10 setembro 2006

DEPUTADOS

Abaixo, matéria da Folha de Londrina, deste domingo.
O site citado é o da ONG Transparência Brasil: www.transparenciabrasil.org.br .
Você também pode acessar e consultar o nome do seu candidato.

Outros políticos são citados em site
Falsidade ideológica, crime contra a fé pública, envolvimento com esquema dos sanguessugas estão entre as motivações dos processos

Curitiba - O deputado federal Abelardo Lupion (PFL) está no cargo desde 1991. Agropecuarista e empresário, Lupion foi um dos fundadores da União Democrática Ruralista (UDR) no Paraná. O parlamentar também não responde processos judiciais, mas aparece como tendo sido autor de uma proposta para liberação e comercialização de defensivo agrícola para soja transgênica, produzido exclusivamente pelas empresas Monsanto (que teria vendido uma fazenda ao deputado em condições mais vantajosas que as de mercado) e Nortox (uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Lupion). O deputado nega qualquer irregularidade na transação de compra do imóvel.
O deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB) é parlamentar desde 1995. Foi prefeito de Barbosa Ferraz entre os anos de 1989 e 1993. Agropecuarista e empresário, Balbinotti responde ação por falsidade ideológica e crime contra a fé pública, movida pelo Ministério Público (MP) do Mato Grosso. A Folha entrou em contato com a assessoria do parlamentar, mas não conseguiu contato. Alex Canziani (PTB) também aparece como um dos parlamentares paranaenses com dívidas na Justiça. Parlamentar desde 1999, Canziani responde inquérito por peculato e crime contra a administração pública, ao lado do deputado federal José Janene (PPB) - acusado de ser o operador do mensalão no Congresso Nacional.
Íris Simões (PTB) não aparece em pendências judiciais, mas teve o nome citado por ser o único parlamentar paranaense na ativa citado nominalmente na máfia das ambulâncias (sanguessugas). Parlamentar desde 1999, Simões é radialista. Ele receberia, segundo o empresário que denunciou como o esquema dos sanguessugas funcionava, 10% do valor das emendas apresentadas em dinheiro. O recurso era depoistado em contas de assessores. Nem Canziani, nem Simões retornaram as ligações da Folha.
O deputado federal Fernando Giacobo (PL) é parlamentar pela primeira vez. Empresário, Giacobo responde uma ação penal por falta de recolhimento de contribuição social e crime contra a ordem tributária. Em outro processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), Giacobo aparece como acusado de crime contra a pessoa, sequestro e cárcere privado. Ele também teria recebido R$ 134 mil em prêmios em oito jogos de loteria num intervalo de duas semanas. Na época, ele classificou o fato como ''sorte''. Giacobo foi procurado para falar sobre os processos, mas não foi encontrado.
O deputado federal André Zacharow (PMDB) está no primeiro mandato. Advogado, economista e professor universitário, Zacharow já trabalhou como chefe da Auditoria Geral da Itaipu Binacional e Superintendente de Compras da Itaipu entre 1985 e 1991. Ele responde inquérito por crime contra a administração pública e dispensa irregular de licitação, ao lado do ex-prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi. A Folha deixou recados no celular de Zacharow, mas ele não retornou as ligações.
André Roveda (PPS) é parlamentar desde 1999. Ele foi prefeito de União da Vitória entre 1993 e 1996. Comerciante e minerador, Roveda não responde inquéritos judiciais, mas teve nomes de assessores ligados com a máfia dos sanguessugas. Os assessores foram herdados do gabinete do ex-deputado José Carlos Martinez. Roveda, entretanto, não teve o nome citado por nenhum dos ouvidos nos depoimentos colhidos pela CPMI dos Sanguessugas.
Já o deputado Francisco Octávio Beckert (Chico da Princesa, PL) tem o nome citado em inquérito judicial por crime eleitoral e corrupção por compra de votos. Parlamentar desde 1995, Chico da Princesa é contador.
Nem ele, nem Roveda foram localizados pela Folha.

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