05 março 2007

A VISITA DE BUSH 2

Folha de São Paulo:

Água e veículos de comitiva serão transportados dos EUA

Deslocamento conta com equipe de 250 pessoas, a maior parte para segurança

Até mesmo a gasolina do Cadillac One, veículo que acompanha George W. Bush em suas viagens ao exterior, virá dos Estados Unidos

Há um ditado em torno dos agentes do Serviço Secreto norte-americano que diz: "Toda vez que o presidente dos Estados Unidos viaja ao exterior, leva a Casa Branca na bagagem".

É exagero, mas não muito. O imóvel fica, mas tudo o que cercará o presidente George W. Bush, da água que bebe aos veículos em que ele e comitiva andarão, será levado dos EUA.

Desde os ataques de 11 de Setembro, os deslocamentos ao exterior do presidente requerem uma equipe de cerca de 250 pessoas, a maior parte para segurança. A principal força é o Serviço Secreto, responsável pela integridade física dos líderes norte-americanos desde o assassinato do presidente William McKinley, em 1901.

Armados com pistolas Sig Sauer P229, vestidos de ternos pretos e óculos escuros e desde 2003 sob jurisdição do Departamento de Segurança Doméstica, os agentes estão em alerta máximo. Na semana passada, o vice-presidente, Dick Cheney, sofreu atentado frustrado, reivindicado pelo Taleban, na base de Bagram, no Afeganistão.

Bush deve chegar ao Brasil com o AirForce One, o 747 presidencial, equipado com sistemas antimísseis. No caso, o avião reserva, idêntico. O oficial passa por reparos. No momento em que se aproximar do aeroporto internacional de Guarulhos (SP), entrará em vigor o "ramp freeze" -até a aterrissagem do avião presidencial, nenhuma outra aeronave no solo pode se mover. Não há planos de se fechar o espaço aéreo.

Um avião cargueiro da Força Aérea norte-americana já se encontra em São Paulo, com todo o equipamento que acompanha a comitiva, como os cerca de 12 furgões blindados Chevrolet Suburban, a unidade médica móvel e uma central móvel de comunicações que acompanham o deslocamento presidencial em terra.

Se preferir voar, Bush usará o Marine One, helicóptero presidencial, à sua disposição.

Os deslocamentos aéreos são responsabilidade da Aeronáutica . Os terrestres, do Exército. As refeições, da Marinha, ainda resquício dos tempos em que os presidentes viajavam ao exterior de navio. O serviço de cozinha da Casa Branca fornece a Bush um valete, que zela pela alimentação dele e da primeira-dama -a exceção é aberta para as recepções oficiais, por uma questão de diplomacia.

O republicano deve levar ao Brasil seu Cadillac One, nome dado ao carro oficial, uma limusine que é transportada pelo cargueiro da Força Aérea para todos os lugares em que o presidente põe os pés no exterior. Trata-se de um modelo "customizado" do Cadillac DTS, que Bush usou pela primeira vez na posse do segundo mandato, em janeiro de 2005.

Blindado, tem sistema de visão noturna e carroceria selada, e o ar que entra é filtrado, como medida de segurança em caso de ataques de armas químicas ou biológicas. O veículo viaja com uma cópia idêntica, e o presidente decide na hora em qual dos dois vai andar.

O Cadillac One roda com gasolina, não álcool -muito menos brasileiro, pois até o combustível que o veículo usa é levado dos EUA. Faz 7,6 quilômetros por litro na cidade, segundo o fabricante.

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