10 maio 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás


JORNAL DO BRASIL

Cesar abre o cofre para eleição

- Em ano eleitoral e com popularidade em baixa, o prefeito do Rio, Cesar Maia, resolveu abrir os cofres. O orçamento da Secretaria Municipal de Obras já atingiu R$ 600 milhões, gastos nos programas de urbanização, escolas padrão e vilas olímpicas, na Cidade da Música, no Clube do Servidor e em recapeamento de ruas. O gasto foi de R$ 392 milhões em 2007, dos quais R$ 123 milhões para quitar dívidas com a Light. (Págs. 1, Cidade, A10 e A11)

- O juiz José Airton de Aguiar decretou segredo de justiça no inquérito do vazamento dos gastos do ex-presidente Fernando Henrique. A decisão impede que a Polícia Federal divulgue informações sobre a investigação. CPI vota na terça-feira a convocação de José Aparecido Nunes, da Casa Civil, anunciado como o homem que vazou as despesas de FH. (págs. 1 e A3)

- O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,55% em abril. Com o resultado, os últimos 12 meses acumulam alta de 5,04%, acima da meta de inflação para este ano. (Págs. 1, Economia e A19)

- O número de homens que morrem por câncer de próstata chega a 15mil por ano - em 2008 a previsão é de 45 mil novos casos. Especialistas discutem com o governo a inclusão do tema na Política Nacional de Saúde do Homem, a ser lançada em agosto. (Págs. 1, Vida, Saúde & Ciência e A 24)

FOLHA DE SÃO PAULO

Governo estuda elevar superávit primário

- O governo estuda elevar a meta de superávit primário de 3,8% para 5% do PIB, para ajudar a combater a inflação, tentar amenizar a alta dos juros e financiar investimentos do país no exterior. A proposta, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, é apoiada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e por Henrique Meirelles, presidente do BC. O aperto iria até o fim do mandato do presidente Lula, em 2010. O que excedesse 3,8% financiaria o fundo soberano, que servirá para comprar dólares e investir em projetos de empresas no exterior. Lula quer se decidir no final deste mês, antes da reunião do Comitê de Política Monetária dos dias 3 e 4 de junho, em que o órgão deverá aumentar de novo os juros. O presidente avalia que, se elevar o superávit, o Banco Central poderá subir menos sua taxa de juros. (págs. 1 e B1)

- Henrique Meirelles já disse a Lula que quer deixar o comando do BC em 2009 para tentar o governo de GO no ano seguinte. (págs. 1 e B4)

- O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, crê que a aprovação da reforma tributária permitirá a elevação do IR, a ser compensada pela queda da tributação sobre a produção e o consumo. Segundo ele, o novo modelo proposto pelo governo, que prevê a repartição de todos os tributos com Estados e municípios, possibilitará aumentar a tributação direta, sobre a renda e a propriedade, e reduzir a indireta, embutida nos preços. (págs. 1 e B7)

- Pressionado pelos alimentos, que subiram 1,29%, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aumentou 0,55% em abril. A alta em 12 meses é de 5,04%, acima do centro da meta de inflação do governo para 2008 (4,5%, com intervalo de dois pontos para cima ou para baixo). (págs. 1 e B5)

- O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chamou de "factóide" a polêmica sobre o documento com gastos tucanos e disse não estar "provado" que seja um dossiê. Dirceu, que nega ser aliado de José Aparecido Nunes Pires, acusado do vazamento, afirmou tê-lo escolhido por sua competência. (págs. 1 e A8)

- O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) entrou em contradição com seu advogado, Antonio Rosella, ao explicar um depósito de R$ 37,5 mil feito pelo consultor da Força Sindical João Pedro de Moura, preso pela Polícia Federal, na conta de uma ONG presidida pela mulher do deputado. Na mesma coletiva, Paulinho disse que o depósito foi para pagar dívida de Moura com a ONG presidida pela mulher do deputado. Na mesma coletiva, Paulinho disse que o depósito foi para pagar dívida de Moura com a ONG, e o advogado, que foi uma doação. (págs. 1 e A6)

-Levantamento na Câmara mostra que, dos 513 deputados federais, 87 (16,96%) estão ligados a empresas com interesses contrários à regulamentação da publicidade de cerveja. Esses 87 possuem concessões de rádio e TV ou obtiveram doações de campanha da indústria de bebidas e de comunicação. O projeto que restringe a propaganda de bebidas com baixo teor alcoólico no rádio e na TV entre as 6h e as 21h foi tirado da pauta de votações a pedido do governo. Segundo estudo da Unifesp, propagandas de cerveja infringem vários itens do código de auto-regulamentação do setor. (págs. 1, Esp. C1 e C2)

- O STJ devolveu à Prefeitura de São Paulo a área do Campo de Marte (zona norte), pertencente ao governo federal. Ainda cabe recurso. Na prática, o município passa a ocupar só um espaço não usado pela Aeronáutica, de 800 mil m2, onde pretende ampliar o Anhembi e fazer um parque. (págs. 1, Esp. e C3)

- Editorias: Leia "Uma outra matriz", acerca de fontes renováveis de energia; e "Mais um aloprado", sobre o dossiê. (págs. 1 e A2)

O ESTADO DE SÃO PAULO

Documento inclui Paulinho em partilha de propinas

- Papel apreendido pela Polícia Federal inclui o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, entre os beneficiários de suposta partilha de propina recolhida por lobistas que desviavam verbas do BNDES, informa o repórter Fausto Macedo. Planilha escrita a mão e datada de 21 de janeiro indica como teriam sido divididos R$ 2,6 milhões recebidos pelo esquema em troca da liberação de financiamento de R$ 130 milhões para a prefeitura de Praia Grande (SP). As anotações, segundo a PF, sugerem que Paulinho ficou com R$ 216 mil. O papel foi recolhido pelos policiais em sala de consultoria Progus, empresa de Marcos Vieira Mantovani - parceiro de João Pedro de Moura, assessor do deputado. Por decisão judicial, Mantovani e Moura estão presos em caráter preventivo. Paulinho nega envolvimento com desvios de dinheiro do BNDES e ontem esteve com a mulher, Elza de Fátima Costa Pereira, na sede da ONG Meu Guri, beneficiada no total de R$ 1,328 milhão. O parlamentar anunciou que a ONG, presidida por Elza, vai abrir suas contas. (págs. 1 e A4)

- O presidente Lula criticou ontem o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público, pelos entraves que impõem à execução de obras. "O TCU quase que governa o País, porque diz que obra que pode, que obra não pode". Ele também comemorou o grau de investimento obtido pelo Brasil, mas estranhou que os EUA - "numa crise desgraçada" - não ofereçam risco para investidores. (págs. 1, A6 e B10)

- O governo federal finalizou um polêmico projeto que reformula a distribuição de dinheiro do chamado Sistema S, formado por entidades como Senai, Sesc e Sesi. Elas recebem mais de R$ 8 bilhões por ano para qualificação de mão-de-obra e atividades culturais e assistenciais. O que o governo quer é usar parte desse dinheiro para ampliar o número de vagas no ensino técnico. (págs. 1 e A29)

- O IPCA, índice de inflação adotado pelo governo, chegou em abril a 5,04% em 12 meses, 0,5 ponto percentual acima da meta oficial. Para o IBGE, que apura o índice, há persistência de alta no preço dos alimentos. Nos primeiros quatro meses do ano, os produtos alimentícios acumularam encarecimento médio de 4,37%. Entre os 15 produtos com maiores aumentos no período estão tomate (84,34%), cebola (57,18%) e feijão preto (44,99%). (págs. 1 e B1)

- Notas e Informações: Não se justifica aceitar fatalisticamente inflação acima dos 4,5% fixados como centro da meta, o que, no caso, é sinônimo de complacência e risco a uma conquista do povo brasileiro. (págs. 1 e A3)

- Artigo: D. Odílio Scherer - Projeto tenta impedir candidatura de quem responde a processo. (págs. 1 e A2)

O GLOBO

PF e CPI vão ouvir assessor de Dilma sobre vazamento

- A PF decidiu convocar para depor o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Pires, que, segundo a investigação, vazou o dossiê cm gastos do governo Fernando Henrique. Aparecido, que também deverá ser convocado pela CPI do Cartão Corporativo, disse a amigos que pretende revelar que a ordem para criar o dossiê foi da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, principal auxiliar de Dilma. (págs. 1, 3 e 5)

- O presidente Lula disse que a Lei de Licitações, criada para tentar evitar desvios de verba "parte do pressuposto de que todo mundo é ladrão", e atrapalha as obras federais. Lula também reclamou do TCU.(Págs. 1 e8)

- O general Eliezer Monteiro, do 7º Batalhão de Infantaria de Selva (RR), permitiu a entrada no quartel de fazendeiros e políticos que faziam manifestação contrária à demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol. Ele fez discurso a favor dos manifestantes. (págs. 1 e 15)

- A União Européia faz pressões para controlar o respeito a cláusulas sociais e ambientais na produção do etanol, mas o Itamaraty só aceita discutir na Organização Mundial do Comércio (OMC). O preço do petróleo já subiu 12% este mês. (págs. 1, 35 e 36)

GAZETA MERCANTIL

Mais empresas pagam dividendos menores

- Apesar do aumento de empresas listadas na Bovespa em 2007, com o recorde de 64 ofertas públicas de ações (IPOs), os proventos - dividendos e juros sobre capital próprio - distribuídos em dinheiro aos acionistas foi menor que no exercício anterior. De acordo com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), o montante entregue aos acionistas no ano passado foi de R$ 21,76 bilhões, enquanto em 2006 chegou a R$ 23,16 bilhões.

Para o economista Alexandre Assaf Neto, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), a explicação está no fato de as novatas não terem contribuído para a quantia distribuída, já que estavam equilibrando as contas devido aos gastos com o IPO. E as demais empresas voltarem a se ater à distribuição do mínimo obrigatório de dividendos - ou seja, 25% do lucro líquido obtido. "Agora que o País saiu de um crescimento quase vegetativo do PIB, as empresas têm que reduzir a distribuição e reinvestir o lucro para crescer, em vez de agradar o acionista com mais proventos", afirma Assaf Neto.

A estimativa é que o valor em 2008 supere o do ano passado devido aos resultados operacionais das novatas da bolsa paulista, mas sem grandes saltos no bolso do investidor. A incorporadora Gafisa, por exemplo, dobrou o volume de proventos ajustados por ação, de R$ 0,10 em 2007 para R$ 0,20 em 2008 (até 5 de maio), segundo a Economática. É conseqüência do lucro dobrado no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2007. Mas a empresa confirma que vai distribuir o mínimo de lucro para continuar fomentando a operação. (Págs. 1 e B1)

- A geração de energia elétrica a partir da cana-de-açúcar ganha força no Brasil e começa a atrair a atenção das empresas comercializadoras, que atuam no mercado livre, no qual os consumidores negociam a eletricidade sem a participação das concessionárias. Esse movimento reforça o rápido avanço do setor, demonstrado ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo a EPE, em 2007, pela primeira vez na história, o álcool ultrapassou a geração hídrica como matriz energética nacional, ao abocanhar participação de 16%, ante 14,7% da energia oriunda das hidrelétricas.

A Comerc, uma das líderes do mercado livre de eletricidade, prevê ampliar em 50% seu faturamento com a gestão da energia gerada pelas usinas sucroalcooleiras. "Fechamos contratos com oito usinas, que somam 310 megawatts de geração (a partir do bagaço da cana)", disse à Gazeta Mercantil Cristopher Vlavianos, presidente da empresa, que agora buscará clientes para consumir essa energia. Com a expansão do setor, "as novas usinas não pensam mais em produzir açúcar e álcool, e sim etanol e eletricidade", acrescenta.

O álcool brasileiro também começa a ganhar importância no exterior. A Petrobras prevê exportar quase um milhão de litros para o Japão em cinco anos. (Págs. 1 e C4)

- As sociedades de consórcios - empresas formadas para a realização de empreendimentos, em especial na área da construção civil - agora são obrigadas a ter escrituração contábil própria. Uma instrução normativa da Receita Federal define as regras que essas empresas devem seguir. "Até a publicação dessa norma, os procedimentos dos consórcios eram guiados por práticas que a própria contabilidade sugeria, não havia nenhuma regra", diz o advogado Edemir Marques de Oliveira, do escritório Marques de Oliveira e Gribl Advogados.

Alessandra Dalla Pria, advogada do escritório Emerenciano, Baggio e Associados Advogados, afirma que a medida permitirá que a Receita tenha mais rigor na fiscalização. "O lançamento de despesas ou créditos tributários deve ser feito de acordo com a participação da empresa no consórcio", afirma Alessandra. "Antes, qualquer consorciada podia lançar qualquer despesa ou usar crédito independentemente da sua participação", complementa a advogada.

De acordo com nota oficial divulgada pela Receita, pela instrução normativa as empresas consorciadas são responsáveis pelo pagamento dos tributos incidentes nas operações dos consórcios. (Págs. 1 eA10)

- Safra recorde - Colheita alcançou 142 milhões de toneladas. (Págs. 1 e C8)

- O mercado brasileiro atrapalhou o desempenho da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) no primeiro trimestre. Isoladamente, a operação brasileira registrou queda de 0,4% nas vendas em volume. (Págs. 1 e C5)

- O Senado aprovou ontem projeto que tornou mais rígida a legislação sobre os crimes de lavagem de dinheiro. O texto aprovado aumenta a pena de prisão de 10 para 18 anos. O projeto segue para a Câmara. (Págs. 1 e A9)

- A Pioneer inaugura fábrica em Manaus, onde pretende produzir neste ano 1 milhão de unidades de som automotivo, para combater a pirataria. (Págs. 1 e C3)

- O dólar atingiu o menor nível em nove anos e ameaça as exportações de bens manufaturados, que sofrem com a competitividade externa. (Págs. 1 e Investnews. com.br)

- Opinião : Márcio Cypriano - O grau de investimento poderia ter vindo antes. Mas o desafio, agora, é fazer reformas para estar no rol de economias maduras. (Págs. 1 e A3)

- Opinião: Claudia Mancini - Multinacionais brasileiras sentem falta de uma política pública de incentivo ao investimento direto do País em outros mercados. (Págs. 1 eA2)

-Depois do grau de investimento, surge uma boa notícia para a economia brasileira. (Págs. 1, A11 a A14)

- Transporte marítimo - Greve sobrecarregou os portos, diz Justo, da NYK. (Págs. 1 e A6)

CORREIO BRAZILIENSE

Meu caro pãozinho...

- Alimentos puxam alta do custo de vida e, pela primeira vez desde março de 2006, a inflação em 12 meses fica acima de 5%. Com isso, o IPCA se distancia da meta do governo, que é de 4,5% para este ano. Em abril, a alta superou os 0,48% do mês anterior e chegou a 0,55%, impulsionada principalmente pelo aumento no preço do pão francês, que atingiu 7,33%. A advogada Maria Clara Viotti, 25 anos, já começou a sentir os efeitos no bolso. "Fico surpresa quando dizem que a inflação está sob controle", desabafa. (Págs. 1 e 20 a 22)

- Planalto negocia saída discreta para servidor, mas só se ele assumir que vazou o dossiê FHC. José Aparecido nega e diz estar

disposto a depor na CPI dos Cartões, deixando em ebulição o governo e o Congresso. (Págs. 1, Tema do Dia e 2 A 6)

- Tribunal de Justiça do Distrito Federal acata recurso impetrado pelo Banco do Brasil e libera seleção para formação de cadastro de reserva. Quase 40 mil candidatos a vagas de escriturário farão as provas no próximo dia 18.

(Págs. 1 e 27)

VALOR ECONÔMICO

Lucratividade dos bancos tem queda no 1º trimestre

- O primeiro trimestre trouxe uma novidade que não se via há muito tempo: o crescimento que os bancos vinham exibindo nos lucros a cada trimestre caiu pela metade, da faixa dos 20% para cerca de 10%.

Além disso, a lucratividade também caiu. Os balanços já divulgados dos cinco maiores bancos privados - Bradesco, Itaú, Real, Unibanco, Santander - e do BicBanco mostram que o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido ficou em 24,5% em comparação com 26,8% no primeiro trimestre do ano passado.

Ficou mais difícil para os bancos ganhar dinheiro com a redução do juro básico, a mudança do mix das carteiras de crédito e o aumento dos custos de captação. Essa nova realidade reduziu a margem financeira dos bancos, também chamada de spread, medida pela relação entre as receitas de intermediação financeira e os ativos.

A redução da margem era esperada por causa da queda da Selic. Mas o efeito "foi amplificado" por causa do encarecimento das captações no mercado doméstico, disse Geraldo Travaglia, vice-presidente do Unibanco, o único entre os grandes bancos privados em que a rentabilidade cresceu.

No início do ano, com a dificuldade para captar no exterior e a forte demanda por crédito, os grandes bancos aumentaram a emissão de certificados de depósito bancário (CDB), cujo juro médio subiu de 101% para 105% da taxa interbancária. No Unibanco, a margem caiu de 9,3% para 7,8% entre o primeiro trimestre de 2007 e igual período deste ano, no Bradesco, de 7,4% para 7,1% e no Itaú, a redução foi de 8,1% para 7%. O impacto varia conforme o mix da carteira de crédito. Os bancos que investiram mais no consignado e no financiamento de veículos ganham juro menor, mas têm inadimplência baixa. Para complicar, a pressão do Banco Central conteve o aumento das receitas com serviços em 8% entre o primeiro trimestre deste ano e o de 2007. Mas os resultados dos bancos foram beneficiados pelo aumento das carteiras de crédito e redução da inadimplência, que diminuiu o gasto com provisões. (Págs. 1 e C8)

- A União Européia avisou o Brasil que pretende fazer um acordo bilateral sobre etanol. Se quiser exportar para o mercado comunitário, o país terá de respeitar duros critérios sociais e ambientais na produção do biocombustível. Os custos para monitorar a aplicação das exigências de Bruxelas ficarão com os exportadores brasileiros. A UE enviará missões para avaliar a produção, como já ocorre com a carne bovina.

O plano de Bruxelas ainda precisará de reparos, porque os 27 países membros travam verdadeira batalha para se entenderem sobre o nível de endurecimento dos critérios na produção do etanol destinado a cobrir 10% do consumo do transporte europeu até 2020. Essa meta obrigatória está ameaçada, em meio à campanha violenta contra o etanol. O relator do projeto sobre energias renováveis no Parlamento Europeu, deputado Claude Turmes, qualificou a meta de "irrealista" e, em seu relatório preliminar, retirou os 10% do texto. Para analistas, o mais provável será a redução do percentual e não sua eliminação. (Págs. 1 e A14)

- A indústria de alimentos prevê que seus preços subam em média 5% no próximo mês. Em alguns casos, como o das massas, a elevação pode chegar a 8%, segundo os fabricantes, por conta da disparada no preço do trigo. A Vilma Alimentos, fabricante de farinha de trigo, massas e misturas prontas, já observa redução no crescimento do consumo por causa dos reajustes.

Para não perder vendas, a maioria das empresas deve parcelar o aumento, para que ele seja melhor aceito pelo consumidor, como diz Edmundo Klotz, presidente da Abia, que representa o setor. "A indústria segurou os reajustes o quanto pôde". No Nordeste, como o poder aquisitivo do consumidor é menor, as fábricas não estão conseguindo repassar o aumento dos preços das matérias-primas. Em abril, as indústrias de alimentos tiveram alta na produção pelo quarto mês consecutivo, mas a lucratividade está em queda. (Págs. 1 e B4)

- A nova política industrial que será anunciada na segunda-feira trará uma primeira iniciativa do governo para desonerar a folha de salários das empresas de uma parte da contribuição patronal à Previdência Social. O alívio, por enquanto, será apenas para as empresas que exportam software - uma antiga reivindicação do setor, no qual a mão-de-obra representa quase a totalidade do custo de produção.

Haverá também um pacote de incentivos fiscais para a indústria, de cerca de R$ 20 bilhões entre este ano e 2010, além de medidas de redução dos custos financeiros, de investimentos e de exportações. Com o nome de "Política de Desenvolvimento Produtivo", o programa deverá prever investimentos de R$ 250 bilhões nos próximos três anos, em 24 setores, destinados à ampliação da capacidade de produção, inovação tecnológica e modernização. (Págs. 1 e A2)

- OCDE investiga o envolvimento de empresas brasileiras em corrupção internacional. (Págs. 1 e A20)

- O índice Nacional da Construção Civil (INCC) subiu 0,37% em abril, recuando 0,47 ponto percentual em relação ao índice de março (0,84%). O custo médio por metro quadrado ficou em R$ 618,36. (Pág. 1)

- Sete meses após receber um aporte de R$ 56 milhões do BNDES, a BRQ - especializada em serviços de tecnologia da informação - comprou a ThinkInternational, dos EUA, com a qual já mantinha parcerias comerciais. O valor não foi divulgado. (Págs. 1 e B1)

- Incentivos fiscais, expansão do crédito e aumento da renda levarão o país a dobrar o número de computadores pessoais até 2012, ultrapassando a marca dos 100 milhões de equipamentos (domésticos e corporativos). (Págs. 1 e B2)

- Suez, Camargo Corrêa e as estatais Eletrosul e Chesf fecharam o consórcio para enfrentar Odebrecht e Furnas no leilão da segunda hidrelétrica do rio Madeira, Jirau. A multinacional franco-belga lidera o grupo, com 50,1%. (Págs. 1 e B8)

- Uma disputa tributária em torno de repasses da Lei Kandir levou o Mato Grosso a vetar prorrogação de convênio que reduz a base de cálculo do ICMS sobre insumos agrícolas a partir de 31 de julho. A medida pode elevar ainda mais os custos do setor. (Págs. 1 e B12)

- A interrupção das altas para realizar lucros de curto prazo foi breve na bolsa. O Ibovespa voltou ao azul puxado pelos estrangeiros. Após o recorde de abril, o saldo do capital externo no mês, até dia 5, já supera R$ 1 bilhão. (Págs. 1 e D2)

- Ministério Público Federal e Comissão de Valores Mobiliários firmam convênio para cooperação e troca de informações na repressão a casos de uso de informação privilegiadas no mercado de capitais. (Págs. 1 e D2)

- Em uma assembléia marcada pela ausência de pequenos acionistas, uma senhora de 72 anos roubou a cena, ontem, na reunião que criou, oficialmente, a terceira maior bolsa de valores do mundo. Com questionamentos sobre os mais diversos pontos do processo de união entre a Bovespa Holding e a BM&F, Elizabeth Cruz de Oliveira deixou desconcertados os banqueiros e corretores que comandavam a reunião e que vão mandar na recém-nascida BM&F Bovespa S.A. Elizabeth levantou dúvidas que iam desde a operação de integração até o formato da assembléia. E nem o nome da nova empresa escapou das observações da investidora, que achava que o correto seria Bovespa BM&F, já que a bolsa de valores é mais popular.

Elizabeth trabalha no ramo imobiliário, estuda filosofia há 50 anos e diz que "gosta de todos os pingos no is". Com um blusão de lã colorido, desafiou homens de terno e foi praticamente uma voz solitária dos minoritários na assembléia, considerada um marco histórico e impensável há alguns anos. No salão, alguns riam e outros - ainda não acostumados com a crescente democratização do mercado de capitais - se irritavam. (Págs. 1 e D1)

- Idéias - Márcio Garcia: fundo soberano trará prejuízos ao Tesouro Nacional. (Págs. 1 e A19)

- Idéias - Maria C. Fernandes: caso Alstom realça gênese de crise no PSDB. (Págs. 1 e A6)

OUTROS JORNAIS

/JORNAL DO COMMERCIO/

- Comida empurra a inflação (Pág. 1)

- Sai o reforço contra a dengue (Pág. 1)

- Pernambuco na briga para se tornar pólo automobilístico (Pág. 1)

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