18 fevereiro 2007

CORTE NO ORÇAMENTO


O corte no Orçamento e a maldição dos petistas: sempre que pensam, produzem massa negativa
Reinaldo Azevedo

Vejam no Estadão On Line os dados sobre o corte no Orçamento. Volto em seguida.
Fabio Graner e Renata Veríssimo:

O Ministério do Planejamento anunciou corte de R$ 16,4 bilhões nas despesas previstas na lei orçamentária de 2007 aprovada pelo Congresso. Houve redução das despesas sociais, tanto de custeio quanto de investimento. O gasto ficou em R$ 57,376 bilhões, ante R$ 65,069 bilhões previstos na lei orçamentária. Na área de infra-estrutura, também houve queda nas despesas, que ficaram em R$ 13,443 bilhões, ante R$ 19,420 bilhões previstos no Orçamento.
O documento informa que a meta de superávit primário ficou em R$ 53 bilhões (2,35% do PIB), ante R$ 55,4 bilhões (2,45% do PIB) previstos na lei orçamentária aprovada pelos parlamentares. A meta não considera gastos que serão feitos no Projeto Piloto de Investimentos (PPI), cuja previsão é de R$ 11,3 bilhões, o equivalente a 0,50% do PIB.
O decreto de programação orçamentária também prevê um crescimento real do PIB de 4,5%, porcentual inferior aos 4,75% previstos na lei orçamentária aprovada pelo Congresso. Para 2007, o Orçamento da União prevê uma receita de R$ 615,9 bilhões, mas o governo só deve contar de fato com R$ 600 bilhões.

Voltei.
Só para deixar claras algumas coisas. O superávit primário de que se fala acima é aquele do governo central — Tesouro, INSS e Banco Central. Daí os 2,35% do PIB. Para chegar aos pretendidos 4,25%, conta-se com os superávits das estatais, Estados e Municípios. O que o governo pode dizer a seu favor? "Fizemos corte no Orçamento, mas preservamos o núcleo do PAC, o tal Projeto Piloto de Investimentos (PPI), previsto em R$ 11,3 bilhões — ou 0,5% do PIB." A realidade, se vista assim, em fatias, parece fazer algum sentido. O problema está no conjunto.Dias desses, Lula afirmou que o PAC, entre dinheiro público e privado, pode chegar a R$ 1 trilhão em quatro anos. Como sempre acontece, Didi Mocó não disse como essa conta fecha, já que, nos R$ 503,9 bilhões inicialmente anunciados do PAC, estavam previstos os investimentos privados. É na hora de definir o Orçamento que se entra em contato com a realidade dos números. E, convenha-se, ainda assim, eles estão nas nuvens. Serão contingenciados, como sempre acontece.
A coerência macro do plano é tal, que a Lei Orçamentária, anterior ao esforço concentrado do PAC, previa um crescimento de 4,75%. Aí Lula juntou todos os seus gênios e pediu um esforço concentrado em favor do crescimento. Pensaram, pensaram, pensaram. E fizeram um plano para crescer 4,5%!!! Petista é assim: sempre que pensa, produz massa negativa. É só pôr os rapazes para pensar um pouco mais, e eles logo chegarão a alguma coisa entre 3% e 3,5%, que é o que teríamos mesmo sem o PACtóide.
Lula é o caminho mais longo entre dois pontos.

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