20 setembro 2007

O INDECOROSO ENTENDIMENTO DO PT SOBRE O DECORO

Do Blog de Reinaldo Azevedo

A delinqüência institucional do PT não tem limites. É mesmo uma coisa espantosa. A bancada do partido no Senado, sob o comando da moralista Ideli Salvatti (PT-SC), está redigindo uma proposta de emenda que transfere para o Supremo Tribunal Federal a responsabilidade por julgar os acusados de quebra de decoro parlamentar.

É uma estupidez que, creio, não prospera porque o próprio Supremo se encarregaria de deixar claro a esses valentes que não lhe cabe julgar questões relativas a decoro. Já é sua atribuição o julgamento dos crimes dos que têm foro privilegiado.

O que quer a “jurista” Ideli Salvatti? Judicializar o decoro parlamentar. Como vagabundo competente não costuma deixar ato de ofício, num tribunal que julga crimes e não decoro, a tal AUSÊNCIA DE PROVA, de que os petistas tanto falam, serviria para livrar a cara de todo mundo. Mais: o Supremo já está sobrecarregado sem essa atribuição. Reitero: não acho que prospere. Mas a intenção dá conta do estado de confusão mental e ausência de princípios em que está mergulhado o PT. O que o PT pretende? Que o Supremo passe a cassar mandatos?

O partido está investindo numa formidável confusão conceitual. A questão do decoro tem mesmo de ser um julgamento entre pares. E seus critérios são mais amplos do que essa história de ter A PROVA OU NÃO de um crime. Um senador que usasse o gabinete para se reproduzir, por exemplo, não estaria cometendo um crime, mas estaria contribuindo para, como dizer?, degradar a reputação da Casa. E seus pares têm o direito de não querê-lo no ambiente. Ou até onde um senador “põe o seu desejo”, como diria Caetano Veloso, será agora matéria para decisão do Judiciário?

Isso é indecoroso, senadora Ideli.

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