Folha Online
O longa-metragem "A Grande Família - O Filme" estreou na liderança das bilheterias nacionais neste fim de semana.
O filme, inspirado na série global homônima, arrecadou R$ 2,5 milhões e levou 288 mil espectadores aos cinemas entre sexta-feira e domingo, segundo informa o site Filmeb, especializado na cobertura de cinema.
Ainda de acordo com a página, trata-se da sexta melhor estréia de um filme brasileiro em relação ao número de público.
Outra estréia da semana foi "Apocalypto", de Mel Gibson, que ficou na quinta posição, sendo visto por 41 mil pessoas e arrecado R$ 446 mil em bilheteria.
Com mais de 200 episódios, a série é um grande sucesso. Se seus fãs saírem de casa para ver "mais do mesmo" sobre "A Grande Família", a expectativa de um milhão de espectadores - uma projeção baixa, se considerarmos que "Se Eu Fosse Você", maior sucesso nacional de 2006, acumula um público de 3,6 milhões - será atingida.
30 janeiro 2007
O BELO E O BOM
Lya Luft
"Em lugar de nos amargurarmos pela loucura, podridão e injustiça, podemos abrir mais espaço para o bom e o belo,que afinal existem"
Já escrevi e repito que nestes dias adormecemos satisfeitos quando podemos dizer: meu avião atrasou só quatro horas, que sorte. Só roubaram meu carro, não me mataram, então viva o progresso, somos um país civilizado. Eu acho que estamos doentes e confusos. Por exemplo, agora em alguns lugares começa a haver autoridade e liderança positiva: a polícia age com mais rigor, e na luta eventualmente fere ou mata bandidos e assassinos. Nada mais justo. Porque nós os cidadãos comuns nos cansamos de ser caçados pelos marginais feito bichos desprotegidos. Porém, há quem reclame: os policiais deviam ser menos ferozes, deviam ao menos cuidar do lugar onde vão atingir os facínoras: quem sabe um tiro no braço ou no pé? Tive de reler a notícia: estão brincando conosco? Imaginei o pobre policial com revolverzinho velho, mirando no bandidão armado com fuzil de última geração e carrão importado e pedindo: licença, moço, vou dar só um tirinho no seu pé.
O banditismo floresceu por falta de autoridade e ordem, mas receio que agora qualquer rigor seja objeto de clamor dos defensores dos direitos da bandidagem, que deveriam era cuidar das vítimas. Entre outras coisas, fazer votar com máxima urgência uma lei que responsabilizasse por seus crimes jovens malfeitores de 16 anos ou menos, freqüentemente verdadeiros monstros morais.
Pontes caem, obras monumentais desabam, correm anúncios de culpas, desculpas, culpados fictícios. Os verdadeiros causadores se escondem, apontando uns para os outros: foi ele, foi ele! Não foi ninguém, nem foi o descaso: foi o acaso, ora bolas! Como em geral neste país, ninguém vai encontrar responsáveis, ou todos serão absolvidos – quem sabe eleitos deputados ou senadores numa próxima eleição. Saímos do público para o privado, e o espetáculo continua. O mal viceja não apenas nas ruas e no campo, não apenas sitiando nossas casas e comprovando nossa vulnerabilidade, mas na violência pessoal da infâmia, da mentira, da injustiça e do abuso em todas as formas. Talvez estejamos mesmo é muito loucos. Quando não conseguimos entender o que acontece e sentimos medo – seja da maldade humana, seja da precariedade das instituições, seja pelo nosso decorrente desamparo –, o perigo é deixar que a ira ou a descrença nos contaminem.
Se não podemos mudar o mundo, interminável trabalho de formiguinha, resta nos abrir para o que existe e sempre existirá de positivo: os verdadeiros amores, que não se baseiam em vantagens, mas em ternura e respeito; as verdadeiras amizades, que não se contam pelos dias convividos, mas pela certeza de que o outro está sempre ali; as verdadeiras famílias, em que apesar das diferenças imperam a confiança e a alegria. Sempre que alguém quer e realiza o mal do outro, alguma coisa no mundo se desestrutura; toda ação ou palavra perversa, toda injustiça é um crime contra a natureza mais ampla, que nos inclui, a nós, seres humanos vulneráveis e grandiosos, patéticos e dignos – tudo isso por sermos apenas humanos.
A tragédia da humanidade não reside só nas guerras, na corrupção, na destruição do ambiente, enquanto a velha mãe natureza geme e reclama e começa a se mostrar faminta de vidas. Está no cotidiano minúsculo de cada um de nós, que corremos na superfície da verdadeira vida, obcecados por deveres insensatos, corroídos de inveja e desejo de aniquilação, distantes das coisas essenciais – pobres de afeto, despidos de alegria.
Lembro a história da filha adolescente de um amigo que, rejeitada pelo namorado, passou uns dias em profunda tristeza, mas de repente apareceu na sala, perfumada, olhos brilhantes, pronta para sair. O pai interroga: "Ué, filha, voltou com seu namorado?". Resposta de inesquecível sabedoria: "Não, pai, eu vou me vingar sendo feliz".
Talvez seja uma saída. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossa postura no mundo, o público e o privado. Em lugar de nos amargurarmos pela loucura, podridão e injustiça, podemos abrir mais espaço, ou algum espaço, para o bom e o belo, que afinal existem. Tentar curtir a natureza, saborear a arte, atender os necessitados, preparar crianças e jovens para a vida, cultivar harmonia na família, olhar para dentro de nós mesmos e nos escutar. É um bom começo. Olhar o mar ou o amanhecer, que são de graça e nos dão a sensação de que afinal nossas misérias são apenas misérias e que o grande drama é ter a alma mutilada pela amargura.
"Em lugar de nos amargurarmos pela loucura, podridão e injustiça, podemos abrir mais espaço para o bom e o belo,que afinal existem"
Já escrevi e repito que nestes dias adormecemos satisfeitos quando podemos dizer: meu avião atrasou só quatro horas, que sorte. Só roubaram meu carro, não me mataram, então viva o progresso, somos um país civilizado. Eu acho que estamos doentes e confusos. Por exemplo, agora em alguns lugares começa a haver autoridade e liderança positiva: a polícia age com mais rigor, e na luta eventualmente fere ou mata bandidos e assassinos. Nada mais justo. Porque nós os cidadãos comuns nos cansamos de ser caçados pelos marginais feito bichos desprotegidos. Porém, há quem reclame: os policiais deviam ser menos ferozes, deviam ao menos cuidar do lugar onde vão atingir os facínoras: quem sabe um tiro no braço ou no pé? Tive de reler a notícia: estão brincando conosco? Imaginei o pobre policial com revolverzinho velho, mirando no bandidão armado com fuzil de última geração e carrão importado e pedindo: licença, moço, vou dar só um tirinho no seu pé.
O banditismo floresceu por falta de autoridade e ordem, mas receio que agora qualquer rigor seja objeto de clamor dos defensores dos direitos da bandidagem, que deveriam era cuidar das vítimas. Entre outras coisas, fazer votar com máxima urgência uma lei que responsabilizasse por seus crimes jovens malfeitores de 16 anos ou menos, freqüentemente verdadeiros monstros morais.
Pontes caem, obras monumentais desabam, correm anúncios de culpas, desculpas, culpados fictícios. Os verdadeiros causadores se escondem, apontando uns para os outros: foi ele, foi ele! Não foi ninguém, nem foi o descaso: foi o acaso, ora bolas! Como em geral neste país, ninguém vai encontrar responsáveis, ou todos serão absolvidos – quem sabe eleitos deputados ou senadores numa próxima eleição. Saímos do público para o privado, e o espetáculo continua. O mal viceja não apenas nas ruas e no campo, não apenas sitiando nossas casas e comprovando nossa vulnerabilidade, mas na violência pessoal da infâmia, da mentira, da injustiça e do abuso em todas as formas. Talvez estejamos mesmo é muito loucos. Quando não conseguimos entender o que acontece e sentimos medo – seja da maldade humana, seja da precariedade das instituições, seja pelo nosso decorrente desamparo –, o perigo é deixar que a ira ou a descrença nos contaminem.
Se não podemos mudar o mundo, interminável trabalho de formiguinha, resta nos abrir para o que existe e sempre existirá de positivo: os verdadeiros amores, que não se baseiam em vantagens, mas em ternura e respeito; as verdadeiras amizades, que não se contam pelos dias convividos, mas pela certeza de que o outro está sempre ali; as verdadeiras famílias, em que apesar das diferenças imperam a confiança e a alegria. Sempre que alguém quer e realiza o mal do outro, alguma coisa no mundo se desestrutura; toda ação ou palavra perversa, toda injustiça é um crime contra a natureza mais ampla, que nos inclui, a nós, seres humanos vulneráveis e grandiosos, patéticos e dignos – tudo isso por sermos apenas humanos.
A tragédia da humanidade não reside só nas guerras, na corrupção, na destruição do ambiente, enquanto a velha mãe natureza geme e reclama e começa a se mostrar faminta de vidas. Está no cotidiano minúsculo de cada um de nós, que corremos na superfície da verdadeira vida, obcecados por deveres insensatos, corroídos de inveja e desejo de aniquilação, distantes das coisas essenciais – pobres de afeto, despidos de alegria.
Lembro a história da filha adolescente de um amigo que, rejeitada pelo namorado, passou uns dias em profunda tristeza, mas de repente apareceu na sala, perfumada, olhos brilhantes, pronta para sair. O pai interroga: "Ué, filha, voltou com seu namorado?". Resposta de inesquecível sabedoria: "Não, pai, eu vou me vingar sendo feliz".
Talvez seja uma saída. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossa postura no mundo, o público e o privado. Em lugar de nos amargurarmos pela loucura, podridão e injustiça, podemos abrir mais espaço, ou algum espaço, para o bom e o belo, que afinal existem. Tentar curtir a natureza, saborear a arte, atender os necessitados, preparar crianças e jovens para a vida, cultivar harmonia na família, olhar para dentro de nós mesmos e nos escutar. É um bom começo. Olhar o mar ou o amanhecer, que são de graça e nos dão a sensação de que afinal nossas misérias são apenas misérias e que o grande drama é ter a alma mutilada pela amargura.
Brasil é o maior país pentecostal
O Brasil é hoje o maior país pentecostal do mundo. Levantamento de um instituto americano indica que o país reúne 24 mi-lhões de seguidores de igrejas como a Universal do Reino de Deus, a Assembléia de Deus e a Renascer em Cristo.Os dados constam de relatório do World Christian Database, base de dados elaborada pelo Seminário de Teologia Gordon-Conwell, um dos quatro maiores dos EUA, sem ligação com nenhuma vertente cristã.O levantamento é feito no mundo inteiro a partir de consultas às igrejas cristãs checadas com trabalho de pesquisa de campo, um processo caro.
ALIADOS DO PT PLANEJAM REVANCHE
Aliados do candidato do PT, deputado Arlindo Chinaglia (SP), vem disseminando que a regra da proporcionalidade para a escolha das comissões não será respeitada, se o petista perder a eleição. Os aliados prometem detonar uma ´operação revanche´ e disputar todas as presidências dos colegiados - ignorando acordos partidários já firmados. Chinaglia chegou a expor a ameaça. ´Se os maiores partidos se juntam para ocupar a Mesa e as comissões, qual é o problema? Tem um valor que não é absoluto, mas que entendo que é a proporcionalidade´, disse.
Aí fica a pergunta: será o começo do fim da democracia?
Aí fica a pergunta: será o começo do fim da democracia?
Frases
"Arlindo Chinaglia representa a simbologia dos escândalos, pois tem apoio de todas aquelas forças associadas ao mensalão".Gustavo Fruet, Deputado federal (PSDB-PR) criticando o apoio de mensaleiros à candidatura petista.
Triste Brasil
Ives Gandra
Antonio Delfim Netto, em seu artigo Triste verdade, publicado na Folha de S.Paulo, no último dia 10, mostra como três documentos anuais sobre a evolução da economia do mundo fornecem melancólica avaliação sobre a estagnação econômica brasileira.
O World Economic Forum, entre 125 países, coloca o Brasil em 66º lugar, tendo em conta a taxa de crescimento; o IMD World Competitiviness Year Book, entre 52 países, coloca o Brasil na 43ª posição; e o Doing Business of the Year reserva-nos a 121ª posição, entre 125 países.
Para um país em que executivos como o presidente da General Motors e autoridades como Rodrigo Rato, diretor-geral do FMI, não sabem dizer por que não cresce, a "performance" obtida pelo governo Lula é melancólica, visto que demonstra que seu governo pouco fez em prol do desenvolvimento. O que realmente cresceu, no Brasil, foi: 1) a carga tributária - a mais indecente dos países emergentes; 2) os quadros do funcionalismo público, conformando uma máquina administrativa esclerosada, na qual ingressam muitos servidores sem concurso; 3) contratos superfaturados, como tem constantemente alertado o TCU, o que, talvez, esteja na base dos escândalos apurados em 2005 e 2006, hoje objeto de denúncia oferecida pelo procurador-geral da República e que fala em "quadrilheiros, parlamentares e amigos do rei", como noticiaram os jornais.
Por outro lado, a convivência fraterna dos dirigentes do país com estes aprendizes de ditadores, que são Morales e Chávez - chefes do Executivo de dois países que, juntos, têm população inferior à do Estado de São Paulo - dificulta maior atração de capitais para investimentos no Brasil. É de se lembrar que, enquanto o fluxo de tais investimentos cresceu, no mundo (segundo a ONU) em 34,3%, caiu, na América Latina, em 4,5%, no ano de 2006. Mesmo no Brasil - que, por suas potencialidades, poderia tê-los recebido nos mesmos níveis que China, Índia e Rússia - cresceu apenas, 5,6%, abaixo, portanto, da média. Por esta razão, no volume global do IED (investimento estrangeiro direto), o Brasil teve reduzida sua participação, que caiu de 1,6% para 1,3%. É de se lembrar que, em 2004, nossa participação era de 2,6%, tendo em um único ano perdido 1% da participação global, ou seja, quase 40%, de um ano para o outro. E continuará caindo.
Enquanto no Brasil o IED cresceu apenas 5,6%, contra a média global de 34,5%, o Chile aumentou 48,4%, a Rússia 94,6% e a Índia 44,9%, em clara demonstração de que estamos seguindo o caminho do retrocesso, impondo, o atual governo, uma violenta marcha-à-ré na economia.
É bem verdade que está agora anunciando metas de desenvolvimento. Fala em 5% de crescimento e que pretende "flexibilizar" o orçamento - com nítido risco de perder o controle da inflação.
Ocorre, todavia, que seus primeiros gestos - aumento do salário mínimo e da Bolsa Família, à custa de aumento da carga tributária e possível cerceamento do crescimento econômico privado - sinalizam que os caminhos que conduzem ao verdadeiro desenvolvimento continuarão distantes e os medíocres índices ostentados nos primeiros quatro anos poderão ainda ser piores, nos próximos quatro anos, à falta de uma política real de contenção das despesas da máquina administrativa esclerosada.
Em outras palavras, o que emperra o Brasil é a máquina pública esclerosada. A carga burocrática é a principal responsável pelo seu fraco desempenho no cenário mundial. E, nesse setor, infelizmente, o presidente não pensa em tocar, até porque, dos 22 mil cargos públicos que tem à disposição para negociar, grande parte sai da entumecida administração pública federal.
Pobre Brasil!
Antonio Delfim Netto, em seu artigo Triste verdade, publicado na Folha de S.Paulo, no último dia 10, mostra como três documentos anuais sobre a evolução da economia do mundo fornecem melancólica avaliação sobre a estagnação econômica brasileira.
O World Economic Forum, entre 125 países, coloca o Brasil em 66º lugar, tendo em conta a taxa de crescimento; o IMD World Competitiviness Year Book, entre 52 países, coloca o Brasil na 43ª posição; e o Doing Business of the Year reserva-nos a 121ª posição, entre 125 países.
Para um país em que executivos como o presidente da General Motors e autoridades como Rodrigo Rato, diretor-geral do FMI, não sabem dizer por que não cresce, a "performance" obtida pelo governo Lula é melancólica, visto que demonstra que seu governo pouco fez em prol do desenvolvimento. O que realmente cresceu, no Brasil, foi: 1) a carga tributária - a mais indecente dos países emergentes; 2) os quadros do funcionalismo público, conformando uma máquina administrativa esclerosada, na qual ingressam muitos servidores sem concurso; 3) contratos superfaturados, como tem constantemente alertado o TCU, o que, talvez, esteja na base dos escândalos apurados em 2005 e 2006, hoje objeto de denúncia oferecida pelo procurador-geral da República e que fala em "quadrilheiros, parlamentares e amigos do rei", como noticiaram os jornais.
Por outro lado, a convivência fraterna dos dirigentes do país com estes aprendizes de ditadores, que são Morales e Chávez - chefes do Executivo de dois países que, juntos, têm população inferior à do Estado de São Paulo - dificulta maior atração de capitais para investimentos no Brasil. É de se lembrar que, enquanto o fluxo de tais investimentos cresceu, no mundo (segundo a ONU) em 34,3%, caiu, na América Latina, em 4,5%, no ano de 2006. Mesmo no Brasil - que, por suas potencialidades, poderia tê-los recebido nos mesmos níveis que China, Índia e Rússia - cresceu apenas, 5,6%, abaixo, portanto, da média. Por esta razão, no volume global do IED (investimento estrangeiro direto), o Brasil teve reduzida sua participação, que caiu de 1,6% para 1,3%. É de se lembrar que, em 2004, nossa participação era de 2,6%, tendo em um único ano perdido 1% da participação global, ou seja, quase 40%, de um ano para o outro. E continuará caindo.
Enquanto no Brasil o IED cresceu apenas 5,6%, contra a média global de 34,5%, o Chile aumentou 48,4%, a Rússia 94,6% e a Índia 44,9%, em clara demonstração de que estamos seguindo o caminho do retrocesso, impondo, o atual governo, uma violenta marcha-à-ré na economia.
É bem verdade que está agora anunciando metas de desenvolvimento. Fala em 5% de crescimento e que pretende "flexibilizar" o orçamento - com nítido risco de perder o controle da inflação.
Ocorre, todavia, que seus primeiros gestos - aumento do salário mínimo e da Bolsa Família, à custa de aumento da carga tributária e possível cerceamento do crescimento econômico privado - sinalizam que os caminhos que conduzem ao verdadeiro desenvolvimento continuarão distantes e os medíocres índices ostentados nos primeiros quatro anos poderão ainda ser piores, nos próximos quatro anos, à falta de uma política real de contenção das despesas da máquina administrativa esclerosada.
Em outras palavras, o que emperra o Brasil é a máquina pública esclerosada. A carga burocrática é a principal responsável pelo seu fraco desempenho no cenário mundial. E, nesse setor, infelizmente, o presidente não pensa em tocar, até porque, dos 22 mil cargos públicos que tem à disposição para negociar, grande parte sai da entumecida administração pública federal.
Pobre Brasil!
OS BANDIDOS E A CPMF
Diogo Mainardi
"Eu já disse que os petistas se acostumarama lidar com grandes valores. Eles seacostumaram também a pagar a todos os seusfornecedores por fora, como ficou amplamentedemonstrado durante a crise de 2005"
Aconteceu alguns dias antes do Natal. Bandidos armados e encapuzados invadiram a chácara de Luiz Gushiken em Indaiatuba e roubaram 10.000 reais em dinheiro, além de computadores, jóias e, de acordo com a polícia, uma quantia não especificada em dólares.
Eu me pergunto: quanto pode ser uma quantia não especificada em dólares. 315? 3 150? 31 500? Quanto? Nos últimos anos, os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. 315.000 dólares?
Eu me pergunto também o que há para comprar com dólares em Indaiatuba? O Mercadinho dos Sapatos negocia em dólares? A Sorveteria San Remo negocia em dólares? A Loja Picapau negocia em dólares?
Luiz Gushiken deve ser dos meus. Deve fazer tudo para sonegar a CPMF. Só isso justificaria aqueles 10.000 reais em dinheiro. Luiz Gushiken é um desobediente fiscal. Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005.
Se eu pudesse, faria como Luiz Gushiken e guardaria todo o meu salário em casa, em moeda sonante, subtraindo do governo o imposto que ele embolsa sempre que tenho de movimentar minha conta bancária. Só que eu não posso fazer isso. Porque aqui há uma enorme quantidade de bandidos armados e encapuzados, que invadem nossas casas e levam tudo embora, tanto os reais quanto as quantias não especificadas em dólares, como aconteceu com o heróico desobediente fiscal Luiz Gushiken.
De certa maneira, os bandidos armados e encapuzados trabalham para o governo. Eles asseguram que nenhum de nós jamais poderá escapar da CPMF e de outros impostos. Os bandidos armados e encapuzados agem como fiscais da Receita informais. Uma mente um pouco mais perturbada do que a minha poderia até desconfiar que o governo descuida deliberadamente da segurança pública porque ela representa uma importante garantia de arrecadação fiscal.
O governo federal acaba de divulgar que sua arrecadação de impostos subiu 4,45% em 2006. Atingiu o maior nível de sua história. Assim como já havia atingido o maior nível de sua história em 2005.
Parte do dinheiro arrecadado será restituída a partir deste ano. É o que prevê o PAC, o plano de aceleração da economia do Lula. O dinheiro não será restituído a mim. Não. Continuarei pagando igual. Talvez até mais, porque assim eu paro de ser besta. O dinheiro será repassado a alguns setores da economia escolhidos a dedo por Lula, sob a forma de benefícios fiscais. É o que se chama de política industrial. Em vez de tomar dinheiro de um e distribuir a todos, Lula toma de todos e distribui a um.
Eu já subsidiei usineiros pernambucanos, industriais amazonenses e cineastas gaúchos. Agora decidiram que eu tenho de subsidiar a indústria calçadista, as tecelagens e os fabricantes de TV digital, como se isso bastasse para competir com a China.
Por falar em China, quanto ele tinha em Indaiatuba?3 150 000 dólares?
"Eu já disse que os petistas se acostumarama lidar com grandes valores. Eles seacostumaram também a pagar a todos os seusfornecedores por fora, como ficou amplamentedemonstrado durante a crise de 2005"
Aconteceu alguns dias antes do Natal. Bandidos armados e encapuzados invadiram a chácara de Luiz Gushiken em Indaiatuba e roubaram 10.000 reais em dinheiro, além de computadores, jóias e, de acordo com a polícia, uma quantia não especificada em dólares.
Eu me pergunto: quanto pode ser uma quantia não especificada em dólares. 315? 3 150? 31 500? Quanto? Nos últimos anos, os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. 315.000 dólares?
Eu me pergunto também o que há para comprar com dólares em Indaiatuba? O Mercadinho dos Sapatos negocia em dólares? A Sorveteria San Remo negocia em dólares? A Loja Picapau negocia em dólares?
Luiz Gushiken deve ser dos meus. Deve fazer tudo para sonegar a CPMF. Só isso justificaria aqueles 10.000 reais em dinheiro. Luiz Gushiken é um desobediente fiscal. Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005.
Se eu pudesse, faria como Luiz Gushiken e guardaria todo o meu salário em casa, em moeda sonante, subtraindo do governo o imposto que ele embolsa sempre que tenho de movimentar minha conta bancária. Só que eu não posso fazer isso. Porque aqui há uma enorme quantidade de bandidos armados e encapuzados, que invadem nossas casas e levam tudo embora, tanto os reais quanto as quantias não especificadas em dólares, como aconteceu com o heróico desobediente fiscal Luiz Gushiken.
De certa maneira, os bandidos armados e encapuzados trabalham para o governo. Eles asseguram que nenhum de nós jamais poderá escapar da CPMF e de outros impostos. Os bandidos armados e encapuzados agem como fiscais da Receita informais. Uma mente um pouco mais perturbada do que a minha poderia até desconfiar que o governo descuida deliberadamente da segurança pública porque ela representa uma importante garantia de arrecadação fiscal.
O governo federal acaba de divulgar que sua arrecadação de impostos subiu 4,45% em 2006. Atingiu o maior nível de sua história. Assim como já havia atingido o maior nível de sua história em 2005.
Parte do dinheiro arrecadado será restituída a partir deste ano. É o que prevê o PAC, o plano de aceleração da economia do Lula. O dinheiro não será restituído a mim. Não. Continuarei pagando igual. Talvez até mais, porque assim eu paro de ser besta. O dinheiro será repassado a alguns setores da economia escolhidos a dedo por Lula, sob a forma de benefícios fiscais. É o que se chama de política industrial. Em vez de tomar dinheiro de um e distribuir a todos, Lula toma de todos e distribui a um.
Eu já subsidiei usineiros pernambucanos, industriais amazonenses e cineastas gaúchos. Agora decidiram que eu tenho de subsidiar a indústria calçadista, as tecelagens e os fabricantes de TV digital, como se isso bastasse para competir com a China.
Por falar em China, quanto ele tinha em Indaiatuba?3 150 000 dólares?
CUECA
À partir de março, a Mash lançará no mercado sua nova linha: cuecas Mash Support.
A cueca Mash Support tem duas opções de enchimento: na frente ou nos fundos.
A novidade foi apresentada no Salão Lingerie Brasil Sul 2007, em Gramado (RS), e chamou atenção.
A cueca Mash Support tem duas opções de enchimento: na frente ou nos fundos.
A novidade foi apresentada no Salão Lingerie Brasil Sul 2007, em Gramado (RS), e chamou atenção.
CADÊ O BRASIL?
Democracia...
3 Poderes...
Povo...
Independência...
Cadê o Brasil?!
O desespero aumenta quando se lê informação como essa abaixo:
De Lauro Jardim:
Dirceu quer dois milhões
Oficialmente, se divulgou nos últimos meses que José Dirceu estaria montando uma operação para obter um milhão de assinaturas num abaixo-assinado em favor de sua anistia. A meta mudou nas últimas semanas, mas Dirceu não assumirá publicamente. Ele trabalha agora para obter o dobro do que foi inicialmente pensado.
3 Poderes...
Povo...
Independência...
Cadê o Brasil?!
O desespero aumenta quando se lê informação como essa abaixo:
De Lauro Jardim:
Dirceu quer dois milhões
Oficialmente, se divulgou nos últimos meses que José Dirceu estaria montando uma operação para obter um milhão de assinaturas num abaixo-assinado em favor de sua anistia. A meta mudou nas últimas semanas, mas Dirceu não assumirá publicamente. Ele trabalha agora para obter o dobro do que foi inicialmente pensado.
28 janeiro 2007
Agenda secreta de Lula
Claudio Humberto
O presidente Lula almoçou três vezes com o ex-ministro José Dirceu na casa do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) no Guarujá (SP), durante as férias no forte da Aeronáutica, no início do ano. Ele foi identificado na portaria do condomínio, onde entrou dirigindo o próprio carro. A vizinha de Bastos, d. Vilma, viúva do ex-ministro Sérgio Motta, confirmou a visita. Em 2006, a última vez que o ex-ministro esteve com Lula foi no mês de abril.
O presidente Lula almoçou três vezes com o ex-ministro José Dirceu na casa do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) no Guarujá (SP), durante as férias no forte da Aeronáutica, no início do ano. Ele foi identificado na portaria do condomínio, onde entrou dirigindo o próprio carro. A vizinha de Bastos, d. Vilma, viúva do ex-ministro Sérgio Motta, confirmou a visita. Em 2006, a última vez que o ex-ministro esteve com Lula foi no mês de abril.
27 janeiro 2007
ASTORGA E REGIÃO METROPOLITANA
Por diversas vezes, já me pronunciei contrário a inclusão de Astorga na Região Metropolitana de Maringá. E estou cada vez mais convencido disto.
Na última sexta-feira, ao ser entrevistado no programa Giro de Notícias, na Rádio Astorga, deixei mais uma vez clara esta minha opinião.
Nao existe nenhuma semelhança entre Astorga e Maringá. Tecnicamente, é um erro Astorga fazer parte desta Região Metropolitana, visto que, não há nada em comum entre os dois municípios, a não ser os 48 quilômetros que separam uma cidade da outra.
O Jornal O Diário de Maringá deste sábado traz uma matéria interessante sobre a Região Metropolitana.
Na última sexta-feira, ao ser entrevistado no programa Giro de Notícias, na Rádio Astorga, deixei mais uma vez clara esta minha opinião.
Nao existe nenhuma semelhança entre Astorga e Maringá. Tecnicamente, é um erro Astorga fazer parte desta Região Metropolitana, visto que, não há nada em comum entre os dois municípios, a não ser os 48 quilômetros que separam uma cidade da outra.
O Jornal O Diário de Maringá deste sábado traz uma matéria interessante sobre a Região Metropolitana.
REGIÃO METROPOLITANA
De Ronaldo Nezo:
Ao comentar a indicação de João Ivo Caleffi para a coordenação da Região Metropolitana, a pesquisadora Ana Lucia Rodrigues, que é professora do departamento de Ciências Sociais da UEM e coordenadora do Observatório das Metrópoles, ressaltou em entrevista à CBN a necessidade de reduzir o número de cidades participantes da Região Metropolitana.
Segundo ela, apenas quatro cidades têm problemas que efetivamente devem ser solucionados em conjunto. Na opinião da pesquisadora, boa parte das outras cidades nada tem a ver com a idéia de integração de uma região metropolitana.
Ao comentar a indicação de João Ivo Caleffi para a coordenação da Região Metropolitana, a pesquisadora Ana Lucia Rodrigues, que é professora do departamento de Ciências Sociais da UEM e coordenadora do Observatório das Metrópoles, ressaltou em entrevista à CBN a necessidade de reduzir o número de cidades participantes da Região Metropolitana.
Segundo ela, apenas quatro cidades têm problemas que efetivamente devem ser solucionados em conjunto. Na opinião da pesquisadora, boa parte das outras cidades nada tem a ver com a idéia de integração de uma região metropolitana.
Mulheres do PPS e do PSDB fazem ato de apoio a Fruet
O Globo Online
BRASÍLIA - O comitê de campanha do candidato à presidência da terceira via à presidência da Câmara, Gustavo Fruet (PSDB-PR), fará no corredor do anexo principal da Casa, uma demonstração de apoio ao tucano. Militantes mulheres do PPS e do PSDB se concentrarão de segunda a quarta-feira às 15h vestidas com camisetas com os seguintes dizeres: "Estamos com o povo. Estamos com o Fruet".
Uma das organizadoras do ato, Tereza Vitale, da coordenação das Mulheres do PPS, disse que o grupo pretende fazer "um bom barulho".
- Acreditamos que o Fruet é a melhor opção, aquele que tem um compromisso ético com a Câmara e com a sociedade. E é isso o que a gente quer - disse.
Entre os pontos da carta de compromissos de Fruet, está "a garantia de representação à bancada feminina na composição da Mesa [Diretora da Casa]".
BRASÍLIA - O comitê de campanha do candidato à presidência da terceira via à presidência da Câmara, Gustavo Fruet (PSDB-PR), fará no corredor do anexo principal da Casa, uma demonstração de apoio ao tucano. Militantes mulheres do PPS e do PSDB se concentrarão de segunda a quarta-feira às 15h vestidas com camisetas com os seguintes dizeres: "Estamos com o povo. Estamos com o Fruet".
Uma das organizadoras do ato, Tereza Vitale, da coordenação das Mulheres do PPS, disse que o grupo pretende fazer "um bom barulho".
- Acreditamos que o Fruet é a melhor opção, aquele que tem um compromisso ético com a Câmara e com a sociedade. E é isso o que a gente quer - disse.
Entre os pontos da carta de compromissos de Fruet, está "a garantia de representação à bancada feminina na composição da Mesa [Diretora da Casa]".
Juízes e promotores se recusam a fazer teste exigido pelo Estatuto do Desarmamento
Evandro Éboli - O Globo
BRASÍLIA - Juízes estaduais e promotores se rebelaram contra o Estatuto do Desarmamento e se recusam a fazer o exame prático de manuseio de arma para obter o porte federal. Eles não admitem se submeter à Polícia Federal, que regulamentou o estatuto e obrigou todo cidadão a provar que sabe atirar para ter o porte. Entidades ligadas a juízes e promotores alegam que as leis orgânicas de suas carreiras asseguram o porte de arma.
A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), que reúne cerca de 13 mil juízes estaduais, entrou com pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão da PF. A presidente do tribunal, Ellen Gracie negou.
O presidente da Anamages, o juiz Elpídio Donizetti, disse que andar armado é prerrogativa de juízes e classificou o Estatuto de Desarmamento de afronta à Lei Orgânica da Magistratura, que seria uma legislação superior.
- Mas uma lei não pode se sobrepor a outra - disse Donizetti, que disse deixar sua arma em casa.
O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo, também condenou a decisão da PF. Ele questiona a exigência, que considera tão inconstitucional que a entidade sequer entrou na Justiça, como fez a Anamages. Para Cosenzo, prevalece a lei orgânica. Ele afirmou que a medida tomada pela PF é uma retaliação aos procuradores.
A Conamp calcula que, dos 14 mil procuradores e promotores estaduais, menos da metade tem porte de arma. Destes, 20% andam armados. Cosenzo disse que uma solução para o impasse seria o Conselho do Ministério Público baixar uma resolução que obrigasse todos os seus integrantes a fazerem curso prático antes de comprar uma arma.
BRASÍLIA - Juízes estaduais e promotores se rebelaram contra o Estatuto do Desarmamento e se recusam a fazer o exame prático de manuseio de arma para obter o porte federal. Eles não admitem se submeter à Polícia Federal, que regulamentou o estatuto e obrigou todo cidadão a provar que sabe atirar para ter o porte. Entidades ligadas a juízes e promotores alegam que as leis orgânicas de suas carreiras asseguram o porte de arma.
A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), que reúne cerca de 13 mil juízes estaduais, entrou com pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão da PF. A presidente do tribunal, Ellen Gracie negou.
O presidente da Anamages, o juiz Elpídio Donizetti, disse que andar armado é prerrogativa de juízes e classificou o Estatuto de Desarmamento de afronta à Lei Orgânica da Magistratura, que seria uma legislação superior.
- Mas uma lei não pode se sobrepor a outra - disse Donizetti, que disse deixar sua arma em casa.
O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo, também condenou a decisão da PF. Ele questiona a exigência, que considera tão inconstitucional que a entidade sequer entrou na Justiça, como fez a Anamages. Para Cosenzo, prevalece a lei orgânica. Ele afirmou que a medida tomada pela PF é uma retaliação aos procuradores.
A Conamp calcula que, dos 14 mil procuradores e promotores estaduais, menos da metade tem porte de arma. Destes, 20% andam armados. Cosenzo disse que uma solução para o impasse seria o Conselho do Ministério Público baixar uma resolução que obrigasse todos os seus integrantes a fazerem curso prático antes de comprar uma arma.
26 janeiro 2007
O outro lado do PAC
ruy guarany neves O Diario do Amapa
Quem saiu da reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o lançamento do mega ou macro programa de acele-ração do crescimento (PAC), deveria analisar com cautela, ponto a ponto o bilionário programa, antes de admitir ou alimentar esperanças de que, dentro dos próximos quatro anos, o Brasil viverá um "mar de rosas".O fato de o mega programa trazer em seu bojo oito medidas provisórias, deixa claro a decisão do presidente Lula de continuar legislando unilateralmente sobre questões que deveriam merecer a participação do Congresso Nacional e outros segmentos das forças vivas da Nação, como forma de aglutinar idéias criadoras que pudessem atender, de forma igualitária, as prementes necessidades nacionais.A estagnação do crescimento, que atingiu 1,5% no ano de 2006, está ligada a vários fatores, entre os quais o investimento de recursos públicos, sem obedecer um planejamento criterioso e capaz de priorizar o setor produtivo. Nesse contexto, caberia não somente um macro , mas, também, um micro planejamento,ambos devidamente cronometrados, a fim de evitar a saída do dinheiro público pelo ralo do desperdício. O que se ve-rificou durante o primeiro mandato do governo do PT, foram investimentos sem a observância de regras que disciplinam as ações do gestor público e que acabam se tornando paliativas. A operação "tapa buracos", por exemplo, consumiu milhões de reais e o que se vê, hoje, é o ressurgimento dos buracos nas estradas federais.Como pode o governo promover o crescimento ace-lerado, sem antes priorizar a reforma tributária, reforma trabalhista, reforma da previdência e reforma política? Investir meio trilhão de reais, sem antes ter a preocupação de "arrumar a casa", deixa dúvidas quanto ao sucesso do PAC. Que ninguém se surpreenda, se no final de 2010, o Brasil venha conhecer o outro lado do PAC O terceiro mandato para Lula.
Quem saiu da reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o lançamento do mega ou macro programa de acele-ração do crescimento (PAC), deveria analisar com cautela, ponto a ponto o bilionário programa, antes de admitir ou alimentar esperanças de que, dentro dos próximos quatro anos, o Brasil viverá um "mar de rosas".O fato de o mega programa trazer em seu bojo oito medidas provisórias, deixa claro a decisão do presidente Lula de continuar legislando unilateralmente sobre questões que deveriam merecer a participação do Congresso Nacional e outros segmentos das forças vivas da Nação, como forma de aglutinar idéias criadoras que pudessem atender, de forma igualitária, as prementes necessidades nacionais.A estagnação do crescimento, que atingiu 1,5% no ano de 2006, está ligada a vários fatores, entre os quais o investimento de recursos públicos, sem obedecer um planejamento criterioso e capaz de priorizar o setor produtivo. Nesse contexto, caberia não somente um macro , mas, também, um micro planejamento,ambos devidamente cronometrados, a fim de evitar a saída do dinheiro público pelo ralo do desperdício. O que se ve-rificou durante o primeiro mandato do governo do PT, foram investimentos sem a observância de regras que disciplinam as ações do gestor público e que acabam se tornando paliativas. A operação "tapa buracos", por exemplo, consumiu milhões de reais e o que se vê, hoje, é o ressurgimento dos buracos nas estradas federais.Como pode o governo promover o crescimento ace-lerado, sem antes priorizar a reforma tributária, reforma trabalhista, reforma da previdência e reforma política? Investir meio trilhão de reais, sem antes ter a preocupação de "arrumar a casa", deixa dúvidas quanto ao sucesso do PAC. Que ninguém se surpreenda, se no final de 2010, o Brasil venha conhecer o outro lado do PAC O terceiro mandato para Lula.
Muito boa
onta-se que um jovem médico, recémformado, montou um consultório modesto, devido aos constantes assaltos, mandou instalar câmeras, segurança eletrônica, grades, etc. No primeiro dia, enquanto esperava a clientela, ficou imaginando uma maneira de promover-se. Quando, afinal, apareceu o primeiro cliente, ele já estava preparado. Assumiu um ar ocupadíssimo, fez sinal para que o visitante aguardasse um momento e fingiu que estava respondendo a um telefonema urgente. Sinto muito, governador, mas é impossível. Amanhã cedo tenho que ensinar uma cirurgia cardíaca para uma nova equipe, a tarde dou aulas na UFPR e à noite estou embarcando para um congresso em Nova York. E, depois, voltando-se para o visitante: Em que posso servi-lo?
O senhor me dá licença que eu vim instalar o telefone!
O senhor me dá licença que eu vim instalar o telefone!
Itamar
O ex-presidente Itamar Franco (sem partido) foi nomeado pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), como presidente do conselho de administração do Banco de Desenvolvimento Econômico de Minas (BDMG). Segundo Aécio, na atual gestão, a instituição terá perfil mais desenvolvimentista, apoiando ações voltadas para o crescimento social. O presidente do banco será o ex-ministro Paulo Paiva, que estava ocupando desde o início de janeiro a secretaria estadual de Planejamento.
Wallerstein
A chegada ao poder das esquerdas em muitos países latino-americanos ocorreu por conta de uma perda real de poder político dos EUA. A opinião é do sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, 76, pesquisador sênior na Universidade Yale e autor de "O Declínio do Poder Americano". Os governos de esquerda só se manterão no poder, segundo Wallerstein, se trabalharem no progresso social.
23 janeiro 2007
O OVO DA SERPENTE
Editorial do Jornal O Estadão de Rondônia
O avanço do crime organizado, controlado por facções como o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com "sede" em São Paulo, mostra que a segurança pública no Brasil tem que deixar de ser uma questão estadual - contaminada pela política partidária - e passar, de fato, para a esfera federal. Este modelo de segurança idealizado e imposto no país já ultrapassado sempre estará vulnerável, pois não visa o combate à criminalidade, mas sim o poder político. Exemplo disso é o que vem ocorrendo nos últimos anos em São Paulo e Rio de Janeiro. O poder paralelo -, liderado por facções criminosas - desmoralizam os governos e levam terror para a população. Ao assumir, o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, de forma demagoga, disse para repórteres de jornais e TVs que aceitava o apoio do governo federal no envio de tropas federais para cortar o avanço do crime organizado no Rio. Pura bravata!. O que o governador queria era posar de bom moço, de preocupado com a segurança da população, que não iria fazer política com um assunto sério e urgente como a onda de violência que varre o país. Quase um mês depois, o que se vê são soldados treinados para qualquer tipo de combate, sem vícios da polícia tradicional, patrulhando rodovias no Rio de Janeiro. Isso, qualquer pessoa por menos informada que seja sabe que não funciona. Não é nas rodovias que mora o problema e, sim, nos morros. A operação beira o ridículo e confirma a tese de que tudo não passa de politicagem. No meio do fogo cruzado, o cidadão oprimido não sabe que, por força da Lei, o governo federal não tem como fazer segurança nos estados sem que haja o "aval" do governo estadual. Isso é hoje o calcanhar de Aquiles. Mesmo que queira, o governo federal - foi assim em São Paulo - não pôde agir por conta própria. A ação tem que passar pela esfera estadual. Está passando da hora dos governadores deixarem de tratar a segurança pública como questão política. É preciso exterminar o ovo da serpente - investindo pesado contra a ação do tráfico nos morros cariocas e favelas paulistas - para que, de fato, haja controle e combate real ao avanço do crime organizado no Brasil.
O avanço do crime organizado, controlado por facções como o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com "sede" em São Paulo, mostra que a segurança pública no Brasil tem que deixar de ser uma questão estadual - contaminada pela política partidária - e passar, de fato, para a esfera federal. Este modelo de segurança idealizado e imposto no país já ultrapassado sempre estará vulnerável, pois não visa o combate à criminalidade, mas sim o poder político. Exemplo disso é o que vem ocorrendo nos últimos anos em São Paulo e Rio de Janeiro. O poder paralelo -, liderado por facções criminosas - desmoralizam os governos e levam terror para a população. Ao assumir, o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, de forma demagoga, disse para repórteres de jornais e TVs que aceitava o apoio do governo federal no envio de tropas federais para cortar o avanço do crime organizado no Rio. Pura bravata!. O que o governador queria era posar de bom moço, de preocupado com a segurança da população, que não iria fazer política com um assunto sério e urgente como a onda de violência que varre o país. Quase um mês depois, o que se vê são soldados treinados para qualquer tipo de combate, sem vícios da polícia tradicional, patrulhando rodovias no Rio de Janeiro. Isso, qualquer pessoa por menos informada que seja sabe que não funciona. Não é nas rodovias que mora o problema e, sim, nos morros. A operação beira o ridículo e confirma a tese de que tudo não passa de politicagem. No meio do fogo cruzado, o cidadão oprimido não sabe que, por força da Lei, o governo federal não tem como fazer segurança nos estados sem que haja o "aval" do governo estadual. Isso é hoje o calcanhar de Aquiles. Mesmo que queira, o governo federal - foi assim em São Paulo - não pôde agir por conta própria. A ação tem que passar pela esfera estadual. Está passando da hora dos governadores deixarem de tratar a segurança pública como questão política. É preciso exterminar o ovo da serpente - investindo pesado contra a ação do tráfico nos morros cariocas e favelas paulistas - para que, de fato, haja controle e combate real ao avanço do crime organizado no Brasil.
JORNALISMO E POLÍTICAS
Rubem Azevedo Lima
O que nós, jornalistas políticos, cremos saber de política, no Brasil — o cabedal de nossa suposta sabedoria no assunto —, faz jus à conclusão do velho Montaigne: os sábios precisam de moderação igual à devida aos loucos. Há tempos, vemos, com freqüência, absurdos políticos crônicos ficarem mais esquecidos, a cada novo escândalo. Desvios de conduta política, tipo traições, mentiras, acertos que raiam pela corrupção... Vê-se um pouco de tudo isso, na disputa pela direção do Congresso.
Trata-se de questão importante, mas não a ponto de pôr em segundo plano o essencial para os destinos do país, a menos, claro, que se queira destruir o Legislativo.
Poder algum está livre de lutas por ambições e de conflitos de interesses. Todos os poderes, ainda que neles não haja só gente digna, são fundamentais para a democracia. Mas, na crítica à conduta ética dos congressistas, as generalizações negativas são quase um truísmo.Por seu lado, o excesso de tempo e espaço midiáticos, ao debate atual, tira de foco o poder que governa, o Executivo, em prejuízo da transparência desse poder e de seu equilíbrio com os outros dois.
Não se fala da falta de programas do governo para o novo mandato presidencial. Nem se mostra que o socorro de forças nacionais, contra o banditismo urbano, oferecido a São Paulo e ao Rio, não chegaria a tempo de evitar o que houve nesses estados, em 2006. E, até hoje, aliás, não se trata da causa de tais violências, mas de seus efeitos.
De resto, há sinais de estagnação na indústria, aumento de desemprego e deterioração dos sistemas de ensino, saúde e transportes. Juros e impostos sufocam a produção; o dólar está supervalorizado; falta dinheiro para investimentos internos; o governo investe no exterior, paga juros antecipados e parte da dívida externa, mas a interna, de 42% do PIB, em 2003, foi a 52%, em 2006.
Há, pois, problemas sérios a resolver, mas se purga só a vergonha parlamentar, que, ante as expostas acima, nem é a maior. Montaigne vem a propósito: ele combateu, com vigor, em seu tempo, a mesma política de mentiras e injustiças, que hoje aflige os brasileiros.
O que nós, jornalistas políticos, cremos saber de política, no Brasil — o cabedal de nossa suposta sabedoria no assunto —, faz jus à conclusão do velho Montaigne: os sábios precisam de moderação igual à devida aos loucos. Há tempos, vemos, com freqüência, absurdos políticos crônicos ficarem mais esquecidos, a cada novo escândalo. Desvios de conduta política, tipo traições, mentiras, acertos que raiam pela corrupção... Vê-se um pouco de tudo isso, na disputa pela direção do Congresso.
Trata-se de questão importante, mas não a ponto de pôr em segundo plano o essencial para os destinos do país, a menos, claro, que se queira destruir o Legislativo.
Poder algum está livre de lutas por ambições e de conflitos de interesses. Todos os poderes, ainda que neles não haja só gente digna, são fundamentais para a democracia. Mas, na crítica à conduta ética dos congressistas, as generalizações negativas são quase um truísmo.Por seu lado, o excesso de tempo e espaço midiáticos, ao debate atual, tira de foco o poder que governa, o Executivo, em prejuízo da transparência desse poder e de seu equilíbrio com os outros dois.
Não se fala da falta de programas do governo para o novo mandato presidencial. Nem se mostra que o socorro de forças nacionais, contra o banditismo urbano, oferecido a São Paulo e ao Rio, não chegaria a tempo de evitar o que houve nesses estados, em 2006. E, até hoje, aliás, não se trata da causa de tais violências, mas de seus efeitos.
De resto, há sinais de estagnação na indústria, aumento de desemprego e deterioração dos sistemas de ensino, saúde e transportes. Juros e impostos sufocam a produção; o dólar está supervalorizado; falta dinheiro para investimentos internos; o governo investe no exterior, paga juros antecipados e parte da dívida externa, mas a interna, de 42% do PIB, em 2003, foi a 52%, em 2006.
Há, pois, problemas sérios a resolver, mas se purga só a vergonha parlamentar, que, ante as expostas acima, nem é a maior. Montaigne vem a propósito: ele combateu, com vigor, em seu tempo, a mesma política de mentiras e injustiças, que hoje aflige os brasileiros.
22 janeiro 2007
TERCEIRA VIA
Fernando Gabeira, deputado federal (PV-RJ)
Começou tão modesta como uma ciclovia. Mas aponta para dois rumos: a independência do Congresso e a reconstrução das pontes com a sociedade.
De cada dez projetos na Câmara, sete vêm do Planalto. O que dizer para os novos, cheios de esperança? Para deixá-la na porta? É a própria imagem do inferno.
Só a Câmara consome cerca de R$ 3 bilhões. É o orçamento de 30 cidades médias brasileiras. É razoável pedir transparência nos gastos. E um projeto de redução de custos, sem perda de eficiência.
Nosso horizonte eleitoral é limitado por questões de salário. Muitos queriam aumento de 91 por cento. Mas o bom senso indica outra direção. Upton Sinclair dizia que é difícil explicar alguma coisa a alguém cujo salário depende, precisamente, de não entender isto.
Há mais coisas em jogo além de salário. Há símbolos de poder, cargos.
Quando os democratas assumiram nos EUA, Nancy Pelosi anunciou uma série de medidas destinadas a satisfazer a sociedade. Houve escândalos e, mesmo se os republicanos vencessem, alguma resposta seria dada.
As campanhas agem como se não houvesse escândalos. Não se referem a eles nem propõem a reconstrução das pontes com a sociedade.
Depois de muito esforço, conseguimos achar um nome: Gustavo Fruet. É do PSDB. Tentamos gente do PT, do próprio PMDB. No momento em que escolhemos Fruet, o PSDB estava apoiando Chinaglia, batendo cabeça. Se fôssemos esperar grandes partidos para afastar Severino, criar a CPI das ambulâncias ou mesmo deter o aumento de 91%, não sairíamos do lugar.
Somos poucos, mas a ciclovia nos ensina algo válido para a história: é preciso pedalar sempre. Para os pessimistas, dou dois argumentos.
Com o voto direto, novas afinidades vão surgir no Congresso. E não queremos nos aprisionar no rótulo de grupo ético, como se os outros não tivessem também sua ética.
Não queremos virar estátua para os pombos fazerem cocô na nossa cabeça. Queremos apenas um Congresso decente e produtivo. É pedir muito para quatro anos?
O Fruet é a cara da terceira via.
Pessoalmente, acho que nossa vitória daria alento ao segundo governo Lula. Admito que ele duvide disso. Parceria em vez de apenas uma extensão do Planalto.
Nem cargos, nem emendas. Apenas a dádiva de andar nas ruas de cabeça erguida. E um Congresso que impulsione o país em vez de ser um constrangimento ético, um peso material.
Vamos plantar uma semente nas 513 cabeças. Quantas vingarão?
Quantos plantarão de volta boas sementes em nossas cabeças?
Continuar pedalando.
Começou tão modesta como uma ciclovia. Mas aponta para dois rumos: a independência do Congresso e a reconstrução das pontes com a sociedade.
De cada dez projetos na Câmara, sete vêm do Planalto. O que dizer para os novos, cheios de esperança? Para deixá-la na porta? É a própria imagem do inferno.
Só a Câmara consome cerca de R$ 3 bilhões. É o orçamento de 30 cidades médias brasileiras. É razoável pedir transparência nos gastos. E um projeto de redução de custos, sem perda de eficiência.
Nosso horizonte eleitoral é limitado por questões de salário. Muitos queriam aumento de 91 por cento. Mas o bom senso indica outra direção. Upton Sinclair dizia que é difícil explicar alguma coisa a alguém cujo salário depende, precisamente, de não entender isto.
Há mais coisas em jogo além de salário. Há símbolos de poder, cargos.
Quando os democratas assumiram nos EUA, Nancy Pelosi anunciou uma série de medidas destinadas a satisfazer a sociedade. Houve escândalos e, mesmo se os republicanos vencessem, alguma resposta seria dada.
As campanhas agem como se não houvesse escândalos. Não se referem a eles nem propõem a reconstrução das pontes com a sociedade.
Depois de muito esforço, conseguimos achar um nome: Gustavo Fruet. É do PSDB. Tentamos gente do PT, do próprio PMDB. No momento em que escolhemos Fruet, o PSDB estava apoiando Chinaglia, batendo cabeça. Se fôssemos esperar grandes partidos para afastar Severino, criar a CPI das ambulâncias ou mesmo deter o aumento de 91%, não sairíamos do lugar.
Somos poucos, mas a ciclovia nos ensina algo válido para a história: é preciso pedalar sempre. Para os pessimistas, dou dois argumentos.
Com o voto direto, novas afinidades vão surgir no Congresso. E não queremos nos aprisionar no rótulo de grupo ético, como se os outros não tivessem também sua ética.
Não queremos virar estátua para os pombos fazerem cocô na nossa cabeça. Queremos apenas um Congresso decente e produtivo. É pedir muito para quatro anos?
O Fruet é a cara da terceira via.
Pessoalmente, acho que nossa vitória daria alento ao segundo governo Lula. Admito que ele duvide disso. Parceria em vez de apenas uma extensão do Planalto.
Nem cargos, nem emendas. Apenas a dádiva de andar nas ruas de cabeça erguida. E um Congresso que impulsione o país em vez de ser um constrangimento ético, um peso material.
Vamos plantar uma semente nas 513 cabeças. Quantas vingarão?
Quantos plantarão de volta boas sementes em nossas cabeças?
Continuar pedalando.
SERRAGLIO: POR QUE CHINAGLIA?!
O deputado Osmar Serraglio decepciona mais uma vez.
Ano passado, quando relator da famosa CPMI dos Correios, teve seu desempenho (até então elogiado), ofuscado por um relatório omisso e inconclusivo, onde ignorou indícios que, no final, “blindou” alguns membros do governo federal.
Chegou a declarar que não seria candidato à reeleição, por estar "decepcionado" com a imagem do parlamento.
Pelo visto, mudou de idéia de novo.
Conforme noticiou Cláudio Humberto em sua Coluna (leia abaixo*), agora o deputado apóia Arlindo Chinaglia (o candidato dos mensaleiros, José Dirceu & Cia.) para a presidência da Câmara, desprezando o nome de seu conterrâneo, Gustavo Fruet, que apesar de hoje não ser do PMDB, é o candidato que poderá devolver à Câmara a credibilidade perdida.
* Santiago x Serraglio: briga no PMDB
Os deputados Wilson Santiago (PB) e Osmar Serraglio (PR), ambos do PMDB, apóiam Arlindo Chinaglia para presidente e travam um duelo de morte pela 1ª Secretaria da Câmara.
Essa briga interna no partido cria defecções na candidatura do petista.
Ano passado, quando relator da famosa CPMI dos Correios, teve seu desempenho (até então elogiado), ofuscado por um relatório omisso e inconclusivo, onde ignorou indícios que, no final, “blindou” alguns membros do governo federal.
Chegou a declarar que não seria candidato à reeleição, por estar "decepcionado" com a imagem do parlamento.
Pelo visto, mudou de idéia de novo.
Conforme noticiou Cláudio Humberto em sua Coluna (leia abaixo*), agora o deputado apóia Arlindo Chinaglia (o candidato dos mensaleiros, José Dirceu & Cia.) para a presidência da Câmara, desprezando o nome de seu conterrâneo, Gustavo Fruet, que apesar de hoje não ser do PMDB, é o candidato que poderá devolver à Câmara a credibilidade perdida.
* Santiago x Serraglio: briga no PMDB
Os deputados Wilson Santiago (PB) e Osmar Serraglio (PR), ambos do PMDB, apóiam Arlindo Chinaglia para presidente e travam um duelo de morte pela 1ª Secretaria da Câmara.
Essa briga interna no partido cria defecções na candidatura do petista.
FRUET: O PREFERIDO
Resultado de enquete de Cláudio Humberto:
Você votaria em quem, para presidente da Câmara?
Aldo Rebelo
12% - 27 votos
Arlindo Chinaglia
2% - 4 votos
Gustavo Fruet
76% - 178 votos
Nenhum deles
10% - 24 votos
Total de Votos: 233
Você votaria em quem, para presidente da Câmara?
Aldo Rebelo
12% - 27 votos
Arlindo Chinaglia
2% - 4 votos
Gustavo Fruet
76% - 178 votos
Nenhum deles
10% - 24 votos
Total de Votos: 233
21 janeiro 2007
OS BANDIDOS E A CPMF
Diogo Mainardi
"Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005"
Aconteceu alguns dias antes do Natal. Bandidos armados e encapuzados invadiram a chácara de Luiz Gushiken em Indaiatuba e roubaram 10.000 reais em dinheiro, além de computadores, jóias e, de acordo com a polícia, uma quantia não especificada em dólares.
Eu me pergunto: quanto pode ser uma quantia não especificada em dólares. 315? 3 150? 31 500? Quanto? Nos últimos anos, os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. 315.000 dólares?
Eu me pergunto também o que há para comprar com dólares em Indaiatuba? O Mercadinho dos Sapatos negocia em dólares? A Sorveteria San Remo negocia em dólares? A Loja Picapau negocia em dólares?
Luiz Gushiken deve ser dos meus. Deve fazer tudo para sonegar a CPMF. Só isso justificaria aqueles 10.000 reais em dinheiro. Luiz Gushiken é um desobediente fiscal. Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005.
Se eu pudesse, faria como Luiz Gushiken e guardaria todo o meu salário em casa, em moeda sonante, subtraindo do governo o imposto que ele embolsa sempre que tenho de movimentar minha conta bancária. Só que eu não posso fazer isso. Porque aqui há uma enorme quantidade de bandidos armados e encapuzados, que invadem nossas casas e levam tudo embora, tanto os reais quanto as quantias não especificadas em dólares, como aconteceu com o heróico desobediente fiscal Luiz Gushiken.
De certa maneira, os bandidos armados e encapuzados trabalham para o governo. Eles asseguram que nenhum de nós jamais poderá escapar da CPMF e de outros impostos. Os bandidos armados e encapuzados agem como fiscais da Receita informais. Uma mente um pouco mais perturbada do que a minha poderia até desconfiar que o governo descuida deliberadamente da segurança pública porque ela representa uma importante garantia de arrecadação fiscal.
O governo federal acaba de divulgar que sua arrecadação de impostos subiu 4,45% em 2006. Atingiu o maior nível de sua história. Assim como já havia atingido o maior nível de sua história em 2005.
Parte do dinheiro arrecadado será restituída a partir deste ano. É o que prevê o PAC, o plano de aceleração da economia do Lula. O dinheiro não será restituído a mim. Não. Continuarei pagando igual. Talvez até mais, porque assim eu paro de ser besta. O dinheiro será repassado a alguns setores da economia escolhidos a dedo por Lula, sob a forma de benefícios fiscais. É o que se chama de política industrial. Em vez de tomar dinheiro de um e distribuir a todos, Lula toma de todos e distribui a um.
Eu já subsidiei usineiros pernambucanos, industriais amazonenses e cineastas gaúchos. Agora decidiram que eu tenho de subsidiar a indústria calçadista, as tecelagens e os fabricantes de TV digital, como se isso bastasse para competir com a China.
Por falar em China, quanto ele tinha em Indaiatuba?3 150 000 dólares?
"Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005"
Aconteceu alguns dias antes do Natal. Bandidos armados e encapuzados invadiram a chácara de Luiz Gushiken em Indaiatuba e roubaram 10.000 reais em dinheiro, além de computadores, jóias e, de acordo com a polícia, uma quantia não especificada em dólares.
Eu me pergunto: quanto pode ser uma quantia não especificada em dólares. 315? 3 150? 31 500? Quanto? Nos últimos anos, os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. 315.000 dólares?
Eu me pergunto também o que há para comprar com dólares em Indaiatuba? O Mercadinho dos Sapatos negocia em dólares? A Sorveteria San Remo negocia em dólares? A Loja Picapau negocia em dólares?
Luiz Gushiken deve ser dos meus. Deve fazer tudo para sonegar a CPMF. Só isso justificaria aqueles 10.000 reais em dinheiro. Luiz Gushiken é um desobediente fiscal. Eu já disse que os petistas se acostumaram a lidar com grandes valores. Eles se acostumaram também a pagar a todos os seus fornecedores por fora, como ficou amplamente demonstrado durante a crise de 2005.
Se eu pudesse, faria como Luiz Gushiken e guardaria todo o meu salário em casa, em moeda sonante, subtraindo do governo o imposto que ele embolsa sempre que tenho de movimentar minha conta bancária. Só que eu não posso fazer isso. Porque aqui há uma enorme quantidade de bandidos armados e encapuzados, que invadem nossas casas e levam tudo embora, tanto os reais quanto as quantias não especificadas em dólares, como aconteceu com o heróico desobediente fiscal Luiz Gushiken.
De certa maneira, os bandidos armados e encapuzados trabalham para o governo. Eles asseguram que nenhum de nós jamais poderá escapar da CPMF e de outros impostos. Os bandidos armados e encapuzados agem como fiscais da Receita informais. Uma mente um pouco mais perturbada do que a minha poderia até desconfiar que o governo descuida deliberadamente da segurança pública porque ela representa uma importante garantia de arrecadação fiscal.
O governo federal acaba de divulgar que sua arrecadação de impostos subiu 4,45% em 2006. Atingiu o maior nível de sua história. Assim como já havia atingido o maior nível de sua história em 2005.
Parte do dinheiro arrecadado será restituída a partir deste ano. É o que prevê o PAC, o plano de aceleração da economia do Lula. O dinheiro não será restituído a mim. Não. Continuarei pagando igual. Talvez até mais, porque assim eu paro de ser besta. O dinheiro será repassado a alguns setores da economia escolhidos a dedo por Lula, sob a forma de benefícios fiscais. É o que se chama de política industrial. Em vez de tomar dinheiro de um e distribuir a todos, Lula toma de todos e distribui a um.
Eu já subsidiei usineiros pernambucanos, industriais amazonenses e cineastas gaúchos. Agora decidiram que eu tenho de subsidiar a indústria calçadista, as tecelagens e os fabricantes de TV digital, como se isso bastasse para competir com a China.
Por falar em China, quanto ele tinha em Indaiatuba?3 150 000 dólares?
FRASE
"15% dos brasileiros não têm do que reclamar. Os outros 85% não têm a quem reclamar."
Jésus Rocha, jornalista
Jésus Rocha, jornalista
O CHEFE DOS QUADRÚPEDES
Reinaldo Azevedo
O ataque do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à imprensa brasileira, em especial ao jornal O Globo, é inaceitável. O bufão estava aqui como convidado e recebia uma homenagem — de resto, ridícula — na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (leia abaixo). Brandindo o jornal, protestava contra um texto que lembrava as óbvias incongruências entre o regime que ele comanda e os compromissos do Mercosul com a democracia.
Na galeria, um charabiá esquerdopata juntava zurrados, relinchos e urros, numa impressionante diversidade de quadrúpedes morais. O coronel — um chefe de Estado! — comandou pessoalmente uma vaia ao jornal. Seria uma atitude desrespeitosa também com o governo brasileiro, não fosse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu aliado incondicional. Acho um engano da generosidade supor que possa haver alguma divergência importante entre o Apedeuta brasileiro e o milico venezuelano. Ao contrário: as relações entre os dois países só fazem se estreitar. Isso é estratégico. O resto é tático.
Quando classifico o episódio de “inaceitável”, não estou me deixando mover por qualquer impulso corporativista — eu nem mais sou dono de revista, hehe... — ou por um sentimento, sei lá, parente do patriotismo. Isso é bobagem. Não devemos aceitar é que um ditador vagabundo, que censura a imprensa e ameaça jornalistas com a cadeia — num país em que Legislativo e Judiciário já passaram pela fagocitose autoritária —, venha lançar sua baba hidrófoba contra a imprensa de um país que vive plenamente a democracia, a despeito dos arreganhos autoritários do PT e das penas de aluguel.
Sim, é o caso de se cobrar o pronunciamento do governo brasileiro — um dos fiéis depositários da Constituição, que assegura a liberdade de imprensa —, das entidades de classe dos jornalistas (quem quer apostar a mão que a Federação Nacional dos Jornalistas e os sindicatos vão ficar de bico calado?), das empresas de comunicação, dos políticos, das entidades representativas da sociedade civil, dos presidentes da Câmara e do Senado, dos governadores, de todo aquele, enfim, a quem cumpre ser protagonista na defesa das liberdades públicas quando ela é atacada.
Sabem o que penso. As eventuais diferenças entre Chávez e Lula me parecem irrelevantes. O Brasil é hoje o principal fiador político da ditadura venezuelana. Os laços entre os dois países, sob o governo petista, não fazem senão se estreitar. Marco Aurélio Garcia já fala no Brasil como uma espécie de gestor de um modelo de “substituição de importações” na Venezuela. Escrevi sobre isso ontem. Vejam lá. Chávez é o retrato do perfeito idiota latino-americano, mas seus passos jamais são ignorados pelo Brasil.
Aquela excitação quadrúpede que emanava das galerias expressava o juízo que o próprio PT — e quase toda a esquerda — faz da imprensa. Eles querem censura. Eles querem cassar concessões, eles querem silenciar as dissensões, eles querem impor o “seu” consenso. Já não lhes basta mais aparelhar praticamente todas as redações do país com sua ideologia perturbada. Por isso gostam tanto do coronel. Ele lhes oferece ação direta e emoções baratas.
Mas que ninguém se engane. O chefe estratégico dessa onda chama-se Partido dos Trabalhadores. E seu líder inconteste é Lula. É como se o Apedeuta estivesse ali, ele próprio, comandando a vaia à democracia. Tudo o mais constante, é só questão de tempo.
O ataque do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à imprensa brasileira, em especial ao jornal O Globo, é inaceitável. O bufão estava aqui como convidado e recebia uma homenagem — de resto, ridícula — na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (leia abaixo). Brandindo o jornal, protestava contra um texto que lembrava as óbvias incongruências entre o regime que ele comanda e os compromissos do Mercosul com a democracia.
Na galeria, um charabiá esquerdopata juntava zurrados, relinchos e urros, numa impressionante diversidade de quadrúpedes morais. O coronel — um chefe de Estado! — comandou pessoalmente uma vaia ao jornal. Seria uma atitude desrespeitosa também com o governo brasileiro, não fosse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu aliado incondicional. Acho um engano da generosidade supor que possa haver alguma divergência importante entre o Apedeuta brasileiro e o milico venezuelano. Ao contrário: as relações entre os dois países só fazem se estreitar. Isso é estratégico. O resto é tático.
Quando classifico o episódio de “inaceitável”, não estou me deixando mover por qualquer impulso corporativista — eu nem mais sou dono de revista, hehe... — ou por um sentimento, sei lá, parente do patriotismo. Isso é bobagem. Não devemos aceitar é que um ditador vagabundo, que censura a imprensa e ameaça jornalistas com a cadeia — num país em que Legislativo e Judiciário já passaram pela fagocitose autoritária —, venha lançar sua baba hidrófoba contra a imprensa de um país que vive plenamente a democracia, a despeito dos arreganhos autoritários do PT e das penas de aluguel.
Sim, é o caso de se cobrar o pronunciamento do governo brasileiro — um dos fiéis depositários da Constituição, que assegura a liberdade de imprensa —, das entidades de classe dos jornalistas (quem quer apostar a mão que a Federação Nacional dos Jornalistas e os sindicatos vão ficar de bico calado?), das empresas de comunicação, dos políticos, das entidades representativas da sociedade civil, dos presidentes da Câmara e do Senado, dos governadores, de todo aquele, enfim, a quem cumpre ser protagonista na defesa das liberdades públicas quando ela é atacada.
Sabem o que penso. As eventuais diferenças entre Chávez e Lula me parecem irrelevantes. O Brasil é hoje o principal fiador político da ditadura venezuelana. Os laços entre os dois países, sob o governo petista, não fazem senão se estreitar. Marco Aurélio Garcia já fala no Brasil como uma espécie de gestor de um modelo de “substituição de importações” na Venezuela. Escrevi sobre isso ontem. Vejam lá. Chávez é o retrato do perfeito idiota latino-americano, mas seus passos jamais são ignorados pelo Brasil.
Aquela excitação quadrúpede que emanava das galerias expressava o juízo que o próprio PT — e quase toda a esquerda — faz da imprensa. Eles querem censura. Eles querem cassar concessões, eles querem silenciar as dissensões, eles querem impor o “seu” consenso. Já não lhes basta mais aparelhar praticamente todas as redações do país com sua ideologia perturbada. Por isso gostam tanto do coronel. Ele lhes oferece ação direta e emoções baratas.
Mas que ninguém se engane. O chefe estratégico dessa onda chama-se Partido dos Trabalhadores. E seu líder inconteste é Lula. É como se o Apedeuta estivesse ali, ele próprio, comandando a vaia à democracia. Tudo o mais constante, é só questão de tempo.
COISA DE PETISTA
Do blog de Reinaldo Azevedo:
Mal absoluto
Leitores estão indignados com o comentário abaixo, mandando por um petralha, postado no texto que trata do ataque de Hugo Chávez ao jornal O Globo. Não me escapou, não. Deixei passar mesmo. Reparem:
E ai Rei, da paulicéia, pensei que você tinha sido preso com o Esper.Que maravilha foi ver o Chávez rasgando aquela porcaria de "jornal", o Globo, mais conhecido como "Engana Bobo". Que maravilha!!!, faltou ele ter rasgado a "Veja - e não leia", a "Folha de São Paulo no buraco" e o "Estadão dos mesquinhas". Aí seria a glória total, melhor que final de copa do mundo.E para repetir essa risadinha hepática e amareladinha sua, seu idiota, eh, eh.... E o câncer vai bem!
De vez em quando, é preciso que eles se mostrem. Reparem a soma de truculência, preconceito, grosseria, vulgaridade, tudo traduzido, é claro, numa escolha ideológica. Leitores, às vezes por bons motivos, sugerem que a área de comentário se transforme num chat aberto. Não dá. A canalhada emporcalha tudo. É sempre bom lembrar que existe o Mal absoluto também na política. E ele merece nosso combate cotidiano, incansável, imperturbável. Não perca uma só chance de desmerecer o petismo. Você estará sempre certo.
Mal absoluto
Leitores estão indignados com o comentário abaixo, mandando por um petralha, postado no texto que trata do ataque de Hugo Chávez ao jornal O Globo. Não me escapou, não. Deixei passar mesmo. Reparem:
E ai Rei, da paulicéia, pensei que você tinha sido preso com o Esper.Que maravilha foi ver o Chávez rasgando aquela porcaria de "jornal", o Globo, mais conhecido como "Engana Bobo". Que maravilha!!!, faltou ele ter rasgado a "Veja - e não leia", a "Folha de São Paulo no buraco" e o "Estadão dos mesquinhas". Aí seria a glória total, melhor que final de copa do mundo.E para repetir essa risadinha hepática e amareladinha sua, seu idiota, eh, eh.... E o câncer vai bem!
De vez em quando, é preciso que eles se mostrem. Reparem a soma de truculência, preconceito, grosseria, vulgaridade, tudo traduzido, é claro, numa escolha ideológica. Leitores, às vezes por bons motivos, sugerem que a área de comentário se transforme num chat aberto. Não dá. A canalhada emporcalha tudo. É sempre bom lembrar que existe o Mal absoluto também na política. E ele merece nosso combate cotidiano, incansável, imperturbável. Não perca uma só chance de desmerecer o petismo. Você estará sempre certo.
ALDO, CHINAGLIA E FRUET
Projetos expõem contrastes entre candidatos à Câmara
Aldo e Chinaglia têm atuação mais política; Fruet privilegia discussões técnicas
Os três apresentaram 73 projetos de lei ao longo dos respectivos mandatos; apenas três, um de cada um, foram aprovados pela Casa
Projetos de lei apresentados pelos três candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) revelam prioridades distintas de cada um ao longo da atuação parlamentar.
A Folha analisou as propostas defendidas pelos três candidatos ao longo de seus mandatos. A apresentação de projetos de lei é uma das funções do parlamentar, mas não serve para medir isoladamente o desempenho de um deputado. Muitos atuam em CPIs, em subcomissões e mesmo nas articulações políticas que permitem votar ou não projetos prioritários para o governo federal.
Aldo e Chinaglia tiveram, ao longo dos anos, atuação mais direcionada às questões políticas, enquanto Fruet tem um perfil mais técnico.
Desde que foram eleitos, os três deputados apresentaram, ao todo, 73 projetos de lei. Desses, apenas 3 foram aprovados.
Aldo Rebelo, deputado desde 1990, propôs, sozinho, 30 projetos. O único aprovado, em 1998, proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de gasolina.
Aldo ficou famoso por projetos que mostram seus ideais nacionalistas, como o que pedia audiências públicas "para ouvir a sociedade brasileira sobre as conseqüências da proposta de implantação da Alca".
Outros pretendiam vedar estrangeirismos na língua portuguesa, instituir o dia 31 de outubro como o Dia do Saci, tornar obrigatória a adição de farinha de mandioca para a fabricação de pães, ou até mesmo tombar campos de futebol de várzea em terrenos da União.
Ele também já propôs regulamentar o exercício de ioga, com a criação do Conselho Federal e Regional e tornar não-patenteáveis os medicamentos para o tratamento da Aids.
Desde que assumiu a presidência da Câmara, porém, Aldo não pode apresentar projetos, em razão de sua posição.
Lei Pelé
Chinaglia, por sua vez, é deputado desde 1995 e atual líder do governo na Câmara. Apresentou 24 projetos de lei e também teve um aprovado, que extinguiu a lei do passe na legislação desportiva nacional.
"Após a apresentação do meu projeto, o Pelé, então ministro dos Esportes, encaminhou para o Congresso a sua proposta, que foi apensada à minha", disse Chinaglia. "Ficou conhecida como Lei Pelé, mas do ponto de vista do mecanismo legislativo, a lei é de minha autoria."
Por ser médico, grande parte dos projetos de sua autoria tratam de assuntos relacionados à saúde. Seus últimos projetos apresentados propõem a criação dos Dias Nacionais da Vigilância Sanitária, em 5 de agosto, e da Assistência Farmacêutica, em 15 de setembro.
Em 2003, o petista propôs a proibição de novos cursos de medicina e a ampliação de vagas nos cursos existentes nos dez anos seguintes à aprovação da lei. A medida, segundo o texto do projeto, tem como objetivo "proteger a população do país contra a gravíssima ameaça resultante de cursos de medicina de má qualidade, no Brasil ou no exterior". O projeto está pronto para entrar em pauta.
O tucano Gustavo Fruet caminha para o seu terceiro mandato e, assim como Aldo e Chinaglia, só conseguiu aprovar um projeto. Desde 1999, ele apresentou 19 PLs, a grande maioria voltada para a alteração da legislação. "Sou um estudioso do direito e por isso me preocupo com isso."
Excesso de leis
Para Fruet, "o Brasil tem um excesso de leis e grande parte delas foram mal elaboradas".
Projeto do tucano, aprovado em 2002, determina ao juiz, após recebida alguma denúncia de crime eleitoral, marcar o dia e hora para o depoimento pessoal do acusado. Estabelece também um prazo de dez dias para o réu ou seu defensor oferecer alegações escritas ou apresentar testemunhas.
Entre os projetos apresentados, Fruet lamenta que um deles não tenha sido aprovado: a criação do Programa de Habitação de Interesse Social (PHIS), que definiria "os critérios de utilização dos recursos de poupança popular, como instrumentos da política habitacional". Outra proposta dele é a isenção de tributos sobre itens do transporte coletivo, como o ICMS do óleo diesel.
Sua atuação técnica o levou a ter uma forte presença em comissões parlamentares. Ele presidiu a CPI do Proer (o programa de reestruturação dos bancos no governo FHC), foi membro titular do Conselho de Ética da Câmara, relator do processo de cassação do deputado federal André Luiz e sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios.
Fonte: Folha de São Paulo
Aldo e Chinaglia têm atuação mais política; Fruet privilegia discussões técnicas
Os três apresentaram 73 projetos de lei ao longo dos respectivos mandatos; apenas três, um de cada um, foram aprovados pela Casa
Projetos de lei apresentados pelos três candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) revelam prioridades distintas de cada um ao longo da atuação parlamentar.
A Folha analisou as propostas defendidas pelos três candidatos ao longo de seus mandatos. A apresentação de projetos de lei é uma das funções do parlamentar, mas não serve para medir isoladamente o desempenho de um deputado. Muitos atuam em CPIs, em subcomissões e mesmo nas articulações políticas que permitem votar ou não projetos prioritários para o governo federal.
Aldo e Chinaglia tiveram, ao longo dos anos, atuação mais direcionada às questões políticas, enquanto Fruet tem um perfil mais técnico.
Desde que foram eleitos, os três deputados apresentaram, ao todo, 73 projetos de lei. Desses, apenas 3 foram aprovados.
Aldo Rebelo, deputado desde 1990, propôs, sozinho, 30 projetos. O único aprovado, em 1998, proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de gasolina.
Aldo ficou famoso por projetos que mostram seus ideais nacionalistas, como o que pedia audiências públicas "para ouvir a sociedade brasileira sobre as conseqüências da proposta de implantação da Alca".
Outros pretendiam vedar estrangeirismos na língua portuguesa, instituir o dia 31 de outubro como o Dia do Saci, tornar obrigatória a adição de farinha de mandioca para a fabricação de pães, ou até mesmo tombar campos de futebol de várzea em terrenos da União.
Ele também já propôs regulamentar o exercício de ioga, com a criação do Conselho Federal e Regional e tornar não-patenteáveis os medicamentos para o tratamento da Aids.
Desde que assumiu a presidência da Câmara, porém, Aldo não pode apresentar projetos, em razão de sua posição.
Lei Pelé
Chinaglia, por sua vez, é deputado desde 1995 e atual líder do governo na Câmara. Apresentou 24 projetos de lei e também teve um aprovado, que extinguiu a lei do passe na legislação desportiva nacional.
"Após a apresentação do meu projeto, o Pelé, então ministro dos Esportes, encaminhou para o Congresso a sua proposta, que foi apensada à minha", disse Chinaglia. "Ficou conhecida como Lei Pelé, mas do ponto de vista do mecanismo legislativo, a lei é de minha autoria."
Por ser médico, grande parte dos projetos de sua autoria tratam de assuntos relacionados à saúde. Seus últimos projetos apresentados propõem a criação dos Dias Nacionais da Vigilância Sanitária, em 5 de agosto, e da Assistência Farmacêutica, em 15 de setembro.
Em 2003, o petista propôs a proibição de novos cursos de medicina e a ampliação de vagas nos cursos existentes nos dez anos seguintes à aprovação da lei. A medida, segundo o texto do projeto, tem como objetivo "proteger a população do país contra a gravíssima ameaça resultante de cursos de medicina de má qualidade, no Brasil ou no exterior". O projeto está pronto para entrar em pauta.
O tucano Gustavo Fruet caminha para o seu terceiro mandato e, assim como Aldo e Chinaglia, só conseguiu aprovar um projeto. Desde 1999, ele apresentou 19 PLs, a grande maioria voltada para a alteração da legislação. "Sou um estudioso do direito e por isso me preocupo com isso."
Excesso de leis
Para Fruet, "o Brasil tem um excesso de leis e grande parte delas foram mal elaboradas".
Projeto do tucano, aprovado em 2002, determina ao juiz, após recebida alguma denúncia de crime eleitoral, marcar o dia e hora para o depoimento pessoal do acusado. Estabelece também um prazo de dez dias para o réu ou seu defensor oferecer alegações escritas ou apresentar testemunhas.
Entre os projetos apresentados, Fruet lamenta que um deles não tenha sido aprovado: a criação do Programa de Habitação de Interesse Social (PHIS), que definiria "os critérios de utilização dos recursos de poupança popular, como instrumentos da política habitacional". Outra proposta dele é a isenção de tributos sobre itens do transporte coletivo, como o ICMS do óleo diesel.
Sua atuação técnica o levou a ter uma forte presença em comissões parlamentares. Ele presidiu a CPI do Proer (o programa de reestruturação dos bancos no governo FHC), foi membro titular do Conselho de Ética da Câmara, relator do processo de cassação do deputado federal André Luiz e sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios.
Fonte: Folha de São Paulo
20 janeiro 2007
UTILIDADE PÚBLICA
Consulta à lista telefônica através do 102 custa R$ 1,20. Enquanto que o mesmo serviço pelo 0800-310-102, é gratuito.
Atenção: funciona até de celular.
Atenção: funciona até de celular.
A ELEIÇÃO DO ANO
A eleição da Câmara dos Deputados promete nesta reta final nervos mais que acirrados.
O "vale-tudo" é a moeda da candidatura pró-Chinaglia(PT).
José Dirceu & Cia. estão em campo numa corrida desesperada por votos. Os acordos, são os de sempre: favorecimento pessoal e defesa do grupo.
Aldo Rebelo (PC do B) , na sua "inocência" esperava apoio de Lula e do próprio PT. Está agora praticamente só, e reage como pode.
Gustavo Fruet (PSDB) é, sem dúvida, a melhor opção. Pena que sua candidatura tenha surgido um pouco tarde, e com seu Partido dividido, que não quer dizer, necessariamente, fadada ao fracasso.
Uma coisa fica clara: sairá com seu nome fortalecido no Partido e no Estado.
Abaixo notas da Coluna de Claúdio Humberto:
Dirceu e Chinaglia avaliam o quadro
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro José Dirceu jantaram em Brasília, terça-feira passada. O ex-chefe da Casa Civil de Lula, que confiou a Chinaglia suas esperanças de vir a ser anistiado e recuperar os direitos políticos (cassado por seu envolvimento no mensalão), tentou tranqüilizar o aliado e afirmou que “não há riscos” de derrota do candidato do PT. Mas nem um nem outro acreditam disso.
PSB e PCdoB de Aldo se aliam ao PDT
PSB e PCdoB devem fechar esta semana uma aliança com o PDT e como resultado vão ficar com a 4ª Secretaria. O indicado deve ser do PDT. Esse acordo é mais um sinal de que o PDT votará em Aldo Rebelo para a presidência da Câmara.
Aldo mira Dirceu e PT
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, enviará carta aos deputados, na segunda-feira, na qual vai destacar seu compromisso com o crescimento do País e, sem citar nomes, mira nos aloprados do PT e no ex-ministro José Dirceu, deixando claro que não compartilha do compromisso do candidato petista a presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), de anistiar o ex-ministro da Casa Civil. Ele foi cassado na Câmara por chefiar o mensalão.
Projeto pessoal
“A Câmara não pode estar a serviço de um grupo com um projeto pessoal e partidário”, escreve Aldo Rebelo, referindo-se a Zé Dirceu e aos aloprados.
O "vale-tudo" é a moeda da candidatura pró-Chinaglia(PT).
José Dirceu & Cia. estão em campo numa corrida desesperada por votos. Os acordos, são os de sempre: favorecimento pessoal e defesa do grupo.
Aldo Rebelo (PC do B) , na sua "inocência" esperava apoio de Lula e do próprio PT. Está agora praticamente só, e reage como pode.
Gustavo Fruet (PSDB) é, sem dúvida, a melhor opção. Pena que sua candidatura tenha surgido um pouco tarde, e com seu Partido dividido, que não quer dizer, necessariamente, fadada ao fracasso.
Uma coisa fica clara: sairá com seu nome fortalecido no Partido e no Estado.
Abaixo notas da Coluna de Claúdio Humberto:
Dirceu e Chinaglia avaliam o quadro
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro José Dirceu jantaram em Brasília, terça-feira passada. O ex-chefe da Casa Civil de Lula, que confiou a Chinaglia suas esperanças de vir a ser anistiado e recuperar os direitos políticos (cassado por seu envolvimento no mensalão), tentou tranqüilizar o aliado e afirmou que “não há riscos” de derrota do candidato do PT. Mas nem um nem outro acreditam disso.
PSB e PCdoB de Aldo se aliam ao PDT
PSB e PCdoB devem fechar esta semana uma aliança com o PDT e como resultado vão ficar com a 4ª Secretaria. O indicado deve ser do PDT. Esse acordo é mais um sinal de que o PDT votará em Aldo Rebelo para a presidência da Câmara.
Aldo mira Dirceu e PT
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, enviará carta aos deputados, na segunda-feira, na qual vai destacar seu compromisso com o crescimento do País e, sem citar nomes, mira nos aloprados do PT e no ex-ministro José Dirceu, deixando claro que não compartilha do compromisso do candidato petista a presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), de anistiar o ex-ministro da Casa Civil. Ele foi cassado na Câmara por chefiar o mensalão.
Projeto pessoal
“A Câmara não pode estar a serviço de um grupo com um projeto pessoal e partidário”, escreve Aldo Rebelo, referindo-se a Zé Dirceu e aos aloprados.
19 janeiro 2007
SERRA COM FRUET
De Claúdio Humberto:
Serra abandona Chinaglia de vez
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recuou mesmo de sua posição inicial de apoio a candidatura de Arlindo Chinaglia. Nesta sexta, recepciona com honras e confetes o candidato do PSDB à presidência da Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), às 19 horas no Palácio dos Bandeirantes. Serra, através de deputados aliados, tem dito que vai se empenhar para alavancar a candidatura de Fruet. Entusiasmado, Fruet que não acreditava nas chances de vitória de sua candidatura começa a mudar de idéia. Tem revertido votos no PMDB e com a colaboração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que possa disputar o segundo turno contra Arlindo Chinaglia (PT) ou Aldo Rebelo (PCdoB).
Serra abandona Chinaglia de vez
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recuou mesmo de sua posição inicial de apoio a candidatura de Arlindo Chinaglia. Nesta sexta, recepciona com honras e confetes o candidato do PSDB à presidência da Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), às 19 horas no Palácio dos Bandeirantes. Serra, através de deputados aliados, tem dito que vai se empenhar para alavancar a candidatura de Fruet. Entusiasmado, Fruet que não acreditava nas chances de vitória de sua candidatura começa a mudar de idéia. Tem revertido votos no PMDB e com a colaboração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que possa disputar o segundo turno contra Arlindo Chinaglia (PT) ou Aldo Rebelo (PCdoB).
LULA: RENEGOCIAÇÃO ERA PROMESSA DE CAMPANHA
Lula diz que não renegocia dívidas de Estados para evitar ‘anarquia fiscal’
Ele alega que vai estudar caso a caso, mas avisa que País já fez duros sacrifícios e não admitirá retrocesso
Kelly Lima, Karine Rodrigues e Felipe Werneck - O Estado de São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro ontem que seu governo não vai renegociar as dívidas dos Estados com a União, apesar das dificuldades enfrentadas pelos novos governadores. “Nós não vamos mexer na dívida dos Estados”, afirmou, no discurso que fez na cerimônia de assinatura de acordos com o governo do Rio, de manhã, no Palácio Laranjeiras. Admitindo, porém, estar disposto a examinar “caso a caso” os problemas dos Estados, para avaliar como amenizá-los.
“Mas não dá para a gente passar para a sociedade que o País vai voltar a uma anarquia fiscal”, ressalvou. As dívidas dos Estados já tinham sido refinanciadas no governo Fernando Henrique Cardoso. O presidente afirmou que foram feitos sacrifícios duros para que o País chegasse ao estágio em que se encontra e não admitirá retrocessos nesse quadro.
Na presença do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Lula assegurou que nenhum governador será discriminado pelo governo federal por questões partidárias ou políticas. “Qualquer governador, de qualquer partido, que tiver um problema e esse problema puder ser resolvido pelo governo federal, nós não iremos olhar o time, a escola de samba, a religião e o partido ao qual ele pertença.”
Ele voltou a atacar o programa de privatizações ao falar do processo de renegociação das dívidas dos Estados com a União no governo FHC. “Tem gente que governou quatro anos com o dinheiro de empresa pública vendida”, disse Lula, acrescentando que, depois de esgotados os recursos, os governadores - não citou nomes nem Estados - teriam percebido que o acordo não era vantajoso. Também se referiu aos recursos originários do pagamento de royalties, que teriam facilitado a aceitação do acordo por parte dos Estados.
“Quando houve o acordo da dívida dos Estados, que a União assumiu, foi feita uma festa porque era para todo mundo pagar em não sei quantos anos, e o governo federal, então, autorizou os Estados: ‘Vocês podem vender tudo o que vocês têm, vendam a cama do palácio, vendam a geladeira, vendam todas as empresas.’ Enquanto tinham as empresas para vender, ninguém reclamou do acordo”, disse o presidente. “Agora acabou o que vender e nós não vamos vender nada, pelo menos da parte do governo federal.”
A presença do secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, na cerimônia deu o mote para que Lula reforçasse a determinação de manter as contas públicas sob controle. Ex-secretário do Tesouro Nacional no primeiro mandato do presidente, Levy foi classificado por ele como “muito duro” para liberar dinheiro, “mas muito competente para segurar dinheiro e resolver o problema de rombo de caixa”. O presidente voltou a mencionar Levy ao dizer que “muitos companheiros foram xingados” porque diziam que não era possível liberar dinheiro para atender a todos os pedidos. “É sempre muito mais fácil a gente dizer ‘eu posso dar’, prometer e depois não cumprir.”
No fim de seu discurso, o presidente referiu-se em tom superlativo às medidas do programa econômico que anunciará na segunda-feira. Garantiu ainda que o programa não será apenas para 2007 e sim para os quatro anos de seu governo. “O Brasil não vai jogar fora a oportunidade que construímos”, afirmou, acrescentando que tomou champanhe no dia anterior para comemorar o risco Brasil na faixa de 185 pontos.
Ele alega que vai estudar caso a caso, mas avisa que País já fez duros sacrifícios e não admitirá retrocesso
Kelly Lima, Karine Rodrigues e Felipe Werneck - O Estado de São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro ontem que seu governo não vai renegociar as dívidas dos Estados com a União, apesar das dificuldades enfrentadas pelos novos governadores. “Nós não vamos mexer na dívida dos Estados”, afirmou, no discurso que fez na cerimônia de assinatura de acordos com o governo do Rio, de manhã, no Palácio Laranjeiras. Admitindo, porém, estar disposto a examinar “caso a caso” os problemas dos Estados, para avaliar como amenizá-los.
“Mas não dá para a gente passar para a sociedade que o País vai voltar a uma anarquia fiscal”, ressalvou. As dívidas dos Estados já tinham sido refinanciadas no governo Fernando Henrique Cardoso. O presidente afirmou que foram feitos sacrifícios duros para que o País chegasse ao estágio em que se encontra e não admitirá retrocessos nesse quadro.
Na presença do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Lula assegurou que nenhum governador será discriminado pelo governo federal por questões partidárias ou políticas. “Qualquer governador, de qualquer partido, que tiver um problema e esse problema puder ser resolvido pelo governo federal, nós não iremos olhar o time, a escola de samba, a religião e o partido ao qual ele pertença.”
Ele voltou a atacar o programa de privatizações ao falar do processo de renegociação das dívidas dos Estados com a União no governo FHC. “Tem gente que governou quatro anos com o dinheiro de empresa pública vendida”, disse Lula, acrescentando que, depois de esgotados os recursos, os governadores - não citou nomes nem Estados - teriam percebido que o acordo não era vantajoso. Também se referiu aos recursos originários do pagamento de royalties, que teriam facilitado a aceitação do acordo por parte dos Estados.
“Quando houve o acordo da dívida dos Estados, que a União assumiu, foi feita uma festa porque era para todo mundo pagar em não sei quantos anos, e o governo federal, então, autorizou os Estados: ‘Vocês podem vender tudo o que vocês têm, vendam a cama do palácio, vendam a geladeira, vendam todas as empresas.’ Enquanto tinham as empresas para vender, ninguém reclamou do acordo”, disse o presidente. “Agora acabou o que vender e nós não vamos vender nada, pelo menos da parte do governo federal.”
A presença do secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, na cerimônia deu o mote para que Lula reforçasse a determinação de manter as contas públicas sob controle. Ex-secretário do Tesouro Nacional no primeiro mandato do presidente, Levy foi classificado por ele como “muito duro” para liberar dinheiro, “mas muito competente para segurar dinheiro e resolver o problema de rombo de caixa”. O presidente voltou a mencionar Levy ao dizer que “muitos companheiros foram xingados” porque diziam que não era possível liberar dinheiro para atender a todos os pedidos. “É sempre muito mais fácil a gente dizer ‘eu posso dar’, prometer e depois não cumprir.”
No fim de seu discurso, o presidente referiu-se em tom superlativo às medidas do programa econômico que anunciará na segunda-feira. Garantiu ainda que o programa não será apenas para 2007 e sim para os quatro anos de seu governo. “O Brasil não vai jogar fora a oportunidade que construímos”, afirmou, acrescentando que tomou champanhe no dia anterior para comemorar o risco Brasil na faixa de 185 pontos.
JOSÉ DIRCEU
Dirceu se mete agora em sucessão na PF
Por Andréa Michael - Folha de São Paulo
O mais novo componente na disputa pelo comando da Polícia Federal é o ex-ministro José Dirceu. Ele entrou no cenário para defender a candidatura do delegado da PF Luiz Fernando Corrêa, que hoje é secretário nacional de Segurança Pública, órgão do Ministério da Justiça.Servidor de carreira da PF, Corrêa começou como agente e, mediante concurso, tornou-se delegado, função que exerce há 10 anos. Principalmente por ter ingressado na polícia como agente, ele conta com o suporte do sindicalismo da categoria, que trabalhado pelo seu nome no ministério e no Planalto.
Segundo a Folha apurou, Dirceu tem trabalhado, junto aos sindicalistas, para que Corrêa assuma o lugar de Paulo Lacerda, que avisou que deixa o cargo de diretor-geral quando o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sair do ministério.
Dirceu foi investigado pela PF quando se tornou pública, por meio de reportagem publicada pela Folha, a existência do "mensalão", a mesada paga a parlamentares petistas e aliados em troca de apoio ao governo. O ex-ministro foi denunciado à Justiça sob a acusação de comandar o esquema, o que ele nega.
18 janeiro 2007
FENÔMENO COM VINHO
O craque Ronaldinho, não anda bem das pernas no Real Madrid, mas seus negócios vão de vento em pompa.
Para diversificar, ele está comprando 5% da Bodega Emílio Moro, vinícola da Espanha.
O vinho mais famoso da Bodega é o tinto Malleolus de Valderramiro, vendido nos restaurantes brasileiros por R$ 580,oo a garrafa.
É aquela coisa: dinheiro chama dinheiro.
Para diversificar, ele está comprando 5% da Bodega Emílio Moro, vinícola da Espanha.
O vinho mais famoso da Bodega é o tinto Malleolus de Valderramiro, vendido nos restaurantes brasileiros por R$ 580,oo a garrafa.
É aquela coisa: dinheiro chama dinheiro.
O DONO DO DISCURSO
O discurso de posse do presidente Lula não foi escrito por Luiz Dulci.
O autor é o marqueteiro João Santana, o mesmo que cuidou da companha do então presidente-candidato.
Lula apenas sugeriu a inclusão de um trecho da fábula "A Lição da Borboleta", o qual, álias, leu sem sequer citar a fonte, dando a impressão a quem não conhece o texto, que era de sua autoria.
O autor é o marqueteiro João Santana, o mesmo que cuidou da companha do então presidente-candidato.
Lula apenas sugeriu a inclusão de um trecho da fábula "A Lição da Borboleta", o qual, álias, leu sem sequer citar a fonte, dando a impressão a quem não conhece o texto, que era de sua autoria.
COCA ZERO
Brevemente será lançada no Rio Grande do Sul, em seguida, em todo o país, a Coca-Cola Zero.
De baixa caloria, assim como a Coca Light, apenas com uma leve diferença no sabor.
Prá que duas versões sem açucar? Puro marketing.
Como nos Estados Unidos, a empresa irá direcionar a Coca Zero ao público jovem, que não consome a Coca Light.
De baixa caloria, assim como a Coca Light, apenas com uma leve diferença no sabor.
Prá que duas versões sem açucar? Puro marketing.
Como nos Estados Unidos, a empresa irá direcionar a Coca Zero ao público jovem, que não consome a Coca Light.
SUPER LUXO
A loja Luois Vuitton, em São Paulo, recebeu 3 exemplares da bolsa Maxi Bucket.
Preço: nada mais, nada menos que R$ 54.000,00 (cinquenta e quatro mil reais)!
E duas já foram vendidas.
Preço: nada mais, nada menos que R$ 54.000,00 (cinquenta e quatro mil reais)!
E duas já foram vendidas.
O IRMÃO DO HOMEM...
"Se tivesse cinco turnos, eu votava cinco turnos no Geraldo Alckmin.
Meus irmãos estão loucos para me dar uns cascudos."
Jackson Inácio da Silva, irmão do presidente Lula, em entrevista à Folha de São Paulo
Meus irmãos estão loucos para me dar uns cascudos."
Jackson Inácio da Silva, irmão do presidente Lula, em entrevista à Folha de São Paulo
RENÚNCIA FISCAL X FILANTROPIA
Do Ex-Blog de César Maia:
QUANDO O GOVERNO ABRE MÃO DE IMPOSTOS PARA UMA EMPRESA PRIVADA NA ÁREA SOCIAL,ISSO CERTAMENTE NÃO É FILANTROPIA, INDEPENDENTE DE MÉRITOS
Trechos do imperdível artigo de Marcelo Garcia - Secretário Municipal deAssistência Social do Rio: Renúncia Fiscal não é filantropia
1. Temos que defender a responsabilidade do Estado brasileiro no combate à pobreza e no fortalecimento de uma política pública de assistência social, em que fique claro para o brasileiro que o acesso a programas de transferência de renda, habitação e ações complementares de assistência social são direitos do cidadão, e não um favor ou uma benesse de empresas privadas. Renúncia fiscal não é filantropia.
2. Quando uma empresa deixa de pagar Imposto de Renda para doar para um Fundo, ela não está fazendo uma doação, e sim deixando de pagar imposto que poderia ser redistribuído para todo o Brasil. Filantropia ocorre quando a empresa retira recursos de seu lucro para fazer ações sociais. Ao fazer um repasse para um Fundo da criança, a empresa não está fazendo doação, e muito menos filantropia.Ela está deixando de destinar aos cofres públicos recursos que poderiam fortalecer ações governamentais.
3. Quem combate pobreza é o Estado. Não podemos banalizar o volume das renúncias fiscais. E não podemos tangenciar responsabilidades. O Estado é a inteligência do processo de combate à pobreza, e não mero coadjuvante.
4. A sociedade tem a obrigação de agir com toda a população vulnerável de suas cidades e, sobretudo, agir no campo das vulnerabilidades sociais. Não pode deixar que a lógica da filantropia decida aonde o recurso público será usado. Se é preciso decidir, eu decidiria que as empresas paguem seu imposto normalmente e que os recursos voltem em forma vinculada para os fundos.
5. Em geral, a lógica dessa filantropia é definir por ações de visibilidade e de proximidade dos meios de comunicação. A lógica da filantropia não atravessa os fossos da exclusão e não atua em lugares de extrema miséria e vulnerabilidade social. Essa parte fica sempre com as ações estatais. 6. Precisamos que as empresas paguem seus impostos e, se quiserem fazer repasses de 1% do seu Imposto de Renda, que o façam para ações públicas, e não privadas, e que se preocupem com resultados globais, e não em garantir uma lógica individualista da filantropia.
7. Mas, se é para decidir, nós já decidimos. Vamos pagar o Imposto de Renda e discutir em nossos conselhos as prioridades de cada cidade, Estado e União.Vamos priorizar, dessa vez, os vulneráveis da sociedade, e não os desejos de quem quer "ajudar" por meio de um recurso que, na verdade, é público, e não privado.
QUANDO O GOVERNO ABRE MÃO DE IMPOSTOS PARA UMA EMPRESA PRIVADA NA ÁREA SOCIAL,ISSO CERTAMENTE NÃO É FILANTROPIA, INDEPENDENTE DE MÉRITOS
Trechos do imperdível artigo de Marcelo Garcia - Secretário Municipal deAssistência Social do Rio: Renúncia Fiscal não é filantropia
1. Temos que defender a responsabilidade do Estado brasileiro no combate à pobreza e no fortalecimento de uma política pública de assistência social, em que fique claro para o brasileiro que o acesso a programas de transferência de renda, habitação e ações complementares de assistência social são direitos do cidadão, e não um favor ou uma benesse de empresas privadas. Renúncia fiscal não é filantropia.
2. Quando uma empresa deixa de pagar Imposto de Renda para doar para um Fundo, ela não está fazendo uma doação, e sim deixando de pagar imposto que poderia ser redistribuído para todo o Brasil. Filantropia ocorre quando a empresa retira recursos de seu lucro para fazer ações sociais. Ao fazer um repasse para um Fundo da criança, a empresa não está fazendo doação, e muito menos filantropia.Ela está deixando de destinar aos cofres públicos recursos que poderiam fortalecer ações governamentais.
3. Quem combate pobreza é o Estado. Não podemos banalizar o volume das renúncias fiscais. E não podemos tangenciar responsabilidades. O Estado é a inteligência do processo de combate à pobreza, e não mero coadjuvante.
4. A sociedade tem a obrigação de agir com toda a população vulnerável de suas cidades e, sobretudo, agir no campo das vulnerabilidades sociais. Não pode deixar que a lógica da filantropia decida aonde o recurso público será usado. Se é preciso decidir, eu decidiria que as empresas paguem seu imposto normalmente e que os recursos voltem em forma vinculada para os fundos.
5. Em geral, a lógica dessa filantropia é definir por ações de visibilidade e de proximidade dos meios de comunicação. A lógica da filantropia não atravessa os fossos da exclusão e não atua em lugares de extrema miséria e vulnerabilidade social. Essa parte fica sempre com as ações estatais. 6. Precisamos que as empresas paguem seus impostos e, se quiserem fazer repasses de 1% do seu Imposto de Renda, que o façam para ações públicas, e não privadas, e que se preocupem com resultados globais, e não em garantir uma lógica individualista da filantropia.
7. Mas, se é para decidir, nós já decidimos. Vamos pagar o Imposto de Renda e discutir em nossos conselhos as prioridades de cada cidade, Estado e União.Vamos priorizar, dessa vez, os vulneráveis da sociedade, e não os desejos de quem quer "ajudar" por meio de um recurso que, na verdade, é público, e não privado.
MINISTERIÁVEL
Astorga poderá ter uma boa notícia: o deputado federal Reinhold Stephanes, um dos mais votados no Município, é cotado para assumir o Ministério da Saúde.
Quem conhece o deputado sabe o motivo da indicação: trabalho, competência e seriedade.
Pode ser que a decisão saia ainda nesta semana. Vamos aguardar.
Quem conhece o deputado sabe o motivo da indicação: trabalho, competência e seriedade.
Pode ser que a decisão saia ainda nesta semana. Vamos aguardar.
17 janeiro 2007
ARGENTINA 2
Um argentino de salário mínimo precisa trabalhar 100 minutos para comprar um hambúrguer do McDonald’s, um brasileiro precisa trabalhar 150. No Chile, 43 e nos Estados Unidos, 30.
ARGENTINA
A empresa de consultoria mexicana Mitofsky, divulgou o índice de aprovação em 17 países da América.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, tem o maior índice de aprovação, ocupando o 1º lugar.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está em 4º.
Lula aparece em 10º lugar.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, tem o maior índice de aprovação, ocupando o 1º lugar.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está em 4º.
Lula aparece em 10º lugar.
GUSTAVO FRUET
O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) obteve 210.670 votos, e foi o campeão no Estado nessa última eleição.
Conhecido pela sua amabilidade e bom humor, Gustavo que cumprirá seu 3º mandado tem se destacado no Congresso, sendo apontado agora como opção da chamada “terceira via” para a presidência da Câmara dos Deputados.
Ano passado, quando esteve no Programa Jô Soares, o deputado despertou curiosidade ao falar de uma receita criada pelo seu pai (o ex-deputado e ex-prefeito de Curitiba, Maurício Fruet): o carneiro afrodisíaco.
Diante da provável candidatura, o deputado brinca: "Fiz uns poucos jantares com essa receita. Pena que não tem carneiro suficiente para oferecer para os 512 deputados agora. Mas pode ser a minha primeira promessa de campanha."
Abaixo a “afrodisíaca” receita, com engraçadas observações.
CARNEIRO AFRODISÍACO
INGREDIENTES
1 Pernil Hampshire Down de mais ou menos 3kg
1 copo de vinagre de maçã
1 litro de vinho branco seco
1 copo de shoyu
2 colheres de mostarda de Dijon
16 maracujás
10 folhas de louro
20 folhas de hortelã
1 gengibre pequeno ralado
pimenta do reino caiena
pimenta do reino branca
5 dentes de alho
sal
2 gotas de essência de catuaba
10 gramas de guaraná em pó
15 gramas de amendoim verde esmagado
100 gramas de Massolin di Fiori (coquetel de ervas finas dos Alpes, encontrada em Pergine – região trentina da Itália)
6 gramas de pó de chifre de rinoceronte branco
20 gramas de poção MUCHUGUN*
PREPARO
30 horas antes
Lavar o pernil HD com vinagre de maçã, esfregando ternamente, aproximadamente 5 minutos
24 horas antes
Em pequenos furos no pernil HD, colocar alho e folhas de louro bem esmagados.
Despejar suco de 12 maracujás com sementes, 1 copo do shoyu, sal a gosto. Espalhar mostarda nos dois lados e, em seguida, pimenta do reino em pó.
12 horas antes
Dissolvidos em um copo de vinho branco, colocar todos os temperos, excluída a poção Muchugun.
Colocar para assar
Uma hora depois, misturar a poção Muchugum, diluída em ½ copo de vinho branco seco, despejando levemente nos dois lados do pernil.
Leva mais duas horas para ficar pronto. Durante este período, despejar o restante do vinho branco no molho da assadeira, cuidando para que sempre haja molho.
*A poção MUCHUGUM é uma mistura de ervas com pozinhos de animais em extinção do Senegal e da Zambambia, difícil de ser encontrada na América do Sul. Qualquer informação, entrar em contato com ASSIB BIST T ZON – 001 12129734213 – New York.
CONTRA-INDICAÇÕES
Em alguns consumidores a reação pode superar qualquer expectativa. Pesquisas desenvolvidas pelo Lamb Institute, de Manchester, citam algumas situações:
Caso 1: em Bombain, Índia, o cidadão A, com 98 anos de idade, após consumir ½ quilo de pernil HD, voltou a sorrir. Hoje, com 107 anos, além de netos e bisnetos, é pai de 16 crianças com idades entre 1 e 6 anos, convivendo maravilhosamente com suas esposas H, Y, X e Z.
Caso 2: em Teresina, Piauí, Brasil, o agricultor B, de 35 anos de idade, deprimido com a situação econômica, há sete anos não sabia o que era prazer. Após consumir apenas 130 gramas de pernil HD, gargalha sem parar e é conhecido como o pistolão do agreste.
Caso 3: em Rafaela, província de Santa Fé, Argentina, o pecuarista X, 15 minutos após comer 50 gramas de pernil HD, entrou em processo ativo, perdurando por 61 dias consecutivos, sendo conhecido hoje como o terror do pampa úmido.
Caso 4: em Curitiba, famoso jornalista leva nacos de carneiro todos os fins de semana para sua chácara, reacendendo sua chama criativa.
MUITO IMPORTANTE
Use apenas PERNIL HAMPSHIRE DOWN. Com outras raças o efeito pode ser contrário. Um conhecido governador do Sul do Brasil não seguiu o conselho e até hoje enfrenta dificuldades.
Conhecido pela sua amabilidade e bom humor, Gustavo que cumprirá seu 3º mandado tem se destacado no Congresso, sendo apontado agora como opção da chamada “terceira via” para a presidência da Câmara dos Deputados.
Ano passado, quando esteve no Programa Jô Soares, o deputado despertou curiosidade ao falar de uma receita criada pelo seu pai (o ex-deputado e ex-prefeito de Curitiba, Maurício Fruet): o carneiro afrodisíaco.
Diante da provável candidatura, o deputado brinca: "Fiz uns poucos jantares com essa receita. Pena que não tem carneiro suficiente para oferecer para os 512 deputados agora. Mas pode ser a minha primeira promessa de campanha."
Abaixo a “afrodisíaca” receita, com engraçadas observações.
CARNEIRO AFRODISÍACO
INGREDIENTES
1 Pernil Hampshire Down de mais ou menos 3kg
1 copo de vinagre de maçã
1 litro de vinho branco seco
1 copo de shoyu
2 colheres de mostarda de Dijon
16 maracujás
10 folhas de louro
20 folhas de hortelã
1 gengibre pequeno ralado
pimenta do reino caiena
pimenta do reino branca
5 dentes de alho
sal
2 gotas de essência de catuaba
10 gramas de guaraná em pó
15 gramas de amendoim verde esmagado
100 gramas de Massolin di Fiori (coquetel de ervas finas dos Alpes, encontrada em Pergine – região trentina da Itália)
6 gramas de pó de chifre de rinoceronte branco
20 gramas de poção MUCHUGUN*
PREPARO
30 horas antes
Lavar o pernil HD com vinagre de maçã, esfregando ternamente, aproximadamente 5 minutos
24 horas antes
Em pequenos furos no pernil HD, colocar alho e folhas de louro bem esmagados.
Despejar suco de 12 maracujás com sementes, 1 copo do shoyu, sal a gosto. Espalhar mostarda nos dois lados e, em seguida, pimenta do reino em pó.
12 horas antes
Dissolvidos em um copo de vinho branco, colocar todos os temperos, excluída a poção Muchugun.
Colocar para assar
Uma hora depois, misturar a poção Muchugum, diluída em ½ copo de vinho branco seco, despejando levemente nos dois lados do pernil.
Leva mais duas horas para ficar pronto. Durante este período, despejar o restante do vinho branco no molho da assadeira, cuidando para que sempre haja molho.
*A poção MUCHUGUM é uma mistura de ervas com pozinhos de animais em extinção do Senegal e da Zambambia, difícil de ser encontrada na América do Sul. Qualquer informação, entrar em contato com ASSIB BIST T ZON – 001 12129734213 – New York.
CONTRA-INDICAÇÕES
Em alguns consumidores a reação pode superar qualquer expectativa. Pesquisas desenvolvidas pelo Lamb Institute, de Manchester, citam algumas situações:
Caso 1: em Bombain, Índia, o cidadão A, com 98 anos de idade, após consumir ½ quilo de pernil HD, voltou a sorrir. Hoje, com 107 anos, além de netos e bisnetos, é pai de 16 crianças com idades entre 1 e 6 anos, convivendo maravilhosamente com suas esposas H, Y, X e Z.
Caso 2: em Teresina, Piauí, Brasil, o agricultor B, de 35 anos de idade, deprimido com a situação econômica, há sete anos não sabia o que era prazer. Após consumir apenas 130 gramas de pernil HD, gargalha sem parar e é conhecido como o pistolão do agreste.
Caso 3: em Rafaela, província de Santa Fé, Argentina, o pecuarista X, 15 minutos após comer 50 gramas de pernil HD, entrou em processo ativo, perdurando por 61 dias consecutivos, sendo conhecido hoje como o terror do pampa úmido.
Caso 4: em Curitiba, famoso jornalista leva nacos de carneiro todos os fins de semana para sua chácara, reacendendo sua chama criativa.
MUITO IMPORTANTE
Use apenas PERNIL HAMPSHIRE DOWN. Com outras raças o efeito pode ser contrário. Um conhecido governador do Sul do Brasil não seguiu o conselho e até hoje enfrenta dificuldades.
BRIGA DE GIGANTES
Diz o ditado que amor e ódio andam lado a lado.
Em política, parece que vivem colados.
Dias atrás, o senador José Sarney (PMDB-AP) , conhecido pela sua polidez ao tratar adversários, surpreendeu ao divulgar um artigo horripilante, onde não mede palavras ao atacar o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, a quem o senador culpa pela derrota de sua filha, Roseana Sarney, na disputa ao governo do Estado.
O ex-governador e sua esposa Alexandra Tavares, respectivamente, revidaram.
Veja só:
"Por que José Sarney não explica como, na calada da noite, retirou seus milhões do Banco Santos, enquanto os pequenos depositantes viam suas economias de vida inteira indisponíveis? Ou por que sua filha, Roseana, portava um despudorado cartão de crédito internacional, sem limites, com as despesas pagas pelo senhor Edemar Cid Ferreira, que presidia aquela instituição?"
“Costumo dizer que o mal por si se destrói, e que um dia a máscara cai. E foi o que aconteceu com o Sarney. A máscara dele caiu, e ele enfim mostrou quem é de verdade: um homem vingativo, odioso, cheio de rancor, que só pensa em seus próprios interesses. O senador mostrou a sua essência, e que esta mesma é que é a natureza dele.”
Em política, parece que vivem colados.
Dias atrás, o senador José Sarney (PMDB-AP) , conhecido pela sua polidez ao tratar adversários, surpreendeu ao divulgar um artigo horripilante, onde não mede palavras ao atacar o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, a quem o senador culpa pela derrota de sua filha, Roseana Sarney, na disputa ao governo do Estado.
O ex-governador e sua esposa Alexandra Tavares, respectivamente, revidaram.
Veja só:
"Por que José Sarney não explica como, na calada da noite, retirou seus milhões do Banco Santos, enquanto os pequenos depositantes viam suas economias de vida inteira indisponíveis? Ou por que sua filha, Roseana, portava um despudorado cartão de crédito internacional, sem limites, com as despesas pagas pelo senhor Edemar Cid Ferreira, que presidia aquela instituição?"
“Costumo dizer que o mal por si se destrói, e que um dia a máscara cai. E foi o que aconteceu com o Sarney. A máscara dele caiu, e ele enfim mostrou quem é de verdade: um homem vingativo, odioso, cheio de rancor, que só pensa em seus próprios interesses. O senador mostrou a sua essência, e que esta mesma é que é a natureza dele.”
A FALTA QUE DIOGO FAZ
A edição da semana passada da revista Veja, não trouxe a coluna de Diogo Mainardi.
Odiado por uns (petistas, principalmente), e amado por outros, Diogo é ferrenho crítico de Lula e do PT.
Uma assinante, numa versão bem humorada e muito criativa, citou várias alternativas para a ausência do jornalista (que tirou alguns dias de folga):
1. Foi demitido
2. Pediu demissão
3. Está de férias em alguma base militar no Guarujá
4. Teve o mesmo fim do Celso Daniel
5. Internaram-no no hospício contra sua vontade
6. Foi para a Carta Capital
7. Foi devorado por um sanguessuga
8. Vai se candidatar à presidência da Câmara
9. Vai assumir um ministério
10. Foi acompanhar a posse de Hugo Chávez
11. Entrou na casa do Big Brother
12. Cumpriu a promessa e foi embora do país
Odiado por uns (petistas, principalmente), e amado por outros, Diogo é ferrenho crítico de Lula e do PT.
Uma assinante, numa versão bem humorada e muito criativa, citou várias alternativas para a ausência do jornalista (que tirou alguns dias de folga):
1. Foi demitido
2. Pediu demissão
3. Está de férias em alguma base militar no Guarujá
4. Teve o mesmo fim do Celso Daniel
5. Internaram-no no hospício contra sua vontade
6. Foi para a Carta Capital
7. Foi devorado por um sanguessuga
8. Vai se candidatar à presidência da Câmara
9. Vai assumir um ministério
10. Foi acompanhar a posse de Hugo Chávez
11. Entrou na casa do Big Brother
12. Cumpriu a promessa e foi embora do país
ARMÍNIO FRAGA
Com o título "Viciados em Estado", está imperdível a entrevista de Armínio Fraga (ex- presidente do Banco Central, no Governo FHC), nas páginas amarelas da revista Veja desta semana.
Destaque para a frase de Eça de Queiroz, "A mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando", citada pelo economista, e que vale uma reflexão.
Destaque para a frase de Eça de Queiroz, "A mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando", citada pelo economista, e que vale uma reflexão.
FILOSOFIA DE VIDA
"Se o mundo do futuro se abre para a imaginação, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo às nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos e nele reconstruir nossa identidade; um mundo que se formou e se revelou na série ininterrupta de nossos atos durante a vida, encadeados uns aos outros, um mundo que nos julgou, nos absolveu e nos condenou para depois, uma vez cumprido o percurso de nossa vida, tentarmos fazer um balanço final.
É preciso apressar o passo...
Cumpre-nos saber, porém, que o resíduo, ou o que logramos desencavar desse poço sem fundo é apenas uma ínfima parcela da história de nossa vida.
Nada de parar.
Devemos continuar a escavar!
Cada vulto, gesto, palavra ou canção que parecia perdido para sempre, uma vez reencontrado, nos ajuda a sobreviver.”
Norberto Bobbio
É preciso apressar o passo...
Cumpre-nos saber, porém, que o resíduo, ou o que logramos desencavar desse poço sem fundo é apenas uma ínfima parcela da história de nossa vida.
Nada de parar.
Devemos continuar a escavar!
Cada vulto, gesto, palavra ou canção que parecia perdido para sempre, uma vez reencontrado, nos ajuda a sobreviver.”
Norberto Bobbio
O APAGÃO DAS EMPREITEIRAS
Elio Gaspari
O descaso com os familiares dos mortos não teve nada a ver com a chuva. Sem informação, eles viam as viaturas do IML
Depois do apagão das companhias aéreas, veio o apagão das empreiteiras. As cinco maiores construtoras de obras públicas do país desmoronaram às margens do rio Pinheiros, em São Paulo. Como no caso dos aeroportos, desmoronou a capacidade das empresas de falar sério e de manter uma relação respeitosa com a população.
O consórcio da obra do metrô paulista é formado por cinco empresas de engenharia que juntas faturam anualmente US$ 3,5 bilhões. São gente grande: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS. Demoraram um dia inteiro para falar do desastre e, quando o fizeram, passaram a responsabilidade às chuvas do Padre Eterno.Ofendendo a inteligência alheia, disseram também o seguinte:
"O Consórcio Via Amarela lembra que, apesar da qualidade do projeto e dos cuidados na execução da obra, trata-se de atividade classificada no grau de risco 4, o mais alto na escala de risco do Ministério do Trabalho".
Só um dos mortos no desmoronamento tinha relações trabalhistas com as empreiteiras. Os demais eram transeuntes que, de acordo com qualquer escala de perigo, deveriam correr risco zero ao andar numa rua da cidade. Se um diretor da Odebrecht (líder do consórcio) estivesse a caminho do psiquiatra na rua Capri e terminasse seus dias na cratera da Via Amarela, ele não estaria numa área de grau 4. Assim como não estava a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, que ia ao médico.
O tom pedagógico da nota é impertinente. Poderia ser refraseado assim: "O Consórcio Via Amarela deveria ter lembrado que sua obra colocara no nível 4 de risco as pessoas que passavam por perto". Eram cidadãos que não faziam a menor idéia do perigo que corriam. Se fizessem, tomariam outro caminho.
A primeira informação de que havia uma van no escombros surgiu três horas depois do desabamento. A cooperativa de transportes que perdera o rastro do seu veículo informou que um sinal de rádio localizava-o naquela cratera, a 28 metros de profundidade. Durante cerca de seis horas, tanto o consórcio como os poderes do Estado e do município fizeram acrobacias para soterrar o tamanho do desastre, como se tivessem poderes para isso. Preferiam discutir o cumprimento do prazo da obra.
Do lado do consórcio, nenhum grão-empreiteiro, daqueles que jantam no Alvorada e almoçam no BNDES, botou o rosto na vitrine.
É possível que nada houvesse a fazer para salvar as vítimas. Apesar disso, muito poderia ter sido feito para amparar suas famílias. Esse descaso não teve nada a ver com a chuva ou com a geologia.
Durante todo o fim de semana, a principal assistência a essas pessoas veio da cooperativa cuja van estava perdida. Ela mandou para o local um microônibus, refeições e 20 funcionários. Havia parentes desesperados e é natural que, nessa situação, as pessoas se descontrolem. Não é natural que sejam tratados como descontrolados.
Dormiram num estacionamento próximo e em colchonetes colocados na calçada. Usaram os banheiros dos bares da vizinhança. Vagavam sem informações, mas viam a circulação de viaturas do Instituto Médico Legal. Na segunda-feira os empreiteiros voltaram a se pronunciar, informando que montaram um acampamento e colocaram uma equipe de assistentes sociais para assistir as famílias dos mortos. Fizeram pouco, tarde.
O descaso com os familiares dos mortos não teve nada a ver com a chuva. Sem informação, eles viam as viaturas do IML
Depois do apagão das companhias aéreas, veio o apagão das empreiteiras. As cinco maiores construtoras de obras públicas do país desmoronaram às margens do rio Pinheiros, em São Paulo. Como no caso dos aeroportos, desmoronou a capacidade das empresas de falar sério e de manter uma relação respeitosa com a população.
O consórcio da obra do metrô paulista é formado por cinco empresas de engenharia que juntas faturam anualmente US$ 3,5 bilhões. São gente grande: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS. Demoraram um dia inteiro para falar do desastre e, quando o fizeram, passaram a responsabilidade às chuvas do Padre Eterno.Ofendendo a inteligência alheia, disseram também o seguinte:
"O Consórcio Via Amarela lembra que, apesar da qualidade do projeto e dos cuidados na execução da obra, trata-se de atividade classificada no grau de risco 4, o mais alto na escala de risco do Ministério do Trabalho".
Só um dos mortos no desmoronamento tinha relações trabalhistas com as empreiteiras. Os demais eram transeuntes que, de acordo com qualquer escala de perigo, deveriam correr risco zero ao andar numa rua da cidade. Se um diretor da Odebrecht (líder do consórcio) estivesse a caminho do psiquiatra na rua Capri e terminasse seus dias na cratera da Via Amarela, ele não estaria numa área de grau 4. Assim como não estava a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, que ia ao médico.
O tom pedagógico da nota é impertinente. Poderia ser refraseado assim: "O Consórcio Via Amarela deveria ter lembrado que sua obra colocara no nível 4 de risco as pessoas que passavam por perto". Eram cidadãos que não faziam a menor idéia do perigo que corriam. Se fizessem, tomariam outro caminho.
A primeira informação de que havia uma van no escombros surgiu três horas depois do desabamento. A cooperativa de transportes que perdera o rastro do seu veículo informou que um sinal de rádio localizava-o naquela cratera, a 28 metros de profundidade. Durante cerca de seis horas, tanto o consórcio como os poderes do Estado e do município fizeram acrobacias para soterrar o tamanho do desastre, como se tivessem poderes para isso. Preferiam discutir o cumprimento do prazo da obra.
Do lado do consórcio, nenhum grão-empreiteiro, daqueles que jantam no Alvorada e almoçam no BNDES, botou o rosto na vitrine.
É possível que nada houvesse a fazer para salvar as vítimas. Apesar disso, muito poderia ter sido feito para amparar suas famílias. Esse descaso não teve nada a ver com a chuva ou com a geologia.
Durante todo o fim de semana, a principal assistência a essas pessoas veio da cooperativa cuja van estava perdida. Ela mandou para o local um microônibus, refeições e 20 funcionários. Havia parentes desesperados e é natural que, nessa situação, as pessoas se descontrolem. Não é natural que sejam tratados como descontrolados.
Dormiram num estacionamento próximo e em colchonetes colocados na calçada. Usaram os banheiros dos bares da vizinhança. Vagavam sem informações, mas viam a circulação de viaturas do Instituto Médico Legal. Na segunda-feira os empreiteiros voltaram a se pronunciar, informando que montaram um acampamento e colocaram uma equipe de assistentes sociais para assistir as famílias dos mortos. Fizeram pouco, tarde.
16 janeiro 2007
NEPOTISMO EM ASTORGA
A Câmara Municipal de Astorga aprovou Lei do Executivo acabando com o nepotismo!
Mas pasmem, para o próximo mandato!
Como existia forte pressão do Ministério Público para que fosse demitido os parentes do prefeito e vereadores que ocupam cargo comissionado, resolveram dar um jeitinho, enganando a população, “acabando com o nepotismo”, mas só para a próxima administração.
Não vamos entrar no mérito se está certa ou errada a contratação de parentes; o que é questionável é a imparcialidade: se é errado, por que não acabar agora?
Tudo isto evidencia que o objetivo da proibição para próxima administração e não nesta, é de beneficiar um pequeno grupo da sociedade que já é privilegiada.
Se não pode para o outro também não pode para mim, entendo que este é o princípio da justiça.
Entendendo o caso
Segundo a Lei mandada pelo prefeito à Câmara “acabando com o nepotismo”, que não passava de enganação, dizia que poderia contratar apenas 15 parentes em cargo comissionado. Um absurdo, visto que este número é maior que o número hoje contratado; na Câmara esta Lei foi alterada através de duas emendas, acabando com esta enganação e criando outra, “acaba o nepotismo no Município de Astorga”.
Opa, mas espera lá, só daqui a dois anos, isto é, para esta administração não acaba! Só valerá para a próxima! Ao meu entender isto dispensa comentários.
Fica apenas o alerta para que a população julgue o que há por trás disto, e tantas outras coisas que estão acontecendo, tais como financiamentos altíssimos para o próximo prefeito pagar que poderá inviabilizar outros investimentos no Município; tudo isto é grave, mas somado há fatores ainda mais agravantes, a falta de investimento nas áreas de emprego e renda e setores produtivos do Município, que se refletirá na próxima administração, sem contar que a saúde padece e o Hospital Cristo Rei nos últimos 4 meses teve um déficit de mais de R$ 25.000,00 com o Pronto Atendimento que é de total responsabilidade da Prefeitura, mas o prefeito não aceita nem conversar; se não fosse a ajuda da sociedade e outras autoridades que não são de Astorga, a exemplo do Hospital Vera Cruz, o Cristo Rei já tinha fechado.
O que se pretende deixar para o próximo Prefeito? Uma cidade bonita, mas o comércio quebrado e enfraquecido, um parque industrial deficitário sem nenhuma infra-estrutura, grande número de jovens desempregados, falta de moradia para famílias de baixa renda e o Município endividado sem condições para solucionar as questões que afetam diretamente a população?
Criar Leis para a próxima administração é fácil, quero ver aplicá-las já, assim como a Lei do nepotismo, que não vale agora.
Li também a recente publicação da Lei de incentivo a indústria e comércio, por sinal muito boa, mas também só poderá ser aplicada em sua totalidade na próxima administração.
Como perguntar não onera, pergunto: Vereadores, qual tem sido a postura da Câmara? Aprovar tudo que o prefeito quer? Ou exercer seu verdadeiro papel? Ou será que o Prefeito e maioria dos Vereadores pretendem criar empecilhos, para que o próximo prefeito não consiga realizar uma boa administração, e este grupo volte na próxima?
Fica aí a pergunta.
Mas pasmem, para o próximo mandato!
Como existia forte pressão do Ministério Público para que fosse demitido os parentes do prefeito e vereadores que ocupam cargo comissionado, resolveram dar um jeitinho, enganando a população, “acabando com o nepotismo”, mas só para a próxima administração.
Não vamos entrar no mérito se está certa ou errada a contratação de parentes; o que é questionável é a imparcialidade: se é errado, por que não acabar agora?
Tudo isto evidencia que o objetivo da proibição para próxima administração e não nesta, é de beneficiar um pequeno grupo da sociedade que já é privilegiada.
Se não pode para o outro também não pode para mim, entendo que este é o princípio da justiça.
Entendendo o caso
Segundo a Lei mandada pelo prefeito à Câmara “acabando com o nepotismo”, que não passava de enganação, dizia que poderia contratar apenas 15 parentes em cargo comissionado. Um absurdo, visto que este número é maior que o número hoje contratado; na Câmara esta Lei foi alterada através de duas emendas, acabando com esta enganação e criando outra, “acaba o nepotismo no Município de Astorga”.
Opa, mas espera lá, só daqui a dois anos, isto é, para esta administração não acaba! Só valerá para a próxima! Ao meu entender isto dispensa comentários.
Fica apenas o alerta para que a população julgue o que há por trás disto, e tantas outras coisas que estão acontecendo, tais como financiamentos altíssimos para o próximo prefeito pagar que poderá inviabilizar outros investimentos no Município; tudo isto é grave, mas somado há fatores ainda mais agravantes, a falta de investimento nas áreas de emprego e renda e setores produtivos do Município, que se refletirá na próxima administração, sem contar que a saúde padece e o Hospital Cristo Rei nos últimos 4 meses teve um déficit de mais de R$ 25.000,00 com o Pronto Atendimento que é de total responsabilidade da Prefeitura, mas o prefeito não aceita nem conversar; se não fosse a ajuda da sociedade e outras autoridades que não são de Astorga, a exemplo do Hospital Vera Cruz, o Cristo Rei já tinha fechado.
O que se pretende deixar para o próximo Prefeito? Uma cidade bonita, mas o comércio quebrado e enfraquecido, um parque industrial deficitário sem nenhuma infra-estrutura, grande número de jovens desempregados, falta de moradia para famílias de baixa renda e o Município endividado sem condições para solucionar as questões que afetam diretamente a população?
Criar Leis para a próxima administração é fácil, quero ver aplicá-las já, assim como a Lei do nepotismo, que não vale agora.
Li também a recente publicação da Lei de incentivo a indústria e comércio, por sinal muito boa, mas também só poderá ser aplicada em sua totalidade na próxima administração.
Como perguntar não onera, pergunto: Vereadores, qual tem sido a postura da Câmara? Aprovar tudo que o prefeito quer? Ou exercer seu verdadeiro papel? Ou será que o Prefeito e maioria dos Vereadores pretendem criar empecilhos, para que o próximo prefeito não consiga realizar uma boa administração, e este grupo volte na próxima?
Fica aí a pergunta.
15 janeiro 2007
PARA RIR
QUASE CULTURA...
Millôr
I
Há pessoas que derrubam árvores porque elas lhes tapam o sol com uma peneira.
II
Galo era um povo gaulês que acabou no galinheiro.
III
Reflexão é o que se faz diante do espelho.
IV
Caloria é o alimento que comemos no verão.
V
Quem mais sofre da aorta são os jardineiros.
VI
O petróleo é o resultado de milhões de anos de pedras putrefatas.
VII
É nos genes que se encontram todas as nossas heresias.
VIII
Monoglota é uma figura geométrica de um lado só.
IX
A dívida pública é uma dívida epidêmica.
X
O maior obelisco grego conhecido é o do apogeu.
XI
Orador é o padre que reza o padre-nosso.
XII
A democracia é formada por um presidente, um vice, e outros menos votados.
XIII
Os menires são grandes monumentos de pedra criados por Adão e Eva.
XIV
O cristianismo não aceita como caridade levar alguém pra cama.
XV
No paleolítico ninguém acreditava no neolítico.
XVI
As pinturas rupestres são precursoras dos ciprestes.
XVII
Os ateus têm um Deus em que nem eles acreditam.
XVIII
O boato é uma transpiração boca a boca.
O GANDHI DO DORMONID
Diogo Mainardi
"A partir de agora, meu lema é oposição REM. Os petistas roubaram? Sono neles! Os petistas compraram o Ceará? Apague a luz! Os petistas querem calar a imprensa? Cortina black-out! Ninguém me tira da cama. Quero hibernar até o fim do inverno petista. Sou o Zé Colméia do antilulismo"
– O Diogo está dormindo.
Quem me telefonou nas últimas semanas ouviu essa frase. Tenho dormido muito. Durmo antes do almoço. Durmo depois do almoço. Cochilo meia hora no fim da tarde. Durmo profundamente a noite toda.
A idéia é transcorrer os quatro anos do segundo mandato lulista na cama. A lógica é simples: uma hora a mais de sono significa uma hora a menos de Lula. Minha resposta particular ao petismo é a narcolepsia. No primeiro mandato, antagonizei o regime com um monte de palavras, um monte de artigos, um monte de denúncias. No segundo mandato, pretendo trocar o teclado do computador pelo pijama, o discurso inflamado pelo zunido do aparelho de ar refrigerado, os perdigotos coléricos pelo fiozinho de baba escorrendo delicadamente pelo canto da boca.
A partir de agora, meu lema é oposição REM. Os petistas roubaram? Sono neles! Os petistas compraram o Ceará? Apague a luz! Os petistas querem calar a imprensa? Cortina black-out! Os petistas entraram com mais um processo contra mim? Zzzzzzz! Ninguém me tira da cama. Ninguém me faz abrir os olhos. Quero hibernar até o fim do inverno petista. Sou o Zé Colméia do antilulismo.
O sono natural é o melhor de todos, o mais nobre, o mais elevado. Por maior que seja meu empenho, no entanto, nem sempre é possível obtê-lo. No ataque morfético contra o petismo, todas as armas devem ser admitidas. Vale o sono natural, mas vale também o sono induzido. O maior aliado do oposicionismo comatoso é um criado-mudo abarrotado de hipnóticos e de ansiolíticos. O que importa é o resultado. O que importa é conseguir dormir pelo maior número de horas, seja durante o dia, seja durante a noite, a despeito da zoeira lulista, da britadeira lulista, da sanfona lulista.
Grandes figuras do passado resistiram às arbitrariedades dos governos com um comportamento passivo. Escolheram enfrentar a violência com a não-violência. A agressão com a não-agressão. Meu novo modelo é esse. Durmo. Durmo o tempo inteiro. Durmo em todas as circunstâncias. Tornei-me o Mahatma Gandhi do Dormonid.
Nas últimas semanas, o Brasil revelou toda a sua desavergonhada vagabundice. Um depois do outro, os fatos mostraram como somos ordinários, como somos baratos, como somos atrasados. Os mensaleiros reeleitos. O acidente da Gol. Os perigos do tráfego aéreo. A paralisia dos aeroportos. O aumento do salário mínimo. O aumento do Judiciário. O aumento dos deputados e dos senadores. A barganha por cargos. Arlindo Chinaglia. Aldo Rebelo. Os atentados no Rio de Janeiro. A incapacidade de reagir contra os criminosos. Os mortos em enchentes. Os desastres ambientais.
Isso tudo dá sono. O terceiro-mundismo dá sono. O bananismo dá sono. Quando sinto sono, eu durmo. Pode telefonar para minha casa a qualquer hora do dia. Quem atender dirá:
– O Diogo está dormindo. E pediu para ser acordado só daqui a quatro anos.
"A partir de agora, meu lema é oposição REM. Os petistas roubaram? Sono neles! Os petistas compraram o Ceará? Apague a luz! Os petistas querem calar a imprensa? Cortina black-out! Ninguém me tira da cama. Quero hibernar até o fim do inverno petista. Sou o Zé Colméia do antilulismo"
– O Diogo está dormindo.
Quem me telefonou nas últimas semanas ouviu essa frase. Tenho dormido muito. Durmo antes do almoço. Durmo depois do almoço. Cochilo meia hora no fim da tarde. Durmo profundamente a noite toda.
A idéia é transcorrer os quatro anos do segundo mandato lulista na cama. A lógica é simples: uma hora a mais de sono significa uma hora a menos de Lula. Minha resposta particular ao petismo é a narcolepsia. No primeiro mandato, antagonizei o regime com um monte de palavras, um monte de artigos, um monte de denúncias. No segundo mandato, pretendo trocar o teclado do computador pelo pijama, o discurso inflamado pelo zunido do aparelho de ar refrigerado, os perdigotos coléricos pelo fiozinho de baba escorrendo delicadamente pelo canto da boca.
A partir de agora, meu lema é oposição REM. Os petistas roubaram? Sono neles! Os petistas compraram o Ceará? Apague a luz! Os petistas querem calar a imprensa? Cortina black-out! Os petistas entraram com mais um processo contra mim? Zzzzzzz! Ninguém me tira da cama. Ninguém me faz abrir os olhos. Quero hibernar até o fim do inverno petista. Sou o Zé Colméia do antilulismo.
O sono natural é o melhor de todos, o mais nobre, o mais elevado. Por maior que seja meu empenho, no entanto, nem sempre é possível obtê-lo. No ataque morfético contra o petismo, todas as armas devem ser admitidas. Vale o sono natural, mas vale também o sono induzido. O maior aliado do oposicionismo comatoso é um criado-mudo abarrotado de hipnóticos e de ansiolíticos. O que importa é o resultado. O que importa é conseguir dormir pelo maior número de horas, seja durante o dia, seja durante a noite, a despeito da zoeira lulista, da britadeira lulista, da sanfona lulista.
Grandes figuras do passado resistiram às arbitrariedades dos governos com um comportamento passivo. Escolheram enfrentar a violência com a não-violência. A agressão com a não-agressão. Meu novo modelo é esse. Durmo. Durmo o tempo inteiro. Durmo em todas as circunstâncias. Tornei-me o Mahatma Gandhi do Dormonid.
Nas últimas semanas, o Brasil revelou toda a sua desavergonhada vagabundice. Um depois do outro, os fatos mostraram como somos ordinários, como somos baratos, como somos atrasados. Os mensaleiros reeleitos. O acidente da Gol. Os perigos do tráfego aéreo. A paralisia dos aeroportos. O aumento do salário mínimo. O aumento do Judiciário. O aumento dos deputados e dos senadores. A barganha por cargos. Arlindo Chinaglia. Aldo Rebelo. Os atentados no Rio de Janeiro. A incapacidade de reagir contra os criminosos. Os mortos em enchentes. Os desastres ambientais.
Isso tudo dá sono. O terceiro-mundismo dá sono. O bananismo dá sono. Quando sinto sono, eu durmo. Pode telefonar para minha casa a qualquer hora do dia. Quem atender dirá:
– O Diogo está dormindo. E pediu para ser acordado só daqui a quatro anos.
VEM AÍ O PAC
Roberto Pompeu de Toledo
É assim que opera o governo Lula: antes de mais nada, chama o publicitário
Ânimo, brava gente brasileira. Tudo vai melhorar. Vem aí o PAC. Se o leitor não sabe o que é PAC é porque, tal qual o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, morreu de sono durante o discurso de posse de Lula no Congresso. A certa altura, disse o presidente que, para atingir o ansiado crescimento, o governo lançará "um conjunto de medidas englobadas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC". Foi uma surpresa saber que o programa já tem nome e, não bastasse o nome, já vem com sigla. Até então, o que circulava é que o governo lançará um pacote de medidas para desonerar a produção e "destravar" o país, como gosta de dizer o presidente. O pacote era para ser lançado no mês passado. Não houve acordo quanto ao que deveria conter e foi adiado. Até onde se sabia, na semana passada, ainda não havia acordo e portanto não havia pacote algum. Mas nome já tem, e mesmo uma sonora sigla, para ajudar na conquista da intimidade e do afeto dos brasileiros, sinal de que já chamaram o publicitário.
É assim que opera o governo Lula: antes de mais nada, chama o publicitário. Publicitários são ótimos para batizar as iniciativas da administração. "Fome zero" é uma de suas criações. Não se tinha idéia de onde buscar os recursos, de como definir quem eram os famintos, como cadastrá-los e como fazer os alimentos chegar às devidas bocas. Aliás, continua não se tendo. Mas como resistir a um nome desses? O "zero" estava na moda. Vinha de "tolerância zero", um programa de segurança pública em Nova York que, até ser desmascarado por Millôr Fernandes, com a lembrança de que "tolerância zero" equivale a "intolerância cem", fez furor. "Fome zero" foi um achado. Tinha de ser usado, mesmo sem o mapa da mina dos famélicos e muito menos as estratégias para satisfazê-los.
Ressalve-se, a favor de Lula, que todo governo gosta de nomes bonitos e chamativos para seus programas. O governo de São Paulo tem (ou teve) o "Poupatempo", o "Sonho Meu", o "Dose Certa". Um estrangeiro que julgasse os governos brasileiros pelo nome dos programas só teria razões para aplaudir. Eis um governo – no caso do paulista – que poupa à população o tempo que de outra forma seria malversado na burocracia, que transforma em realidade o sonho da casa própria, que distribui remédios na dose certa. O que diferencia o governo Lula é, primeiro, que ele gosta dos nomes bonitos mais do que os outros e, segundo – e principalmente –, que lança mão deles mesmo quando o programa não existe. O governo ainda se esforça em fazer crer que o Fome Zero existe. No mesmo discurso, Lula referiu-se ao Bolsa Família (outro nome bonito) como o "principal instrumento do Fome Zero". É um truque para salvar a face. O Bolsa Família é a unificação e ampliação de programas criados por Fernando Henrique. O Fome Zero pretendia ser outra coisa.
Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, não é um nome bonito. Mas não é menos marqueteiro, nem se pense que achá-lo deu menos trabalho. A questão agora era encontrar um nome que, com burocrática sobriedade, transmitisse propósitos solidamente maturados. Não era o caso de recorrer às marcas-slogans, como Fome Zero. Podem-se imaginar as dificuldades enfrentadas pelos cérebros que o engendraram. A primeira palavra que lhes ocorreu só pode ter sido "destravamento", tão do gosto presidencial. "Programa de Destravamento do Brasil", que tal? Ou "Programa da Retirada das Travas"? Ruim. As cabeças ferviam, queimavam-se as pestanas. "Programa de Crescimento Rápido"? Melhor. Mas como extrair daí uma sigla fácil? PCR parece nome de partido. Aliás, já foi nome de partido. Precisamos de uma vogal no meio. Meu reino por uma vogal! "Programa de Incremento do Crescimento, PIC"? Quase. "Programa Unificado de Crescimento, PUC"? PUC é Pontifícia Universidade Católica. E "aceleração"? "Programa de Aceleração do Crescimento"? Você é um gênio! Achamos.
Uma consulta ao Google, na quinta-feira, resultou em 791 000 citações de PAC, em textos em português. Permita-se ficar com as vinte iniciais. A primeira refere-se ao "Programa Administrador do Cadastro", do Ministério da Educação. A mais freqüente leva à "Política Agrícola Comum", da União Européia. Figuram ainda o PAC dos Correios (um serviço de encomenda econômica), o Pronto Atendimento ao Cidadão do Detran do Amazonas, o Programa de Avaliação Continuada da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), o Pac-Man, popular jogo eletrônico, e até o Posto de Atendimento ao Cidadão do simpático município português da Guarda. Nada do Programa de Aceleração do Crescimento. Talvez ele figure entre as 790 980 citações restantes, mas o fato de não figurar entre as vinte primeiras já é um sinal de desprestígio. O PAC de Lula ainda não pegou. Não importa. O programa prometido pode vir a revelar-se vazio ou pífio, mas, se o PAC teve acolhida no discurso do presidente, no solene momento de sua posse, é porque veio para ficar. O governo vai jurar que ele existe, até o fim.
É assim que opera o governo Lula: antes de mais nada, chama o publicitário
Ânimo, brava gente brasileira. Tudo vai melhorar. Vem aí o PAC. Se o leitor não sabe o que é PAC é porque, tal qual o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, morreu de sono durante o discurso de posse de Lula no Congresso. A certa altura, disse o presidente que, para atingir o ansiado crescimento, o governo lançará "um conjunto de medidas englobadas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC". Foi uma surpresa saber que o programa já tem nome e, não bastasse o nome, já vem com sigla. Até então, o que circulava é que o governo lançará um pacote de medidas para desonerar a produção e "destravar" o país, como gosta de dizer o presidente. O pacote era para ser lançado no mês passado. Não houve acordo quanto ao que deveria conter e foi adiado. Até onde se sabia, na semana passada, ainda não havia acordo e portanto não havia pacote algum. Mas nome já tem, e mesmo uma sonora sigla, para ajudar na conquista da intimidade e do afeto dos brasileiros, sinal de que já chamaram o publicitário.
É assim que opera o governo Lula: antes de mais nada, chama o publicitário. Publicitários são ótimos para batizar as iniciativas da administração. "Fome zero" é uma de suas criações. Não se tinha idéia de onde buscar os recursos, de como definir quem eram os famintos, como cadastrá-los e como fazer os alimentos chegar às devidas bocas. Aliás, continua não se tendo. Mas como resistir a um nome desses? O "zero" estava na moda. Vinha de "tolerância zero", um programa de segurança pública em Nova York que, até ser desmascarado por Millôr Fernandes, com a lembrança de que "tolerância zero" equivale a "intolerância cem", fez furor. "Fome zero" foi um achado. Tinha de ser usado, mesmo sem o mapa da mina dos famélicos e muito menos as estratégias para satisfazê-los.
Ressalve-se, a favor de Lula, que todo governo gosta de nomes bonitos e chamativos para seus programas. O governo de São Paulo tem (ou teve) o "Poupatempo", o "Sonho Meu", o "Dose Certa". Um estrangeiro que julgasse os governos brasileiros pelo nome dos programas só teria razões para aplaudir. Eis um governo – no caso do paulista – que poupa à população o tempo que de outra forma seria malversado na burocracia, que transforma em realidade o sonho da casa própria, que distribui remédios na dose certa. O que diferencia o governo Lula é, primeiro, que ele gosta dos nomes bonitos mais do que os outros e, segundo – e principalmente –, que lança mão deles mesmo quando o programa não existe. O governo ainda se esforça em fazer crer que o Fome Zero existe. No mesmo discurso, Lula referiu-se ao Bolsa Família (outro nome bonito) como o "principal instrumento do Fome Zero". É um truque para salvar a face. O Bolsa Família é a unificação e ampliação de programas criados por Fernando Henrique. O Fome Zero pretendia ser outra coisa.
Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, não é um nome bonito. Mas não é menos marqueteiro, nem se pense que achá-lo deu menos trabalho. A questão agora era encontrar um nome que, com burocrática sobriedade, transmitisse propósitos solidamente maturados. Não era o caso de recorrer às marcas-slogans, como Fome Zero. Podem-se imaginar as dificuldades enfrentadas pelos cérebros que o engendraram. A primeira palavra que lhes ocorreu só pode ter sido "destravamento", tão do gosto presidencial. "Programa de Destravamento do Brasil", que tal? Ou "Programa da Retirada das Travas"? Ruim. As cabeças ferviam, queimavam-se as pestanas. "Programa de Crescimento Rápido"? Melhor. Mas como extrair daí uma sigla fácil? PCR parece nome de partido. Aliás, já foi nome de partido. Precisamos de uma vogal no meio. Meu reino por uma vogal! "Programa de Incremento do Crescimento, PIC"? Quase. "Programa Unificado de Crescimento, PUC"? PUC é Pontifícia Universidade Católica. E "aceleração"? "Programa de Aceleração do Crescimento"? Você é um gênio! Achamos.
Uma consulta ao Google, na quinta-feira, resultou em 791 000 citações de PAC, em textos em português. Permita-se ficar com as vinte iniciais. A primeira refere-se ao "Programa Administrador do Cadastro", do Ministério da Educação. A mais freqüente leva à "Política Agrícola Comum", da União Européia. Figuram ainda o PAC dos Correios (um serviço de encomenda econômica), o Pronto Atendimento ao Cidadão do Detran do Amazonas, o Programa de Avaliação Continuada da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), o Pac-Man, popular jogo eletrônico, e até o Posto de Atendimento ao Cidadão do simpático município português da Guarda. Nada do Programa de Aceleração do Crescimento. Talvez ele figure entre as 790 980 citações restantes, mas o fato de não figurar entre as vinte primeiras já é um sinal de desprestígio. O PAC de Lula ainda não pegou. Não importa. O programa prometido pode vir a revelar-se vazio ou pífio, mas, se o PAC teve acolhida no discurso do presidente, no solene momento de sua posse, é porque veio para ficar. O governo vai jurar que ele existe, até o fim.
PODE SER MELHOR
Lia Luft
"A gente começa mais um ano tendo de acreditar. Não em receitas milagrosas, mas num povo inteiro enxergando melhor, querendo o melhor, e fazendo o melhor que pode"
Se eu ficasse amarga com tudo o que acontece de negativo – não é meu jeito –, contaminaria a casa onde moro, a família que me cerca, o companheiro que está comigo, os amigos e o mundo.
Por que sou importante? Nada disso. Porque cada um de nós é uma partícula mínima, parte do grande oceano em que somos lançados ao nascer: cada gota envenenada modifica o todo, por pouco que seja. Por essa razão, todos, industriais e garis, mulheres milionárias e faveladas, trabalhadores e doentes acamados, os que estão nascendo e os moribundos, somos igualmente importantes. Essa é a grande, real democracia, pois a outra anda mancando, confusa e parcialmente mascarada de vale-tudo.
E eu, apesar de tantas realidades que provocam medo, angústia ou indignação, sou dos que ainda acreditam que a vida vale a pena, que as pessoas querem ser boas e felizes, e mais: que felicidade existe, na forma de harmonia consigo mesmo, com os outros, com a mãe natureza, com seu grupo, cidade, país. Pelo menos uma tentativa se pode fazer: a de existir em harmonia relativa. Porque não sendo nem anjos nem porcos, estamos no meio-termo: passíveis de cometer horrores ou mesquinharias, gestos comoventes, grandiosos ou secretos.
É assim a vida. Um lençol curto, diz uma amiga; uma escada rolante que a gente tenta subir pelo lado que desce, dizia outro. "Você vai morrer enforcada na echarpe do seu romantismo feito uma Isadora Duncan", sentencia alguém. Pode até ser, mas eu preciso dela, dessa echarpe, que não é alienação nem ignorância dos nossos males: é a fonte, o suporte, o alimento de que necessito para não me amargurar. Roubalheira de um lado? De outro, há tentativas de realmente ajudar. Cinismo dessa parte? Da outra parte, real honradez. Apatia ou frivolidade? Mas também capacidade imortal de indignação. Desejo de destruição e vingança em uma pessoa, mas em muitas vemos esforço de transformação, vemos devoção, carinho, vontade de entendimento. Por toda parte dor, muita dor.
Mas nessa teia, nesse quebra-cabeça, a gente começa mais um ano tendo de acreditar. Não em receitas milagrosas, não em cartolas de mágico das quais saltem pessoas mais amorosas, saúde, emprego e educação em crescimento, um país vigoroso, uma realidade tranqüila, menos violência e menos abandono, menos coroamento da corrupção e da desonestidade. Mas num povo inteiro enxergando melhor, querendo o melhor, e fazendo o melhor que pode, com seus líderes, seja de bairro, de estado, do país, fazendo o mesmo.
Acredito em famílias em que até pais separados conseguem ser amigos e dar aos filhos a segurança do seu amor, que nada deveria ter a ver com o fim da relação marido/mulher. Famílias em que filhos adultos, mesmo distantes, vêem pai e mãe com camaradagem e respeito, e alegria, como seres humanos que são, imperfeitos mas dignos de amor, com bagagem de experiência a ser buscada e curtida.
Acredito que pessoas que perderam alguém muito amado aos poucos, duramente, entendem que a melhor homenagem a quem partiu é tentar voltar a viver na possível plenitude; acredito em esquinas sem crianças pedintes, calçadas sem mendigos, pontes sem famílias morando embaixo, ruas sem assaltantes, noites sem assassinos, casas sem gente temerosa protegida por grades, alarmes e cães ferozes.
Acredito em líderes com boa vontade e humildade, querendo ajudar à sua gente, usando para isso de seu preparo, informação, grandeza pessoal e valor. Em empresas onde funcionários e operários são tratados como gente, não apenas porque trabalhador bem tratado produz mais, mas porque somos todos irmãos.
Talvez eu espere algo miraculoso. Mas, se a gente der um passo real na direção disso, terá valido a pena acreditar: em si mesmo, no outro, na família, nos amigos e colegas, nos líderes, nos filhos e nos pais: não como perfeição, mas como esperança, grão de otimismo, vontade de algo melhor.
Se eu ficasse amarga, porém, se nós fôssemos contaminados por esse vírus maligno do pessimismo, de nada adiantariam crianças brincando, ondas batendo, rios correndo, estrelas faiscando, gente se amando: seríamos meros fantasmas. Então, o jeito é acreditar que, com força, fé e boa vontade, 2007 nos será benigno.
"A gente começa mais um ano tendo de acreditar. Não em receitas milagrosas, mas num povo inteiro enxergando melhor, querendo o melhor, e fazendo o melhor que pode"
Se eu ficasse amarga com tudo o que acontece de negativo – não é meu jeito –, contaminaria a casa onde moro, a família que me cerca, o companheiro que está comigo, os amigos e o mundo.
Por que sou importante? Nada disso. Porque cada um de nós é uma partícula mínima, parte do grande oceano em que somos lançados ao nascer: cada gota envenenada modifica o todo, por pouco que seja. Por essa razão, todos, industriais e garis, mulheres milionárias e faveladas, trabalhadores e doentes acamados, os que estão nascendo e os moribundos, somos igualmente importantes. Essa é a grande, real democracia, pois a outra anda mancando, confusa e parcialmente mascarada de vale-tudo.
E eu, apesar de tantas realidades que provocam medo, angústia ou indignação, sou dos que ainda acreditam que a vida vale a pena, que as pessoas querem ser boas e felizes, e mais: que felicidade existe, na forma de harmonia consigo mesmo, com os outros, com a mãe natureza, com seu grupo, cidade, país. Pelo menos uma tentativa se pode fazer: a de existir em harmonia relativa. Porque não sendo nem anjos nem porcos, estamos no meio-termo: passíveis de cometer horrores ou mesquinharias, gestos comoventes, grandiosos ou secretos.
É assim a vida. Um lençol curto, diz uma amiga; uma escada rolante que a gente tenta subir pelo lado que desce, dizia outro. "Você vai morrer enforcada na echarpe do seu romantismo feito uma Isadora Duncan", sentencia alguém. Pode até ser, mas eu preciso dela, dessa echarpe, que não é alienação nem ignorância dos nossos males: é a fonte, o suporte, o alimento de que necessito para não me amargurar. Roubalheira de um lado? De outro, há tentativas de realmente ajudar. Cinismo dessa parte? Da outra parte, real honradez. Apatia ou frivolidade? Mas também capacidade imortal de indignação. Desejo de destruição e vingança em uma pessoa, mas em muitas vemos esforço de transformação, vemos devoção, carinho, vontade de entendimento. Por toda parte dor, muita dor.
Mas nessa teia, nesse quebra-cabeça, a gente começa mais um ano tendo de acreditar. Não em receitas milagrosas, não em cartolas de mágico das quais saltem pessoas mais amorosas, saúde, emprego e educação em crescimento, um país vigoroso, uma realidade tranqüila, menos violência e menos abandono, menos coroamento da corrupção e da desonestidade. Mas num povo inteiro enxergando melhor, querendo o melhor, e fazendo o melhor que pode, com seus líderes, seja de bairro, de estado, do país, fazendo o mesmo.
Acredito em famílias em que até pais separados conseguem ser amigos e dar aos filhos a segurança do seu amor, que nada deveria ter a ver com o fim da relação marido/mulher. Famílias em que filhos adultos, mesmo distantes, vêem pai e mãe com camaradagem e respeito, e alegria, como seres humanos que são, imperfeitos mas dignos de amor, com bagagem de experiência a ser buscada e curtida.
Acredito que pessoas que perderam alguém muito amado aos poucos, duramente, entendem que a melhor homenagem a quem partiu é tentar voltar a viver na possível plenitude; acredito em esquinas sem crianças pedintes, calçadas sem mendigos, pontes sem famílias morando embaixo, ruas sem assaltantes, noites sem assassinos, casas sem gente temerosa protegida por grades, alarmes e cães ferozes.
Acredito em líderes com boa vontade e humildade, querendo ajudar à sua gente, usando para isso de seu preparo, informação, grandeza pessoal e valor. Em empresas onde funcionários e operários são tratados como gente, não apenas porque trabalhador bem tratado produz mais, mas porque somos todos irmãos.
Talvez eu espere algo miraculoso. Mas, se a gente der um passo real na direção disso, terá valido a pena acreditar: em si mesmo, no outro, na família, nos amigos e colegas, nos líderes, nos filhos e nos pais: não como perfeição, mas como esperança, grão de otimismo, vontade de algo melhor.
Se eu ficasse amarga, porém, se nós fôssemos contaminados por esse vírus maligno do pessimismo, de nada adiantariam crianças brincando, ondas batendo, rios correndo, estrelas faiscando, gente se amando: seríamos meros fantasmas. Então, o jeito é acreditar que, com força, fé e boa vontade, 2007 nos será benigno.
PARA REFLEXÃO
Do blog de Reinaldo Azevedo:
UM EXERCÍCIO
O texto abaixo só faz sentido se lido até o fim:
O mundo é de quem pode conquistá-lo, não de quem sonha fazê-lo. A frase, com alguma adaptação da memória, é de Fernando Pessoa e deveria servir de divisa do realismo político, coisa em que o Brasil é ruim para chuchu. Entre nós, incompetência passa por utopia; desarticulação é oferecida como alternativa política; visão de curto prazo costuma ser confundida com tática.
O que querem os defensores da chamara Terceira Via? Não é justamente a independência entre os Poderes, já que tão pomposamente apelam a Montesquieu para ocultar a falta de proposta política de sua postulação? Pois o Legislativo é independente quando consagra, e transforma em prática, o princípio da proporcionalidade. Que mal pode nos advir de seguir o que se faz nas democracias consolidadas? Fiquemos no exemplo mais evidente, o dos EUA: não se tinha a menor dúvida sobre que partido presidiria a Câmara e o Senado tão logo se conheceu o resultado das urnas.
O PT, é verdade, em passado remoto e recente, prática que se espalhou em Assembléias Legislativas, foi useiro e vezeiro em dar um peteleco na proporcionalidade e se lançar na disputa. Mas é o modelo petista de oposição o que se espera dos partidos que hoje não formam a base de apoio a Lula? Não é justamente a diferença o que se cobra? Não custa lembrar que o petismo que mereceu o voto de milhões de brasileiros é aquele que renegou suas bandeiras históricas, aquele que renunciou a si mesmo. O PSDB não mudou. Está onde sempre esteve. Quem procura um lugar na política é o PT. Acabará aderindo a uma agenda social-democrata? Tanto melhor se o fizer.
A oposição está honrando os milhões de votos que recebeu nas urnas, sim, senhores! Os eleitores fizeram do PSDB o terceiro partido da Câmara para que ele participasse dos mecanismos decisórios; para que não ficasse alijado da Mesa; para que pudesse, com a força da representação, fazer valer a voz daqueles que se opõem ao PT e ao governo do presidente Lula. Os tucanos não conquistaram a confiança de 40 milhões de eleitores para ser um partido marginal no Parlamento, para se comportar como uma força que nega a política.
Ninguém, que eu saiba, abriu mão de sua convicção. Mas foi necessário atuar com responsabilidade. São hoje os propagandistas da Terceira Via que dizem: “Aldo ou Arlindo, o resulto é o mesmo; tanto faz”. Sendo isso verdadeiro, é o pragmatismo – útil à voz das oposições – que aponta o óbvio: a forma que o PSDB tem de fazer valer o peso de sua bancada e a esperança que nele depositaram milhões de eleitores é avançar nos espaços institucionais em que se pode e se deve fazer política: o próprio Parlamento e as Assembléias Legislativas. Entre o pragmatismo que serve ao avanço da democracia e supostos princípios ventilados de forma estridente, é óbvio que o PSDB fez a escolha certa: é aquela que lhe garante o justo lugar na Mesa da Câmara e que lhe permite encaminhar acordos regionais no melhor interesse dos eleitores – e jamais contra eles.
Manifestação de subserviência ao Executivo seria, por outra, deixar que a oposição ao governo Lula tisnasse as regras da convivência no Poder Legislativo. Manifestação de subserviência – e subserviência do pior tipo, porque rancorosa, ressentida – seria ser banido dos mecanismos decisórios da Casa, numa admissão implícita, porém evidente, de que a política é, por natureza, uma coisa suja, deixando que apenas os governistas ocupassem os espaços institucionais que também pertencem à oposição. E pertencem por direito. Direito adquirido nas urnas.
O que estão querendo provar? Que o melhor acordo possível é ruim porque não é aquele eventualmente do agrado dos que ambicionam ter o comando do Parlamento mesmo sem terem vencido eleições para tanto? Não custa evocar aqui o famoso par de que trata Maquiavel em O Príncipe, a Virtù e a Fortuna. Ora, não há um modo de proceder único, alerta-nos o florentino. Não existe um modelo cristalizado a moldar os homens e as gerações. Há na história, lembrava o autor, os que alcançaram o sucesso usando sempre o ímpeto, e os que haviam chegado ao mesmo lugar apelando somente à prudência. E também é fato que se danaram muitos prudentes e muitos impetuosos. Vale dizer: além das características eventualmente pessoais do político, há as circunstâncias. Acomodar a ação às condições históricas é um ato de sabedoria, e não o contrário. É o que faz o PSDB. Ainda que certa crônica política, tomada de tentações finalistas, esperasse dos tucanos que, não podendo casar o melhor dos mundos da Fortuna e da Virtù, ignorasse a primeira ou tentasse mudá-la a unha.
Ademais, o desafio que milhões de eleitores fizeram ao PSDB é praticar governos virtuosos nos Estados, que possam servir de modelo e de referência para o país. Isso tem um alcance eleitoral, que chega a 2010? É claro que sim. A menos que se cassem os direitos políticos de líderes da oposição que são candidatos naturais à sucessão do presidente Lula. Mas também aqui o desafio não é simples. Quanto mais o PT se integra à rotina da vida democrática, mais se torna refém de seu excesso de más idéias pretéritas e de sua absoluta falta de idéias sobre o futuro. O resultado desse conflito tem sido um governo de um conservadorismo intelectualmente modesto, sem imaginação, que condena o país a um crescimento medíocre, conforme se tem visto à farta. Não é um governo dos pobres, mas do pobrismo.
Ao se ler certa crítica, no entanto, fica-se com a impressão de que o PSDB aderiu ao governo Lula, decidindo ser sua terceira força de apoio, atrás apenas do PMDB e do próprio PT. Até onde se percebe, as divergências são muitas e evidentes. Os tucanos tão-somente acataram um princípio vigente nos Parlamentos da maioria das democracias do mundo. Se a proporcionalidade, no entanto, não parece ser um argumento forte ou eficiente, que se considere o dado politicamente mais relevante: o partido recebeu um mandado – e um mandato – dos eleitores para participar do jogo político democrático, não para apenas denunciá-lo.
A luta que se anuncia é de longo prazo. Nos primeiros 18 meses, será praticamente impossível encontrar eco na sociedade para uma atuação de oposição mais agressiva. A política só voltará a dividir posições e a reunir seus protagonistas para a batalha quando voltar a viver o clima de disputa eleitoral, em 2008. Até lá, há uma agenda que não é exatamente do interesse do PSDB ou do PT, mas do país.
O jornalista H. L. Mencken dizia que o pior governo é também o mais moralista. Talvez se possa dizer o mesmo de certos “principistas” que acabam criminalizando a ação política.
*Leitor,
o que vai acima é o texto que eu escreveria caso defendesse o apoio de setores do PSDB ao PT. Mas eu não acredito em uma vírgula do que vai ali. Fui eu que escrevi, mas não é de minha autoria. Eu o fiz só para provar que é possível fazer uma defesa política do acordo PSDB-PT, trabalho a que os tucanos nem mesmo se deram. Não se preocuparam em convencer seus eleitores. É como se a decisão não lhes dissesse respeito. Parece que Aécio Neves até saiu de férias.
Como vêem, dá até para evocar, entre outros, algum Maquiavel. E não acredito na análise acima (e em outras piores e melhores do que esta, mas de igual teor) porque se trata de uma resposta convencional de um partido convencional a um adversário idem. Ocorre que o PT é tudo, menos adepto do convencionalismo.
Ao contrário. Nos quatro anos à frente do governo, tentou mudar a natureza das instituições, mobilizou-se para comprar o Congresso e organizou um grupo de aloprados para dar um golpe nas eleições, isso para ficar nos crimes mais evidentes e de maior repercussão. Estamos lidando com um partido gramsciano (Chávez citou Gramsci em sua posse), o que as oposições se negam a ver – uns por teimosia, outros por falta de informação -, que não aceita os limites do Estado democrático de direito.
Considero ainda que boa parte dos setores formadores de opinião que apostaram nas oposições experimenta uma sensação de grande frustração. Estes altos desígnios da representação política tornaram-se uma forma de conforto. É como se soprassem aos ouvidos dos líderes um mau conselho: “Esqueçam. O jogo do Parlamento é muito complexo para ser submetido ao escrutínio do homem comum”. Trata-se de um erro terrível.
O que me parece é que os tucanos, na hipótese de Chinaglia se sagrar vencedor, serão sócios de todo o passivo do petismo, sem, no entanto, se tornar parceiros de alguns de seus “sucessos”. Explico-me: boa parte do eleitorado de classe média (urbano e mais crítico) repudiou as práticas petistas e lastima essa proximidade. Já os esquerdistas e filoesquerdistas e os beneficiários das prebendas sociais jamais migrarão para as fileiras tucanas. O PSDB perde o que tem para continuar sem aquilo que já não tem.
Isso é o que eu realmente acho. Mas saberia justificar o acordo com mais argumentos do que os que ele mereceu. Na verdade, o mais gritante de tudo foi o silêncio.
UM EXERCÍCIO
O texto abaixo só faz sentido se lido até o fim:
O mundo é de quem pode conquistá-lo, não de quem sonha fazê-lo. A frase, com alguma adaptação da memória, é de Fernando Pessoa e deveria servir de divisa do realismo político, coisa em que o Brasil é ruim para chuchu. Entre nós, incompetência passa por utopia; desarticulação é oferecida como alternativa política; visão de curto prazo costuma ser confundida com tática.
O que querem os defensores da chamara Terceira Via? Não é justamente a independência entre os Poderes, já que tão pomposamente apelam a Montesquieu para ocultar a falta de proposta política de sua postulação? Pois o Legislativo é independente quando consagra, e transforma em prática, o princípio da proporcionalidade. Que mal pode nos advir de seguir o que se faz nas democracias consolidadas? Fiquemos no exemplo mais evidente, o dos EUA: não se tinha a menor dúvida sobre que partido presidiria a Câmara e o Senado tão logo se conheceu o resultado das urnas.
O PT, é verdade, em passado remoto e recente, prática que se espalhou em Assembléias Legislativas, foi useiro e vezeiro em dar um peteleco na proporcionalidade e se lançar na disputa. Mas é o modelo petista de oposição o que se espera dos partidos que hoje não formam a base de apoio a Lula? Não é justamente a diferença o que se cobra? Não custa lembrar que o petismo que mereceu o voto de milhões de brasileiros é aquele que renegou suas bandeiras históricas, aquele que renunciou a si mesmo. O PSDB não mudou. Está onde sempre esteve. Quem procura um lugar na política é o PT. Acabará aderindo a uma agenda social-democrata? Tanto melhor se o fizer.
A oposição está honrando os milhões de votos que recebeu nas urnas, sim, senhores! Os eleitores fizeram do PSDB o terceiro partido da Câmara para que ele participasse dos mecanismos decisórios; para que não ficasse alijado da Mesa; para que pudesse, com a força da representação, fazer valer a voz daqueles que se opõem ao PT e ao governo do presidente Lula. Os tucanos não conquistaram a confiança de 40 milhões de eleitores para ser um partido marginal no Parlamento, para se comportar como uma força que nega a política.
Ninguém, que eu saiba, abriu mão de sua convicção. Mas foi necessário atuar com responsabilidade. São hoje os propagandistas da Terceira Via que dizem: “Aldo ou Arlindo, o resulto é o mesmo; tanto faz”. Sendo isso verdadeiro, é o pragmatismo – útil à voz das oposições – que aponta o óbvio: a forma que o PSDB tem de fazer valer o peso de sua bancada e a esperança que nele depositaram milhões de eleitores é avançar nos espaços institucionais em que se pode e se deve fazer política: o próprio Parlamento e as Assembléias Legislativas. Entre o pragmatismo que serve ao avanço da democracia e supostos princípios ventilados de forma estridente, é óbvio que o PSDB fez a escolha certa: é aquela que lhe garante o justo lugar na Mesa da Câmara e que lhe permite encaminhar acordos regionais no melhor interesse dos eleitores – e jamais contra eles.
Manifestação de subserviência ao Executivo seria, por outra, deixar que a oposição ao governo Lula tisnasse as regras da convivência no Poder Legislativo. Manifestação de subserviência – e subserviência do pior tipo, porque rancorosa, ressentida – seria ser banido dos mecanismos decisórios da Casa, numa admissão implícita, porém evidente, de que a política é, por natureza, uma coisa suja, deixando que apenas os governistas ocupassem os espaços institucionais que também pertencem à oposição. E pertencem por direito. Direito adquirido nas urnas.
O que estão querendo provar? Que o melhor acordo possível é ruim porque não é aquele eventualmente do agrado dos que ambicionam ter o comando do Parlamento mesmo sem terem vencido eleições para tanto? Não custa evocar aqui o famoso par de que trata Maquiavel em O Príncipe, a Virtù e a Fortuna. Ora, não há um modo de proceder único, alerta-nos o florentino. Não existe um modelo cristalizado a moldar os homens e as gerações. Há na história, lembrava o autor, os que alcançaram o sucesso usando sempre o ímpeto, e os que haviam chegado ao mesmo lugar apelando somente à prudência. E também é fato que se danaram muitos prudentes e muitos impetuosos. Vale dizer: além das características eventualmente pessoais do político, há as circunstâncias. Acomodar a ação às condições históricas é um ato de sabedoria, e não o contrário. É o que faz o PSDB. Ainda que certa crônica política, tomada de tentações finalistas, esperasse dos tucanos que, não podendo casar o melhor dos mundos da Fortuna e da Virtù, ignorasse a primeira ou tentasse mudá-la a unha.
Ademais, o desafio que milhões de eleitores fizeram ao PSDB é praticar governos virtuosos nos Estados, que possam servir de modelo e de referência para o país. Isso tem um alcance eleitoral, que chega a 2010? É claro que sim. A menos que se cassem os direitos políticos de líderes da oposição que são candidatos naturais à sucessão do presidente Lula. Mas também aqui o desafio não é simples. Quanto mais o PT se integra à rotina da vida democrática, mais se torna refém de seu excesso de más idéias pretéritas e de sua absoluta falta de idéias sobre o futuro. O resultado desse conflito tem sido um governo de um conservadorismo intelectualmente modesto, sem imaginação, que condena o país a um crescimento medíocre, conforme se tem visto à farta. Não é um governo dos pobres, mas do pobrismo.
Ao se ler certa crítica, no entanto, fica-se com a impressão de que o PSDB aderiu ao governo Lula, decidindo ser sua terceira força de apoio, atrás apenas do PMDB e do próprio PT. Até onde se percebe, as divergências são muitas e evidentes. Os tucanos tão-somente acataram um princípio vigente nos Parlamentos da maioria das democracias do mundo. Se a proporcionalidade, no entanto, não parece ser um argumento forte ou eficiente, que se considere o dado politicamente mais relevante: o partido recebeu um mandado – e um mandato – dos eleitores para participar do jogo político democrático, não para apenas denunciá-lo.
A luta que se anuncia é de longo prazo. Nos primeiros 18 meses, será praticamente impossível encontrar eco na sociedade para uma atuação de oposição mais agressiva. A política só voltará a dividir posições e a reunir seus protagonistas para a batalha quando voltar a viver o clima de disputa eleitoral, em 2008. Até lá, há uma agenda que não é exatamente do interesse do PSDB ou do PT, mas do país.
O jornalista H. L. Mencken dizia que o pior governo é também o mais moralista. Talvez se possa dizer o mesmo de certos “principistas” que acabam criminalizando a ação política.
*Leitor,
o que vai acima é o texto que eu escreveria caso defendesse o apoio de setores do PSDB ao PT. Mas eu não acredito em uma vírgula do que vai ali. Fui eu que escrevi, mas não é de minha autoria. Eu o fiz só para provar que é possível fazer uma defesa política do acordo PSDB-PT, trabalho a que os tucanos nem mesmo se deram. Não se preocuparam em convencer seus eleitores. É como se a decisão não lhes dissesse respeito. Parece que Aécio Neves até saiu de férias.
Como vêem, dá até para evocar, entre outros, algum Maquiavel. E não acredito na análise acima (e em outras piores e melhores do que esta, mas de igual teor) porque se trata de uma resposta convencional de um partido convencional a um adversário idem. Ocorre que o PT é tudo, menos adepto do convencionalismo.
Ao contrário. Nos quatro anos à frente do governo, tentou mudar a natureza das instituições, mobilizou-se para comprar o Congresso e organizou um grupo de aloprados para dar um golpe nas eleições, isso para ficar nos crimes mais evidentes e de maior repercussão. Estamos lidando com um partido gramsciano (Chávez citou Gramsci em sua posse), o que as oposições se negam a ver – uns por teimosia, outros por falta de informação -, que não aceita os limites do Estado democrático de direito.
Considero ainda que boa parte dos setores formadores de opinião que apostaram nas oposições experimenta uma sensação de grande frustração. Estes altos desígnios da representação política tornaram-se uma forma de conforto. É como se soprassem aos ouvidos dos líderes um mau conselho: “Esqueçam. O jogo do Parlamento é muito complexo para ser submetido ao escrutínio do homem comum”. Trata-se de um erro terrível.
O que me parece é que os tucanos, na hipótese de Chinaglia se sagrar vencedor, serão sócios de todo o passivo do petismo, sem, no entanto, se tornar parceiros de alguns de seus “sucessos”. Explico-me: boa parte do eleitorado de classe média (urbano e mais crítico) repudiou as práticas petistas e lastima essa proximidade. Já os esquerdistas e filoesquerdistas e os beneficiários das prebendas sociais jamais migrarão para as fileiras tucanas. O PSDB perde o que tem para continuar sem aquilo que já não tem.
Isso é o que eu realmente acho. Mas saberia justificar o acordo com mais argumentos do que os que ele mereceu. Na verdade, o mais gritante de tudo foi o silêncio.
A VOZ DO LULA
Lula quer acabar com a Voz do Brasil e criar uma "rádio pública 24 horas"!
O que vai acontecer com o Brasil?
Veja matéria abaixo:
LULA QUER REDE DE RÁDIO PARA DIVULGAR OBRAS
Idéia é estabelecer canal de comunicação 24 horas com a população;
'A Voz do Brasil' pode acabar
Gerusa Marques e João Domingos
O governo planeja criar uma espécie de A Voz do Brasil 24 horas, rede de rádio pública a ser transmitida para todo o País via satélite. Assim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita poder estabelecer um canal de comunicação direto com a população para divulgar seus feitos.
Pelos planos divulgados, a programação basicamente reproduziria o conteúdo das emissoras do Sistema Radiobrás, além das Rádios Câmara, Senado e Justiça. Mas poderão ser abertos espaços para notícias regionais, estaduais e municipais. A estimativa de assessores que participam do projeto é de que com R$ 50 mil seja possível montar no interior uma pequena estação que alcance pelo menos cinco cidades.
Em fevereiro, por ordem de Lula, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, deverá mostrar o projeto final. Dia 3, ao anunciar o plano, Costa disse que a intenção é fazer convênios com governos estaduais, Câmaras Municipais, prefeituras e entidades para que a rede tenha cobertura nacional.
Pelos estudos realizados, deverá ser ampliada a estrutura federal existente hoje da Rádio Nacional, que pertence ao Sistema Radiobrás. 'No momento em que se criar essa estrutura de rádio nacional, pode-se começar a conversar sobre a possibilidade de acabar com A Voz do Brasil', adiantou o ministro.
'Nossos satélites transmitem por via digital e analógica', disse o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci. 'É assim que A Voz do Brasil chega a todo o País. Temos condição de fazer a transmissão para qualquer lugar. Só que ainda não fui procurado.'
O projeto, segundo técnicos, já pode ser implantado, mas terá condições melhores de começar a operar com o surgimento do rádio digital, previsto para este ano. A proposta deve acompanhar o detalhamento da criação da rede pública de TV digital, prevista no decreto que definiu regras para a implantação do novo sistema.
Diferentemente do projeto da TV digital, que prevê a criação de vários canais públicos, no caso da rede de rádio seria só uma estação, com uso compartilhado da grade de programação.
O coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações (FNDC), Celso Schrõder, lamenta a forma como o ministério está conduzindo o processo. Segundo ele, um dos pontos preocupantes para o FNDC é a sinalização de que, com a nova rede, o governo pode acabar com A Voz do Brasil. Esse é um debate que tem de ser feito com bastante cuidado, observou, já que o programa é um dos poucos espaços públicos da radiodifusão. O FNDC reivindica maior participação da sociedade nas discussões e admite que a idéia da criação da rede não é ruim; o problema é que não estão claros detalhes do projeto.
Durante a escolha do padrão para TV digital, entidades da sociedade civil, como o FNDC, reclamaram da falta de transparência das Comunicações, que escolheu o padrão japonês, aprovado pelas emissoras de TV.
O que vai acontecer com o Brasil?
Veja matéria abaixo:
LULA QUER REDE DE RÁDIO PARA DIVULGAR OBRAS
Idéia é estabelecer canal de comunicação 24 horas com a população;
'A Voz do Brasil' pode acabar
Gerusa Marques e João Domingos
O governo planeja criar uma espécie de A Voz do Brasil 24 horas, rede de rádio pública a ser transmitida para todo o País via satélite. Assim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita poder estabelecer um canal de comunicação direto com a população para divulgar seus feitos.
Pelos planos divulgados, a programação basicamente reproduziria o conteúdo das emissoras do Sistema Radiobrás, além das Rádios Câmara, Senado e Justiça. Mas poderão ser abertos espaços para notícias regionais, estaduais e municipais. A estimativa de assessores que participam do projeto é de que com R$ 50 mil seja possível montar no interior uma pequena estação que alcance pelo menos cinco cidades.
Em fevereiro, por ordem de Lula, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, deverá mostrar o projeto final. Dia 3, ao anunciar o plano, Costa disse que a intenção é fazer convênios com governos estaduais, Câmaras Municipais, prefeituras e entidades para que a rede tenha cobertura nacional.
Pelos estudos realizados, deverá ser ampliada a estrutura federal existente hoje da Rádio Nacional, que pertence ao Sistema Radiobrás. 'No momento em que se criar essa estrutura de rádio nacional, pode-se começar a conversar sobre a possibilidade de acabar com A Voz do Brasil', adiantou o ministro.
'Nossos satélites transmitem por via digital e analógica', disse o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci. 'É assim que A Voz do Brasil chega a todo o País. Temos condição de fazer a transmissão para qualquer lugar. Só que ainda não fui procurado.'
O projeto, segundo técnicos, já pode ser implantado, mas terá condições melhores de começar a operar com o surgimento do rádio digital, previsto para este ano. A proposta deve acompanhar o detalhamento da criação da rede pública de TV digital, prevista no decreto que definiu regras para a implantação do novo sistema.
Diferentemente do projeto da TV digital, que prevê a criação de vários canais públicos, no caso da rede de rádio seria só uma estação, com uso compartilhado da grade de programação.
O coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações (FNDC), Celso Schrõder, lamenta a forma como o ministério está conduzindo o processo. Segundo ele, um dos pontos preocupantes para o FNDC é a sinalização de que, com a nova rede, o governo pode acabar com A Voz do Brasil. Esse é um debate que tem de ser feito com bastante cuidado, observou, já que o programa é um dos poucos espaços públicos da radiodifusão. O FNDC reivindica maior participação da sociedade nas discussões e admite que a idéia da criação da rede não é ruim; o problema é que não estão claros detalhes do projeto.
Durante a escolha do padrão para TV digital, entidades da sociedade civil, como o FNDC, reclamaram da falta de transparência das Comunicações, que escolheu o padrão japonês, aprovado pelas emissoras de TV.
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