Editorial do Jornal O Estadão de Rondônia
O avanço do crime organizado, controlado por facções como o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com "sede" em São Paulo, mostra que a segurança pública no Brasil tem que deixar de ser uma questão estadual - contaminada pela política partidária - e passar, de fato, para a esfera federal. Este modelo de segurança idealizado e imposto no país já ultrapassado sempre estará vulnerável, pois não visa o combate à criminalidade, mas sim o poder político. Exemplo disso é o que vem ocorrendo nos últimos anos em São Paulo e Rio de Janeiro. O poder paralelo -, liderado por facções criminosas - desmoralizam os governos e levam terror para a população. Ao assumir, o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, de forma demagoga, disse para repórteres de jornais e TVs que aceitava o apoio do governo federal no envio de tropas federais para cortar o avanço do crime organizado no Rio. Pura bravata!. O que o governador queria era posar de bom moço, de preocupado com a segurança da população, que não iria fazer política com um assunto sério e urgente como a onda de violência que varre o país. Quase um mês depois, o que se vê são soldados treinados para qualquer tipo de combate, sem vícios da polícia tradicional, patrulhando rodovias no Rio de Janeiro. Isso, qualquer pessoa por menos informada que seja sabe que não funciona. Não é nas rodovias que mora o problema e, sim, nos morros. A operação beira o ridículo e confirma a tese de que tudo não passa de politicagem. No meio do fogo cruzado, o cidadão oprimido não sabe que, por força da Lei, o governo federal não tem como fazer segurança nos estados sem que haja o "aval" do governo estadual. Isso é hoje o calcanhar de Aquiles. Mesmo que queira, o governo federal - foi assim em São Paulo - não pôde agir por conta própria. A ação tem que passar pela esfera estadual. Está passando da hora dos governadores deixarem de tratar a segurança pública como questão política. É preciso exterminar o ovo da serpente - investindo pesado contra a ação do tráfico nos morros cariocas e favelas paulistas - para que, de fato, haja controle e combate real ao avanço do crime organizado no Brasil.
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