26 janeiro 2007

O outro lado do PAC

ruy guarany neves O Diario do Amapa


Quem saiu da reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o lançamento do mega ou macro programa de acele-ração do crescimento (PAC), deveria analisar com cautela, ponto a ponto o bilionário programa, antes de admitir ou alimentar esperanças de que, dentro dos próximos quatro anos, o Brasil viverá um "mar de rosas".O fato de o mega programa trazer em seu bojo oito medidas provisórias, deixa claro a decisão do presidente Lula de continuar legislando unilateralmente sobre questões que deveriam merecer a participação do Congresso Nacional e outros segmentos das forças vivas da Nação, como forma de aglutinar idéias criadoras que pudessem atender, de forma igualitária, as prementes necessidades nacionais.A estagnação do crescimento, que atingiu 1,5% no ano de 2006, está ligada a vários fatores, entre os quais o investimento de recursos públicos, sem obedecer um planejamento criterioso e capaz de priorizar o setor produtivo. Nesse contexto, caberia não somente um macro , mas, também, um micro planejamento,ambos devidamente cronometrados, a fim de evitar a saída do dinheiro público pelo ralo do desperdício. O que se ve-rificou durante o primeiro mandato do governo do PT, foram investimentos sem a observância de regras que disciplinam as ações do gestor público e que acabam se tornando paliativas. A operação "tapa buracos", por exemplo, consumiu milhões de reais e o que se vê, hoje, é o ressurgimento dos buracos nas estradas federais.Como pode o governo promover o crescimento ace-lerado, sem antes priorizar a reforma tributária, reforma trabalhista, reforma da previdência e reforma política? Investir meio trilhão de reais, sem antes ter a preocupação de "arrumar a casa", deixa dúvidas quanto ao sucesso do PAC. Que ninguém se surpreenda, se no final de 2010, o Brasil venha conhecer o outro lado do PAC O terceiro mandato para Lula.

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