O prefeito sumiu
Enquanto pacientes com dengue aguardavam ontem três horas por socorro em hospitais sem médicos, e doentes lotavam as tendas de campanha, o prefeito César Maia continuava escondido na internet e nas amenidades de sua agenda. Só saiu do gabinete para o Palácio da Cidade, onde recebeu vereadores e almoçou com oficiais do Exército. O JB o procurou para saber o que foi discutido, mas a resposta veio por e-mail. Maia voltou a negar a epidemia, que já matou 44 pessoas no Rio este ano: "Há um surto epidêmico em Jacarepaguá". Disse ter visitado os mesmos hospitais municipais onde ninguém o vê. Irritado, o governador Sérgio Cabral cobrou a abertura dos 100 postos de saúde do município que o prefeito insiste em manter fechados nos fins de semana. (pág. 1 e Cidade, pág. A10)
EDITORAL - Basta de omissão - Poucos males parecem hoje tão bem divididos quanto o martírio da dengue no Rio. A catástrofe se multiplicou sob os olhares complacentes das autoridades municipais, estaduais e federais. Seis meses atrás, o Ministério da Saúde percebeu que uma grave crise se instalaria se algo não fosse feito. Diante do silêncio local, pouco fez. A Secretaria de Saúde do Estado também contemplou, quieta, o avanço da doença. Mas, na prefeitura, a inércia se somou a uma espantosa negação da epidemia. Finalmente, os governos federal e estadual acordaram. Na bem-vinda união - em nome da vida e do Rio - o ministro José Gomes Temporão e o secretário Sérgio Côrtes engajaram-se, com os militares, numa força-tarefa destinada a remover a chaga que aterroriza a população. Chega a ser comovente ver o ministro correndo de um lado para o outro na tentativa de resolver o problema, e o secretário em luta para trazer, de outros Estados, médicos para a batalha. Enquanto isso, as autoridades municipais se escondem. Fugiram. O prefeito César Maia, em particular, refugiou-se num mundo virtual e delirante, em que não há dengue, nem a cidade convive com incontáveis problemas. Uma gestão que não passa de endereço eletrônico. Omissão não mais tolerada pelos cariocas. (pág. 1)
As deputadas estaduais Renata do Posto (PTB) e Jane Cozzolino (PTC) foram cassadas ontem na Assembléia Legislativa do Rio, acusadas de envolvimento no desvio do Bolsa Família. Tucalo (PSBC) e João Peixoto (PSDC) foram absolvidos. (Págs. 1 e A16)
A Polícia Federal decidiu que via retirar, à força, se preciso, cinco grandes empresários e 55 famílias de pequenos produtores de arroz, que ainda estão dentro da reserva indígena Raposa/Serra do Sul, em Roraima. A decisão não tem o apoio do Exército, interessado na ocupação daquela área de fronteira. (Págs. 1 e A3)
País quer que Lula fique mais tempo no poder, afirma Alencar
O aumento das importações provocou forte queda de 67% no superávit comercial no primeiro trimestre do ano, em comparação com os três primeiros meses do ano passado -de US$ 8,72 bilhões para US$ 2,84 bilhões. O resultado representa o pior desempenho de janeiro a março do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2003, quando o petista assumiu o Palácio do Planalto diante de grande turbulência econômica, o saldo não foi tão ruim. Na ocasião, as exportações superaram em US$ 3,8 bilhões as importações do país. O Brasil não possui déficit comercial desde o ano 2000. Se mantido o ritmo atual, os dados da balança comercial indicam que o superávit vai continuar se deteriorando ao longo do ano. Nos três primeiros meses de 2008, as exportações cresceram 14%, contra 42% das importações, aquecidas pelo crescimento mais forte da economia e o real forte. Em números, foram US$ 38,69 bilhões exportados, contra US$ 35,85 bilhões em compras. (Página 1)
O vice-presidente da República, José Alencar (PRB-MG), sugeriu ontem um terceiro mandato para Luiz Inácio Lula da Silva ao dizer que os brasileiros desejam que o presidente "fique mais tempo no poder". Em entrevista à rádio Bandeirantes, Alencar falava sobre o governo quando, de forma espontânea, sem ser questionado sobre o assunto pelo apresentador, afirmou: "O Lula tem feito muito, mas ainda falta muito por fazer. Eu digo para você, eu sou democrata. Nós não aceitamos outra coisa que não seja democracia. O Lula deseja fazer o seu sucessor. Mas eu digo para você que, se perguntarem aos brasileiros, o que os brasileiros desejam é que o Lula fique mais tempo no poder". O vice-presidente interpretou o motivo pelo qual os brasileiros teriam esse desejo. "Por quê? Porque está bem o Lula, vai bem o Lula, porque raramente nós encontramos um cidadão como ele para dirigir as coisas do Brasil, ainda que seja um homem simples. Ainda há um certo preconceito", disse. (Página 1)
Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com parlamentares da base aliada, os governistas rejeitaram requerimentos de pedido de informação sobre gastos sigilosos do Palácio do Planalto na CPI dos Cartões. A oposição reagiu, reapresentando pedido de convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), desta vez no plenário do Senado, ou convidá-la a se explicar em duas comissões. Na semana passada, os governistas impediram a convocação da ministra na CPI. Anteontem, na reunião com os líderes da base, o presidente Lula reforçou a ordem para blindar Dilma, acusada pela oposição de ser a mentora do dossiê que revelou gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também apresentou requerimento convocando Dilma na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e na CFC (Comissão de Fiscalização e Controle), caso o do plenário seja rejeitado. Sem votos para avançar nas investigações, a oposição decidiu que irá apresentar recurso ao plenário para votar nessa instância todos os requerimentos rejeitados na CPI. E ainda solicitar via presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), os dados do TCU (Tribunal de Contas da União) a respeito de informações sigilosas do Planalto. (Página 1)
Dois prédios da Câmara tiveram que ser esvaziados ontem devido a um vazamento de gás. Os trabalhos das comissões que aconteciam no anexo 2 e os trabalhos em parte do anexo 3 foram cancelados. As suspeitas são de que o vazamento tenha acontecido em um equipamento de análise química que foi instalado na manhã de ontem no departamento médico da Casa. O tipo de gás que vazou ainda não foi identificado. Segundo o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), havia risco de intoxicação e por isso as pessoas tiveram que deixar os prédios. Será feita perícia no local. A evacuação nos prédios começou após funcionários sentirem cheiro forte de enxofre. Três pessoas foram encaminhadas ao departamento médico, uma com enjôo, outra com tontura e a terceira com coceiras no corpo. O Corpo de Bombeiros colheu amostras para o Centro de Informações Toxicológicas do Distrito Federal confirmar o tipo de gás que vazou. (Página 1) (Página 1)
O Fernando Lugo que chega hoje a Brasília para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um candidato de discurso mais moderado do que aquele que tem se apresentado como um esquerdista determinado a confrontar o "imperialismo brasileiro". Em entrevista à Folha, o ex-bispo católico paraguaio, favorito nas eleições do próximo dia 20, revela cautela ao falar sobre a revisão do Tratado de Itaipu (sua campanha defende que o Brasil pague mais pela energia que compra do vizinho e sócio) e promete que não vai expropriar terras dos "brasiguaios", hipótese defendida por integrantes da megacoalizaão de 20 movimentos e partidos que lhe sustenta, a APC (sigla em espanhol para Aliança Patriótica para a Mudança). (Página 1)
Sem leitos da dengue, Rio já trata doentes no interior
A epidemia de dengue superlotou os hospitais públicos e ontem à tarde não havia mais um leito sequer para internar pacientes com a doença. A Secretaria estadual de Saúde alega que o problema é momentâneo. Acostumado a receber doentes de outros municípios, o Rio - depois de ter que importar médicos - está exportando pacientes para cidades vizinhas. Hospitais de Niterói, São Gonçalo e até de Cabo Frio estão recebendo cariocas com dengue. Três tendas de hidratação do estado não foram inauguradas por falta de médicos. A Defensoria Pública da União entrará com ação para obrigar a prefeitura a abrir os postos de saúde também nos fins de semana. O IBGE constatou aumento de 170% na produção de inseticidas domésticos (incluindo repelentes) por causa da dengue. (págs. 1, 14 a 17, 23 e editorial "Mosquito globalizado")
O presidente rompeu acordo com o Congresso e cedeu ao lobby sindical artigo a lei que garantia a fiscalização, pelo TCU, do uso que as centrais fazem do dinheiro público. Alegou que a autonomia sindical seria ferida e entregou a tarefa "a Deus". (págs. 1 e 10)
Na tentativa de evitar a alta de juros pelo Banco Central para enfrentar a crise externa e o aumento do consumo, o ministro Guido Mantega disse ontem que está disposto a fazer um esforço fiscal extra de R$ 8 bilhões. Ao todo, ficariam bloqueados R$ 20 bilhões do Orçamento. O presidente Lula reconheceu que há preocupação com a demanda e lembrou que a nova política industrial sai no dia 15. Ele comparou a crise dos EUA a uma CPI: "Todo dia aparece uma coisa, uma denúncia." (págs. 1 e 21)
Apesar do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio ter concluído que quatro deputados deveriam perder o mandato por envolvimento com a "Bolsa Fraude", apenas duas parlamentares - Jane Cozzolino (PTC) e Renata do Posto (PTB) - foram cassadas em votações secretas. Outro deputado nem sequer foi suspenso, como havia pedido o Conselho. (págs. 1 e 13)
Consultas com nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, vasectomias e colocação de DIU. Esses e dezenas de outros procedimentos passam a ser obrigatórios na cobertura dos planos de saúde. (págs. 1 e 24)
Foi fechado acordo entre Brasil e Espanha sobre a questão da imigração, dando permissão à Polícia Federal para acompanhar o controle de entrada de brasileiros no aeroporto de Madri. O Itamaraty ficou satisfeito com o resultado da reunião bilateral. (págs. 1 e 11)
A bancada governista derrubou o pedido de quebra de sigilo dos gastos da Presidência com cartões corporativos. A oposição decidiu centrar forças na convocação da ministra Dilma Rousseff. (págs. 1 e 5)
R$ 62 bi para investimentos das estatais
As estatais brasileiras contarão com R$ 62 bilhões para investir em 2008, sem serem afetadas por cortes no orçamento deste ano. O setor de petróleo e derivados ficará com a maior parcela, de R$ 49,5 bilhões. As empresas de energia elétrica devem investir R$ 6,5 bilhões, e R$ 5,9 bilhões serão destinados a infra-estrutura, bancos, correios, aeroportos e logística. O valor orçado representa um aumento de 16,5% sobre os R$ 53,2 bilhões previstos em 2007, dos quais foram gastos efetivamente R$ 39,9 bilhões. O economista e especialista em contas públicas, Raul Velloso, acredita que a decisão do governo de reduzir o superávit primário para 3,8% aumentará a margem de investimentos das estatais. "Se tiver corte, deverá ser nos gastos da União." Para o economista, nem o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deve comprometer o volume de investimento previsto para 2008. (págs. 1 e A4)
Metade dos 10 homens mais ricos do mundo listados pela revista Forbes não completou a faculdade. Para citar alguns exemplos, a lista dos bilionários e milionários sem curso superior inclui o co-fundador da Microsoft, Bill Gates, o criador da Dell, Michael Dell (foto), além de Paul Allen (Microsoft), Steve Jobs (Apple), Larry Ellison (Oracle) e de Li Ka-Shing (o homem mais rico da Ásia). Com base em trajetórias de bem-sucedidos homens de negócios que aprenderam fazendo, o Instituto do Empreendedor (Inemp) lançou o projeto Escola da Vida. A iniciativa, que tem a Gazeta Mercantil como jornal oficial, homenageará empreendedores que construíram fortunas e histórias de sucesso mesmo sem um diploma universitário. Complementando a formação acadêmica, o projeto oferecerá cursos que visam em especial o desenvolvimento do espírito empreendedor. As atividades começarão em agosto e também abordarão casos de destaque de empreendedorismo no Brasil, como os de Samuel Klein (Casas Bahia), Abraham Kasisnky (Cofap), Alair Martins (Grupo Martins), Luiz Antônio Seabra (fundador da Natura e listado pela Forbes como um dos bilionários brasileiros) e o empresário e hoje vice-presidente José Alencar (Coteminas). Inicialmente os cursos deverão ser realizados em 50 escolas, em todas as capitais e nas principais cidades brasileiras. (págs. 1 e C9)
O UBS, maior banco da Suíça, anunciou ontem que efetuará baixa contábil de US$ 19 bilhões relacionados às hipotecas de alto risco no mercado americano. O banco informou que a medida resultará em um prejuízo no primeiro trimestre de cerca de 12 bilhões de francos suíços (US$ 12 bilhões) e que buscará um aporte de capital de US$ 15 bilhões. Esta é a segunda vez que a instituição anuncia planos para captar dinheiro desde que os mercados de crédito começaram a se contrair. Apesar do otimismo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de demonstrar em público até agora, ontem ele admitiu que o Brasil pode ser afetado pela crise econômica nos EUA. Ao mesmo tempo, frisou que o deixa mais tranqüilo o fato de China, Índia e América Latina continuarem crescendo e comprando produtos brasileiros. (págs. 1 e A9 e B1)
As importações mantiveram em março a tendência de crescimento mais vigoroso do que o das vendas externas, iniciada no ano passado. O resultado foi que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,01 bilhão no mês, resultado 69,39% menor do que o verificado no mesmo período de 2007. No acumulado de 2008, o cenário é semelhante. Entre janeiro e março, o superávit totalizou US$ 2,84 bilhões, cifra que representa queda de 67,47% em relação aos três primeiros meses de 2007. Foi o pior primeiro trimestre desde 2003, quando o saldo totalizou US$ 3,8 bilhões. O governo afirma que tentará incentivar as exportações para frear a queda do saldo comercial. Não pretende dificultar as importações porque afirma que ajudam a segurar a inflação e facilitam a renovação do parque produtivo. (págs. 1 e A6)
INDÚSTRIA - Produção cai 0,5% em fevereiro, segundo IBGE. (págs. 1 e A5)
MANOEL HORACIO F. DA SILVA - Nos últimos 40 anos a indústria, a agricultura e as instituições financeiras melhoraram sua eficiência. Mas o setor público passou a consumir mais de 50% do que gastava nos últimos 20 anos. (págs. 1 e A3)
Mudança em plano de saúde vai sobrar para o consumidor
Por decisão da Agência Nacional de Saúde (ANS), as operadoras também terão que atender a partir de hoje quem precisa de psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo, além de cobrir cirurgias como vasectomia. São cerca de 100 novos procedimentos médicos para aqueles que têm planos contratados depois de 1999. Mas uma coisa é certa: essa ampliação no atendimento terá custo extra para os usuários. A dúvida é se isso ocorrerá imediatamente, como querem os planos e seguros de saúde, ou no próximo ano, como determina a ANS. Por isso, a pendenga deverá ser decidida pela Justiça, que já foi acionada pelos empresários do setor. (págs. 1 e 16)
Governo passeia na CPI, e Dilma faz visita ao Buriti - A base aliada acionou o rolo compressor e rejeitou a quebra de sigilo das contas da Presidência e outros requerimentos desfavoráveis ao governo. Alheia à crise, a ministra Dilma Rousseff vistoriou com Arruda as futuras instalações do Planalto na sede do governo local. (págs. 1 e 3 e 8)
União anuncia cortes de R$ 20 bi nas despesas - Áreas mais afetadas serão as de pessoal e de custeio, que terão controle maior nos gastos. Iniciativa visa a compensar perdas com o fim da CPMF. (págs. 1 e 15)
De olhos fechados - PF e Abin têm mais verba, mas não investigam dossiê. (págs. 1 e 2)
Desta vez, foi gás que vazou da Câmara - Substância desconhecida se espalhou por dois anexos e três pessoas foram intoxicadas. Outras mil não puderam trabalhar. (págs. 1 e 28)
BB planeja participar do capital de empresas rurais
O Banco do Brasil prepara importantes alterações em sua atuação no setor rural e pretende participar do capital de empresas do agronegócio. A idéia é realizar operações de risco compartilhado com pessoas jurídicas, agentes financeiros e fundos de investimento. "Isso poderá ocorrer via crédito, fundos de private equity ou mesmo por meio da participação direta no capital de boas empresas analisadas pelo banco", disse ao Valor José Carlos Vaz, diretor de Agronegócio do BB. Maior financiador do setor rural no país, com um terço de suas operações nessa área, o BB tem observado crescente interesse de grandes produtores em criar empresas, sobretudo em Mato Grosso, planejando futura abertura de capital, como forma de atrair recursos de fundos privados ou de investidores diretos. Do lado do investidor também há grande interesse no agronegócio. "Os investidores precisam de avaliação de riscos, estruturação e intermediação, e até participação nos riscos das operações", disse Vaz. O Grupo Vanguarda, dono de 220 mil hectares e 180 mil cabeças de gado na região de Nova Mutum (MT), negocia com bancos de investimento a participação em seu capital. O Vanguarda faturou R$ 365 milhões em 2007. "É uma tendência natural dos bancos e dos produtores", observa o produtor Otaviano Pivetta. Outro grande produtor em Mato Grosso, o goiano Orcival Guimarães, dono de 32 mil hectares de soja, milho e algodão e 86 mil cabeças de gado na região de Lucas do Rio Verde e Sorriso, segue a mesma trilha. "Estamos testando uma empresa. Temos idéia de ter algo mais profissional para baixar o custo do dinheiro. Já tivemos conversas com Credit Suisse e UBS Pactual, mas ainda são preliminares", diz. Na nova estratégia do BB, estão ainda medidas como oferecer garantias parciais na emissão de Cédulas do Produto Rural (CPRs), usadas para levantar recursos de custeio das safras, ou de Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs), emitidos por cooperativas e agroindústrias. Nesses casos, o banco estuda fazer a análise de risco e consistência dos títulos, além de buscar potenciais investidores. "O compartilhamento de risco pode ser um caminho para o banco, que já corre riscos sozinho em sua carteira de crédito rural", diz o diretor José Carlos Vaz. (págs. 1 e B16)
Ao defender um corte de R$ 20 bilhões no orçamento da União deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pretende dar um recado aos mercados: o governo não vai negligenciar na questão fiscal neste momento em que há fortes indicações de aquecimento da demanda, que pode trazer pressões inflacionárias. Ele acha que esse aceno poderia ajudar o Banco Central na sua tarefa de manter a inflação na meta de 4,5% (com 2 pontos percentuais de margem de tolerância para cima ou para baixo), sem ter que subir os juros básicos, hoje em 11,25% ao ano. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, contudo, levou à reunião da Junta Orçamentária, ontem, cálculos de seus técnicos que indicam a necessidade de cortar menos, cerca R$ 14 bilhões, para garantir o cumprimento da meta fiscal. Após mais de uma hora de reunião, com a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, não foi possível um acordo e a decisão será do presidente Lula. Por trás da discussão fiscal está o temor de Mantega de que, se elevar a Selic, o BC estará criando o pior dos mundos: ao ampliar o diferencial entre juros internos e externos, o BC atrairá mais dólares para o país, valorizará ainda mais o real, com conseqüente aumento das importações, que já crescem de forma acelerada, e redução das exportações, piorando muito as contas externas. (págs. 1 e A4)
A indústria encerrou o primeiro trimestre do ano mantendo o ritmo forte de crescimento observado, pelos dados do IBGE, em janeiro e fevereiro. Na cadeia automotiva, a produção de janeiro a março oscila de 20% a mais de 30% - do aço ao automóvel -, enquanto fabricantes de bens semiduráveis informam vendas 10% a 15% maiores em igual período. Os relatos das empresas referentes a março - e os dados oficiais de fevereiro - sugerem que parte da indústria parou de acelerar seu ritmo de produção, que estacionou em níveis bastante elevados. A produção de automóveis e de bens de capital se mantém como o motor do crescimento de 2008. (págs. 1 e A3)
Empresários que não repassam ao INSS contribuições previdenciárias recolhidas dos funcionários podem deixar de responder a processos por crime de apropriação indébita. A possibilidade surgiu com uma decisão do pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) em março. Ao confirmar uma decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, a corte abriu um precedente quando entendeu que, para que o empresário seja responsabilizado criminalmente, será preciso comprovar o uso da contribuição não-recolhida em proveito próprio, e não que deixou de repassá-la por dificuldades financeiras da empresa. Não há obrigatoriedade de os juízes seguirem a decisão do STF, mas ela será usada como argumento por advogados criminalistas. (págs. 1 e E1)
A Vale vai investir US$ 7 bilhões até 2012 para expandir ferrovia e criar um novo porto para escoar a crescente produção de minério de ferro em Carajás, no Pará. Serão aplicados US$ 4 bilhões na ampliação da capacidade da Estrada de Ferro Carajás (EFC), incluindo a compra de vagões e locomotivas, e US$ 3 bilhões para o porto em Ponta da Madeira, na ilha de São Luís, no Maranhão, por onde a companhia escoa o minério da região destinado à exportação. A execução do projeto do novo terminal portuário fará com que Ponta da Madeira atinja, em cinco anos, capacidade de movimentar 230 milhões de toneladas de minério de ferro por ano - hoje ela está em 100 milhões de toneladas. O investimento de US$ 3 bilhões no novo porto ainda depende de aprovação final do conselho de administração da Vale e das licenças ambientais. Investimentos totais de US$ 10 bilhões serão feitos para desenvolver Carajás Serra Sul, o maior projeto "greenfield" da empresa e o maior do mundo para produção de minério de ferro. Serra Sul terá capacidade de produção de 90 milhões de toneladas por ano, a partir de 2012. (págs. 1 e B7)
Está praticamente pronta a redefinição das participações dos acionistas que ficarão e as condições para os que deixarão o bloco de controle depois que a Oi comprar a Brasil Telecom. Ainda faltam, porém, 18 contratos necessários para sustentar a operação e a reestruturação societária da Oi. A missão atual do exército de advogados que representam todos os acionistas das duas empresas é equalizar interesses para que um acordo prévio seja assinado, nos termos do entendimento concluído na quinta-feira. Depois disso, e antes do contrato definitivo, ainda será necessário desarmar todo o arsenal jurídico montado nas disputas dos fundos de pensão e Citigroup contra o Opportunity. A dificuldade é que existem cerca de 40 ações em várias instâncias, espalhadas geograficamente em tribunais do Brasil e do exterior. (págs. 1 e B1)
O presidente Lula fez ontem o discurso mais cauteloso desde que a crise americana começou, dizendo que todos que têm juízo e bom senso deve estar preocupados com a situação nos EUA. (págs. 1 e A4)
Lula veta prestação de conta de entidades sindicais ao TCU. (págs. 1 e A7)
O Índice Bovespa fechou em alta de 2,96%, com a impressão geral de que o pior da crise americana passou e que os anúncios de prejuízos de bancos podem estar acabando. O que agora é o Copom. (págs. 1 e D2)
Sem ACM, eleição em Salvador testa aliança do petista Jaques Wagner com Geddel, do PMDB. (págs. 1 e A16)
As exportações caíram em março frente ao mesmo mês de 2007. Esse recuo, aliado à aceleração das importações, resultou em um superávit comercial de US$ 1,012 bilhões (págs. 1 e A2)
David Kupfer: economia está em momento chave, para consolidar expansão ou ver mais um 'vôo' da galinha. (págs. 1 e A15)
Rosângela Bittar: Lula pode transferir prestígio a candidato do PT. (págs. 1 e A6)
Martin Wolf: a hiperatividade financeira do setor privado terminará em dor para o setor público. (págs. 1 e A15)
Cristiano Romero: meta de câmbio, o novo debate no governo. (págs. 1 e A2)
Samu demite agente por saque
Flagrados pelo Estado de Minas no saque de uma carga de salsichas, almôndegas e outros embutidos, quando participavam do socorro a vítimas de um acidente, segunda-feira, um funcionário do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e um policial civil não exercem mais suas funções. O desastre, no qual duas pessoas morreram, ocorreu na BR-381, em Caeté, na Grande BH. A Secretaria Municipal de Saúde de BH, responsável pelas equipes de resgate do Samu, demitiu ontem o agente fotografado levando caixas de congelados para a ambulância. O policial, que guardou produtos na cabine do rabecão, foi afastado do cargo pela Polícia Civil e responderá a sindicância administrativa, aberta para apurar desvio de conduta. Os dois órgãos não divulgaram a identidade dos envolvidos. De acordo com a secretaria, o demitido era motorista da ambulância e pertence aos quadros de uma empresa prestadora de serviços. Já o policial é lotado na Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV). A Ouvidoria de Polícia de MG acompanhará a investigação. (págs. 1 e 21)
Para zerar em 15 anos o déficit de 8 milhões de moradias no Brasil, o setor da construção civil apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva proposta de aplicação de 2% da arrecadação de impostos e contribuições em obras de habitação de interesse social. Pelo plano, seriam investidos anualmente R$ 17 bilhões no setor. (págs. 1 e 14)
CPI dos Cartões - Governo volta a barrar a convocação de Dilma. (págs. 1, 3 e 4)
A Polícia Federal estourou um esquema de fraude do seguro-desemprego, com desvio estimado em R$ 18 milhões nos últimos cinco anos, em Uberlândia, no Triângulo. Foram presas sete pessoas, entre as quais dois funcionários do Ministério do Trabalho. (págs. 1 e 25)
DENGUE - Mutirão contra surto na capital - A Prefeitura de Belo Horizonte convoca mutirão de limpeza, hoje, na Região Nordeste, a mais atingida. No Grajaú, Região Oeste, piscina abandonada pode virar criadouro de mosquito. Dono do imóvel diz criar peixes nela. (págs. 1 e 22)
JORNAL DO COMMERCIO
Plano de saúde antigo fora das novas regras
Começam a vigorar, hoje, as cem novas coberturas para 33 milhões de brasileiros com contratos assinados a partir de 1999. Para os demais 13 milhões de usuários, segundo a defesa do consumidor, acesso aos benefícios só virá através da Justiça. (página 1)
Acordo reduz crise diplomática entre Brasil e Espanha. (Página 1)
Governo pressionado a tomar posição sobre assessor da SDS. (Página 1)
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