18 fevereiro 2008

CEDO, MAS NEM TANTO

VALDO CRUZ

A eleição mais próxima é a municipal, mas tá todo mundo de olho na presidencial. Cada lance de hoje é uma jogada de olho no tabuleiro de xadrez de 2010. Alguns se expõem, outros tentam esconder suas jogadas.
A seu estilo, José Serra foi logo dizendo que desejava como parceiro de jogo o democrata Gilberto Kassab, seu preferido para a disputa da Prefeitura de São Paulo.
Agora, com a última pesquisa Datafolha mostrando Geraldo Alckmin em alta, Serra terá não só de ensaiar, mas de recuar suas peças. Pelo menos por enquanto.
Perde sua primeira mexida ofensiva em busca da candidatura presidencial pelo PSDB em 2010. Mas continua sendo o mais forte jogador no partido de FHC.
Oponente direto de Serra no ninho tucano, Aécio Neves ainda não jogou a toalha. Mais discreto, mandou seu recado ao propor uma aliança com o PT na disputa da Prefeitura de Belo Horizonte.
Quem poderia ser esse candidato de um consenso tucano/petista quase impossível? Deixaram vazar o nome de um técnico do PSB, ligado ao ex-ministro Ciro Gomes, candidato forte à sucessão de Lula.
Então, José Serra vem, ameaça atropelar, Aécio Neves faz acenos na direção do PT e de Ciro Gomes, que devolve o carinho admitindo até votar no governador mineiro na eleição presidencial.
No PMDB, o senador José Sarney, que todos diziam estar magoado com os petistas por conta da disputa de cargos no setor elétrico, solta que o ideal é seu partido e o PT caminharem juntos na sucessão de Lula. Chega a considerar Dilma Rousseff um bom nome.
Eu, hein, bota jogo de cena nisso. Mais uma vez colocaram o bloco na rua muito cedo. A pergunta que fica é sobre a melhor estratégia: ficar na espreita ou ir à luta?
Alguns dizem que se expor ao sereno cedo demais pode ser fatal. Outros que política é a arte de ocupar espaços. Lá em Minas, diriam que um tantinho de cada um.

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