Jornal de Brasilia
Pobre País rico!. Que desperdiça a vida de seus jovens, mal-formados nas escolas da vida, mas escolados no bang-bang do dia-a-dia. Mortos precocemente no trânsito ou à bala, achada e perdida.
Uma nação que está assentada sobre um dos mais ricos mananciais de água do planeta, mas na qual muitos não conseguem tê-la limpa para beber, enquanto outros lavam seus carros humilhando a sede alheia.
Um estado que, mesmo diante de uma fúria arrecadadora que só faz crescer, não tem como investir, porque gasta mal, na mordomia do parlamentar, do juiz, do manda-chuva da estatal, ou do executivo.
Que joga fora vidas pois não oferece os cuidados básico com saúde, como saneamento e atendimento médico de qualidade. E que considera iniputáveis monstros, assassinos, mensaleiros, sanguessugas.
Que exporta seus melhores talentos, no esporte, nas ciências, pois não tem como mantê-los (se falássemos uma língua com maior penetração mundial, nossos artistas também seriam tragados pela globalização).
Um Brasil que deixa desaparecer toda sua rica biodiversidade. Onde indios se transformam em madereiros e exploradores de gemas preciosas, só travestindo-se de indios quando ameaçados pela Justiça.
Onde os sem-terra querem política e não terra, é natural que os sem fome joguem toneladas de comida fora. Nossa cultura de desperdício está nos alienando do mais importante: a confiança no futuro. Já fomos um país de jovens.
Envelhecemos sem amadurecer. Todo nosso talento, riqueza e insumos escoam rumo ao ralo que traga qualquer perspectiva. Porque parece já ter engolido nossa capacidade de indignação diante dos absurdos de um País que está sendo sorvido pela escória.
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