VALDO CRUZ 
 Análise recente de empresários sobre preferências para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010: apesar de o governo petista ter se revelado uma surpresa agradável, pragmático e conservador, a avaliação é que o ideal seria um tucano vencer a próxima eleição presidencial.
Motivo: o atual governo não vai  tocar as reformas que o empresariado julga serem essenciais para o  país deslanchar de vez, crescendo a  taxas superiores a 5%. São elas: a  trabalhista e a previdenciária, podendo entrar nessa lista muito provavelmente a tributária.
Um sucessor bancado pelo presidente Lula também não abraçaria  uma agenda rejeitada pelo próprio  criador. Pelo menos não teria muito  apetite, podendo ser pressionado a  caminhar nessa direção, mas não  promovendo mudanças reais nessas áreas.
Daí que um tucano é visto como  uma boa opção de alternância de  poder. Tanto José Serra como Aécio Neves são considerados hoje governantes mais comprometidos  com esse tipo de reforma.
Essa preferência tucana por boa  parte do empresariado não é novidade. Foi assim em 2002, repetiu-se em 2006, mas não elegeu nem  Serra nem Geraldo Alckmin no embate com Lula. Só que, agora, não  haverá um Lula. Esse seria o diferencial da próxima eleição, tornando a sucessão mais competitiva.
Esse eterno namoro com os tucanos poderia até ser rompido na hipótese, hoje não mais viável, de que  Antonio Palocci fosse o candidato  de Lula. Apenas ele, no mundo petista, despertaria no empresariado  a confiança de que as reformas seriam uma prioridade.
Lula acalentava o sonho de fazê-lo seu sucessor. Ficou sem nomes  fortes. Os apressados, porém, podem se dar mal. Se o país crescer  acima de 4% daqui até a eleição, Lula pode ser o grande eleitor de 2010.  Não por outra razão Serra e Aécio  estão num amor só com o petista.  Aliado ele não será, mas se não for  inimigo já está bom demais.
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