04 maio 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás


JORNAL DO BRASIL

- O poderoso Meirelles

- Admiradores e críticos de Henrique Meirelles ressaltam o papel do presidente do Banco Central na obtenção do grau de investimento pelo Brasil, Aliados lhe atribuem a credibilidade internacional. Os adversários, a função de cumpridor do receituário das agências de risco. Mas a discussão dos juros ainda está de pé. Em entrevista ao JB, Mario Garnero diz que a taxa elevada não impediu o crescimento. Num debate promovido pelo jornal, universitários discutem o futuro da economia. (pág. 1, País, págs. A2 e A3 e Economia, págs. E1, E2, E4 e E5)

- A vazia estação de trem de Riverside, em Nova Jersey, lembra cenários de filmes de mistério. O comércio lamenta a fuga de imigrantes ilegais, principalmente os brasileiros. (pág. 1 e Internacional, pág. A27)

FOLHA DE SÃO PAULO

- Violência é o principal medo dos paulistanos

- O Datafolha, que comemora 25 anos, refez sua primeira pesquisa sobre os maiores medos dos habitantes de São Paulo. A comparação revela que, de 1983 para cá, o horror da violência substituiu a alta do custo de vida no topo do ranking das preocupações do paulistano.

A pergunta foi feita de maneira estimulada: os entrevistados escolheram, entre cinco situações apresentadas, a que lhes dá mais medo. Em 2008, o principal temor é que jovens da família se envolvam com drogas, com 46% - o dobro do percentual registrado 25 anos atrás. Por sua vez, a alta do custo de vida, que em 1983 liderava a lista de medos com 26%, hoje preocupa apenas 5% dos paulistanos.

À questão "qual seu maior medo?", 38% responderam espontaneamente que é a violência. Só 6% disseram que é o desemprego. (págs. 1 e A8)

- Com o novo status obtido pelo Brasil ao ser elevado ao grau de investimento pela agência Standard & Poor's, cresce a expectativa de que as ofertas iniciais de ações ganhem ímpeto neste ano.

Em 2007, foram 63 IPOs (sigla em inglês), e o capital externo ficou com 75%. Em 2008, só três papéis estrearam na Bovespa; estima-se que, com mais dinheiro do exterior, esse total cresça.

Para entidades que representam a indústria, a nova avaliação do país fará as empresas desengavetarem projetos, devido á possibilidade de captar recursos externos a custo menor. (págs. 1, B1 e B3)

O ESTADO DE SÃO PAULO

- Governo analisa restrição à entrada de dólar especulativo

- O governo está disposto a restringir o ingresso de capital estrangeiro, se o grau de investimento aplicado quarta-feira ao Brasil pela agência Standard & Poor's realmente atrair uma enxurrada de dólares. O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutirão isso quarta-feira, durante reunião da coordenação política, informa Beatriz Abreu. Ainda não há receita para a restrição. Lula e Mantega querem criar uma rotina para acompanhar o ingresso de capitais e montar uma estratégia de alongamento do perfil da dívida interna e de preservação de crescimento da economia no ritmo de 5% ao ano. Não há intenção de mexer no câmbio flutuante ou de aceitar visões ideológicas contra o capital estrangeiro. (págs. 1 e B1)

- A legislação brasileira permite que os prefeitos sejam reeleitos apenas uma vez. Mas alguns deles descobriram um jeito de driblar a lei, conta Marcelo de Moraes. Depois de se eleger e reeleger como prefeito, o político muda o domicílio eleitoral no último ano e concorre a um novo mandato em outra cidade, geralmente vizinha. E acaba conseguindo se eleger por ser conhecido na região. Em Pernambuco, há um prefeito no quinto mandato, em três cidades diferentes. (págs. 1 e A4)

- Crianças que cursam a educação infantil têm melhor desempenho em matemática na 4ª série, revela pesquisa do MEC. Elas mostram conhecimentos equivalentes aos da 5ª série. No Sudeste, o desempenho chega a ser igual ao da 7ª série. Cerca de 6 milhões de crianças freqüentam a educação infantil no País. Relatório da Unesco mostra que o número de crianças ricas é três vezes maior: 29,6%, ante 9,7% das mais pobres. (págs. 1 e A24)

O GLOBO

- Eleições terão recorde de impugnações no Rio

- Os juízes eleitorais prometem recorde de impugnações de candidaturas nas eleições deste ano, com a aplicação de resolução que impede o registro de quem tiver ficha criminal, informa Chico Otavio. Eles seguem decisão do presidente do TRE-RJ, Roberto Wider, que já alertou os partidos para os riscos de perderem as vagas. (págs. 1 e 3)

- País que recebeu o cobiçado grau de investimento um mês antes do Brasil, o Peru não conseguiu superar mazelas históricas, conta a enviada especial Liana Melo. Com seis anos de ajuste fiscal, controle da inflação, avanço de 9% no PIB de 2007 e alta dos preços de seus fartos minérios no exterior, o país ainda é dividido, com 42% da população na pobreza e 15,9% na indigência. (págs. 1 e 33 a 36)

GAZETA MERCANTIL

- Grau de investimento atrairá recurso externo

- O grau de investimento concedido pela Standard & Poor's ao Brasil, na última quarta-feira, vai promover um aumento da participação de fundos "private equity" (de participação direta) nas companhias brasileiras. Essa participação deverá ser recorde neste ano, segundo especialistas no setor. Estima-se que nos últimos dois anos os private equity captaram de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões para investir em aquisições de empresas no País. Em 2008, o valor poderá aumentar entre 30% e 40%, projeta o sócio da Ernst Young Carlos Asciutti. "Com o grau de investimento, os private equity poderão captar recursos de fundos de pensão norte-americanos para investir no Brasil", afirma. Com a nova classificação de risco, o Brasil passa a fazer parte do grupo de países considerados seguros para investir e fica em condições de igualdade em relação aos seus principais concorrentes nos mercados emergentes - a Rússia, a China e a Índia. A classificação, que passou de BB+ deu BBB-, representa o primeiro degrau na escala dos países bons para investir. Várias empresas brasileiras já receberam o grau de investimento de agências de risco. As primeiras foram a mineradora Vale do Rio Doce e a indústria de bebidas Ambev. Para Júlio Gomes de Almeida, consultor do Iedi, boa parte dos benefícios do grau de investimento já havia sido antecipada e a vinda de recursos para o setor produtivo irá fortalecer as áreas industrial e de serviços. (págs. 1, E1 A E8)

- A elevação do Brasil ao grau de investimento (investment grade) é a mais relevante - e bem-vinda - notícia econômica que oPaís poderia receber desde a estabilização da moeda e o advento do Real em meados da década de 90. Tanto mais por dar-se em meio à preocupante turbulência que há meses sacode mercados ao redor do mundo.

Com a promoção, o Brasil passa a destino privilegiado de novas e pujantes fontes de liquidez da economia global - fundos de pensão, seguradoras, etc. Reforçada com a boa nova, a economia brasileira deverá receber em 2008 o maior fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) de sua história.

Mais do que motivo de celebração, o grau de investimento é, a um tempo, um rito de passagem e uma janela de oportunidade. Nenhuma economia vertebrada à globalização pode dar-se ao luxo de

não gozar de bom conceito junto a classificadores de risco. Ainda que a credibilidade de agências, como a Standard & Poor's, tenha se abalado ante a recente crise da economia norte-americana, os efeitos da promoção - mesmo os de natureza psicológica - sobre investidores e outros tomadores de decisão serão dos mais benéficos para o País.

Muitas razões alicerçaram o investment grade. A vitalidade das exportações nos últimos cinco anos, o encolhimento da dívida soberana, o profissionalismo na condução do Banco Central. A modernização, enfim, por mais tardia e incompleta, das relações capitalistas no País.

O cenário externo favorável, contemporâneo a grande parte da presidência Lula, aguçou um voraz apetite mundial por commodities. Animaram-se as perspectivas para o Brasil como potência energética. Convergem, assim, forças que deslocam o Brasil ao centro do interesse econômico mundial.

Há seis anos, muitos acreditavam no derretimento da base monetária - à semelhança do que ocorrera na Argentina um ano antes. O economista-chefe do banco Bear Stearns augurava, em 2002, que o Brasil declararia moratória antes mesmo do pleito que levou Lula à Presidência da República. Na última quarta-feira, o Brasil recebeu o grau de investimento. O Bear Stearns encontra-se varrido do mapa pela crise dos subprimes.

Ao lado da diminuição dos juros internos e da grande chance para as tão necessárias reformas fiscal e trabalhista, o momento é de novo desafio. Romper práticas e legislações que ainda fazem do País um dos mais difíceis lugares do mundo para a realização de negócios.

Se o governo não calçar o "salto alto" do grau de investimento e juntar-se à sociedade na simplificação da vida empresaria l, o Brasil pode rumar firme para a obtenção do "business grade". E consolidar-se, ao lado de China, Índia e Rússia, no quadro dos novos protagonistas econômicos do século XXI.

- Com a obtenção do grau de investimento e o aumento do diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos (EUA), os títulos de renda fixa devem ser os investimentos mais procurados por estrangeiros no curto prazo. As aplicações externas nesses papéis dispararam em março e somaram US$ 4,065 bilhões, valor 7,5% maior que o alcançado em março do ano passado. Segundo o diretor de investimentos do Safidié Private Banking, Otávio Vieira, a partir do momento que um país recebe o grau de investimento de no mínimo duas agências reconhecidas de classificação de risco, seus títulos de dívida soberana passam a integrar os principais benchmarks do mercado externo em renda fixa, como o índice do Lehman Brothers, Global Aggregate

Bond Index, e o World Govern ment Bond Index (WGBI) do Citigroup, que inclui os papéis mais líquidos do mercado de bônus, de países com grau de investimento. Além disso, a medida deve beneficiar os bônus de dívida de empresas brasileiras.

Para o diretor-presidente do BNP Paribas Asset Management, Marcelo Giufrida, com a perspectiva de aumento da Selic, hoje em 11,75%, em contraposição ao cenário de queda dos juros norte-americanos para 2% nesta semana, os investidores estrangeiros tendem a migrar para os títulos públicos brasileiros. Vieira destaca que a grande procura deve ser por papéis de longo prazo, com vencimento a partir de 2012. (págs. 1 e E5)

- A elevação do Brasil a grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, na quarta-feira, provocou uma corrida dos gestores para a reprecificação dos ativos brasileiros. A avaliação é de que o grau de investimento ainda não estava embutido no preço dos papéis, que vinham sendo negociados com desconto em relação aos ativos de outros mercados emergentes, disse o diretor-presidente do BNP Paribas Asset Management, Marcelo Giufrida.

A reprecificação será feita mesmo com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sendo a líder em valorização entre todas as bolsas do mundo neste ano, ao fechar abril com acumulado de 6,23%. A Bolsa deve se posicionar entre as principais apostas dos investidores institucionais estrangeiros, como fundos de pensão, seguradoras e hedge funds, que antes tinham limitações para investir no Brasil. (págs. 1 e E5)

- Ibama mantém embargo de 33 empresas do pólo gesseiro do Araripe (PE).(págs. 1 e A5)

- O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem a expropriação de cinco empresas. Na Venezuela, Hugo Chávez fez

o mesmo com a siderúrgica Sidor. (págs. 1 e C12)

- Uma empresa boliviana é exemplo do potencial do microsseguro. O Banco Mundial estima em US$ 509 bilhões o mercado na América Latina. (págs. 1 e investnews.com.br)

- Paulo Skaf: O setor industrial é protagonista no processo de consolidação do Brasil como uma economia exportadora. (págs. 1 e A3)

CORREIO BRAZILIENSE

- Papeleiras mudam a paisagem gaúcha

- Série de reportagens mostra como R$ 2 milhões em doações de campanha abriram as portas do Rio Grande do Sul para grandes produtores de celulose. Plantações de eucalipto invadiram os pampas. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. 2 e 3)

- Porto Seguro- Estrangeiros buscam investimentos no Brasil - Melhora na classificação, obtida na semana passada, provoca corrida de empresas internacionais por negócios no país. (págs. 1 e 26)

VALOR ECONÔMICO

- Setor privado já corta custos com o grau de investimento

- Para Renato Vale, presidente da CCR, uma das maiores concessionárias de rodovias do país, o Dia do Trabalho foi um feriado e tanto. A CCR, que conquistou em março a concessão de um trecho do Rodoanel de São Paulo, negocia financiamento de R$ 1,6 bilhão no mercado externo para pagar o governo de São Paulo. A promoção do Brasil a grau de investimento, na quarta-feira, vai reduzir o custo dessa captação em alguns milhões de dólares.

O caso da CCR mostra os benefícios imediatos da reclassificação do Brasil pela Strandard & Poor's. Além de aumentar o fluxo de recursos, essa promoção reduz os custos de capital e financiamentos para o setor privado. O próprio mercado já cuidou de expor os setores que devem ser mais favorecidos: construção, varejo e bancos. As ações da CCR, por exemplo, subiram 15,6% na quarta-feira, na Bovespa. Cirela e Gafisa, da área imobiliária, tiveram desempenho semelhante. No varejo, Lojas Renner avançou 14% e Cosan, que entrou no varejo de combustíveis com a compra da Esso, 15%. As ADRs dos dois maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú, subiram ontem 8,1% e 5,7%, respectivamente, em Nova York.

A promoção do Brasil vai colocar o país no radar de muitos administradores estrangeiros, mas não deve provocar uma enxurrada de dólares de um dia para o outro. Fundos de pensão e outros investidores institucionais, embora fossem impedidos de aplicar no país antes do investiment grade, já haviam adotado normas mais flexíveis que permitiam aplicar em ações e outros papéis de países como o Brasil. O Calpers, maior fundo de pensão dos Estados Unidos, já tem US$ 885 milhões em ações de companhias brasileiras. Por outro lado, fundos mais conservadores podem exigir o grau de investimento de mais de uma agência para aplicar. "Fazemos revisões de nossa alocação a cada três anos e não mudamos rapidamente de posição", disse ao Valor Clark McKinley, do Calpers.

O índice de risco Brasil do JPMorgan caiu 8% nesta quinta-feira, para 207 pontos básicos. Analistas acreditam que o governo brasileiro poderá aproveitar a oportunidade para captar recursos no mercado externo, o que não faz desde que o início da crise nos EUA, em junho do ano passado. (págs. 1, C1 a C12 e D1)

- Maria Cristina Fernandes: imaturidade do PT par alianças tira suas chances de poder nos Estados. (págs. 1 e 5)

- A Procuradoria da Fazenda Nacional intensificou o uso de instrumento que reabre discussões tributárias já encerradas e ganhas pelas empresas. São as ações rescisórias que, nas contas da Fazenda, têm êxito de 80%. Em São Paulo foram ajuizadas 23 delas entre 2003 e 2006. Em 2007, foram 27 num ano só e, em Brasília, 35 desde 2006. O número é considerado alto porque em tese estes pedidos só são usados em casos excepcionais. O alvo das ações na maioria das vezes envolve valores milionários. A Lojas Americanas enfrenta rescisória na qual a Fazenda tenta reverter uso de créditos de IR. Ações contra Certisign e a Volkswagen rediscutem Cide e IPI, respectivamente. (págs. 1 e A3)

- As primeiras transações comerciais entre Brasil e Argentina em moeda local deverão começar a ser feitas entre agosto e setembro. Ainda em maio, os bancos centrais dos dois países iniciam testes do software com os bancos comerciais. (págs. 1 e A2)

- Só o milho escapou da onda baixista no mercado de commodities agrícolas em abril. Levantamento do Valor Data, baseado nos preços médios mensais dos contratos futuros mais líquidos, mostra que açúcar, café, cacau, suco, algodão, soja e trigo recuarem em relação a cotações de março. A queda é temporária: os preços não deverão entrar em queda livre em razão do cenário de longo prazo. A soja, com ganho de 76,6% em 12 meses, pode recuar de novo em maio, antes de um reaquecimento forte do mercado em junho e julho, diz Fernando Muraro, da AgRura. A cotação do trigo caiu em abril e está com viés de baixa. (págs. 1 e B14)

- A alta das cotações do açúcar no início do ano fez com que as usinas do centro-sul do país iniciem a colheita de cana da safra 2008/09 com pelo menos 90% da produção com os preços fixados. No mesmo período do ano passado, esse percentual era inferior a 50%. (págs. 1 e B14)

- Não se espere, no curto prazo, redução da taxa básica de juros (Selic) como decorrência do grau de investimento concedido ao Brasil. O Banco Central retomou o ciclo de aperto monetário em abril para reverter a expectativa inflacionária crescente, provocada pelo consumo. Essa situação não se alterou. A decisão da S & P, porém, deverá levar a economia a conviver, no futuro, com taxas de juros de equilíbrio mais baixas.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse ao Valor que não se pode "singularizar" as decisões sobre taxa de juros. Segundo ele, não há garantia de que o grau de investimento vai apreciar a moeda. "O câmbio é um mecanismo de transmissão da política monetária, mas não o único", afirmou. Há outros fatores que determinam o câmbio: o real se apreciou nos últimos anos; o quadro das contas externas mudou; o Brasil cresce a taxas mais elevadas; e a economia mundial é mais instável. (págs. 1, A2 e C12)

- É voz corrente em La Paz o dito de que os bolivianos costumam se empurrar uns aos outros até a beira do precipício; aí, dão um passo atrás e começam tudo de novo. O referendo sobre o Estatuto de autonomia de Santa Cruz, marcado para domingo, parece confirmar essa idéia: o presidente Evo Morales eleva o tom contra os autonomistas e até parece que a Bolívia irá a uma guerra civil. Mas os empresários de Santa Cruz dependem da parte ocidental do país e Morales não teria força para uma intervenção militar.

Tudo indica que, ao final, irá prevalecer a negociação entre as duas partes. Ao menos até a próxima crise. (págs. 1 e A7)

- Bolívia e Equador estatizam empresas de petróleo e telefonia. (págs. 1 e A7)

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