25 outubro 2007

SUPERDOTADO


Do Blog de Gilberto Dimenstein:

Será que seu filho é um superdotado? O que é um superdotado? E uma criança prodígio? E um gênio? Há alguma explicação científica para o fato de algumas pessoas serem superdotadas? Veja essas respostas e também dados sobre a vulnerabilidade juvenil, segmento da sociedade em que também pode se encontrar jovens com altas habilidades.

Classificação de Superdotação, segundo o Conselho Brasileiro para Superdotação:

Precoce: a criança que apresenta alguma habilidade específica prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento, seja na música, na matemática, na linguagem ou na leitura.

“Criança prodígio”: para sugerir algo extremo, raro e único, fora do curso normal da natureza. Um exemplo seria Wolfgang Amadeus Mozart, que começou a tocar piano aos três anos de idade. Aos quatro anos, sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez, e aos sete já compunha regularmente e se apresentava nos principais salões da Europa.

Gênios: Mozart, assim como Einstein, Gandhi, Freud e Portinari, entre outros mestres, são ainda exemplos de gênios, termo este reservado para aqueles que deram contribuições extraordinárias à humanidade. São aqueles raros indivíduos que, até entre os extraordinários, se destacam e deixam sua marca na história.

Superdotação ou altas habilidades: As habilidades apresentadas pelas pessoas aqui citadas, tenham sido elas precoces, prodígios ou gênios podem ser enquadradas em um termo mais amplo, que é a superdotação ou altas habilidades.

O superdotado/talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que, quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas:

  • Acadêmica: tira boas notas em algumas matérias na escola – não necessariamente em todas – tem facilidade com as abstrações, compreensão rápida das coisas, demonstra facilidade em memorizar etc.
  • Criativa: é curioso, imaginativo, gosta de brincar com idéias, tem respostas bem humoradas e diferentes do usual.
  • Liderança: é cooperativo, gosta de liderar os que estão a seu redor, é sociável e prefere não estar só.
  • Artística: habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humores através da arte, dança, teatro ou música.
  • Psicomotora: Habilidade em esportes e atividades que requeiram o uso do corpo ou parte dele; boa coordenação psicomotora.
  • Motivação: torna-se totalmente envolvido pela atividade do seu interesse, resiste à interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça para atingir a perfeição, e necessita pequena motivação externa para completar um trabalho percebido como estimulante.

Comportamentos específicos de altas habilidades

Características Comportamentais Gerais:

• Muitos aprendem a ler mais cedo do que as crianças de sua idade, apresentando uma melhor compreencão das nuances da linguagem... é frequente que leiam com maior rapidez, mais intensidade e apresentam vocabulários amplos.

• Geralmente aprendem habilidades básicas melhor mais rapidamente, e com menor número de exercícios práticos.

• Frequentemente são capazes de identificar e interpretar dicas não verbais, elaborando interferências que outras crianças dependem de adultos para fazer.

• Têm menor aceitação de “verdades prontas”, buscando “os comos” e os “por ques”;• Apresentam melhor habilidades de trabalho independente, mais cedo e por períodos de tempo mais longos que outras crianças.

• Podem manter períodos de concentração e atenção longos do que seus.

• Seus interesses são, frequentemente, tanto amplamente ecléticos como intensamente focalizados.

• Frequentemente apresentam energia interminável, que as vezes conduz a um diagnóstico errôneo de “hiperatividade”’.

• São geralmente capazes de responder e de se relacionar bem com os pais, professores e outros adultos. Eles podem preferir a companhia de crianças mais velhas e de adultos. Ao invés da companhia de seus colegas da mesma idade.

• Eles são sempre motivados a examinar aquilo que é bem comum, sendo altamente inquisitivos (fazem muitas perguntas, buscando compreensão do fenômeno).


Situação de vulnerabilidade dos jovens brasileiros

* Há cerca de 60 milhões de crianças e adolescentes no Brasil, correspondendo 33% da população geral (IBGE/PNAD, 2004).

* 90% das crianças brasileiras até 3 anos não freqüentam creche e, dos 4 aos 6 anos, apenas 55% estão na pré-escola (Unicef, 2006)

* 932 municípios identificados como territórios de exploração sexual de crianças e adolescentes (UnB, 2004).

* Há 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a 14 anos em trabalho infantil (IBGE/PNAD, 2004)

* 70% das mortes entre 10 a 19 anos são por violência, prevalecendo 34% de homicídios, num total de 8.045 óbitos em 2004 (Unicef, 2006)

* a estimativa de 120 mil crianças e adolescentes abrigados (MDS, 2006), sendo 24% por motivo de pobreza 20% com mais de 6 anos de abrigagem (IPEA, 2004).
Adolescentes internos no Sistema Febem, dados SEDH/IPEA, 2002

* 80% dos internos têm renda familiar inferior a dois salários mínimos

* 51% não freqüentavam a escola

* 49% não trabalhavam

* Mais de 60% negros

* 90% homens e 10% mulheres

* A estimativa é de 60 mil adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas, com 15 mil na internação e 45 mil em meio aberto (SEDH, 2006)

* Crescimento de 363% no ingresso de adolescentes em internação entre 1996 a 2006

* Déficit de cerca de 3 mil vagas no sistema socioeducativo

* Mais de 600 adolescentes cumprindo medidas socioeducativas em cadeias
públicas

*60% das capitais não têm programas municipais em meio aberto




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Já havíamos falado disso anteriormente. Como a questão é importante, volto a falar.
Famílias: prestemos atenção em nossas crianças e em nossos jovens. Estejamos atentos às suas necessidades e sensíveis aos seus apelos.

A escola educa. A família ensina. Taí, uma grande diferença.

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