17 abril 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás

JORNAL DO BRASIL

- Comércio do Rio perdeu R$ 28 bi com a violência

- O comércio do Estado do Rio de Janeiro gastou, de 2002 a 2007, R$ 28,7 bilhões em segurança privada para se proteger da violência, segundo o presidente da Federação do Comércio do Estado, Orlando Diniz. Este valor seria suficiente para gerar 2 milhões de empregos no mesmo período, uma distorção que prejudica mais os jovens que procuram o primeiro emprego. O investimento em segurança consumiu 2,38% do faturamento do setor. O Ministério do Trabalho informa que foram criados, em cinco anos, 621 mil postos de trabalho. (pág. 1 e Cidade, pág. A10)

- O ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, estuda anular o decreto presidencial de 2005 que homologou a demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O ministro pode dar ganho de causa em processos de posse em prol do "interesse federativo". (pág. 1 e País, pág. A4)

- A pretexto de hipotética tendência de alta da inflação, o BC radicalizou. Aumentou 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, que sobe para 11,75% ao ano. (pág. 1, Economia, pág. A17 e Editorial, pág. A8)

- Sete meses depois de ter prendido o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, a Justiça de Mônaco decidiu pela sua extradição para o Brasil, onde ele foi condenado por peculato e gestão fraudulenta. Falta apenas o príncipe Albert II pronunciar-se sobre o caso, mas ele nunca contrariou decisões da Justiça. (pág. 1 e País, pág. A6)

- Dezenas de pacientes com dengue e médicos viveram 20 minutos de pânico, quando policiais e traficantes da Vila Cruzeiro trocaram tiros perto da tenda de hidratação do Hospital Getúlio Vargas. Ontem, morreu a 52ª vítima da doença no Rio. (pág. 1 e Cidade, pág. A11)

FOLHA DE SÃO PAULO

- BC surpreende e juro sobe 0,5 ponto

- Em decisão surpreendente e unânime, o Banco Central aumentou os juros básicos da economia pela primeira vez desde 2005. A alta foi de 0,5 ponto, fixando a taxa Selic em 11,75% ao ano. A medida contrariou a expectativa de boa parte do mercado, que apostava numa elevação de 0,25. Em nota, o Copom disse que a alta visa reduzir o risco de "cenário inflacionário". (pág. 1)

- O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou ontem que a verba de gabinete -usada para pagar o salário de funcionários contratados sem concurso- subirá dos atuais R$ 50,8 mil ao mês para R$ 60 mil. O impacto anual na folha será de R$ 61,4 milhões. O reajuste foi calculado com base no IGP-M (15,13% no período), o maior índice inflacionário entre os seis usados pelo Banco Central, mais 2,9%, percentual que, segundo Chinaglia, equivale ao "ganho real". (pág. 1)

- Na véspera do 12º aniversário do massacre de Eldorado do Carajás (PA), trabalhadores rurais, liderados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), promoveram ontem o dia mais turbulento do chamado "abril vermelho", com ações focadas em áreas urbanas e órgãos públicos. Além dos tradicionais bloqueios de estradas e invasões a fazendas, os sem-terra entraram em secretarias estaduais e agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. (pág. 1)

- O reitor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, 62, que usou R$ 12 mil do cartão corporativo em compras pessoais no exterior, disse ontem ter cometido um "equívoco", pois achava que tinha autonomia para gastar e que entendia não se tratar de dinheiro público. (pág. 1)

O ESTADO DE SÃO PAULO

- BC decide por alta mais forte dos juros para deter inflação

- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu ontem o mercado, ao elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A expectativa da maioria dos analistas era de metade dessa alta. Foi a primeira vez que os juros subiram desde abril de 2005. O BC começou a demonstrar desconforto com a inflação no fim de 2007 e, na nota distribuída ontem, alegou: "A decisão de realizar, de imediato, parte relevante do movimento de taxa básica de juros contribuirá para a diminuição tempestiva do risco que se configura para o cenário inflacionário e, como conseqüência, para reduzir a magnitude do ajuste total a ser implementado". Empresários e sindicalistas criticaram a decisão. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, comparou a decisão do BC ao episódio em que o atleta Vanderlei Cordeiro de Lima foi agarrado e impedido de vencer a maratona, na Olimpíada de 2006. (págs. 1 e B1 a B4)

- A decisão do BC aumenta a diferença entre juros internos e externos, o que contribuirá para maior entrada de moeda estrangeira. É dólar em baixa. (págs. 1 e B2)

- As despesas da Câmara serão aumentadas em R$ 75 milhões por ano, com a decisão anunciada ontem de ampliar a verba de gabinete dos deputados de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil mensais. O aumento, de 18,1%, pode ser usado livremente pelos parlamentares para contratar no mínimo 5 e no máximo 25 funcionários, com salário variando de R$ 415 a R$ 8,2 mil mensais. Encargos trabalhistas não estão na conta. (págs. 1 e A4)

- Desvinculada de projeto geral de reforma política, uma mudança das normas eleitorais antes de 2010 seria casuísmo. E casuísmos são letais para a legitimidade das instituições políticas. (págs. 1 e A3)

- Demétrio Magnoli: Os índios não precisam dos novos fundamentalistas. (págs. 1 e A2)

O GLOBO

- Inflação em alta leva BC a subir os juros após 3 anos

- Para tentar conter a alta da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu ontem ao elevar a taxa básica de juros do país em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano, interrompendo ciclo de três anos sem aumentos. O movimento foi mais agressivo do que esperava o mercado, que previa aumento de 0,25. O objetivo do BC seria atuar de forma contundente agora, na esperança de que o ajuste dure por um período mais curto e seja de menor intensidade, preservando o crescimento na faixa de 5%. Economistas, porém, dizem que pode haver uma desaceleração. Entidades empresariais e centrais sindicais criticaram a decisão. Com a expectativa de alta de juros, a forte entrada de investimentos estrangeiros no Brasil fez o dólar recuar 1,19%, para R$ 1,664, a menor cotação desde 14 de maio de 1999. (págs. 1, 23 a 26 e Míriam Leitão)

- Cinco dias depois de o presidente Lula ter defendido a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, desafiou o governo e disse que a política indigenista "é lamentável, para não dizer caótica", sendo aplaudido por autoridades militares, durante seminário no Clube Militar. Na primeira fila estavam o comandante militar do Leste, general Luiz Cesário da Silveira Filho, e os ex-ministros do Exército Leônidas Pires Gonçalves e Zenildo Lucena. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defenderam ontem a liminar que suspendeu a operação da Polícia Federal, que iria retirar os não-indígenas da reserva. O ministro da Justiça, Tarso Genro, manteve a posição do governo e criticou a imprensa. (págs. 1, 3 e editorial "Sandice Indígena")

- Futuro presidente do TSE, o ministro do STF Carlos Ayres Britto discorda da tese do terceiro mandato e diz que ela dificilmente seria aprovada: "O terceiro mandato recende a uma postura anti-republicana." (págs. 1 e 9)

- A verba de gabinete dos deputados, para gastos com funcionários em Brasília e nos estados, subiu de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil mensais. O reajuste de quase 20% (aumento real de 2,94%) foi julgado insignificante pelo presidente Arlindo Chinaglia. (págs. 1 e 10)

- Com ações em 16 estados e no DF, o MST invadiu pelo menos 43 prédios públicos - especialmente agências da CEF e do BB - e quatro fazendas, bloqueando também quatro estradas. Mil sem-terra invadiram a sede da Caixa em Brasília. No Rio, a Dutra foi bloqueada por uma hora na altura de Piral. Segundo o MST, as ações do "abril vermelho" têm dois objetivos: cobrar uma política de habitação rural e crédito imobiliário para os assentamentos e pedir justiça pelas mortes de 19 sem-terra no massacre do Eldorado dos Carajás, no Pará - que completa hoje 19 anos. (págs. 1 e 4)

GAZETA MERCANTIL

- Quebra de contratos põe em xeque venda de energia elétrica

- O clima entre consumidores de energia elétrica, comercializadoras e empresas geradoras é de intranqüilidade. A escassez de eletricidade no Brasil e a explosão do preço do megawatt-hora colocaram em xeque a eficácia do mercado livre, sistema de negociação em que é possível escolher livremente de quem comprar o insumo, e que já atraiu quase todas as grandes indústrias do País, como Vale, Gerdau e Votorantim.

O problema veio à tona em fevereiro, quando a Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE), que contabiliza os negócios de compra e venda do setor, apurou forte inadimplência de 8,3% referentes às transações de janeiro, enquanto, tradicionalmente, a taxa não passava de 1%. A explicação para o calote foi a inesperada explosão do preço da energia no curto prazo, que bateu em janeiro o pico máximo de R$ 569,59/MWh, situação idêntica ao período do apagão de 2001, quando o insumo atingiu o preço-teto.

A disparada levou algumas comercializadoras que operavam de forma altamente alavancada - ou seja, vendiam às empresas energia que não tinham para posteriormente comprá-la a preços baixos no curto prazo - a romper contratos bilaterais. Isso gerou uma corrida dos compradores (indústrias e outras comercializadoras) à Justiça. Empresas como Delta e Ecom, duas das principais agentes do setor, foram acionadas judicialmente. "Alguns inadimplentes continuam em ativa, colocando consumidores desavisados em risco, diz o presidente da Comerc, Marcelo Parodi. (págs. 1 e C4)

- A Câmara Federal reajustou ontem a chamada verba de gabinete, o que coloca à disposição dos deputados R$ 400 milhões anuais para gastar com assessores. (págs. 1 e A10)

- A greve dos auditores da Receita Federal, que completa hoje um mês e não tem data para terminar, pode afetar a produção da indústria automobilística dentro e fora do Brasil. No Brasil, as linhas de montagem podem parar porque as autopeças não estão conseguindo a liberação de componentes importados, disse o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori. No exterior a situação é semelhante. "As montadoras no exterior poderão parar a produção porque as grandes empresas de autopeças não estão conseguindo enviar componentes."

Uma alternativa para tentar driblar a greve tem sido recorrer ao transporte aéreo. Mas, mesmo com custos até 10 vezes maiores que o transporte marítimo, essa alternativa está próxima do esgotamento devido à sobrecarga nos aeroportos. "O momento é muito crítico, mesmo pagando frete aéreo, as empresas não estão conseguindo entregar peças dentro do prazo, porque está tudo congestionado e o risco de as linhas de produção das montadoras pararem por falta de peças importadas é iminente", afirmou.

Outra alternativa é recorrer à Justiça, que tem concedido liminares determinando a liberação imediata das cargas. O escritório Martinelli Advocacia Empresarial, de Joinville, tem mais de 25 liminares determinando a liberação de mercadorias de seus clientes. "E diariamente impetramos entre dois e três mandados de segurança", afirma Roberto Hering. (págs. 1 e A11)

- A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) prepara um programa, num esforço conjunto com empresas de comércio exterior, para engrossar a lista de micro e pequenas empresas exportadoras. O objetivo é aumentar a lista com 500 a mil novas firmas, que contariam com serviços das tradings para passar a vender ao exterior.

Números do Ministério do Desenvolvimento relativos a 2005 e 2006 mostram uma redução na presença das empresas de pequeno porte no comércio exterior. Em 2006, 5.769 microempresas exportaram US$ 272,3 milhões. No ano anterior, US$ 283,7 milhões foram embarcados por 5.906 microempresas. (págs. 1 e A5)

- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que apostava em alta de 0,25 ponto. O aumento põe fim ao ciclo de manutenção da taxa em 11,25%, que começou em setembro de 2007.

Em comunicado, o BC alegou que a medida contribuirá para a diminuição do risco inflacionário. "Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic para 11,75% ao ano, sem viés", diz o comunicado. Com o aumento, a taxa real de juros (descontada a inflação) fica em 7,1%. É a maior taxa real do mundo.

O aumento tem, no entanto, pouco efeito na vida prática do cidadão. Isso porque os bancos e as financeiras já estão cobrando um spread (diferença entre o juro captado e o cobrado) elevado nos empréstimos e nos cartões de crédito. A expectativa é de não haver novas altas da Selic nos próximos meses. Por isso, dificilmente esse 0,5 ponto percentual será repassado para a clientela. Para os empréstimos a empresas, também dificilmente deve haver repasses. O que predomina é a negociação. (págs. 1 e B1)

- AUGUSTO NUNES - Na semana passada, o caçula do MST foi apresentado ao Brasil como o responsável pelas interdições na estrada de ferro da Vale. (págs. 1 e A10)

- Favorito na eleição presidencial de domingo, o ex-bispo Fernando Lugo diz que abrirá "a caixa-preta do Estado" e que o Brasil deve pagar mais pela energia de Itaipu. (págs. 1 e A12)

- Os gestores de private equity que atuam no Brasil buscam potenciais investidores entre os fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio, com ativos avaliados entre US$ 2,5 trilhões e US$ 3 trilhões, segundo

o Fundo Monetário Internacional (FMI). A Advent Internacional, que atua há 10 anos no Brasil e tem entre seus maiores investidores o fundo soberano Abu DhabiInvestment Authority (ADIA), dos Emirados Árabes, e o fundo soberano de Cingapura GIC, levantou cerca de US$ 2,2 bilhões para investimentos na América Latina. Parte desse valor foi para o fundo de US$ 1,3 bilhão, o Lapef IV (Latin American Private Equity Fund IV), que já possui cerca de 30% dos recursos investidos e tem apostado no mercado de varejo no Brasil.

O Banco Pátria também tem buscado recursos dos fundos soberanos Abu Dhabi, dos Emirados Árabes, e Temasek Holdings, divisão de investimentos do governo de Cingapura. A gestora acaba de lançar um terceiro fundo, no valor de US$ 675 milhões; sendo US$ 500 milhões captados com investidores estrangeiros, US$ 125 milhões com brasileiros e US$ 50 milhões em recursos próprios. (págs. 1 e B2)

CORREIO BRAZILIENSE

- A morte em preto-e-branco

- O motor do Fiat Tempra ainda fumegava, por volta das 7 da manhã, quando a bancária Wládia Drummond registrou as primeiras imagens, em preto-e-branco, como essa que ilustra a primeira página do Correio. Moradora da Quadra 202 Sul, ela acordou com os estrondos das batidas no Eixão. Da varanda do apartamento, em frente, viu a apreensão das pessoas que tentavam socorrer as vítimas, ainda antes da chegada dos bombeiros, e fotografou tudo. O desastre aconteceu quando o jornalista Roberto Rodrigues Rosemberg, de 45 anos, que trafegava no sentido Rodoviária/Asa Sul, perdeu o controle do Ford Focus que dirigia e invadiu a pista contrária na contramão. Ele colidiu de frente com o Tempra de um taxista, que rodopiou, bateu num Zafira e acabou atingido em cheio por uma Belina. Quatro dos cinco ocupantes do Tempra, que vinha do Gama, morreram. Entre os sete feridos, o caso mais grave é o de Rosemberg. Ele sofreu hemorragia interna e fratura nas pernas. Foi operado e está na UTI. (pág. 1, Tema do dia, págs. 33 e 34 e Visão do Correio, pág. 28)

- O Comitê de Política Monetária aumentou ontem em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic) da economia, elevando-a para o patamar de 11,75%. O ajuste do Banco Central, que contraria a posição do ministro Mantega e de empresários, consiste em medida preventiva para conter a inflação. (págs. 1 e 21)

- A Câmara dos Deputados aumentou de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil a verba de gabinete para cada um dos 513 parlamentares. Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Casa, afirma que o reajuste, destinado a apadrinhados políticos, é "insignificante" se comparado aos ganhos salariais de outros servidores. (págs. 1 e 2)

- O Tribunal de Contas da União suspendeu a liberação de R$ 30 milhões previstos para a expansão da Universidade de Brasília, que abriria mais 1,2 mil vagas ao ano. O projeto seria executado pela Finatec, fundação que gastou R$ 470 mil na decoração do apartamento ocupado por Timothy Mulholland. (págs. 1, 36 e 37)

- STJ nega corte salarial de grevistas. (págs. 1 e 24)

VALOR ECONÔMICO

- Custo de captação de banco aumenta e encarece crédito

- Antes mesmo de o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar ontem a alta de meio ponto na taxa Selic, para 11,75%, os custos de captação já estavam subindo para os bancos e elevando o juro do crédito. O dinheiro começou a ficar mais caro inicialmente por um contágio da crise internacional, que elevou as taxas dos empréstimos externos. A expansão do crédito, o novo compulsório sobre as operações de interbancário com empresas de leasing e a própria alta do juro interno acentuaram a tendência.

O Unibanco acaba de fechar um empréstimo externo, com a participação de vários bancos, de US$ 210 milhões por até cinco anos. O custo ilustra bem a situação. Desde que começou a ser negociado, em janeiro, o spread cobrado passou de 85 pontos básicos sobre a taxa interbancária de Londres (Libor) para 115 pontos, de acordo com os bancos. O Unibanco não quis confirmar os spreads pagos. De toda forma, pagou menos que o prêmio de risco do Citigroup, que ontem era de 139 pontos sobre a Libor. O JPMorgan e o Bank of America, menos afetados pela crise das hipotecas de alto risco nos EUA, pagavam 97 pontos.

No mercado interno, os grandes bancos passaram a pagar juros equivalentes a 107% do CDI para captar depósitos a prazo, muito acima dos 101% do CDI no início do ano, apesar da grande oferta de dinheiro de curto prazo. Há um excesso de R$ 270 bilhões no mercado, em boa parte originado das compras de dólares pelo Banco Central, que o próprio BC tem que, regularmente, retirar de circulação por meio de operações de curtíssimo prazo com títulos públicos. O problema é que, se os clientes preferem aplicar no curto prazo, os bancos querem captar a longo, para casar com empréstimos que estão sendo concedidos a prazos cada vez maiores.

A alta vai ganhar força com o aumento da Selic, ontem. Entre janeiro e fevereiro, as taxas do crédito ao consumo subiram, em média, 5,1 pontos percentuais. (págs. 1, C1, C2 e C4)

- A estatal Chesf e a Camargo Corrêa estão novamente juntas para disputar o leilão da segunda hidrelétrica do rio Madeira, Jirau, marcado para 12 de maio. As companhias agora negociam a entrada do maior grupo distribuidor de energia do país, a CPFL - que tem entre seus acionistas a própria Camargo Corrêa. A multinacional franco-belga Suez e a estatal Eletrosul também já se associaram. Esses dois consórcios irão disputar o empreendimento com o grupo formado por Odebrecht e as estatais Furnas e Cemig, que venceu o leilão de Santo Antônio, a primeira usina do Madeira, em dezembro do ano passado. (págs. 1 e B8)

- Graças ao câmbio favorável e ao crescimento da economia brasileira, as indústrias argentinas estão redescobrindo o Brasil. As exportações de manufaturados do sócio do Mercosul para o Brasil cresceram 32% em 2007, para US$ 6 bilhões, revela estudo elaborado pela Fiesp a pedido do Valor. Esse movimento é provocado por empresas argentinas com tradição na exportação, por novatas, multinacionais e até empresas brasileiras. A Vulcabras pretende elevar de 10% para 30% o percentual de produção da fábrica argentina direcionada ao Brasil. A empresa adquiriu a unidade em junho de 2007 e já ampliou o número de funcionários de 500 para 2 mil.

A Lenterdit, empresa argentina de médio porte, fabricante de fraldas descartáveis, vai começar a exportar em breve. Será a primeira experiência da companhia - que já vende para Uruguai, Paraguai, Chile, Panamá, Angola e Cuba - no mercado brasileiro.

É uma reversão de tendência, porque o Brasil perdia espaço nos últimos anos como destino das exportações argentinas de manufaturados. Apesar do incremento dos negócios, o clima entre os dois vizinhos ainda é de disputa. Os argentinos não concordam, por exemplo, nem em estabelecer um prazo para o livre comércio de automóveis. (págs. 1 e A16)

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaça estatizar as esmagadoras de soja se o preço do óleo no mercado interno não baixar. Morales proibiu no mês passado a exportação de óleo comestível e agora acusa as esmagadoras de estarem suspendendo a produção para não ter de baixar o preço. O governo quer reduzir o preço do óleo de soja, que chegou a 18 bolivianos, para menos de 10 (cerca de R$ 2,25). As empresas do setor - controlado pela americana ADM, pelo grupo peruano Romero e pelo Marinkovic, local - alegam prejuízo para paralisar suas linhas de produção. (págs. 1 e B16)

- A rede Young's, com 200 pubs em Londres e arredores, tomou uma decisão que pode fazer seguidores na Europa: na falta de carne bovina brasileira, preferiu retirar do menu alguns pratos com bife em vez de utilizar a carne do Reino Unido. Para Paul Jeffreys, diretor de Young's, a restrição à entrada da carne brasileira na Europa está fazendo o preço do bife atingir em cheio a conta nos restaurantes. "A carne do Brasil e da Argentina que chegou nos dois últimos anos era de excelente qualidade e barata. A britânica é boa, mas é cara demais".

Robert Metcalfe, diretor do Serviço de Informação sobre a Carne Brasileira, em Londres, vê "evidências" de que empresas que vendem refeições para o mercado corporativo pretendem fazer o mesmo. Na Holanda, um importador confirmou que a carne bovina brasileira está sendo substituída em parte pela suína européia ou cortes de ovelha da Nova Zelândia. (págs. 1 e B7)

OUTROS JORNAIS

JORNAL DO COMMERCIO

- Sport é tri

- Rubro-negro empata por 1x1 com o Central, incendeia a Ilha e Bala faz a festa no alto da trave. Veja os heróis e a história de mais uma brilhante conquista do Sport. O Náutico, que ainda sonhava, ficou no 0X0 diante do Salgueiro. (pág. 1)

- Novo teste detecta dengue em 3 minutos. (pág. 1)

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