- População das cadeias dobrou em um ano
- As prisões brasileiras estão a ponto de explodir. Em um ano, a população carcerária do país praticamente dobrou: dos 217 mil presidiários em 2007 para os atuais 422 mil internos. O acréscimo significa que as penitenciárias recebem 200 presos a mais em relação aos que saem. A superlotação é o mais grave e antigo dos problemas, já que são só 245,4 mil vagas, um déficit de 41%. O Rio Grande do Sul, segundo o Ministério da Justiça, apresenta a pior condição, com 54% das vagas que deveria ter. (pág. 1 e País, pág. A3)
- O Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, revelou ontem que os milicianos responsáveis pelo seqüestro e tortura de uma equipe do jornal O Dia, na Favela do Batan, em Realengo, já foram identificados, incluindo policiais. O paiol de armas do grupo também foi descoberto. O ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, ofereceu a ajuda do governo federal nas investigações. (pág. 1 e Cidade, pág. A7)
- A Petrobras mudou a estratégia e decidiu buscar novas descobertas de petróleo em blocos que têm prazos exploratórios expirando, em vez de quantificar o volume das jazidas que já encontrou na Bacia de Santos, revela, em entrevista exclusiva, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. A sonda que perfurava o campo de Carioca já foi deslocada para áreas a nordeste do campo de Tupi. (pág. 1 e Economia, pág. A14)
- Às véspera da reunião do Copom que definirá o rumo da taxa básica de juros (Selic) o mercado financeiro divide as apostas entre alta de 0,5 e 0,75 ponto percentual. (pág. 1 e Economia, pág. A15)
- Rosinha é acusada de receber dinheiro do crime em campanha
- A Procuradoria Regional da República acusa a ex-governadora do Rio Rosinha Matheus e o deputado estadual e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins (PMDB), entre outros políticos, de terem recebido doações ilegais de quadrilhas de caça-níqueis e do jogo do bicho. Rosinha é mulher do ex-governador Anthony Garotinho, denunciado no caso. As doações teriam ocorrido entre 2001 e 2002, ano em que Rosinha foi eleita. A afirmação consta da denúncia, que levou à decretação da prisão de dez pessoas na semana passada. Rosinha aparece como beneficiária de R$ 1,6 milhão, recebido na casa do "principal contador da máfia dos caça-níqueis e do jogo do bicho", segundo o Ministério Público. Já Lins teria recebido R$ 35 mil. Na eleição de 2006, teria mantido caixa dois de R$ 238 mil, sendo R$ 147 mil da "dobradinha Álvaro/Leonardo Picciani", deputado federal (PMDB) que presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. As assessorias de Rosinha e Picciani negaram as acusações. O advogado de Álvaro Lins não foi localizado. (págs. 1 e A4)
- Para o sertanista José Carlos Meirelles, coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental do rio Envira, no Acre, índios isolados no Brasil correm o risco de "desaparecimento cultural". A falta de recursos da Funai e o fato de as grandes decisões sobre Amazônia serem chanceladas "no Sul maravilha, sem o povo [da floresta]", diz Meirelles, são alguns dos entraves. (págs. 1 e a16)
- O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que já identificou o envolvimento de policiais no seqüestro e na tortura de uma equipe do jornal "O Dia", do Rio, na favela do Batan (zona oeste). Para a Associação Brasileira de Imprensa, é preciso empenho nas investigações. Já a OAB classificou o episódio de "intolerável". (págs. 1 e A9)
- O emprego formal se expandiu em 32,4% de janeiro a abril nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, ante um avanço de 21% em todo o país. (págs. 1 e B1)
- Projeto iguala aposentadoria do servidor com a do INSS
- O governo vai enviar ao Congresso, até o fim do ano, um projeto propondo que as regras de aposentadoria dos funcionários públicos sejam as mesmas que já vigoram para os trabalhadores da iniciativa privada. A idéia é que se adote para a aposentadoria dos servidores o limite de dez salários mínimos aplicado às aposentadorias do INSS. Esse teto equivale hoje a R$ 4.150. Se o projeto for aprovado, a mudança valerá apenas para quem ingressar no serviço público após a promulgação da lei. Quem já está na ativa poderá continuar a se aposentar com o último salário, geralmente acima do teto do INSS. Os militares serão excluídos da reforma e continuarão regidos pelas normas atuais. O fosso entre servidores públicos e trabalhadores privados faz com que o déficit anual da previdência da União, Estados e municípios se aproxime de R$ 100 milhões, mais do que o dobro do rombo do INSS. (págs. 1, B1 e B3)
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou, na Itália, uma metáfora bélica para defender a produção do etanol no Brasil, definindo como uma "guerra necessária" a que vai travar no cenário internacional. Ele afirmou que o etanol brasileiro está sob uma campanha difamatória que, por vezes, acontece dentro do próprio País. "Tenho dito que, cada vez que falarmos qualquer coisa agora, precisamos saber como isso vai ser usado contra nós na OMC (Organização Mundial do Comércio)", queixou-se. (págs. 1 e A5)
- O fim melancóloco da CPI dos Cartões Corporativos aponta uma tendência do Congresso: esfriar investigações desse tipo. A razão é que o governo, escaldado pelos efeitos da CPI dos Correios, reorganizou sua base de apoio para formar ampla maioria. Hoje a base conta com 14 partidos, o que permitiu a indicação de parlamentares ultra-fiéis ao Planalto para compor a CPI dos Cartões. "Dificilmente a CPI dos Correios produziria o mesmo resultado hoje", admite Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da comissão que detonou o escândalo do mensalão. (págs. 1 e A4)
- A tortura à equipe do jornal O Dia por milicianos na Favela do Batan, no Rio, chocou autoridades e dirigentes de entidades ligadas à imprensa. Em nota, o governador Sergio Cabral disse que "considera absolutamente intolerável" o ocorrido. O ministro interino da Justiça, Luís Paulo Barreto, prometeu acompanhar o caso. (págs. 1 e C3)
- Milícia ainda controla favela após torturar jornalistas
- Os milicianos, que há 19 dias torturaram uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal "O Dia", ainda controlam a Favela do Batan, em Realengo, segundo admitiu ontem o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Ele disse que já estão identificados os policiais que fazem parte da milícia, mas nenhum deles foi preso. A secretaria não tem informações sobre o destino de um morador da Batan, também espancado com a equipe do jornal. Na noite de onteontem, policiais apreenderam na favela equipamentos de TV a cabo, botijões de gás e cinco revólveres que seriam da milícia. (págs. 1, 8 e Ricardo Noblat)
- A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam deputados estaduais e federais do Rio suspeitos de participarem de um esquema de corrupção para alimentar um caixa dois de campanha eleitoral. Os indícios foram encontrados em documentos apreendidos durante a Operação Telhado de Vidro, em março passado, em Campos. Segundo a PF, nomes desses investigados também apareceram durante a Operação Segurança S/A. (págs. 1 e 12)
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que será o "chato do etanol", até convencer o mundo de que o biocombustível brasileiro é bom. Lula, que está em Roma para participar de um encontro da ONU, culpou europeus e especuladores do petróleo pela atual crise de alimentos. (págs. 1 e 17)
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, está isolado, sem o apoio dos outros governadores da Amazônia, na guerra contra a proibição de financiamentos para os desmatadores. Ele afirma que não admitirá mudanças na medida, e deu a entender que poderá até deixar o cargo: "Maggi está isolado, quero deixar claro que qualquer mexida nisso é insustentável". (págs. 1 e 3)
- Máfia dos caixões na mira da Polícia Federal - Ministério da Justiça admite acionar PF para investigar denúncias sobre a ação das funerárias no DF e suas possíveis conexões com outros estados. Na Câmara, Comissão de Direitos Humanos quer lei para disciplinar a atividade. (págs. 1, 6 e 7)
- Energia - Lula sugere debate sobre alta do petróleo - Presidente diz na Itália que pedirá à ONU uma negociação mundial para reduzir o preço do barril, segundo relata a enviada especial Denise Rothenburg. (págs. 1 e 11)
- Dilma "treina" para as eleições de 2010. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. 2)
- Rio promete cerco a milícias em favelas. (págs. 1 e 8)
- Indústria mantém ritmo intenso 2º trimestre
- A indústria vai encerrar o segundo trimestre em um ritmo ainda intenso de atividade, puxada pelo setor automotivo, insumos para a construção civil e bens de consumo semiduráveis. Muitas empresas e setores consultados pelo Valor estimam terminar este trimestre com crescimento em relação ao desempenho dos três primeiros meses do ano, o que seria um sinal de aceleração do ritmo de atividade. Há relatos localizados de perda de ímpeto, como na indústria de alimentos, afetada pela alta dos preços, e de eletroeletrônicos, especialmente dos fabricantes de Manaus, cuja produção de abril e maio foi prejudicada pela greve dos auditores fiscais. (págs. 1, A9 e A16)
- O presidente Lula culpou a especulação com os preços do petróleo pelo aumento dos alimentos e pelo retorno da inflação ao centro das preocupações mundiais. Ele participa amanhã do encontro da FAO sobre segurança alimentar, que reunirá dezenas de chefes de estado. Para Lula, nenhum país tem autoridade moral ou política para criticar o etanol brasileiro. Lula chegou a Roma com dois exemplos para demonstrar o valor do etanol como alternativa energética. Primeiro, um estudo mostrando que o carro a gasolina emite 8,5 vezes mais gases efeito-estufa do que o veículo a etanol. Segundo, um protótipo do primeiro carro verde do mundo, feito em parceria por Brasken e Toyota. (págs. 1 e A13)
- Ao levar a direção do PT a ser menos rigorosa em relação à aliança que disputará a prefeitura de Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra que não pretende perder o controle de sua sucessão. O veto anterior da executiva tinha um objetivo definido: impedir que se consolide e se torne irreversível a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em 2010, com o apoio de Lula. A decisão havia sido resultado das articulações comandadas pelo ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), para a construção de um novo campo hegemônico no PT. Entre o veto e sua flexibilização, dividiram-se os principais ministros petistas, governadores e até o núcleo mais próximo que assessora o presidente. (págs. 1 e A11)
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