10 setembro 2007
UM MIMO DE LULA PARA O APARELHO SINDICAL
Elio Gaspari
Lula rodou mais uma rosca do parafuso do projeto político do petismo. Propôs ao Congresso que as centrais sindicais sejam borrifadas com R$ 50 milhões anuais, saídos da contribuição compulsória de um dia de trabalho de todos os brasileiros do mercado formal. Esse tributo arrecadou R$ 1,25 bilhão no ano passado. (Muito menos do que os R$ 11 bilhões que o patronato coletará este ano para o Sistema S.)
O imposto sindical é descontado mesmo que o trabalhador não esteja associado à guilda de sua categoria. Com o projeto de Lula, uma parte desse dinheiro irá para centrais que os contribuintes mal conhecem, às quais seu sindicato filiou-se por decisão de um punhado de militantes. Com algumas variações, essas centrais formam a infantaria política do Planalto. (A artilharia foi recrutada na banca.)
Ao justificar o projeto, Nosso Guia disse o seguinte: "Todo mundo sabia que as centrais existiam e existem, mas as entidades funcionam como se fossem clandestinas, porque não estão legalizadas". Engano, as centrais funcionam em lugar certo e sabido. Ele confundiu existência clandestina com independência em relação à bolsa da Viúva. Como o Orçamento de Lula vinculou-se, há mais de 30 anos, aos impostos pagos pela patuléia, é compreensível que ele não saiba mais a diferença entre as duas situações. O fim das contribuições compulsórias dos trabalhadores para sustentar aparelhos sindicais foi coisa que Nosso Guia defendeu para se projetar na política. Depois esqueceu.
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Isto é um exemplo do governo Lula e de seu PT.
Tudo o que criticavam ontem, hoje defendem.
Triste Brasil!
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