19 junho 2007

IGUALDADE PARA OS DESIGUAIS

Todos são iguais perante a Lei (Art. 5º da Constituição Brasileira).

Será que este Artigo da Constituição foi escrito para nós, brasileiros, ou é para servir apenas de mais uma utopia criada com o objetivo de impor igualdade para os desiguais? Porque é assim que entendemos sua aplicação.

Enquanto vemos uma classe privilegiada ocupar cargos de Deputados, Senadores, Governadores e até integrantes do Judiciário, cometendo crimes dos mais variados, e quando são pegos inventam as mais esfarrapadas desculpas que estão mais para conto da carochinha do que para a verdade, e diante do corporativismo existente e do fato que o julgamento cabe a estes mesmos, o resultado é um só: impunidade absoluta.

Enquanto do outro lado, temos a igualdade dos que podemos chamar de desiguais, que são trabalhadores, pais de famílias, pagadores de impostos, mas sem direito à saúde digna, educação, segurança e lazer. Para estes, que são os maiores responsáveis pela grandeza da nação, a Lei é aplicada, e em muitos casos com severidade. E para distanciar ainda mais as diferenças entre os iguais e desiguais, citamos alguns exemplos recentes: por seis votos a cinco os Ministros do STF estabeleceram que a Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada a detentores de cargos em primeiro escalão, outro exemplo é o que os partidos governistas querem mudar na legislação eleitoral, que estabelece a lista fechada, ou seja, não iremos mais votar no candidato a deputado, mas sim numa lista determinada pelo Partido. Perguntamos: onde há nisto democracia, cadê o direito de escolha? Sem contar que em nosso entendimento abre-se uma grande brecha que beneficia aqueles que têm maiores condições econômicas, até para comprar uma vaga de deputado. Tudo isto e muito mais, está acontecendo de forma lenta e sutil, e justamente por aqueles que mais lutaram contra as injustiças e falta de liberdade em nosso país.

Mas até quando iremos assistir a tudo passivamente, quando iremos acordar do sono da indiferença a tudo que está acontecendo? Brigamos, protestamos quando somos feridos em nossos direitos individuais, mas não percebemos quando somos feridos nos direitos coletivos, que a médio e longo prazo pode significar prejuízo ainda maior.

A sociedade que queremos depende de cada um de nós, principalmente quando a assunto é coletivo.

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