Do Ex-Blog de César Maia:
PRAZO DE CARÊNCIA AOS GOVERNOS ESTADUAIS E O FOGO DE ARTIFÍCIO AMIGO
01. Tem sido praxe da imprensa dar um prazo de carência aos novos governos. Ou seja, encilhar as armas do noticiário crítico dando tempo a que o novo governo possa abrir as gavetas, conhecer a realidade interna da máquina e definir prioridades de curto e médio prazo em base ao que conheceu. Tudo bem. Essa é uma prática saudável. Embora a imprensa tenda a super dimensionar o impacto de seu noticiário crítico.
02. Mas deve-se ter um cuidado muito grande em definir a fronteira entre o encilhamento das armas e os fogos de artifício.
03. Na política, o ponto ótimo é quando os governos conseguem reduzir ao ponto certo às expectativas, de forma a que suas ações as ultrapassem e com isso auto conquistem um apoio suficiente para ir ampliando e intensificando suas ações. Essa dialética entre expectativas e realizações deve ser dinâmica e crescente de forma a que se ajuste à capacidade que o próprio governo vai adquirindo em transformar projetos e idéias em realidades.
04. Quando a vontade da imprensa em ajudar transforma a carência em fogos de artifício, termina por exacerbar as expectativas dificultando a vida do próprio governo que quer ajudar a alavancar. Com isso, os governos tendem a transformar suas idéias para o médio e longo prazos em promessas para o curto prazo, ocupando todos os espaços coloridos que lhes são oferecidos pela generosidade da imprensa. Mas, com isso, há um alto risco de frustrá-las nesse curto prazo. Com expectativas muito altas a probabilidade de frustração é grande também. Existem casos de bons governos que tropeçaram nas expectativas que criaram.
Em política há dois tipos de "fogo amigo". Aquele dos que ciscam para dentro, ou seja as forças críticas centrípetas partidárias. E há o "fogo amigo" fazendo tudo para ajudar. É o "fogo de artifício amigo".
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