previsão de alta também este ano. (págs. 1 e C2)
- Inflação - IPC-Fipe recua e fecha janeiro em 0,52%. (págs. 1 e A4)
- A procura por crédito para empresas continua forte em 2008 e leva o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a prever recorde para o orçamento deste ano, de R$ 80 bilhões, 23% a mais que no ano passado. (págs. 1 e A7)
- A Oi avisou ao mercado que vai "comprar" a BrT, portanto não haverá fusão. No mesmo comunicado, a ex-Telemar informou que o negócio ficará entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,2 bilhões. Ainda resta mudar a lei. (págs. 1 e C3)
- As idas e vindas do governo argentino sobre as vendas de trigo ao Brasil resultaram numa concentração dos desembarques do grão no País. O resultado é que os moinhos não têm mais onde guardar o produto. (págs. 1 e C6)
- Márcio Artur Laurelli Cypriano - Houve uma mudança sensível, no Brasil, entre a grande crise global iniciada com a desvalorização cambial nos países do Sudeste Asiático e os problemas com a atual crise das hipotecas nos Estados Unidos. (págs. 1 e A3)
- Libertada após 14 dias em cadeia masculina
- A Justiça concedeu liberdade provisória à adolescente de 14 anos que era mantida presa em uma cadeia pública masculina com 110 detentos em Planaltina de Goiás, a 56 km de Brasília. Detida há 14 dias por causa de roubo a uma farmácia, a menina está sob os cuidados de uma mulher que a assiste há dois anos. Outros três menores foram transferidos para uma unidade de ressocialização em Luziânia. Segundo autoridades de Goiás, 75 jovens com menos de 18 anos estão em situação semelhante à flagrada pelo Correio. Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados cobrou providências do governador Alcides Rodrigues. (págs. 1 e 25 a 27)
- Petistas desafiam o governador José Serra a propor a criação de uma CPI para investigar os gastos com cartões eletrônicos em São Paulo. Esse tipo de despesa na administração do tucano, em 2007, chegou a R$ 108,3 milhões. Bem acima dos R$ 78 milhões registrados no ano passado no governo Lula. Em nota, o governo Serra acusou o PT de tentar passar a idéia de que todos os partidos são "farinha do mesmo saco". "Mas não é não, felizmente", diz o documento. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. 2 e 3)
- Comissão só no Senado - Movimento para criar CPI mista perde força. Oposição já discute regras para a apuração do caso no Senado. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. 4)
Os gastos do Planalto - Despesas da Presidência com cartões são centralizadas em sete servidores. Grupo gastou R$ 2 milhões em 2007. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. 6)
Produção industrial cresce 6% - Desempenho registrado no ano passado é o melhor dos últimos três anos no país. A previsão de especialistas é de que trajetória continuará ascendente nos próximos meses, puxada por investimentos nas fábricas. (págs. 1 e 14)
- BNDES exigirá garantia inédita no crédito à Oi
- O BNDES vai emprestar dinheiro subsidiado para que os empresários Carlos Jereissati, da La Fonte, e Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, comprem ações de seus sócios na Telemar Participações, controlada da Oi. Mas, em contrapartida, o banco terá direito a uma remuneração variável, baseada na valorização das ações da companhia que deverá surgir com a união de Oi e Brasil Telecom (BrT). Se as ações caírem, valerá a remuneração fixa. Se subirem, o retorno do BNDES acompanhará a valorização.
A característica é inédita nos financiamentos do BNDES e ajudará o governo a enfrentar críticas à operação. "É um processo: o banco oferece uma taxa boa, porém tem direito a renda variável. No final, pagarei o empréstimo pela valorização da ação. E ninguém tem dúvida de que a ação vai valorizar", explicou uma fonte envolvida nas negociações.
O BNDES deve desembolsar cerca de R$ 2,5 bilhões para financiar a reestruturação societária da Oi, passo que antecede a oferta de aquisição do controle da BrT, prevista para ocorrer até o fim da próxima semana. Da união das duas operadoras surgirá o que o governo vem chamando de "supertele nacional".
Do total do empréstimo, R$ 1,25 bilhão irá para os grupos Andrade Gutierrez e La Fonte. Com esse dinheiro, mais R$ 400 milhões de recursos próprios, os dois comprarão as participações da GP Investimentos, da Lexpart (Citigroup e Opportunity) e das seguradoras do Banco do Brasil na Telemar Participações. Outro empréstimo, de cerca de R$ 1,3 bilhão, será feito à Telemar Participações. Ao fim do processo, Andrade, La Fonte e Fundação Atlântico (fundo de pensão da Oi) terão o controle da holding da Oi, com 51%. O BNDES reduzirá sua fatia de 25% para 16,5%, vendendo a diferença para Petros e Funcef. A Previ manterá sua fatia de 12,5%.
Na BrT prosseguem as disputas entre os fundos de pensão e o Opportunity. É possível que as várias ações judiciais entre os sócios não sejam encerradas. Por isso, todas as cinco figuras jurídicas que existem no controle da BrT terão de ser mantidas. Quem deve sair ganhando é a Receita Federal. Na estrutura em cascata, a incidência de imposto sobre ganho de capital é cumulativa. (págs. 1 e B3)
- A menos de dois meses do prazo final para que passem a emitir notas fiscais digitais, como determina a Receita Federal, empresas dos setores de distribuição de combustíveis e de tabaco correm para acertar o fornecimento de sistemas e equipamentos. A Souza Cruz, por exemplo, que já emite 200 mil notas por mês em formato digital, passará a fornecer 300 mil documentos a partir de março.
Grandes fornecedores de tecnologia passaram a ver a NF-e uma nova oportunidade de negócios. A IBM acaba de firmar uma parceria com a brasileira Mastersaf, especializada em sistemas para a área tributária. A proposta é levar para o usuário a NF-e como serviço, sem que ele tenha que comprar tecnologia para isso. Empresas como Sonda Procwork e True Access também endurecem a disputa com a renovação de seus sistemas. (págs. 1 e B2)
- Os esforços do Mato Grosso do Sul para diversificar sua economia de base agropecuária com a criação de um complexo de mineração e siderurgia - liderado pela MMX, do empresário Eike Batista, Rio Tinto e Vale do Rio Doce - podem sofrer um revés.
O Estado não dispõe de estoques de madeira legal suficientes para alimentar os altos-fornos de ferro-gusa já em operação e os que estão programados para sair do papel. Seria necessário ao menos o dobro da área de floresta plantada disponível hoje, de cerca de 29 mil hectares, para atingir a produção anual de 825 mil toneladas de gusa previstas para 2009.
Movidas a carvão vegetal, as siderúrgicas vão acelerar o desmatamento no Pantanal, no Cerrado e o contrabando de madeira do Paraguai, diz estudo.(págs. 1 e B7)
- As liquidações programadas e a reposição de estoques mantiveram a atividade econômica bastante aquecida em janeiro, confirmando as projeções empresariais de um primeiro trimestre forte.
No mês passado, as vendas de aços planos pela rede de distribuição cresceram 14%, acima dos 10% previstos. Mesmo sem o balanço fechado, a expectativa na Zona Franca de Manaus é de um aumento de produção de pelo menos 5%, enquanto o setor de cerâmicas registrou alta de 17% nas vendas para o mercado interno, sempre em relação a janeiro de 2007.
No varejo, a carioca Lojas Leader vendeu 13% mais em janeiro considerando o mesmo número de lojas, enquanto a rede Colombo, que deixou a liquidação para depois do carnaval, projeta alta de 6% a 7% no primeiro bimestre, em valores.
O indicador de produção industrial do Banco Real relativo a janeiro - que procura antecipar os dados do IBGE - aponta mais um aumento da produção no mês passado, embora a taxa seja a mais fraca desde maio, mostrando que, embora em alta, o ritmo de atividade não aponta para uma trajetória explosiva. A demanda por energia também cresceu, mas a taxa ficou em 3,4% na comparação com igual mês de 2007, abaixo dos 4,8% acumulados em 12 meses.
Durante o primeiro trimestre, a maioria dos empresários consultados pelo Valor espera manter o bom ritmo de produção e vendas de janeiro. Como em 2007, o mercado interno tem sido o esteio deste início de ano. Assim, a crise nos Estados Unidos, por enquanto, não é sequer motivo de conversas entre clientes e fornecedores. Até agora, ela é apenas "psicológica". (págs. 1, A3 e A4)
- Capitais argentinos passarão a controlar mais de 60% da produção de petróleo na Argentina este ano, depois de concretizada a venda de 25% das ações da petroleira Repsol YPF para Enrique Eskenazi. Hoje estão com empresários locais pouco mais de 20% da produção.
A "argentinização" dos recursos energéticos foi um projeto ao qual o ex-presidente Néstor Kirchner dedicou especial atenção em seu governo, em parte como resposta à queda da produção de petróleo e gás interna, dominada por estrangeiros desde os anos 90, quando a YPF foi vendida aos espanhóis. Um ano antes de Kirchner chegar à Casa Rosada, a terceira maior empresa, Perez Companc, havia sido vendida à Petrobras. (págs. 1 e A11)
- Amparada por liminar, a Ecorodovias assumiu ontem as operadoras da Rodovia das Cataratas, que administra 387 km da BR-277 no Paraná e era controlada pelo grupo argentino Macri. (págs. 1 e B6)
- Relatório divulgado pela BG, sócia da Petrobrás no campo de Tupi, estima que as reservas recuperáveis no campo podem ser maiores que o previsto. A notícia puxou as ações ON da estatal, que subiram 3,31%. (págs. 1 e B6)
- A suspensão das importações de carne brasileira pela União Européia já repercute junto a outros compradores, como Rússia, Egito e Chile, que pediram informações sobre o sistema de rastreamento de bovinos no país. (págs. 1 e B12)
- O fluxo cambial de janeiro foi negativo em US$ 2,3 bilhões. Embora as saídas tenham se concentrado nas operações financeiras, houve piora no câmbio comercial, com entrada líquida de US$ 4,1 bilhões, menos da metade dos US$ 10 bilhões em janeiro de 2007. (págs. 1 e C1)
- Indicadores favoráveis sobre a inflação e a utilização da capacidade na indústria fazem recuar os juros futuros na BM&F. O dólar, apesar do fluxo cambial negativo em janeiro, patina sob a pressão das arbitragens. (págs. 1 e C2)
- Boom imobiliário leva escritórios de arquitetura a nacionalizar serviços e contratar, diz Segall. (págs. 1 e B4)
- Claudia Safatle: Estados recomeçam processo de endividamento externo com organismos internacionais. (págs. 1 e A2)
- César Felício: eleição em SP pode ser desastre para pretensões tucanas. (págs. 1 e A9)
JORNAL DO COMMERCIO (PE)
- Comércio do Agreste afunda com lei seca
Sem vender bebidas, estabelecimentos das BRs perdem clientes. Segundo os empresários, medida prejudica o turismo e ameaça empregos. E a partir de terça, bar ou restaurante que não impedir o fumo será multado com base em lei federal. (Página 1)
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