Folha de S. Paulo
O alimento orgânico é melhor que o convencional?
A diferença entre o alimento orgânico e o convencional é a maneira como ele é produzido. Na agricultura orgânica não são usados pesticidas, sementes geneticamente modificadas ou fertilizantes sintéticos. Um tomate produzido de modo convencional, por exemplo, recebe 40 aplicações de agrotóxicos por ciclo. Mas ainda não há estudos conclusivos que comprovem as vantagens nutricionais do alimento orgânico.
Por que os alimentos orgânicos são mais caros que os convencionais?
Os alimentos orgânicos frescos são, em média, 30% mais caros, mas a diferença pode chegar a 100% no caso de algumas culturas, como o tomate e a batata. Segundo Moacir Roberto Darolt, engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná, um dos principais fatores é a baixa escala de produção dos produtos orgânicos. A logística e a distribuição dos produtos se tornam mais caras e a oferta acaba sendo menor que a procura, o que influencia os preços. Outro fator são as embalagens usadas nos supermercados para diferenciar os alimentos orgânicos, que chegam a encarecer os produtos em R$ 0,15 por unidade. "A agricultura convencional exclui dos cálculos da formação de preço o custo ambiental", diz Darolt.
Que garantias existem de que o produto é orgânico?
Os alimentos orgânicos industrializados ou frescos trazem nas embalagens a palavra "orgânico" e o nome da empresa responsável pelo certificado. Um alimento industrializado é considerado orgânico quando mais de 70% de seus insumos são comprovadamente de origem orgânica. No Brasil existem 20 certificadoras principais, das quais a Ecocert/AAO e a IBD são as mais conhecidas. Mas nenhum órgão federal controla essas instituições. Quem regula as certificadoras é o Código de Defesa do Consumidor.
Comprando produtos orgânicos eu apóio o pequeno produtor?
Depende de onde você compra. Nas feiras em geral, o produtor vende direto para o consumidor. No supermercado, a diferença média entre o que recebe o produtor e o que o consumidor paga subiu de 178%, em 1999, para 250%, em 2003, no Rio de Janeiro.
Nos supermercados, a maioria dos produtos vem de longe. Um caminhão emite 770 gramas de CO2 por quilômetro rodado, de acordo com a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). No percurso de Campo Grande a São Paulo, por exemplo, são emitidos 770 quilos de CO2 (seria preciso plantar cinco árvores para neutralizar a emissão de carbono de uma viagem).
Por outro lado, os agrotóxicos usados na produção de alimentos locais convencionais contaminam o solo e a água, gerando impacto no ambiente.
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