Converse com tucanos e democratas (os ex-pefelistas) paulistas e eles apresentam uma visão pronta e acabada do futuro. O vaticínio é assim dividido:
1) José Serra é candidato a presidente em 2010. Aécio Neves será o vice. Fernando Henrique Cardoso é o grande amálgama dessa operação. Geraldo Alckmin vai concorrer ao governo paulista;
2) Lula fará um governo de sucesso até o final. A única esperança de tucano-demos é um apagão energético nas redondezas de 2009 para 2010, por causa do crescimento econômico. Nesse caso, "seria só correr para o abraço" na eleição seguinte, pois o petista influiria pouco em sua sucessão;
3) Como deseja voltar algum dia ao poder, Lula estaria propenso a ficar com o pé em várias canoas em 2010. Repetiria FHC em 2002 - quando o tucano dava discreto apoio a Serra, mas torcia pela vitória (e eventual fracasso) de Lula;
4) A ambigüidade de Lula facilitará a vitória de Serra, que ficará oito anos na cadeira - sem acordo para abrir a porteira para Aécio em 2014. Em 2018, o PSDB continuaria no comando com a eleição do mineiro neto de Tancredo.
O que há de errado com esse roteiro sonhado por tucanos e democratas? Basicamente, o fato de não ser aplicável à política uma fórmula cartesiana das ciências exatas.
Para início de conversa, Lula - salvo um apagão energético ou outro ponto fora da curva - tende a chegar em 2010 muito mais forte e influente do que FHC em 2002.
O petista fala e repete não desejar um terceiro mandato. Mas a tentação está aí, viva. Mesmo rebarbando essa saída chavista, Lula desejar fazer seu sucessor. Não há razão de fato objetiva para preferir Serra. A menos que o PT e o PSDB acabem se fundindo - cenário tão provável quanto Renan Calheiros explicar de maneira aceitável seus lucros milionários com venda de gado.
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