13 abril 2007

A ECONOMIA BRASILEIRA

Do Ex-Blog de César Maia:

1. Márcio Garcia da PUC-RJ conseguiu demonstrar porque a intervenção do Banco
Central não está influenciando a taxa de câmbio. Ou seja: porque o Banco Central
está perdendo a guerra contra o ataque especulativo. Para cortar o ataque
especulativo é preciso realmente emitir moeda ou baixar a taxa de juros. Em
nossa opinião, é mais fácil anunciar uma banda cambial entre 2 e 3 e realmente
emitir moeda se necessário para comprar dólares no nível próximo de 2.

2. Uma banda de 2 para 3 é realmente necessária. Senão vamos ter até deflação em
reais e recessão. Alguém conseguiria imaginar o que está acontecendo no Brasil?
Que festa é essa? 12% de ganho mais a apreciação mais a alavancagem. Tem hedge
fund ganhando 100% no Brasil em poucos meses. E a porta de saída? Remember 1998
ou 2002.

3. Digamos que a inflação no Brasil esteja muito abaixo das metas por causa da
ajuda do câmbio apreciado. Acontece que na verdade as Autoridades Monetárias
brasileiras estão "gostando" da taxa de câmbio apreciada.

4. Não é verdade, portanto, que o Banco Central do Brasil conduza a taxa de
juros pensando apenas na inflação. O Banco Central do Brasil não baixa mais
rapidamente dos juros porque sabe que o câmbio vai desvalorizar e - mesmo que
isso seja muito bom para o crescimento econômico - é ruim para a inflação, como
ficou demonstrado em 1999 e 2002.

5. A suprema ironia, em nossa opinião, é que o governo do PT percebeu que
inflação baixa dá mais voto do que desemprego baixo. Curiosamente, os petistas
parecem menos preocupados do que os republicanos nos EUA com o crescimento
econômico. E mais satisfeitos com a inflação muito baixa.

6. Afinal, só os desempregados são afetados pelo desemprego enquanto a inflação
afeta a todos: é 100% contra 10%. Quem ganha eleição no Brasil é a inflação
baixa enquanto nos EUA é o desemprego baixo - o que se explica pelas histórias
passadas dos dois paises nas últimas décadas desde 1950.

7. Pena que o espetáculo do crescimento esteja terminando na maioria dos paises
- com exceções como China e Índia - e que o Brasil tenha perdido esse bonde da
história nos últimos 20 anos. Somos agora um país sem inflação e sem
crescimento econômico. Uma ironia quando se olha para o período 1950-1980.

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