De Reinaldo Azevedo:
A recepção petista para Bush
Enquanto o governo se organiza para vender o encontro entre Lula e Bush como um evento como nunca houve antes “nestepaiz”, o PT faz o quê? Dá seu apoio integral ao protesto que está sendo organizado pelas esquerdas contra a besta-fera do imperialismo. Na homepage do site do partido, consta a seguinte chamada: “Confira o especial da visita de Bush ao Brasil”.
Leia trecho dos três textos:
Entrevista com Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT: segundo o moço, Bush só vem ao Brasil porque está em maus lençóis. Entendi que a viagem é do interesse apenas do americano.
Diz ele: “O governo Bush vive uma enorme crise. A invasão do Iraque transformou-se num impasse militar. As relações com a Rússia estão se deteriorando rapidamente. A crítica ao unilateralismo é cada vez maior, em todas as regiões. Na América Latina, os aliados dos Estados Unidos perderam a maior parte das eleições (no México, tiveram que apelar para a fraude). O projeto da Alca afundou, em parte devido à resistência popular e governamental latino-americana, em parte pela ausência de concessões por parte dos Estados Unidos. Os democratas ganharam as eleições parlamentares e devem ganhar as eleições presidenciais. Neste contexto, Bush busca sair da defensiva. Um exemplo disso é o aumento da pressão militar, tanto no Iraque quanto contra o Irã. Outro exemplo é esta visita a alguns países da América Latina, caso do México, da Colômbia, do Uruguai e do Brasil. Fala-se que por trás estaria o propósito de criar um eixo anti-Venezuela ou de buscar alternativas energéticas para a dependência que os EUA têm do petróleo. Minha opinião é que Bush vai ficar na vontade. Mas sempre devemos nos lembrar que uma coisa é o governo de plantão, outra coisa são os interesses de longo prazo dos Estados Unidos, que são uma nação imperialista há muito tempo.”
Trecho do texto de João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT, chamado: “Bush, persona non grata”: “Ao alavancar os já bilionários gastos bélicos dos Estados Unidos para enriquecer a indústria armamentista e petrolífera - não por acaso, seus maiores financiadores - George W. Bush conjuga ao extremo, em sua guerra de sangue por petróleo, o furor belicista com torturas e matanças de civis inocentes. Seja no Iraque, Afeganistão ou em qualquer dos nossos países latino-americanos onde a imposição de tratados de livre comércio busca asfixiar as economias nacionais - alastrando a fome, o arrocho e o desemprego - e atentar contra as soberanias de países e povos em prol dos interesses da oligarquia financeira, as mazelas do imperialismo são bem presentes. Mais do que Ronald Reagan e até mesmo do que seu próprio pai George Bush - também vice de Reagan -, presidentes norte-americanos que ficaram mundialmente conhecidos pela prática de terrorismo de Estado e suas promíscuas relações com as multinacionais do crime”.
Trecho de texto de Altamiro Borges, membro do Comitê Central do PC do B: “(...) A ação terrorista-imperialista dos EUA ainda será condenada pelo tribunal da história. O julgamento será ainda mais duro após a chegada de George W. Bush à presidência dos EUA, em janeiro de 2001. A maior potência do mundo é hoje dirigida por um homem que se considera ‘um enviado de Deus’ e que mantém promíscuas relações com o poderoso ‘complexo militar-industrial’, que reúne fábricas de armamentos, corporações do petróleo e grandes bancos. Os suspeitos atentados de 11 de setembro serviram para retirar um desgastado Bush, eleito de forma fraudulenta, do seu isolamento e para justificar suas ações terroristas no Afeganistão e Iraque visando ampliar, numa escala sem precedentes, a hegemonia mundial dos EUA. (...) O plano para a expansão imperialista dos EUA, para a construção da chamada Pax Americana, já estava delineado desde o desmoronamento do bloco soviético.”
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