FERNANDO RODRIGUES
Num discurso ontem para prefeitos, Lula usou 11 vezes as palavras "pobre" ou "pobres". Os "ricos" foram citados cinco vezes. Lula sabe o que faz.
Na pesquisa Datafolha divulgada no final de março, o petista alcançou a melhor marca de popularidade de um presidente civil no período pós-ditadura militar (de 1985 para cá) -considerando-se os primeiros cem dias de administração.
Ontem, no levantamento CNT/ Sensus, Lula obteve também uma avaliação recorde na comparação com seu antecessor direto, Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o Datafolha, o governo Lula tem 48% de aprovação. Para a pesquisa Sensus, de ontem, a taxa é de 49,5% -sendo esse levantamento posterior ao apagão aéreo.
A análise mais simples a ser feita é que o presidente da República está envolto por uma camada de teflon e nele nada cola. Essa é uma possibilidade. A Sensus revela que 36,9% debitam o caos aéreo da conta do governo federal, Aeronáutica e Infraero. Mas eximem Lula.
A resposta mais certeira sobre a imensa popularidade petista está em outro trecho da pesquisa Sensus. Entre os entrevistados, 15,3% são beneficiários de algum programa social lulista, como o Bolsa Família. Outros 41,5% conhecem algum beneficiado. Logo a seguir os entrevistados fazem um juízo dos programas sociais. Para 66%, essas ações federais são positivas porque "ajudam à população" (56,7%) ou porque "levam ao desenvolvimento" (9,3%).
Não é à toa que o desempenho pessoal de Lula é aprovado por 63,7% dos brasileiros. O petista pode até estar envolto em teflon. Mas se trata de um anteparo muito bem construído por ele próprio com o nome de Bolsa Família.
Um dado grave. Qual instituição é a mais confiável, indagou a Sensus. Só 1,1% escolhe o Congresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário