Temporão: médico não dar recibo é "tendência cada vez menor"
Num café da manhã no hospital Sírio Libanês com estrelas da medicina paulista, o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, endossou as declarações do cardiologista Adib Jatene, de que a CPMF é combatida por empresários por ser um tributo que "não dá para sonegar". Ele falou à coluna:
FOLHA - A classe médica também tem certa fama de sonegar impostos, porque muitos profissionais não emitem recibo de suas consultas.
TEMPORÃO - Estou aqui entre médicos. Tenho certeza de que a maioria dos que aqui estão são pessoas da elite da medicina brasileira, que prestam grande serviço à população e apóiam o governo nessa cruzada pela CPMF, com certeza. Estou otimista.
FOLHA - Mas conhece algum médico que não emite recibo?
TEMPORÃO - Olha, eu, como sou uma pessoa muito saudável, não uso serviços médicos. Diz-se que os médicos [não emitem recibo], mas essa é uma tendência cada vez menor, porque a maioria deles já se estruturou em pessoa jurídica. O médico que vive da prática liberal, que vende seu serviço diretamente ao consumidor, é uma categoria em extinção no Brasil.
TEMPORÃO - Olha, acho que o Paulo Skaf está equivocado no conteúdo e no estilo. Está olhando para São Paulo, para os seus interesses, eu diria, políticos, né, e está deixando de ver essa questão mais ampla. Os ricos pagam pouco imposto. O Brasil é um dos países mais injustos do mundo em relação à tributação sobre a herança e a renda. Outro dado: a CPMF é um imposto redistributivo. O Sudeste arrecada praticamente metade da CPMF e fica com 39%. Já o Nordeste arrecada aproximadamente 25% e recebe 50%. Quando você tá olhando muito para o próprio umbigo, para as questões que te cercam no teu cotidiano e deixa de pensar nas grandes transformações que o país tem que fazer, você corre esse risco.
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