05 fevereiro 2007

E A CLASSE MÉDIA...

A classe média está acabando... Sufocada por impostos, não suportará por muito tempo.

Os serviços que necessita também sofrem aumentos astronômicos. Veja abaixo, na matéria da Folha de São Paulo:

Preço de serviços sobe mais que inflação

Itens como táxi, estacionamento, dentista e recreação superaram IPCA; aumento do mínimo elevou custos, dizem especialistasJá os preços monitorados e administrados pelo governo tiveram reajustes menores; média de 4,28% é metade da registrada em 2005


Pagar mensalidades escolares, estacionar, consertar o carro, andar de táxi, ir ao dentista, viajar em férias. Hábitos rotineiros que não se alteram de um ano para o outro, desde que não se esteja a falar de preços.A inflação de 2006 (3,14%, segundo o IPCA) foi a menor desde 1998, mas o brasileiro -principalmente de classe média - teve de arcar mais com a alta de serviços como táxi (9,17%), oficina (5,11%), estacionamento (8,01%), dentista (4,82%), hotel (9,12%) e pacotes de viagem (15,06%).Para especialistas ouvidos pela Folha, muitos dos reajustes de 2006 sofreram impacto indireto do aumento maior do salário mínimo, já que importantes componentes das planilhas de custo dos prestadores de serviços cederam em 2006.É o caso da energia elétrica (alta de 0,28%, ante 6,68% em 2005) e da telefonia fixa (deflação de 0,83%, depois de subir 8,03% no ano anterior).Destacaram-se também outros aumentos, como mensalidade escolar (6,8%) e plano de saúde (12,3%). Também chama a atenção a alta da alimentação fora do domicílio (5,9%), bem acima da variação dos alimentos consumidos em casa (1,2%).A recomposição da renda e o aumento real da massa salarial proporcionou uma folga nos orçamentos das famílias. Tal cenário, dizem especialistas, também pode ter impulsionado o preços de alguns serviços.

Monitorados
Dados do Grupo de Conjuntura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) obtidos pela Folha mostram que o conjunto dos preços monitorados e administrados pelo governo subiu menos em 2006. Em média, a alta foi de 4,28% no ano passado, abaixo dos 8,98% em 2005.A ausência de reajustes dos combustíveis (apesar da forte pressão das cotações do petróleo), a menor variação da energia e o recuo da telefonia puxaram os preços monitorados para baixo. Os serviços públicos, de um modo geral, subiram menos sob efeito indireto da depreciação do dólar, que levou os IGPs (Índice Geral de Preços) a variações menores em 2005 e 2006.Esses índices corrigem as principais tarifas públicas, cuja indexação foi menor no ano passado, num movimento que deve se repetir neste ano. Em 2006, tarifas e preços administrados tiveram a segunda menor variação desde o início do Plano Real -só em 1998 foi mais baixa (3,23%).Por outro lado, os serviços cujos preços são livres e não sofrem monitoramento do governo mostraram resistência. A variação média desses itens ficou em 5,49%, bem acima do IPCA de 3,14% de 2006. Em 2005, a alta dos serviços foi de 6,77%, e a do IPCA, de 5,69%."Os preços administrados e os serviços sempre mostram uma persistência maior. Resistem a cair e dependem de um período mais longo de estabilidade para baixarem", diz Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista do Grupo de Conjuntura da UFRJ.Ao analisar especificamente os serviços cujos preços são livres, Freitas Filho afirma que o aumento de margem é mais freqüente do que no caso dos bens e a definição dos preços acontece de forma mais "subjetiva". Por isso, afirma, esses preços tendem a subir mais.Dentre os serviços, diz, o grande "vilão" em 2006 foi mesmo o emprego doméstico, cujo salário subiu na esteira do reajuste real de 13% do salário mínimo. A alta foi de 10,73%.Segundo ele, a alta do mínimo representou uma pressão de custo importante em 2006, embora tenha sido atenuada por variação menor de energia, telefonia e combustíveis.Para 2007, Freitas estima uma nova desaceleração dos preços administrados graças especialmente à previsão de queda da gasolina - de 5%, em média. O economista prevê um IPCA de 3,7% neste ano, com uma variação de apenas 3,2% para os monitorados.Professor da PUC-Rio, o economista Luiz Roberto Cunha avalia como "positivo" o aumento dos serviços, já que evidencia "o efeito da recuperação da renda das classes de renda mais baixa". "Se o país crescer mais de 4,5% num cenário de recuperação de renda, vamos ter serviços acima da inflação."

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