- Eleições no Paraguai discutem o Brasil
- Se o Brasil falasse espanhol, o Paraguai seria sua colônia. A ilustração sintetiza o discurso do povo e de políticos paraguaios que a uma semana das eleições presidenciais - consideradas históricas pela expectativa da queda do Partido Colorado depois de 60 anos no poder - insistem em inserir o Brasil no núcleo da campanha eleitoral, principalmente devido ao Tratado de Itaipu. (pág. 1 e Internacional, pág. A26)
- Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, homem forte do governo Fernando Henrique, considera que o Banco Central aumentará a taxa básica de juros quarta-feira, como forma de impedir a inflação. "Claramente, vai aumentar. Deverá ser um aumento até mais agressivo do que se operava", comenta. (pág. 1, Economia, págs. E1 e E2 e Editorial, pág. A10)
- Preços de alimentos sobem até 168% em SP
- Ante inflação de 4,29% em 12 meses, alta média no setor chega a 11,24%. (págs. 1 e B1)
- Um dia após afirmar que uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos não traria "transtorno à economia brasileira", o presidente Lula negou que tenha dado aval à elevação da taxa Selic pelo Banco Central. Na República Tcheca, Lula chamou de "louco" quem acha que ele autorizou a subida da taxa, hoje em 11,25% ao ano. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do BC vai deliberar sobre os juros. A expectativa é que a Selic será elevada, por temores de inflação. (págs. 1 e A16)
- Oposição ao Planalto perde espaço em áreas metropolitanas. (págs. 1 e A4)
- CPI investiga mais de 100 autoridades ligadas a ONGs
- Senadores suspeitam de entidades com acesso privilegiado ao dinheiro público. (págs. 1 e A4)
- Pelo menos 300 prefeituras de todo o País adotam nas escolas apostilas vendidas por redes particulares, informam Renata Cafardo e Sione Iwasso. São 690 mil alunos de colégios públicos usando apostilas, ao custo anual de R$ 100 milhões. Polêmica, a iniciativa dá bons resultados nas avaliações do MEC. Além de fornecer apostilas, as redes particulares orientam professores. (págs. 1, A30 e A34)
- O crescimento do crédito ao consumidor fez aumentar de seis para nove o número médio de meses de trabalho para pagar empréstimos. Para analistas, nem é necessário subir os juros para arrefecer a economia, porque o descompasso entre crédito e renda vai funcionar como um freio no consumo, informa Márcia de Chiara. Esta semana o Banco Central faz reunião para decidir sobre alteração nos juros. (págs. 1 e B1)
- Juros altos atraem máfias estrangeiras para o Brasil
- Interpol procura no país 50 criminosos de organizações transnacionais. (págs. 1, 3 e 4)
- A União já gastou R$ 2,5 bilhões no pagamento de indenizações a perseguidos pela ditadura. Enquanto alguns ganham reparações milionárias, a viúva de Manuel Fiel Filho, operário torturado e morto num quartel de São Paulo, recebe R$ 900 por mês. (págs. 1, 16 e 17)
- Mais de 410 mil crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam ocupados no serviço doméstico no país em 2006. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o crescimento do país estimula esse trabalho. (págs. 1 e 33)
BC deve subir Selic depois de quase 3 anos
-O discurso duro do Banco Central nas últimas atas da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) deu resultado. Além de conduzir a expectativa do mercado para a certeza de ajuste na taxa de básica de juros - 17de 19 instituições ouvidas pela Gazeta Mercantil crêem na alta de 0,25 ponto percentual da Selic para 11,5% na próxima semana-, elevou os juros ao consumidor. É um efeito da antecipação da alta pelos bancos. A taxa média sobe há três meses e está em 7,28% ao mês.
Boa parte dos analistas acredita que a Selic subirá mais por conta do discurso do BC que por necessidades do quadro econômico. Alex Agostini, economista da Austin Rating, é voz dissonante. "O discurso do BC já deu resultado. Ele vai evitar o ônus de elevar a Selic, até porque tecnicamente não é necessário." A Selic não sobe há quase três anos e, caso suba, se distanciará ainda mais dos padrões internacionais. Ontem,o BC europeu manteve o juro em 4% ao ano.(págs. 1 e B1)
-Diante da escalada dos preços das commodities, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) alertaram ontem para os perigos da alta das cotações da redução nos estoques. O recado foi claro: a inflação pode estar de volta. O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, reagiu às acusações de que a instituição tem parcela de culpa pela crise iniciada nos Estados Unidos e que já se espalha para outros países. E ressaltou que os relatórios divulgados pela organização no ano passado já descreviam os riscos existentes no mercado americano de crédito imobiliário de alto risco. Para o mega investidor George Soros os órgãos reguladores dos EUA "não fizeram seu trabalho" em relação à crise das hipotecas de alto risco. "Esta crise foi criada pelo homem e resulta da falsa crença de que os mercados corrigem seus próprios excessos", disse. (págs. 1, A12 e B2)
-O Brasil é o país com o maior prazo para obtenção de registro de marcas e patentes numa comparação com Espanha, Portugal, Argentina, Chile, Peru Colômbia, Venezuela e México, mostra levantamento feito a pedido da Gazeta Mercantil pelo escritório especializado em propriedade intelectual Clarke, Modet & Cº.
A pesquisa foi realizada pela sede do escritório e suas filiais. Uma das conclusões do estudo é de que no Brasil leva até oito anos para ser concedida uma patente, enquanto na Espanha a demora é de até três anos, podendo ser de dois anos quando se requer urgência.
Especialistas em propriedade industrial confirmam os dados ao criticar a lentidão dos procedimentos no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Mas para o presidente do órgão, Jorge Ávila, o resultado do levantamento "é um quadro superado, em processo de transformação". Ávila promete que em 2009 estará em uso o depósito eletrônico de patentes. O objetivo é conceder patentes em até 4,5 anos. (págs. 1 e 10)
-O Brasil enfrentará uma carência de 44,4 mil especialistas em gerenciamento e segurança de redes, soluções sem fio e telefonia IP - 30% do necessário - em 2010. Segundo um estudo realizado pelo ICD Latin America, divisão do International Data Corporation, em 2007 o País contabilizou 29,2 mil profissionais a menos que a demanda. A pesquisa, realizada em sete nações latino-americanas, mostrou que o Brasil é o país onde há maior dificuldade em encontrar candidatos tecnicamente capacitados. (págs. 1 e C9)
-Transposição- O ministro Geddel Vieira Lima controla o principal projeto do governo Lula (págs. 1 e A8)
-O preço-teto da energia de Jirau, a segunda usina do rio Madeira, a ser leiloada em 12 de maio, ficou em R$ 91/MWh, apontou o edital. E a Eletronuclear disse que a falta de aço poderá atrasar o programa nuclear.(págs. 1, C3 e C4)
-A perspectiva de um mercado promissor para o leite fez com que, em apenas seis meses, mais de R$2,3 bilhões fossem investidos por indústrias para aquisições de empresas no setor. (págs. 1 e C6)
-A procura por planos de previdência privada inflam o patrimônio das empresas que o oferecem o produto.Só a Brasilprev acumula quase R$ 18 bilhões, cerca de 11% mais que em dezembro de 2007. (pág. 1)
-Opinião- Reinhold Stephanes - Os ministérios da Agricultura,Fazenda e Desenvolvimento Agrário, além do Banco do Brasil e BNDES, buscam solução para a dívida rural. (págs. 1 e C6)
- Vice-reitor da UnB também pede pra sair
- Edgar Mamya, que ocupava interinamente o cargo de Timothy Mulholland, comunica a exoneração ao ministro da Educação. Alunos da universidade recebem adesão de estudantes de outros estados. (págs. 1, 35 a 37)
- CPI faz levantamento e mostra que 20 servidores sacaram, juntos, R$ 2,5 milhões com o cartão corporativo. Informações serão cruzadas com prestação de contas dos funcionários para descobrir eventuais transações suspeitas. (págs. 1 e 8)
- Pesquisa revela que concentração do dinheiro arrecadado pelos cartórios fica no Rio e em São Paulo. Conselho Nacional de Justiça pode promover uma redistribuição no setor. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. 2 e 3)
Déficit do petróleo pesa na balança e pode ir a US$ 8 bi
-O déficit da balança comercial de petróleo e derivados (inclusive gás natural e hulha) continua a crescer e pode atingir US$ 8 bilhões este ano. Uma combinação de fatores contribui para as previsões pessimistas: estagnação da produção nacional de petróleo, aquecimento da demanda com o bom desempenho da economia e aumento do consumo de óleo diesel e gás natural após a entrada em funcionamento das usinas termelétricas.
Os dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que o resultado negativo do ano passado, de US$ 5,68 bilhões, já foi 80% maior do que em 2006. Em 2007, o país importou US$ 3,5 bilhões em gás natural e hulha. O Brasil praticamente não exporta esses combustíveis.
Entre 2003 e 2007, as exportações de petróleo e derivados subiram impressionantes 180%, de US$ 5,7 bilhões para US$ 16 bilhões, conforme a Secex. Só que as importações ganharam fôlego com o crescimento da economia e triplicaram. Em 2003, o Brasil importava US$ 7,4 bilhões em petróleo, derivados, gás natural e hulha. Em 2006, esse valor saltou para US$ 21,8 bilhões. "O petróleo ainda representa quase 20% das importações", diz Fábio Silveira, economista da RC.
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), avalia que a conta petróleo está "muito deficitária", porque "a produção brasileira praticamente não cresceu" em 2007, após um período de forte expansão. Ele explica que o atraso na entrega de novas plataformas e paradas de manutenção prejudicaram os planos da Petrobras.
Segundo a ANP, a produção brasileira de petróleo aumentou só 1,3% entre 2006 e 2007, para 1,832 milhão de barris/dia. Os números da Petrobras - maiores que os da ANP - indicam que a produção ficou abaixo da meta prevista pela estatal. No primeiro bimestre, a produção ficou em 1,944 milhão de barris/dia, 5% abaixo da meta para o período, segundo dados da empresa compiladas pelo CBIE.
Para o departamento de economia do Bradesco, o déficit chegou a US$ 8 bilhões nos 12 meses encerrados em março. Só no primeiro trimestre foi de US$ 3,1 bilhões. Se este desempenho se mantiver, a previsão do banco para o superávit comercial do país em 2008 cairá de US$ 27,5 bilhões para US$ 25,5 bilhões. (págs. 1 e C3)
-Três projetos aprovados pelo Senado na noite de quarta-feira causaram um grande desconforto no governo: o que extingue o fator previdenciário, alterando o cálculo dos benefícios da Previdência; o que estende aos aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo o mesmo reajuste concedido ao mínimo; e o que regulamenta a Emenda 29, que pode levar à suplementação de R$ 7,5 bilhões no orçamento da Saúde. Governistas articulam a derrubada dos projetos na Câmara. (págs. 1 e A7)
-O leilão da segunda hidrelétrica do rio Madeira, Jirau, será realizado em 12 de maio com preço-teto definido em R$ 91 reais por megawatt-hora. Ficará com a obra o consórcio que oferecer a menor tarifa. O valor desagradou ao mercado, que esperava algo próximo a R$ 122, preço-teto fixado para a primeira usina, Santo Antônio, arrematada pelo consórcio liderado por Odebrecht e Furnas, que ofereceu R$ 78,87. A Abrace, que reúne os grandes consumidores industriais, classificou o preço como "artificialmente baixo". Já o economista Adriano Pires disse que o valor inviabiliza um grande deságio e reduz a competição. Nenhuma empresa que participou do leilão de Santo Antônio comentou o preço de Jirau. (págs. 1 e B8)
-Com a aceleração dos investimentos e o aumento de 60% no número de funcionários, a Petrobras não cabe mais em si mesma: falta espaço. A empresa corre agora para conseguir prédios para abrigar seus funcionários das unidades de Macaé (RJ) e Vitória (ES). Avalia a possibilidade de construir ou alugar um imóvel maior em Santos (SP), onde já tem dois prédios alugados para atender a Unidade da Bacia de Santos, e Caraguatatuba (SP) também vai ganhar uma unidade. A
Petrobras tem hoje 55,3 mil empregados contratados pela holding, 21,7 mil a mais do que em 2001. Desse total, 35 mil estão na Região Sudeste, 80% deles no Rio. É no Rio que a falta de espaço é maior. Os funcionários estão distribuídos por 12 edifícios entre o centro e o bairro da Tijuca, na zona norte, onde trabalham 30,7 mil pessoas. (págs. 1 e D6)
-Um projeto de telefonia popular no interior do Ceará atraiu o interesse do Banco Mundial, que pretende estudar a experiência para levá-la a outros países. A International Finance Corporation (IFC), agência de fomento do banco, fez um empréstimo de US$ 3 milhões à Local Telecom, operadora cujo foco são os clientes de baixa renda. A empresa, criada em 2005 por investidores canadenses, está presente em quatro municípios - a principal operação fica em Quixadá - e vai usar o dinheiro para levar seu sistema de telefonia sem fio a outras 11 cidades até o fim do próximo ano. "Queremos aprender com esse projeto e se ele for bem-sucedido, como acreditamos que será, queremos replicá-lo em vários outros países emergentes", afirma Andrés Millán, da IFC. Ele acredita que o modelo poderá ser implementado em países da América Latina, África e Ásia. (pág. 1)
- O movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros aumentou 3,67% no primeiro bimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2007. Nos últimos quatro anos, o crescimento é de 50%, chegando a 18,7 milhões de pessoas. (pág. 1)
-"Agora somos todos keynesianos". A frase - dita pelo monetarista Milton Friedman em 1965 e pelo ex-presidente americano Richard Nixon em 1971 - está de volta à ordem do dia. Afinal, o livre e desregulamentado mercado dá sinais de fraqueza e tem pedido cada vez mais a ajuda do Estado. A necessidade de maior regulamentação no sistema financeiro e de ampliação dos gastos públicos passou a ser defendida pelas mais díspares personalidades, como o presidente americano, George W. Bush, e o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. A inadimplência nas hipotecas americanas gerou uma crise de solvência entre os bancos dos países ricos e muitos já foram socorridos por governos de correntes políticas diversas. "É o jeito certo de salvar o sistema do colapso", diz Paul Davidson, renomado keynesiano americano. Davidson virá ao Brasil participar de encontro que irá fundar a Associação Keynesiana Brasileira. Entre os convidados, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Há atualmente no governo Lula economistas pós-keynesianos e desenvolvimentistas no Ipea, na Fazenda, na Casa Civil e nas representações no FMI, BID e Banco Mundial. (pág. 1)
- A indústria da construção civil continua crescendo de forma acelerada neste início de 2008 e dá sinais de que novos recordes históricos serão quebrados neste ano. Dados divulgados pelas organizações setoriais da indústria e por algumas das principais empresas do setor mostram que a demanda, que já vem aquecida desde o ano passado, não está arrefecendo, mesmo com o aumento de alguns insumos. (pág.1)
- Diante dos preços persistentemente atraentes e do novo ajuste para cima nas previsões oficiais para a produção de grãos nesta safra, que já está em fase final de colheita, o Ministério da Agricultura voltou a elevar sua projeção para a renda agrícola ("da porteira para dentro") das 20 principais lavouras do país em 2008. (pág.1)
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