30 maio 2008

SINOPSES DE JORNAIS

Radiobrás


JORNAL DO BRASIL

- Preso o ex-chefe da Polícia

- A polícia Federal prendeu o deputado estadual e ex-chefe de Polícia Civil delegado Álvaro Lins. Com outras 15 pessoas, entre elas o ex-governador Antony Garotinho. Lins é acusado de integrar uma quadrilha que teria usado a corporação para levar dinheiro, facilitar o contrabando e praticar corrupção. A prisão pode ser revista pela Assembléia Legislativa, já que o delegado tem imunidade. Outros seis policiais civis, entre eles Ricardo Hallack, sucessor de Lins, tiveram prisão decretada. (págs. 1, A10 e A12)

- Até os partidos que apóiam o governo começam a ficar contra a nova versão do imposto do cheque, a Contribuição Social para a Saúde. Descobriram que o projeto pode tirar até R$3 bilhões da própria saúde. (págs 1 e A4)

- A agência de classificação de risco Fich Ratings elevou o Brasil a grau de investimento como fez a Standard & Poor's em abril. O índice amplia a credibilidade do país. (págs. 1 e A17)

- A Câmara aprovou mais um projeto do chamado pacote de segurança: o que reduz à metade a duração dos processos criminais. Entre as principais mudanças está a determinação de que a instrução e o julgamento do processo sejam feitos numa só audiência. (págs 1 e A2)

- Cientistas brasileiros podem celebrar, com seis votos favoráveis e cinco contrários, o Supremo Tribunal Federal aprovou o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas. Os ministros votaram contra a ação de direito de inconstitucionalidade do artigo 5o. da Lei de Biossegurança. Especialistas comemoraram do lado de fora do STF antes mesmo de proclamado o resultado. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota lamentando a decisão e reafirmando que "não se trata de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana." (págs 1 e A3)

- O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) trabalha pela aprovação, no Congresso, de um projeto que fará o Rio de Janeiro perder até 10% do total de royalties do petróleo, que neste ano já renderam ao estado R$ 822 milhões. O presidente da Associação dos Municípios do Rio diz que "o senador é um aloprado" e classifica a proposta como "uma covardia". (págs 1 e A18)

FOLHA DE SÃO PAULO

- STF mantém pesquisa com embriões

- No terceiro dia de julgamento e após mais de 15 horas de discussão, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 6 votos a 5, pela constitucionalidade do artigo 5º da lei de Biossegurança, que permite as pesquisas com células-tronco embrionárias humanas no país. Prevaleceu a tese do relator do caso, ministro Carlos Ayres Britto, que votou pela liberação das pesquisas, sem a criação de novas restrições ou regulamentações. Os cinco ministros que discordaram da posição propuseram "correções" a alguma "deficiência" encontrada na lei. O julgamento fora retomado na quarta-feira. Ontem votaram Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente do STF, Gilmar Mendes. Os dois primeiros decidiram seguir o relator. A sessão foi marcada por bate-bocas, como entre Celso de Mello e Cezar Peluso, que quis esclarecer que, ao contrário do que foi noticiado, seu voto, dado na véspera, não continha nenhuma ressalva à lei. Horas mais tarde, Peluso defendeu que figurasse na decisão final do STF que as pesquisas devem ser fiscalizadas, o que foi refutado por Mello. (págs 1 e A15)

- A decisão do STF a favor da já ultra-restritiva Lei de Biossegurança chega com atraso. Conseguiu-se enfim autorizar o que dez anos atrás parecia promissor, mas em raras situações, hoje, e com perspectivas cada vez mais estreitas. (págs 1 e A15)

- Propriedades instaladas numa área de 155 mil km2 escaparam das restrições ao crédito impostas pelo governo para tentar conter o desmate na Amazônia. A maior parte das cidades beneficiadas fica em Mato Grosso. A medida será anunciada por Carlos Minc (Meio Ambiente) em resposta à pressão do agronegócio. O setor, porém, acha pouco. (págs 1 e A11)

- A Polícia Federal prendeu o deputado estadual Álvaro Lins (PMBD-RJ), ex-chefe da Polícia Civil, e outras seis pessoas e realizou busca e apreensão nas casas do ex-governador Anthony Garotinho (PMBD). Eles são acusados de integrar bando que teria usado a estrutura do Estado para praticar corrupção. Garotinho foi denunciado como pretenso líder. Os objetivos do suposto esquema, que acobertaria sonegadores por meio da nomeação de delegados comprometidos, seriam o enriquecimento pessoal e a arrecadação de dinheiro para campanhas políticas. Garotinho chamou de "covarde" a ação da PF e negou as acusações. Um advogado de Lins disse ignorar as suspeitas contra ele. (págs 1,A4 e A8)

- Menos de um mês após a agência de classificação Standard&Poor's conceder o grau de investimento para o Brasil, a concorrente Fitch Ratings também reconheceu o país como local seguro para investir. A avaliação, em tese, é um estímulo para grandes investidores mais conservadores. A Fitch atribui a melhora à solidez das contas externas e ao compromisso das autoridades com a estabilidade. Desta vez, porém, o anúncio não foi acompanhado de euforia no setor financeiro. A Bovespa caiu 1,85%, em um dia negativo nos mercados. Já o dólar recuou 1,09% e fechou a R$ 1,638.(págs 1 e B1)

- Empresas não-financeiras, como supermercados e padarias, poderão se credenciar em bancos que operam com câmbio para fazer transações.(págs 1 e B7)

- Após o fracasso de leilão de privatização em março, o governador paulista, José Serra, decidiu vender ações da Cesp até o limite mínimo necessário para mantê-la sob controle do Estado. O governo tem hoje 79% das ações; Serra quer pôr 28% delas no mercado. (págs 1 e B5)

- Editoriais - Leia "A favor da pesquisa", sobre células-tronco no STF;e "Inflação de vereadores", que critica projeto da Câmara.

O ESTADO DE SÃO PAULO

-STF libera pesquisa com embrião

- O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou ontem a realização de pesquisas com células-tronco de embriões humanos. Por margem apertada, 6 votos a 5, o STF considerou que não fere a Constituição o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite esse tipo de experimento para fins terapêuticos. A partir de células-tronco embrionárias, é possível reproduzir em laboratório qualquer tecido de corpo humano,o que representa esperança de cura para vítimas de doenças hoje sem tratamento. A decisão do STF pôs fim a três anos de embate judicial entre cientistas e religiosos que vêem nos experimentos uma agressão à vida. Os cinco ministros do Supremo vencidos na votação liberavam as pesquisas, mas sugeriram restrições capazes de comprometê-las. O julgamento do caso consumiu três dias de debates no STF e teve momentos de tensão. Os ministros Cezar Peluso e Celso de Mello chegaram a bater boca. (págs.1 e A19)

- O Brasil pode ter, até o fim do ano, sua primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas. A previsão é da geneticista Lygia da Veiga Pereira, da USP. "Já estamos trabalhando nessa pesquisa há cerca de dois anos", afirma Lygia. Por enquanto, 17 países possuem suas próprias linhagens. (págs. 1 e A20)

-Documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo Ministério Público da Suíça revelam que seis empresas constituídas em paraísos fiscais, duas das quais controladas por brasileiros, teriam sido utilizadas pela multinacional francesa Alstom para supostamente repassar propinas a autoridades e políticos paulistas entre 1998 e 2001, em troca da assinatura de contratos em São Paulo. Os pagamentos seriam feitos com base em trabalhos de consultoria de fachada. No período, as "comissões" chegaram a cerca de R$13,5 milhões. (págs. 1 e A9)

-A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira um projeto que abre brechas na Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo descumprindo limites da lei, governadores poderão aumentar gastos com pessoal e contrair novos empréstimos, elevando o endividamento dos Estados. O projeto foi aprovado com apenas um voto contrário. (págs. 1 e A8)

-A agência de classificação Fitch elevou o Brasil a grau de investimento, pelo qual o País é tido como seguro para o capital externo. Foi a segunda agência a dar o grau ao Brasil e o dólar caiu para R$ 1,637, menor cotação desde janeiro de 1999. (págs. 1,B1 e B3)

-A Polícia Federal e a Procuradoria Regional da República no Rio prenderam ontem o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB). Chefe de Polícia Civil nos governos de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, Lins é acusado de liderar quadrilha de policiais que usava prerrogativas do cargo para receber favores. Foi denunciado também por contrabando, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha armada. A mesma investigação acusa Garotinho de formação de quadrilha: ele teria mantido Lins à frente da polícia mesmo sabendo dos envolvimentos criminosos.Os procuradores, porém, dizem que não ficou provado que Garotinho tenha se beneficiado com a situação. Sua casa foi vasculhada ontem por oito policiais. A uma rádio, ele disse que não tem o que temer. (Págs 1,A4 e A 6)

-Notas e Informações : Conflitos envolvendo índios sempre houve, mas há notória diferença de tom que leva a refletir sobre os riscos de essas questões poderem gerar situação de desafio à soberania nacional.(págs. 1 e A3)

-Artigo: Washington Novaes: "Manejo Sustentável" em florestas não resolverá a questão. (págs. 1 e A2)

- A Funai divulgou no exterior fotos aéreas de índios que vivem sem nenhum contato com a civilização, na fronteira do Acre com o Peru. Segundo sertanistas, a tribo vive na cabeceira de um igarapé e sofre ameaças de madeireiros e plantadores de coca que moram do lado peruano.(págs. 1 e A12)

O GLOBO

- PF diz que Garotinho chefiava quadrilha e prende Álvaro Lins

- O ex-governador Anthony Garotinho, atual presidente regional do PMDB, foi denunciado ontem pela Procuradoria Regional da República no Rio por formação de quadrilha armada. Ele é acusado de garantir politicamente a manutenção de uma organização criminosa que tinha o delegado Álvaro Lins, então chefe da Polícia Civil e atual deputado estadual (PMDB), como chefe operacional. O grupo usava a estrutura do estado para cometer crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando, o que envolvia a máfia dos caça-níqueis e cotas em dinheiro a serem repassadas por delegacias. Álvaro foi preso em flagrante pela Polícia Federal, sob a acusação de usar parentes próximos como "laranjas" para esconder patrimônio ilícito. Houve ainda buscas em duas casas de Garotinho. Sete policiais civis, entre eles o delegado Ricardo Hallak, que substituiu Álvaro Lins na Chefia de Polícia, também foram denunciados. Escutas telefônicas comprovariam o envolvimento dessas autoridades. (páginas 1, 14 a 20)

- A liberdade de pesquisa foi a grande vencedora no julgamento de ontem do Supremo Tribunal Federal (STF). Numa sessão considerada histórica, o tribunal decidiu pela constitucionalidade da Lei de Biossegurança, que autoriza pesquisas médicas com células-tronco extraídas de embriões humanos. Seis ministros declararam total apoio às pesquisas. Os outros cinco também consideraram a lei constitucional, mas com restrições. Prevaleceu a idéia de que a Igreja, que se opõe à lei, não pode interferir nas decisões de um Estado laico. Cientistas e portadores de deficiências físicas comemoraram e esperam que agora, após três anos de impasse, o país possa dar prosseguimento aos estudos. A CNBB lamentou a decisão do STF. (págs. 1 e 35)

- Quase um mês após ter recebido o primeiro grau de investimento da agência de risco Standard & Poor"s, ontem foi a vez de a Fitch reconhecer a posição mais sólida do Brasil. Com isso, ficará mais fácil receber investimentos. (págs. 1, 27 e 28)

- O Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para investigar o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP). Ele é citado na investigação da Polícia Federal sobre a quadrilha suspeita de cobrar propinas para intermediar empréstimos no BNDES. (págs. 1 e 8)

GAZETA MERCANTIL

- Fitch confirma Brasil como seguro e dólar cai

- O Brasil conseguiu ontem mais um selo de segurança para o investidor estrangeiro. Um mês após a Standard & Poors elevar a nota da dívida brasileira em moeda estrangeira de BB+ para BBB-, no menor nível do grau de investimento, a Fitch seguiu o mesmo caminho e elevou a classificação do País, que agora é considerado especulativo apenas pela Moodys, com nota Ba1. A expectativa de mais ingresso de recursos externos no Brasil com essa nova classificação aumentou a pressão sobre o dólar, que fechou em queda de 1,09%,para R$1,636, a menor desde 18 de janeiro de 1999.

A diretora sênior da área de soberania da Fitch, Shelly Shetty, justificou a decisão da agência, lembrando a queda da vulnerabilidade externa do País.O up- grade reflete fatores como crescimento do PIB, estabilidade econômica e, claro, a forte queda da vulnerabilidade externa.

A confirmação do rating brasileiro, com a classificação da Fitch deve elevar ainda mais os recursos estrangeiros disponíveis a empresas e bancos nacionais. A superintendente da área de mercado de capitais do BancoVotorantim, Silvia Benvenuti, lembra da limitação que instituições estrangeiras têm ao destinar recursos a países com apenas um grau de investimento. A provisão que um banco tem de fazer ao emprestar recursos a empresas de um país reconhecido como grau de investimento por apenas uma agência de risco é maior, afirma Silvia, lembrando que a limitação consta do acordo de Basiléia. Com o segundo grau de investimento, a provisão diminui e o custo do empréstimo cai. (págs. 1, B1 e B2)

- O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem, por seis votos a cinco e sem restrições, o uso para fins de pesquisa e terapia de células-tronco embrionárias consideradas cientificamente inviáveis. A ação de inconstitucionalidade contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança foi proposta pela Procuradoria-Geral da República em 2005, com a alegação de que violaria os princípios fundamentais do direito à vida e à dignidade humana.

Para os que defendem o uso das células-tronco, a decisão mantém a esperança de cura para pacientes com doenças degenerativas ou portadores de deficiência, a partir do resultado dos estudos. Em seu voto, o ministro Marco Aurélio de Mello disse que a Lei de Biossegurança permite pesquisas com células-tronco embrionárias produzidas in vitro consideradas inviáveis para a reprodução humana e, portanto, descartáveis. (págs. 1 e A11)

- Inflação - IGP-M registra alta de 1,61% em maio. (págs. 1 e A5)

- A busca por maior rentabilidade por parte dos fundos de pensão e o cresci- mento do número de regimes próprios de previdência de estados e municípios têm levado os bancos a ampliar a área de administração de recursos dos investidores institucionais. Hoje os gestores administram cerca de 63% do total dos ativos das entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), que somavam, em janeiro, R$ 449,8 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). (págs. 1 e B3)

- O conflito entre a General Motors do Brasil e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) está cada vez mais acirrado. Depois da declaração do vice-presidente da empresa, José Carlos Pinheiro Neto publicada ontem com exclusividade pela Gazeta Mercantil , de que poderá investir numa quarta fábrica de carros no Brasil devido à dificuldade de negociar com a categoria no parque industrial do Vale do Paraíba, a situação radicalizou de vez. O diretor do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo, afirmou que a entidade exigirá do governo federal a estatização da fábrica. Enquanto isto, empresários, vereadores, representantes dos operários da montadora e cerca de 10 entidades de classe atuam em um comitê pró-GM e estão dispostos a enfrentar os líderes metalúrgicos, ligados ao partido PSTU e à central sindical Conlutas, ambos considerados de extrema esquerda. Nós vamos para o pau, não tem outro jeito, afirmou o presidente interino da Associação Comercial e Industrial, Anibal Monteiro, do município. (págs. 1 e C4)

- Enquanto as grandes usinas se modernizam com tratores, colheitadeiras e moendas de última geração, as de menor porte e cachaçarias aproveitam para comprar no mercado de usados o que já está obsoleto para as líderes. Entre nossos clientes estão cachaçarias, que adquirem quase 100% dos seus equipamentos usados, afirma Marcelo Coelho,executivo da E-Ma- chine, empresa localizada em Ribeirão Preto (SP) e que desde 2000 atua no ramo de usados, exclusivamente com o sucroalcooleiro.

Esse negócio representa 75%das atividades agrícolas da Superbid, uma empresa especializada em leilões. A participação vem crescendo ano a ano e em 2007 foi de 68%, diz Paulo Scaff. São desde parafusos e peças antigas de almoxarifado, até caldeiras, moendas mais antigas e tratores que são arre- matados com deságio de até 30%, de- pendendo do estado de conservação. A vantagem de vender em leilões é a transparência do processo. Você acompanha o último lance e não fica com a sensação de que, se tivesse avisado mais gente, conseguiria valor melhor, diz Samantha Campos, engenheira agrícola da usina Ester (SP), que já ofertou equipamentos usados em dois leilões.

Gilberto Zago, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), avalia que o segmento de usados é um importante complemento das indústrias. Quando o produtor compra uma máquina nova, pode dar como parte do pagamento o veículo velho.E o setor de usados absorve o produto que recebemos, afirma Zago. (págs. 1 e C1)

- Mais de dois terços 70% dos diretores de empresas brasileiras ainda trabalham com o chicote na mão. A conclusão é de uma pesquisa da consultoria Outstretch, que ouviu 600 pessoas. Nossos executivos são técnicos demais, sabem executar seus ofícios, mas não sabem lidar com o humano, diz Paulo Chebel, especialista em direção empresarial e diretor da consultoria. (págs. 1 e C9)

- A criação da CSS, nos moldes da extinta CPMF, esconde uma manobra que pode tirar até R$5 bilhões em investimentos na área da saúde, se comparada ao proposto pela Emenda 29. (págs. 1 e A6)

CORREIO BRAZILIENSE

- Sim à vida

- Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal garantiram, ontem, ao Brasil o direito de investir em pesquisas com células-tronco embrionárias na busca de cura para doenças. Comemorada por grupos de cadeirantes que se aglomeraram em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes; e pela comunidade científica, a decisão vai reduzir a dependência nacional em relação aos recursos genéticos importados. Com o prosseguimento das pesquisas, interrompidas em 2005 pela ação de inconstitucionalidade contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permitia o avanço da ciência, até o final do ano o país poderá estar entre as 17 nações que já têm a sua própria linhagem de células-tronco embrionárias humanas.(pág 1)

Ao reconhecer a constitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança, questionada pelo ex-procurador-geral da República Cláudio Fontelles, o Supremo Tribunal Federal acende a luz da esperança não só para pessoas com doenças hoje incuráveis, como as cardiovasculares, neurodegenerativas (Parkinson e Alzheimer, entre elas), o câncer, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, lesões medulares e outras. A decisão, das mais importantes da história da Corte, abre novos caminhos à ciência no Brasil. E vai além; ilumina também a política, repondo no devido lugar a natureza laica do estado. A vitória do obscurantismo, dos dogmas e conceitos confessionais que tentavam impedir as pesquisas com células-tronco embrionárias roubaria do país o direito de participar da corrida pela busca das terapias revolucionárias que certamente marcarão a medicina do século 21. embora com restrições - uma vez que a autorização se limita aos 3,2 mil embriões descartados e armazenados em clínicas, sem condições de se desenvolverem em úteros, a esperança está restabelecida. Agora, espera a sociedade que os cientistas e pesquisadores transformem o sonho em realidade.(pág 1)

- Desafio, agora, é conseguir verbas para financiar pesquisas científicas. (pág 1)

- Derrotados querem vetar células-tronco mudando a constituição. (págs 1,13 a 15)

- Um mês após a Standart&Poor's, a agência Fitch dá à economia brasileira a chancela de porto seguro para se investir. (págs 1 e 18)

- Ministério Público denuncia ex-governador do Rio por formação de quadrilha armada. (págs 1, 4 e 5)

- Avaliado pela UnB em R$ 6 milhões, imóvel de luxo ocupado por Timothy Mulholand será permutado por outros de menor valor. (págs 1 e 34) O

VALOR ECONÔMICO

-Novo rating cria demanda de US$ 13 bilhões em títulos

- Os títulos da dívida externa do governo brasileiro terão demanda extra de US$ 12,5 bilhões a US$ 13 bilhões com a obtenção, ontem, do segundo grau de investimento, concedido pela Fitch Ratings o anterior foi conferido pela Standard & Poor's em 30 de abril, estima a Lehman Brothers. É um total significativo. O estoque de papéis de dívida do Tesouro nas mãos de investidores é de US$ 46,5 bilhões hoje. Os papéis terão mais atratividade porque passarão a ser incluídos nos índices da renda fixa da Lehman Brothers, possivelmente já no próximo mês. Os índices de crédito grau de investimento são amplamente utilizados por investidores institucionais: fundos, seguradoras e bancos. O Brasil vinha se preparando há tempos para cruzar a fronteira do grau de investimento. A decisão da Fitch não foi surpresa: a bolsa caiu 1,85% ontem, depois de subir 6,33% quando a S&P elevou o rating brasileiro. Um de seus efeitos mais visíveis será a redução dos prêmios de risco. Ontem, os papéis de vencimento em 2017 pagavam menos do que títulos da GE de mesmo prazo.A partir de agora, as conseqüências da elevação do rating virão a médio e longo prazos. O investimento direto crescerá mais, avalia James B. Quigley, responsável pelos negócios de mercados globais e banco de investimento da Merrill Lynch na América Latina e Canadá. A oferta e as taxas para financiamento de longo prazo irão cair, beneficiando especialmente os investimentos em infra-estrutura, que são volumosos e retorno demorado, diz Walter Mendes, diretor de renda variável do Itaú. Mesmo antes do grau de investimento, muitos investidores institucionais estrangeiros podiam aplicar aqui. O que muda agora é que aumenta o percentual que os aplicadores com perfil de longo prazo poderão distribuir nos diversos ativos brasileiros, explica o chefe da mesa da HSBC Corretora, Jorge Miranda. "O número de estrangeiros que podem aplicar por causa do rating, novo é muito maior", diz. (págs.1,C1,C2,D1eD2)

- A solução para uma dívida de R$8,5 bilhões da Eletrobrás em dividendos não pagos desde a década de 80 está perto do fim. Os ministros Edison Lobão, das Minas e Energia, e Guido Mantega, da Fazenda, esperam chegar a um acordo em dez dias sobre um plano para pagar os acionistas. A proposta prevê que R$ 1,8 bilhão seriam pagos em dinheiro. O BNDES, que já tem cerca de 20% da Eletrobrás, aumentaria sua participação para 25% ou 30% com a conversão da dívida em participação acionária. Há pontos de tensão, porém, sobre a fatia que cabe ao Tesouro, controlador da Eletrobrás, que tem R$5,1 bilhões a receber. A estatal, que fará aumento de capital junto com a distribuição de dividendos, quer que o tesouro use o dinheiro que receberá para subscrever novas ações. O secretário Arno Augustin quer colocar em caixa o máximo de recursos, para compensar a perda da CPMF. Mas a Eletrobrás ressalta que quanto menos recursos tiver, mais difícil será atingir sua meta de superávit primário.(págs.1eD3)

- Com a demanda aquecida e a pressão da inflação "importada" da China, os produtores de alguns bens de consumo encontram espaço para reajustar com mais força os seus preços. Nos setores de calçados e vestuário, os preços aumentam ainda que não esteja em curso uma alta significativa e disseminada de custos no atacado. Em 12 meses até abril, as cotações dos calçados no varejo avançaram 9,03%. Um dos insumos mais importantes para o setor, o couro teve reajustes menos no atacado - o semi-acabado subiu 5,41%, mas o "wetblue" teve queda de 1,75%. Para o economista Luís Fernando Azevedo, da Rosenberg&Associados, depois de sofrer nos últimos anos com o câmbio valorizado, esses dois setores aproveitam o momento de demanda forte para reajustar os preços, repassando custos acumulados. Ele acredita que a inflação vinda da China também influencia esse processo. Os preços dos importados do país asiático subiram 4,4% em dólar e 1,6% em real no primeiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior. Os reajustes dos bens de consumo, no entanto, não são generalizados. Em alguns setores, como o automotivo e o de eletroeletrônicos, os preços seguem comportados. (págs,1 e A3)

- A expectativa quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o futuro da terra indígena Raposa/Serra do Sol, no Estado de Roraima, instaurou um ambiente potencialmente explosivo na região. Lideranças estão reunindo indígenas para invadir fazendas de arroz, mesmo que o Supremo decida que os arrozeiros podem permanecer na área. "Estamos prontos para enfrentar o que vier. Se o Supremo disser não? Estamos prontos para dar continuidade ao trabalho, ocupar a terra das fazendas", afirma Jaci José de Souza Macuxi. Muitos em Roraima apostam que, qualquer que seja a decisão da Justiça, haverá reações violentas. "Vou aceitar ser roubado sem reagir?",diz Paulo César Quartiero, o maior plantador de arroz do Estado. (pags1 e A12)

- STF libera pesquisas com células-tronco

- Armênio Guedes conta a história de seus 50 anos na linha do PCB.(págs.1 e EU& Fim de Semana)

- Confiante no aquecimento da economia, há dois anos a Giroflex obteve financiamento no BNDES para ampliar a produção e viu a receita bater nos R$ 265 milhões em 2007. A previsão para este ano é crescer 20%, diz Osvaldo Ribeiro. (págs 1 e B5)

- Em julho, o BNDES irá emitir R$ 1,5 bilhão em debêntures no mercado doméstico, para investidores qualificados e de varejo. O programa total é de R$ 6 bilhões, em até dois anos. (págs 1 e C3)

- O Conselho Monetário Nacional flexibilizou as regras para operações de câmbio de pequeno valor, até US$ 3 mil, para agentes bancários, agências de viagens e hotéis, (págs 1 e C4)

- Idéias - Maria C. Fernandes: BB-Nossa Caixa molda um federalismo sem volta. (págs 1 e A6)

- Idéias - Alexandre Espírito Santo: mundo com inflação baixa não existe mais. (págs 1 e A10)

- Santa Catarina vive um boom de investimentos em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Cooperativas de distribuição de energia que atuam em áreas rurais desengavetaram projetos de geração; a estatal Celesc, focada em distribuição, abriu chamada pública demonstrando interesse em integrar esses projetos e empresas como a Coteminas visitam o Estado avaliando investimentos no setor. Até abril havia 187 pedidos de conexão de novas usinas ao sistema elétrico da Celesc. (págs 1 e B1)

ESTADO DE MINAS

- A ciência que nos redime

- Estão autorizadas no Brasil as pesquisas com células-tronco embrionárias. A decisão foi proferida ontem pelo Supremo Tribunal Federal, no encerramento de julgamento que durou dois dias. Seis ministros foram totalmente favoráveis à constitucionalidade da Lei de Biossegurança sancionada por Lula em 2005, que libera os experimentos, enquanto cinco a aprovaram, mas com restrições aos estudos envolvendo embriões. A decisão abre perspectivas de novos tratamentos para várias doenças hoje incuráveis. E foi comemorada por deficientes que acompanharam a votação no tribunal. (págs. 1, 10 e 11)

- Um mês depois da Standard & Poor's, outra grande agência de classificação de risco, a Fitch, elevou a nota do Brasil ao grau de investimento. Significa que, aos olhos do mercado internacional, o país passa a ser considerado mais confiável. A chancela de bom pagador se deve ao desempenho da economia brasileira. (págs. 1 e 13)

- O corregedor da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), pede o afastamento do presidente do Conselho de Ética, Sérgio Moraes (PTB-RS), por protelar abertura de processo de cassação contra Paulinho da Força (PDT-SP), acusado de desviar dinheiro do BNDES. (págs. 1 e 2)

- Garotinho é denunciado por formação de quadrilha. (págs. 1 e 4)

- PF prende de novo suspeito da máfia das prefeituras. (págs. 1 e 5)

- Câmara - Mudança no Código Penal agilizará julgamento. (págs. 1 e 12)

OUTROS JORNAIS

JORNAL DO COMMERCIO

- STF libera pesquisa com embriões. (pág. 1)

- Brasil ganha outro título que o credencia como bom pagador. (pág. 1)

- Estado apresenta hoje proposta de reajuste para os servidores. (pág. 1)

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