Tribunal libera o trânsito de caminhões
- A pedido dos supermercados do Rio, o Tribunal de Justiça suspendeu o decreto da prefeitura proibindo a circulação de caminhões nas horas de rush em áreas da Zona Norte, Zona Sul e Centro. A medida, que melhorou o tráfego e foi elogiada por moradores na segunda-feira, tem efeitos retroativos: quem foi multado não precisa pagar. Mas o prefeito César Maia não aceita e diz que as multas continuarão. (pág. 1 e Cidades, págs. A10 e A11)
- Ao contrário da Standard & Poor's (S&P), a agência Moody's, de classificação de risco, negou ao Brasil a promoção ao grau de investimento, que indica se o país é seguro para receber aplicações financeiras. Um dos motivos é o gasto público brasileiro. O Ministério da Fazenda negou que haja preocupação com uma enxurrada de dólares, depois da nota da S&P. (pág. 1 e Economia, pág. A17)
-Índios protestam na visita do ministro da Justiça à Reserva Raposa Serra do Sol, perto da fazenda onde jagunços do prefeito de Pacaraima e líder dos arrozeiros, Paulo César Quartiero, balearam 10 indígenas. (págs. 1 e A3)
- O Brasil é o campeão mundial de cesarianas. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, 80% dos partos feitos na rede privada de saúde são cesarianas. Na rede pública, a proporção é de 26%. Para mudar esse quadro, o Ministério da Saúde lançou ontem, em Brasília, a campanha "Parto Normal - Deixe a Vida Acontecer Naturalmente". (pág. 1 e País, pág. A6)
- O fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, foi absolvido em Belém, no seu segundo julgamento. No primeiro, Bida havia sido sentenciado a 30 anos de reclusão. O promotor Edson Cardoso prometeu recorrer. Rayfran das Neves Sales, réu confesso do crime contra a religiosa americana, ocorrida em 2005, foi condenado a 28 anos. (pág. 1 e País, pág. A6)
-O cidadão kuwaitiano que prendeu três estudantes brasileiros de origem judaica, em um quarto de hotel de Varsóvia, é filho do embaixador do país árabe na Polônia. À polícia, Mohamed A. se disse "arrependido". Será processado por seqüestro. (pág. 1 e Internacional, pág. A22)
Absolvido fazendeiro do caso Dorothy
- O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi absolvido da acusação de ser o mandante do assassinato da freira norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stong, em fevereiro de 2005. Por 5 votos a 2, o Tribunal do Júri de Belém o considerou inocente. A Promotoria vai recorrer.
Bida, que estava preso desde março de 2005, foi libertado no início da noite. Já o pistoleiro Rayfran das Neves, o Fogoió, que confessou ter atirado em Dorothy, foi considerado culpado e condenado a 28 anos de prisão em regime fechado.
Bida passou por um primeiro julgamento em maio de 2007. Por ter sido condenado a 30 anos de prisão, ele teve direito a novo júri. Fogoió foi submetido ontem ao terceiro julgamento - no primeiro, pegou 27 anos; o segundo confirmou a condenação, mas foi anulado.
Na opinião do promotor Edson de Souza, Dorothy Stang estava sendo "insultada depois de morta". (págs. 1 e A4)
- O fundo soberano brasileiro pode ter até US$ 20 bilhões em caixa e usar como fonte de financiamento parte da arrecadação de tributos, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Mantega afirmou que o fundo terá como principais objetivos apoiar vendas e investimentos de empresas brasileiras no exterior e "ajudar a enxugar o excesso de dólar no mercado". Nos dois casos, a meta é conter a deterioração das contas externas. Especialistas fazem restrições à idéia. (págs. 1 e B1)
- Guido Mantega gostaria de ter uma caixinha de dólares como a de Henrique Meirelles no Banco Central, as reservas internacionais.
No fim das contas, vai arrumar uma linha de crédito para o BNDES, com dinheiro de impostos repassado a empresas com negócios no exterior. A julgar por suas declarações, é isso que "fundo soberano" significa. (págs. 1 e B4)
- A PF prendeu o prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM), por suposta tentativa de homicídio e formação de quadrilha, relata Andrezza Trajano.
Um confronto anteontem entre funcionários de Quartiero e índios dentro de fazenda de arroz pertencente a ele deixou ao menos nove indígenas feridos.
A fazenda fica na terra indígena Raposa/Serra do Sol de onde arrozeiros se recusam a sair. O filho de Quartiero e dez funcionários também foram presos.
Segundo Quartiero, os índios atacaram primeiro. Tarso Genro (Justiça) disse que a PF vai "responsabilizar os pistoleiros", informa Hudson Corrêa. (págs. 1, A5 e A6)
- O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, inaugurado ontem, atenderá clientes de planos de saúde até o final do ano. Por lei, ele poderá ter até 20% dos leitos ocupados por doentes da rede privada - os outros 80% serão do SUS.
Maior centro oncológico da América Latina, o instituto terá 580 leitos. (págs. 1 e C6)
- Em carta ao governador José Serra (PSDB), Lauro Malheiros Neto se demitiu do cargo do secretário-adjunto da Segurança de São Paulo. Malheiros é suspeito de ligação com o policial civil Augusto Peña, que está preso e é acusado de extorsão mediante seqüestro.
Na carta, o ex-secretário-adjunto afirma ser inocente e diz que deixou o cargo para "repelir a ação sórdida" daqueles que o atacam. (págs. 1 e C1)
- O Metrô de SP investigará os contratos firmados com a empresa francesa Alstom de 1995 a 2003. Indícios de que a companhia pagava propina para conseguir contratos no país são investigados na Europa. A Alstom nega corrupção e diz que as suspeitas são só "especulações". (págs. 1 e C3)
- Editoriais - Leia "Confusão soberana" que discute criação de fundo; e "Auditores sem controle", sobre greve de servidores. (págs. 1 e A2)
Paulinho da Força vai ser investigado pela Câmara
- O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), determinou à Corregedoria da Casa que apure a suspeita de ligação do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), no desvio de dinheiro do BNDES. "Há possibilidade de o parlamentar ser convidado a explicar (a suspeita)", disse Chinaglia sobre denúncia revelada pelo Estado. O parecer do corregedor, Inocêncio Oliveira (PR-PE), será encaminhado à Mesa da Câmara. Inocêncio pode pedir punição - que vai de censura a cassação - ou arquivamento do caso. Na hipótese de pedido de cassação, haverá processo no Conselho de Ética. A procuradora da República Adriana Scordamaglia vai examinar a relação de doadoras de campanha de Paulinho na eleição de 2006. O objetivo é o cruzamento de nomes que constam da lista declarada pelo pedetista com os alvos da investigação sobre desvio no BNDES. Em discurso no plenário, Paulinho negou envolvimento no caso, atribuiu as acusações ao trabalho que faz em defesa dos trabalhadores e anunciou que abre mão dos sigilos bancário, fiscal e telefônico. (págs. 1, A4 e A5)
- Gravações flagraram o deputado Paulo Pereira da Silva discutindo como desqualificar a investigação sobre o desvio de verbas do BNDES, informam Fausto Macedo e Roberto Almeida. Em 27 de abril, quatro dias após a prisão de dez acusados pelas fraudes, Paulinho conversou com o advogado Ricardo Tosto, conselheiro do BNDES preso na operação. Libertado na véspera, Tosto continuava com o telefone sob monitoramento. (págs. 1 e A4)
- O governo Fernando Lugo, que toma posse em agosto no Paraguai, pretende receber anualmente US$ 1,5 bilhão pela energia elétrica que vende ao Brasil - 5,5 vezes mais do que o valor atual, informa a repórter Denise Chrispim Marin. O Palácio do Planalto acena com negociação sobre o preço da energia e prepara um pacote de pelo menos 14 acordos de cooperação com o Paraguai, envolvendo projetos de infra-estrutura e investimentos de empresas brasileiras. (págs. 1 e B1)
- O secretário-adjunto da Segurança Pública de São Paulo, Paulo Malheiros Neto, entregou carta de demissão ao governador José Serra. Ele disse que tomou a decisão para se defender em tempo integral das acusações de envolvimento com os policiais Augusto Pena e José Roberto de Araújo, suspeitos de extorsão a líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, conforme revelou o Estado. (págs. 1 e C3)
- A Polícia Federal prendeu ontem o rizicultor Paulo César Quartiero por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e porte de artefato explosivo. Também foram presos o filho dele, Renato Quartiero, e nove funcionários da Fazenda Depósito, que fica na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Dez índios foram feridos a bala na véspera, ao invadir a fazenda. (págs. 1 e A12)
- O ministro Carlos Ayres Britto pronunciou-se sobre questões políticas levadas pela imprensa, quando deveria dedicar-se ao aprimoramento das leis eleitorais, o que não será pouco. (págs. 1 e A3)
- Campo entra na era das supermáquinas. Equipamentos sofisticados obrigam agricultores a se especializar para operá-los. (pág. 1)
- Lucro do Itaú cresce 7,5%, para R$ 2 bi. O número foi considerado modesto, mas ficou dentro das projeções. (págs. 1 e B12)
- Os 88 índios que guaranis que instalaram suas ocas em Camboinhas levaram polêmica a um dos pontos mais valorizados de Niterói (RJ). Moradores da região querem se livrar dos novos vizinhos, que alegam estar tentando evitar a construção de condomínio em área de cemitérios indígenas. (págs. 1 e C6)
- Artigo: Mário Marconini: O Brasil tem ameaçadas exportações de US$ 4 bilhões para os EUA. (págs. 1 e A2)
Júri absolve condenado por morte de missionária
- Depois de ter sido condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi absolvido ontem em julgamento que durou dois dias, no Pará. Defensora dos direitos humanos numa área marcada por conflitos de terra, Dorothy foi morta a tiros em fevereiro de 2005. Como Bida fora condenado a mais de 20 anos, teve direito a novo julgamento. A mudança do veredicto aconteceu após o pistoleiro Rayfran das Neves Sales, réu confesso, ter negado a participação do fazendeiro como mandante, o que confirmara no primeiro julgamento. Bida fora acusado por ele de ter fornecido a arma usada para matar a missionária, mas agora o pistoleiro alegou que foi só sua a decisão de matar Dorothy. O promotor Edson Souza disse que vai decidir se recorre da sentença, que provocou revolta no julgamento. (págs. 1 e 5)
- Lula garante: 'Só marido não posso arranjar'. Citando a boa fase da economia, o presidente brincou: "Mulher quer ter casa; casar com um cara bonito; ter carro e computador. Bem, o marido eu não posso resolver." Para ele, a crítica aos biocombustíveis é "sacanagem pura". (págs. 1 e 22)
- No dia seguinte ao conflito que deixou dez índios baleados na Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, a tensão na área aumentou com a prisão do prefeito de Pacaraima e arrozeiro Paulo César Quartiero - principal nome da resistência à desocupação das áreas indígenas. O governo federal enviou mais de 300 homens para o local do conflito, em ação coordenada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que viajou para a área da reserva, acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Tarso determinou a ação após receber autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Polícia Federal investigasse o ataque. O ministro chamou os agressores dos índios de pistoleiros e terroristas. (págs. 1, 3 e 4)
- A Corregedoria da Câmara vai investigar as denúncias contra o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), presidente da Força Sindical e citado na investigação da Polícia Federal sobre fraudes em empréstimos do BNDES. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), enviou à Corregedoria informações sobre o caso. Segundo relatório da PF, Paulinho teria recebido propina de R$ 325 mil no esquema. A Corregedoria pode abrir processo por quebra de decoro ou mandar arquivar a denúncia. O PDT decidiu não punir Paulinho, que discursou no plenário, dizendo-se vítima da "elitezinha que não gosta de trabalhador". A PF investiga a ação da quadrilha em outros órgãos, como a Funasa. (págs. 1, 8, 9 e Elio Gaspari)
- Acusado de ligação com policiais suspeitos de achacar bandidos de uma facção criminosa, Lauro Malheiros Neto, secretário-adjunto da Secretaria de Segurança de São Paulo, pediu demissão ontem ao governador José Serra (PSDB). O secretário-adjunto nega a denúncia, feita oficialmente por um delegado da polícia de São Paulo. (págs. 1 e 9)
Óleo pode ir a US$ 200, prevê Goldman Sachs
- Razão para o reajuste da última sexta-feira nos preços dos combustíveis brasileiros, após 2,8 anos de "congelamento", o forte movimento de alta da cotação do petróleo continua a todo vapor. Ontem, o barril do WTI, negociado em Nova York, voltou a bater recorde ao atingir US$ 121,84, o que significa aumento de US$ 59,91, ou 97%, sobre o valor registrado há um ano. A marca histórica anterior, de US$ 120,36, foi atingida anteontem. Em Londres, o barril do tipo Brent também fechou o pregão com valor recorde ao ser negociado a US$ 120,31, superando a marca anterior, de US$ 119,97, também de segunda-feira.
A sinalização de que a elevação da commodity ainda tem chão para percorrer foi lançada ontem pelo banco de investimentos Goldman Sachs, que prevê o barril a US$ 200 em até dois anos. "A possibilidade de que o barril atinja entre US$ 150 e o pico de US$ 200 parece cada vez mais provável nos próximos 6 a 24 meses", disse o banco.
Se por um lado a alta do petróleo encarece a gasolina e o diesel no Brasil, por outro a valorização dá sinal verde para a Petrobras ampliar investimentos na exploração das reservas situadas na chamada camada pré-sal, que exigem tecnologia de última geração. Ontem, José Sérgio Gabrielli, presidente da estatal, afirmou em evento nos Estados Unidos que a companhia poderá anunciar as reais dimensões do megacampo Carioca, na bacia de Santos, ainda este mês. (págs. 1 e C8)
- Ministro Paulo Bernardo afirma que os recursos podem chegar a US$ 10 bi. (págs. 1 e B2)
- IPC/Fipe tem alta de 0,54% em abril. (págs. 1 e A4)
- Longo Prazo - Para Regina Nunes, presidente da Standard & Poor's no Brasil, o principal efeito do alcance de grau de investimento, concedido ao País pela agência há uma semana, será a mudança do perfil dos investidores. A tendência é que eles trabalhem com prazos mais longos de permanência do capital aqui. (págs. 1 e B2)
- Apesar de a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ter decidido adiar a disputa pela usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, para aumentar a concorrência, a disputa deve ser entre dois consórcios. (págs. 1 eA8)
- A norte-americana EMC, maior empresa de armazenamento de dados do mundo, vai fabricar no Brasil, após negociar por um ano com o governo para incluir seus equipamentos na Lei de Informática. (págs. 1 e C5)
- Integrantes da CPI dos Cartões divulgaram ontem uma lista de 473 servidores e ex-servidores federais que usaram cartões corporativos do governo para fazer compras em suas próprias empresas. (págs. 1 e A9)
- Preços internacionais em alta estimularam a venda antecipada da colheita da safra 2007/08. Mas nem todas as operações foram lucrativas. A antecipação da venda de algodão foi motivo de arrependimento. (págs. 1 e C7)
- A demanda por crédito estimula a captação dos bancos em Certificados de Depósitos Bancários (CDB), que até 16 de abril somou R$ 60 bilhões. (págs. 1 e Investnews.com.br)
- Opinião: Antônio Penteado Mendonça - Com a briga entre DEM e PSDB pela prefeitura paulistana, quem ganha é o PT. O DEM está no governo e tem um telhado de vidro: o trânsito de São Paulo. (págs. 1 e A3)
- O lucro líquido do Banco Itaú Holding Financeira subiu 7,5% no primeiro trimestre do ano, para R$ 2,04 bilhões. Sem contabilizar eventos extraordinários de R$ 120 milhões, atingiu R$ 1,97 bilhão, pouco acima do R$ 1,9 bilhão de janeiro a março de 2007. O lucro é o quarto melhor neste ano entre bancos de capital aberto da América Latina e Estados Unidos com ativos acima de US$ 10 bilhões, segundo a consultoria Economática. Fica atrás do Morgan Stanley, Goldman Sachs e Bradesco. Mas as ações do banco caíram 2,12% (ON) e 4,3% (PN) ontem na Bovespa, pois o mercado esperava expansão maior do lucro. Para Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, classificadora de risco de crédito, o resultado decorreu do maior nível de provisionamento do banco contra a inadimplência. "A rentabilidade anualizada do Itaú, de 27,9%, é muito boa e o banco aumentou expressivamente a carteira de crédito." (págs. 1 e B1)
- O pequeno varejo ficará, nesta semana, sem boa parte dos produtos de baixo preço importados legalmente. Ocorre que este é um período de fortes vendas por conta do Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para o comércio. De acordo com Gustavo Dedivitis, presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp), a greve dos auditores fiscais provocará uma redução de 40% nas 200 milhões de unidades anuais de porta-retratos, enfeites, utilidades domésticas, entre outros itens trazidos legalmente da China.
Os portos abarrotados representam todo tipo de problema para as 25 empresas da Abipp, que importam produtos vendidos entre R$ 1 e R$ 15. "O contêiner de um importador foi parar na África", diz Dedivitis.
No porto de Paranaguá (PR), um dos efeitos da paralisação de 51 dias dos auditores é que cerca de US$ 1 bilhão em mercadorias estão paradas. O movimento do comércio exterior no Paraná caiu significativamente em março. As importações haviam crescido 69,4% em janeiro e 102,47% em fevereiro, comparadas com os mesmos períodos do ano passado, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Com a greve, a expansão das importações ficou em 13,41% em março.
Na 4ª Região da Receita Federal, que abrange vários estados do Nordeste, apenas 20% dos auditores estão em greve e os atrasos nas liberações de carga são de dez dias. O governo deu mostras de flexibilidade ontem ao aceitar discutir os critérios de avaliação e promoção dos auditores, um dos pontos do impasse nas negociações. (págs. 1 e A6)
- A partir do fim deste semestre, a General Motors centralizará a importação de veículos pelo porto de Suape, em Pernambuco.
O protocolo de entendimento com o governo estadual será assinado na sexta-feira. A importação começará com 20 mil carros e em 2009 serão 60 mil unidades. "Esperamos dinamizar a operação no Norte e Nordeste com pátio exclusivo em Recife", disse José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM. No futuro a empresa prevê utilizar a cabotagem. (págs. 1 e C2)
Servidor: acabou a era dos grandes aumentos
- Ganhos acima da inflação serão cada vez mais raros. O reajuste concedido aos militares e o superpacote que beneficia mais de 800 mil funcionários do Executivo federal marcam o início de novos rumos na política de recursos humanos do Planalto. "Estamos fazendo tudo para 2008, 2009 e 2010", diz ao Correio o ministro Paulo Bernardo. "Já contratei reajustes até o fim do governo, não tenho como fazer outros" (págs. 1 e 18)
- O cenário do confronto é a reserva Raposa Serra do Sol, no oeste de Roraima. De um lado, estão 19 mil índios em pé de guerra. Do outro, seis grandes produtores de arroz, pecuaristas e moradores de dois municípios que se recusam a deixar terras que o governo definiu como indígenas. A questão foi parar no Supremo Tribunal Federal, que dará a última palavra sobre a guerra fundiária. Ontem, o STF autorizou a Polícia Federal - responsável pela segurança na área - a investigar o conflito em que 10 índios foram feridos a tiros por milícia contratada por fazendeiro. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. 2 e 3)
- Justiça anula sentença que condenava a 28 anos de prisão fazendeiro apontado como mandante da morte da missionária Dorothy Stang. (págs. 1 e 13)
- Concurso vai abrir até 150 vagas no Senado. (págs. 1 e 17)
Filial do BNDES no exterior apoiará política industrial
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará dia 12 a criação de uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no exterior, em paraíso fiscal, no âmbito da política industrial. Com isso, pretende reduzir os custos de transação em moeda estrangeira do banco para empresas brasileiras.
Para tomar recursos no exterior, hoje o BNDES emite títulos no mercado externo, capta os recursos e os internaliza. Uma vez no país, esses recursos são repassados pelo banco às empresas que têm projetos de investimentos no exterior e esta os remete de volta para fora do país. Ao cumprir todas essas etapas, o BNDES e a empresa financiada incorrem em uma série de custos tributários e administrativos. Com uma filial fora, provavelmente no Uruguai, tanto para o banco quanto para as empresas o custo da operação será bem menor.
A criação de uma subsidiária do BNDES é uma iniciativa que interage com a decisão do presidente Lula de criar um fundo soberano do país. O fundo será usado para investir em projetos de empresas brasileiras no exterior, mas poderá também ser utilizado para comprar papéis (ações ou debêntures) de grandes empresas internacionais. A intenção de Lula, guardadas as proporções, é reproduzir o modelo adotado pela China na África.
O formato e o gestor do fundo soberano (Banco Central ou Tesouro) ainda não estão definidos. Uma das hipóteses é o fundo adquirir papéis do BNDES emitidos no exterior e o banco, com os recursos captados, financiar empresas brasileiras que queiram se internacionalizar ou financiar projetos de infra-estrutura, sobretudo na América Latina e África.
O governo voltou a discutir, também, a possibilidade de iniciar, na política industrial, a desoneração da folha de salários. Embora a proposta de redução da contribuição patronal à Previdência Social sobre a folha esteja no projeto de reforma tributária, um começo de desoneração, ainda que mais modesta, localizada e voltada para as exportações, pode ser incluída no pacote de política industrial que será divulgado segunda-feira, em solenidade na sede do BNDES, no Rio, para a qual já foram convidados empresários e governadores. (págs. 1 e B3)
- A embaixada dos EUA em Brasília trabalhou ativamente em 2002 para ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ganhar o apoio do governo americano antes de sua posse. Essa aprovação era crucial para dissipar desconfianças que o novo presidente despertava nos investidores. A embaixadora Donna Hrinak expôs seu plano com clareza a seus superiores ao relatar que Lula sabia que só teria a confiança dos investidores se mantivesse a política econômica de estilo conservador adotada pelo governo Fernando Henrique, mas precisava de ajuda para vencer as resistências que enfrentaria em seu partido.
Em mensagem enviada a Washington em 27 de novembro, um mês após a eleição, a embaixadora disse que o melhor que os EUA poderiam fazer naquela altura era manifestar apoio a Lula e ter paciência, evitando "prescrições insistentes de fora", que só contribuiriam para minar o esforço que o presidente eleito estava disposto a fazer.
O relatório de Donna faz parte de um conjunto de documentos liberados pelos EUA nos últimos meses a pedido do Valor. Ela assumiu a embaixada em abril de 2002 e conversou quatro vezes com Lula durante a campanha. (págs. 1 e A6)
- Os bancos privados têm evitado participar de leilões para assumir folhas de salário de servidores municipais. De janeiro a abril, 266 licitações fracassaram. Em 184 delas, os bancos não fizeram propostas. Outras 82 prefeituras cancelaram leilões. O risco eleitoral é a principal razão. Os prefeitos querem fazer caixa antes das eleições, mas os bancos temem que os políticos eleitos em outubro rompam o contrato, como já ocorreu. As instituições também estão assustadas com casos em que houve quebra de contrato e a folha foi parar nas mãos do Banco do Brasil. Os preços pagos nos leilões até o ano passado vinham numa escalada. No caso da prefeitura de Florianópolis, com 7 mil servidores, o Santander chegou a pagar R$ 3.671 por funcionário. (págs. 1 e C1)
- A demanda interna ainda aquecida e a proximidade do Dia das Mães mantiveram o ritmo de produção industrial em alta no mês passado. Os fabricantes de bens de consumo duráveis e semiduráveis - automóveis, eletrodomésticos, vestuário e calçados - elevaram fortemente as vendas em relação a abril de 2007. Na Meias Lupo e na Coopershoes, fabricante da marca All Star, as vendas cresceram perto de 30%, percentual também alcançado no setor de automóveis.
A demanda dos fabricantes de bens de consumo sustentou as vendas do segmento de intermediários, embora em percentuais mais modestos. Na unidade de insumos básicos da Braskem, no pólo de Camaçari, as vendas internas avançaram entre 5% e 7% no primeiro quadrimestre em relação a igual período de 2007. A produção de aço ficou próxima a 18% na mesma comparação.
Vários setores informam que há pressão crescente de custos proveniente da alta das matérias-primas e do aumento do diesel, que encareceu os fretes. Algumas empresas planejam repasses no futuro, mas muitas tentam absorver a alta com ganhos de produtividade. (págs. 1 e A14)
- A investigação do Ministério Público Suíço sobre o suposto pagamento de propina pelo grupo francês Alstom a autoridades brasileiras para o fornecimento de equipamentos ao metrô paulista foi recebida com cautela pelo governador José Serra (PSDB) e pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Esses fatos, supostamente ocorridos, teriam se dado antes do meu governo", disse Serra. As licitações foram feitas em 2000 e 2003. "Não sei se esses contratos foram assinados na minha gestão ou na de Covas. Mas a resposta que dou é a que ele daria: apure-se", disse Alckmin. As autoridades suíças identificaram o intermediário da suposta propina ao investigar suas ligações com o Cartel de Medellín. (págs. 1 e A9)
- A prosperidade da América Latina e o aumento do investimento estrangeiro, particularmente no Brasil, Colômbia e Peru, têm gerado uma nova movimentação de talentos. Na disputa pelos melhores profissionais estão companhias que participam de fusões e aquisições na região, as múltis latino-americanas que expandem suas operações e as gigantes internacionais interessadas em executivos locais para comandar suas subsidiárias.
Como profissionais experientes, com inglês fluente, ainda são raros na região, as empresas têm se esforçado para elaborar políticas específicas para reter talentos. Maria Paula Mendieta, do Banco Mundial, criou pacotes de remuneração mais agressivos para segurar os executivos no Brasil. Nas fusões e aquisições - que movimentaram US$ 126 milhões na região em 2007, segundo a Mercer - o problema é grande. "Pelo menos 20% dos melhores profissionais vão embora", diz Maria Barato, do Scotiabank, que emprega 20 mil pessoas e fez quatro aquisições nos últimos dois anos. O fato de os latino-americanos chegarem mais jovens a cargos gerenciais também contribui para a disposição em mudar de emprego e de país. (págs. 1 e D12)
- União Européia estuda endurecer tratamento a imigrantes ilegais. (págs. 1 e A11)
- A Paradigma, pioneira no desenvolvimento de software para leilões de energia no Brasil, acaba de levar sua tecnologia para Colômbia. A expectativa é que o negócio abra outros mercados na América Latina. (págs. 1 e B4)
- O petróleo bateu novo recorde ontem, negociado a US$ 121,84 em Nova York. Relatório da Goldman Sachs prevê que o barril poderá ultrapassar os US$ 150 em outubro. (págs. 1 e B6)
- O período de safra e as restrições européias à carne brasileira não são suficientes para conter o preço do boi. Ontem, em São Paulo, houve registro de negócios a R$ 80 - maior valor nominal desde o início do Plano Real. (págs. 1 e B11)
- Apesar das cotações inferiores às de 2006, os exportadores de suco de laranja esperam repetir os mesmos resultados recordes do ano passado. A safra paulista deverá ter uma quebra de até 15%. (págs. 1 e B12)
- O Itaú obteve lucro líquido de R$ 2,043 bilhões no primeiro trimestre, alta de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado, com rentabilidade de 28,1% sobre o patrimônio líquido médio. A carteira de crédito cresceu 36,2%. (págs. 1 e C8)
- A elevação do Brasil a grau de investimento pela S&P reanimou as aplicações em fundos de ações. A categoria voltou a registrar captação líquida positiva na semana passada, após seis semanas de resgates. (págs. 1 e D2)
- Idéias - Carlos Lessa: PAC dá baixa importância à infra-estrutura urbana, é silencioso sobre metrôs e malhas viárias. (págs. 1 e A13)
- Idéias - Cristiano Romero: definição do contingenciamento mostra que as contas públicas estão em franca deterioração. (págs. 1 e A2)
- A renegociação dos débitos de produtores inadimplentes e o passivo de operações com risco de crédito assumido por bancos estão fora da medida provisória sobre dívidas rurais. O governo também não incluiu a concessão de carência generalizada para refinanciar dívidas de R$ 66 bilhões dos empresários rurais e de R$ 13,4 bilhões dos produtores familiares e assentados da reforma agrária.
Na última versão do texto, o governo oferece a suspensão das execuções de débitos - que atingem cerca de 3 milhões de contratos - para quem aderir à nova repactuação. A renegociação deve custar R$ 10 bilhões ao Tesouro e aos fundos constitucionais até 2025. (págs. 1 e B12)
Dengue já custa R$ 29 mi em MG
-Recursos da União, estado e município de BH foram consumidos este ano no combate ao mosquito. (pág.1)
-Pimentel conta com Lula para se aliar aos tucanos. (pág.1)
-PF investiga deputado de Minas por compra de voto. (pág.1)
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