07 dezembro 2006

O TEATRO DO PMDB E O TCU

Do blog de Fernando Rodrigues:
Sem nomes, PMDB faz teatro e finge ter candidato a presidente da Câmara
Maior partido da Câmara, o PMDB está num beco quase sem saída na semana que vem, quando marcou para terça-feira uma reunião na qual supostamente escolherá seu candidato a presidente da Casa. Todos os líderes peemedebistas fingem que o partido está para valer na disputa, mas ninguém sabe como resolver o processo da escolha de um nome.

Não há na bancada peemedebista um único nome capaz de ser candidato para valer a presidente da Câmara e em condições de unificar os 89 deputados eleitos.

É razoável a chance de o PMDB chegar à semana que vem sem conseguir um consenso mínimo em torno de um nome para ser candidato da sigla.

Um movimento não desprezível ontem tentou lançar Michel Temer (PMDB-SP) como nome de consenso do partido. Não deu certo. Nem Michel Temer mordeu a isca. “Já fui traído uma vez numa situação dessas. Só seria candidato se houvesse realmente um cenário em que o partido me apoiasse de verdade e não existissem óbices por parte do governo e dos partidos da coalizão”, analisou o deputado a vários interlocutores ontem à noite.

Convenhamos, esse cenário descrito por Temer não existe na natureza neste momento. Nem há indicações de que possa ser construído.

A traição à qual se refere Temer ocorreu em 2005, quando Severino Cavalcanti teve de deixar a presidência da Câmara (acusado de corrupção) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) foi eleito no seu lugar. Parte do PMDB jogou Temer na disputa, mas depois o abandonou.

Os outros dois pré-candidatos do PMDB a presidente da Câmara também enfrentam dificuldades na bancada. Geddel Vieira Lima (BA) é visto como cristão-novo no lulismo. Além disso, contra a sua vontade, carrega agora a pecha de que estaria na parada apenas para ficar com alguma recompensa –de preferência, um ministério. Geddel se irrita quando ouve essa versão, que reputa completamente fantasiosa. O fato é que seus inimigos criaram a história e a espalharam. Resta ao baiano ficar explicando. E, em política, como se sabe, tudo que tem de ser explicado não é bom.

Eunício Oliveira (PMDB-CE) é o terceiro nome do partido para a presidência da Câmara. Já foi ministro de Lula e não pode ser acusado de arrivista. Mas assim como Geddel o nome de Eunício sofre algumas resistências dentro da bancada. Não há indicações de que o partido seguirá unido em torno do cearense.

Resumo da ópera: o PMDB marcou para terça-feira uma reunião que ninguém sabe para que servirá, pois não há, no momento, a menor condição de o partido chegar a algum tipo de entendimento interno a respeito.


Governo toma sova na eleição para o TCU
A “coalizão programática” de Lula começou mal, muito mal. O deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA) foi eleito pela Câmara para ser o novo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Teve 172 votos contra 148 de Paulo Delgado (PT-MG). Gonzaga Mota (PSDB-CE) teve 50 votos. Ademir Camilo (PDT-MG) registrou 20 apoios. A soma dos votos contra Delgado dá 242. Em resumo, uma catástrofe para o Palácio do Planalto.

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