08 fevereiro 2008

A IRA DO SENHOR WERMUS

BARBARA GANCIA

Quem não inveja uma mulher como Marta Suplicy, que tem um marido que a defende com unhas e dentes?

O dileto leitor por acaso sabia que o atual marido de Marta Suplicy, Luis Favre, mantém um blog na internet? Pois é, até ontem, eu também não. Tomei conhecimento de que Favre escrevinha na última quarta-feira e descobri, pasme, que ele não vai com a minha cara. E que isso não é de hoje.
Nas outras vezes em que o marido da ministra mencionou meu nome em seu desconhecido blog, a crítica não teve a menor repercussão. Tanto é que eu nunca fiquei sabendo.
Mas, nestes dias, um leitor ofendido citou o blog do senhor Felipe Belisário Wermus em mensagem ao ombudsman que manifestava descontentamento com minha coluna da semana passada.
Para quem não leu o que escrevi, um pequeno resumo: em feira de turismo na Espanha, a ministra Marta misturou alhos com bugalhos para defender o Brasil e acabou ofendendo gratuitamente o país anfitrião.
Minha coluna de sexta passada condenava (com alguma dureza, admito) a atitude da ministra. Em vez de debater as idéias contidas no meu texto, o senhor Favre resolveu partir para o ataque tentando atingir meu fígado. E sugeriu que tenho o "rabo preso" com o tucanato.
Como é a segunda vez que alguém ligado a Marta Suplicy faz essa afirmação, e como eu sou uma pessoa um tanto detalhista, vou pedir que ele explique na Justiça o que isso significa. Será que "rabo preso" quer dizer que recebo dinheiro do PSDB para falar o que penso? Nesse caso, o senhor Favre terá de provar o que está dizendo e eu vou me divertir muito vendo-o tentar fazer isso.
É bem comum do modo de agir de certos petistas e seus aliados fundamentalistas usar desse tipo de artimanha para invalidar as críticas que lhes são feitas.
A Barbara Gancia contestou Marta Suplicy? A colunista bateu duro na ministra por ela ter feito uso de uma falácia ao comparar coisas desiguais, como o ataque terrorista sofrido pela Espanha e a violência no Brasil? Então vamos desqualificá-la, vamos jogar sua honra na lama para desviar o foco.
A tática é burralda e tem prazo de validade limitado. Quero ver, nos tribunais, Favre estabelecer um laço meu com os tucanos, a direita ou com qualquer movimento ideológico ou partidário.
O marido da ministra também afirma em seu blog semiclandestino que sou desbocada e que "vomito" regulamente no jornal Folha de S.Paulo. Engraçados esses comentários vindos de alguém que convive com Marta Suplicy, não é mesmo? Admito que posso ser um tanto inconveniente, mas, nesse caso, dona Martaxa Relaxa é o quê?
Diz também o senhor Luis Favre (ou Felipe Belisário Wermus, nunca sei como me referir a ele) que tenho "ódio" e "inveja" de Marta Suplicy. Não tenho ódio, não, isso é coisa da esquerda maniqueísta.
Apesar de minhas eventuais críticas, acho a figura de Marta simpática, controvertida, moderna e menos perniciosa à vida pública do país do que tantos vilões de verdade que andam por aí.
Até daria uma nota seis à sua administração em São Paulo, a despeito do túnel inútil que ela mandou construir quase na porta da minha casa.
Quanto à inveja, Favre pode estar certo. Quem não inveja uma mulher que tem um marido que a defende com unhas e dentes?
Alô, senhor Favre! Nos vemos então nos tribunais. Até breve.


*

Mais um marido exaltado...

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