12 fevereiro 2007

EXIGIR É RESPEITAR

Rosely Sayao

Uma internauta de 16 anos enviou uma mensagem para a caixa postal do blog que me deixou bastante sensibilizada. Disse ela: “Pude perceber (apesar de não ser leitora assídua de seu blog) que você se importa muito com a questão educacional e o tipo de orientação que os pais dão, seja quanto ao comportamento ou à educação escolar. A questão é: o que fazer quando não se teve exigência deles?”
Nosso tema de hoje será, portanto, a exigência.

Costumo dizer que exigir é um sinal de respeito. Mas, é preciso entender melhor o que significa esse exigir e, para tanto, vou citar alguns exemplos. Os pais de uma criança com menos de seis anos podem exigir – impor – que ela durma em sua cama ou em seu quarto. Por que exigir, neste caso, significa respeitar? Porque se a criança já tem condições para fazer isso, permitir que ela não faça significa impedir que ela realize seu potencial.

Os pais de uma criança entre 7 e 9 anos podem exigir – determinar – que ele arrume a cama após o despertar e/ou deixe as roupas sempre guardadas em seus lugares. Nessa idade, a criança tem capacidade para se organizar seguindo um modelo determinado; permitir que ele não coloque essa capacidade em prática significa deixá-la aprisionada em aspectos infantis que já superou.

Um adolescente tem condições de começar a conter seus impulsos e, sempre que se descontrolar, deve ser interpelado pelos pais para que se contenha. Quando os pais não exigem isso dele, permitem que se torne um joguete de seus próprios caprichos.

Do mesmo modo, o jovem tem também capacidade para se concentrar em uma tarefa ou atividade, e nisso deve ser exigido. A exigência é a medida que irá permitir que ele desenvolva a concentração.

Quando o filho não aprendeu a criar reações frente às exigências externas para responder a elas e conhecer seu potencial, o caminho para transformar-se em um adulto responsável, maduro e focado será muito mais árduo. Parece ser esse o caso de nossa jovem internauta. Entretanto, apesar de árduo, esse caminho não é impossível.

Para tanto será necessário criar suas próprias exigências e se comprometer com elas. Aos 16 anos já é possível fazer isso sozinha ou com ajuda solidária de adultos que participam e se implicam com sua vida como professores, tios, avós, amigos da família, por exemplo. Até mesmo os pais podem ser sensibilizados pelo pedido de ajuda do filho. Por isso, nada de desistir ou de ter uma boa desculpa para não crescer.

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