Levantamento da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) revelou o resultado das 130 ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal desde 1988 contra autoridades do país: nenhum. "Imunidade parlamentar", pela qual políticos com mandato só podem ser julgados pelo Supremo, é igual a impunidade.
O resultado foi divulgado um ou dois dias depois da decisão do ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo, libertando duas dezenas de capturados na Operação Furacão da PF, inclusive notórios bicheiros que mandam no Rio há décadas.
Fiquem ou não bravas Suas Excelências, as duas coisas reforçam o nosso velho sentimento de que a Justiça no país não é exatamente para fazer justiça. Na prática, a polícia nos Estados prende e arrebenta... os pobres. E a Justiça justifica e alivia... os ricos e poderosos.
Maluf freqüenta salões e plenários, apesar dos cheques, depósitos e decisões nos EUA, e Luiz Estevão tem time de futebol depois de inocentado por um dos juízes Mazloum, pego justamente por vender sentenças judiciais. Seria de rir, não fosse de chorar.
Agora, esse drible do ex-governador do DF Joaquim Roriz, que renunciou rapidinho ao mandato no Senado para voltar nas próximas eleições, enquanto o seu suplente, Gim não sei do quê, nem assumiu a cadeira de senador e já sentou na de réu. E a gincana do processo de Renan Calheiros, do Conselho de Ética para o plenário, do plenário para o Supremo e dali para o vazio.
Se o sujeito pode se candidatar mesmo com folha corrida; se renuncia para voltar como se nada tivesse acontecido; se escolhe a seu bel-prazer um suplente que tem dinheiro, mas não voto; se pode empurrar processos de lá pra cá... há alguma coisa errada aí. E no final, se falharem todas essas instâncias e jeitinhos, tem uma que não falha jamais: é só levar o caso ao Supremo.
E dormir o sono dos justos.
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Falar mais o quê?
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