05 março 2007

REFORMA MINISTERIAL 2

Lula oficializa convite a Geddel para Integração
Josias de Souza

O deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) será o novo ministro da Integração Nacional. Lula formulou o convite em audiência no final da tarde desta segunda-feira (5). Geddel esteve no Palácio do Planalto acompanhado do governador petista da Bahia, Jaques Wagner.

A decisão será sacramentado em definitivo num encontro que Lula terá às nesta terça-feira (6), com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP) e com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Informará à dupla que decidiu nomear, além de Geddel, o sanitarista José Gomes Tinhorão para a pasta da Saúde.

Durante a audiência desta segunda, Lula disse a Geddel que o nome dele chegara ao Planalto como indicação consensual da bancada de deputados do PMDB. Um consenso solidificado no final de janeiro. Presente à conversa, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) ratificou a informação. Em seguida, o presidente informou a Geddel que decidira aceitar a indicação.

No curso da conversa, Lula informou sobre a decisão de nomear também José Gomes Temporão para a Saúde. Indicado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Temporão não dispõe do apoio da bancada de deputados peemedebistas, que reivindica uma compensação do presidente.

Durante a conversa com Jaques Wagner e com Geddel, Lula fez um pedido a Tarso Genro (Relações Institucionais), também presente à audiência. Solicitou ao ministro das Relações Institucionais que marcasse para a tarde desta terça-feira (6) a conversa com Michel Temer. Nesse encontro, Lula fechará a participação do PMDB no governo.

O presidente não disse se compensará ou não o grupo de Michel Temer pela perda da pasta da Saúde para Sérgio Cabral. Antes, em privado, Lula admitira a hipótese de acomodar outro deputado peemedebista no governo. Pode ser num ministério ou numa diretoria de estatal, a depender do resultado da audiência com Temer.

Lula não esclareceu tampouco se fará o anúncio do novo ministério antes ou depois da convenção do PMDB, marcada para o próximo domingo. Na noite de ontem (4), o presidente recebera, no Palácio da Alvorada, a visita dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP). Os dois pediram a Lula que adiasse o anúncio, para não prejudicar a candidatura de Nelson Jobim (RS) à presidência do PMDB.

Ao sacramentar o nome de Geddel e ao chamar Temer para uma nova conversa, Lula sinaliza que resolveu dar de ombros para o pedido de Renan e Sarney. O próprio Geddel, na conversa com o presidente, disse que a data do anúncio do ministério passou a ser irrelevante. O mais importante, a sinalização de que Lula não agia para prestigiar Jobim em detrimento de Temer, já havia acontecido.

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