Diogo Mainardi - Veja
Estou aqui. Em Jacarepaguá. Rede Globo. Comendo bisnaguinhas com presunto e queijo. Quantas já comi? Seis? Sete?
Faltam duas horas para o debate eleitoral. Lula acaba de mandar uma mensagem à Rede Globo. A mensagem diz: "Não posso render-me à ação premeditada e articulada de alguns adversários que pretendiam transformar o debate desta noite em uma arena de grosserias e agressões". Foi só para isso que eu vim a Jacarepaguá. Para ver Lula na arena. Ele desistiu no último momento. Chegou a mandar sua lista de convidados. De todos eles, eu só queria ter visto sua secretária particular. A mulher de Oswaldo Bargas. Preciso parar de comer bisnaguinhas com presunto e queijo.
Entro no auditório. Quem é aquele? Gabriel Chalita? Fiz um artigo a respeito dele. Quem é aquele outro? Ricardo Noblat? Sei de uma história dele dos tempos da Propeg. Geraldo Alckmin está acenando para mim ou para a Paula? É para a Paula. Chegou o Tasso Jereissati. O irmão dele está me processando. Viu o cabelo do Alberto Goldman? Errou a tintura.
Começa o debate. Fala Cristovam Buarque. Fala Geraldo Alckmin. Fala Heloísa Helena. Réplica. Tréplica. Lula faz falta. O repórter na minha frente anota sem parar. Olho meus papéis. Só há uma anotação: Chiquinho 97626382. É o celular do motorista. No fim do primeiro bloco, telefono para o Chiquinho e volto correndo para casa.
Quero que Lula perca. Mas perder ou ganhar é igual. Se ele perder, tem de ser cassado. Se ele ganhar, tem de ser cassado. O comando da campanha eleitoral de Lula foi pego com dinheiro sujo. Quem é pego com dinheiro sujo deve ser punido. Os lulistas sabem que o Tribunal Superior Eleitoral acabará pedindo a cassação do mandato de Lula. É a lei. José Dirceu, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Berzoini e Tarso Genro já declararam que aplicar a lei contra Lula é golpe. Tarso Genro alertou para o risco de um "golpe branco", um "golpe eleitoreiro", um "golpe jurídico", um "golpe brando". Na última quinta-feira, num artigo publicado no Globo, ele chegou até mesmo a chamá-lo de "golpe legal". Se o golpe é legal, a defesa da legalidade só pode ser golpista. E a defesa da ilegalidade só pode ser democrática. Depois de legitimar o roubo, o lulismo está conseguindo legitimar o golpe de Estado. Se é assim, eu sou golpista. Um golpista sem farda. Um golpista sem tanque. Um golpista sem bala.
O golpista Mainardi se entrincheira com seus leitores. Do outro lado da barricada, o lulismo. Falta-nos apenas um comando. Um general bigodudo e truculento. O segundo mandato de Lula será melhor do que o primeiro. Pelo menos para nós, golpistas. Um fato nós já sabemos com certeza: está rolando um bocado de dinheiro sujo na campanha eleitoral. Aquele mesmo dinheiro sujo que seria usado para comprar o depoimento fraudulento dos Vedoin. Procurando um pouquinho, no segundo mandato poderemos encalacrar um petista por semana.
O golpe dará certo.
30 setembro 2006
PODCAST DO DIOGO MAINARDI
Podcasting é uma junção de iPod (aparelho que toca arquivos digitais em MP3) e broadcasting (transmissão de rádio ou tevê). Podcast, portanto, são arquivos de áudio que podem ser acessados pela internet. Estes aúdios são atualizados automaticamente mediante uma espécie de assinatura. Os arquivos podem ser ouvidos diretamente no navegador ou baixados no computador.
Ouça no site da Veja: www.veja.com.br
O Podcast do Diogo é atualizado toda 5ª feira.
Ouça no site da Veja: www.veja.com.br
O Podcast do Diogo é atualizado toda 5ª feira.
28 setembro 2006
QUAL É O SEU SONHO?
Não é aquilo que você irá fazer, mas sim aquilo que você está fazendo que realmente poderá fazer uma enorme diferença. Napoleon Hill
N unca houve uma época mais propícia para correr em busca dos seus sonhos do que a época atual. São incríveis as ferramentas que estão à sua disposição com o objetivo de ajudá-lo a concretizar os seus sonhos e, desta forma, conectá-lo com outras pessoas que compartilham e apreciam aquilo que você está fazendo. O mundo está sedento e à procura de visão e direção. A hora é propícia para sonhadores que sonham grandes sonhos; sonhos cativantes, sonhos atraentes, sonhos desafiadores. Todos nós temos um sonho. O problema é que, freqüentemente, nós os sepultamos. Nós nos tornamos incrédulos e os nossos sonhos perdem o seu fascínio e encanto porque eles não se concretizam com um toque de mágica. Compreenda que apenas ter um sonho não é o suficiente. Disciplina e compromisso são elementos absolutamente indispensáveis e insubstituíveis para a concretização de um sonho. É imperativo também se lembrar de que, se você não buscar o seu próprio sonho, você fatalmente estará investindo a sua energia, tempo e o melhor dos seus anos nos sonhos de uma outra pessoa.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Aceitai o meu ensino e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. Provérbios 8:10-11
N unca houve uma época mais propícia para correr em busca dos seus sonhos do que a época atual. São incríveis as ferramentas que estão à sua disposição com o objetivo de ajudá-lo a concretizar os seus sonhos e, desta forma, conectá-lo com outras pessoas que compartilham e apreciam aquilo que você está fazendo. O mundo está sedento e à procura de visão e direção. A hora é propícia para sonhadores que sonham grandes sonhos; sonhos cativantes, sonhos atraentes, sonhos desafiadores. Todos nós temos um sonho. O problema é que, freqüentemente, nós os sepultamos. Nós nos tornamos incrédulos e os nossos sonhos perdem o seu fascínio e encanto porque eles não se concretizam com um toque de mágica. Compreenda que apenas ter um sonho não é o suficiente. Disciplina e compromisso são elementos absolutamente indispensáveis e insubstituíveis para a concretização de um sonho. É imperativo também se lembrar de que, se você não buscar o seu próprio sonho, você fatalmente estará investindo a sua energia, tempo e o melhor dos seus anos nos sonhos de uma outra pessoa.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Aceitai o meu ensino e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. Provérbios 8:10-11
COTEMINAS
Circula na internet:
Quem disse que Vice Presidente no Brasil não faz nada?
Vejam o que o grande José de Alencar, Vice de Lula, fez à indústria têxtil brasileira.
O Exército Brasileiro fez cotação para comprar tecido camuflado, aquele usado para confeccionar os uniformes dos militares.
A cotação quem ganhou foi a Coteminas, empresa de Alencar, gerida pelo filho. Acontece que a Coteminas não produz este tipo de tecido, e para não alimentar seus concorrentes, a Coteminas importou o tecido da China e vendeu ao Exército Brasileiro. No Brasil quem produz o tal tecido é a Têxtil Renaux e a Schloesser, ambas de Brusque/SC, que poderiam perfeitamente fornecer ao nosso Exército.
Assim, quem ganhou foi a Coteminas e a China, gerando impostos e empregos para os asiáticos, e nada para o Brasil.
Quem disse que Vice Presidente no Brasil não faz nada?
Vejam o que o grande José de Alencar, Vice de Lula, fez à indústria têxtil brasileira.
O Exército Brasileiro fez cotação para comprar tecido camuflado, aquele usado para confeccionar os uniformes dos militares.
A cotação quem ganhou foi a Coteminas, empresa de Alencar, gerida pelo filho. Acontece que a Coteminas não produz este tipo de tecido, e para não alimentar seus concorrentes, a Coteminas importou o tecido da China e vendeu ao Exército Brasileiro. No Brasil quem produz o tal tecido é a Têxtil Renaux e a Schloesser, ambas de Brusque/SC, que poderiam perfeitamente fornecer ao nosso Exército.
Assim, quem ganhou foi a Coteminas e a China, gerando impostos e empregos para os asiáticos, e nada para o Brasil.
COMO SE FAZ UMA QUADRILHA *
Clovis Rossi - 22/9 - Folha de São Paulo
Oded Grajew, empresário que foi dos primeiros da espécie a aderir ao lulo-petismo, bem antes do poder, matou faz tempo a charada do apodrecimento do PT e, com ele, do governo Lula. Em depoimento para livro de duas jornalistas inglesas sobre a crise petista (a primeira), Oded lamentou que, para a cúpula partidária e para o pessoal do aparato burocrático, a política tenha se tornado 'maneira de ganhar a vida'.
Completou: 'Alcançar o poder se converte no mais importante, e, para isso, as pessoas estão dispostas a fazer concessões éticas. Em outras palavras, se desejo estar no poder, necessito dinheiro, e, se não posso conseguir os fundos legalmente, então o farei ilegalmente'.
Outro 'lulista', aliás o novo coordenador de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, por sua vez, queixou-se, no mesmo livro, de que trabalhou de graça como secretário de Relações Internacionais do PT durante dez anos, ao passo que 'um membro de uma tendência de esquerda (do PT) ganhava R$ 7,2 mil por mês', mais do que Garcia como assessor para assuntos internacionais de Lula.
São essas 'boquinhas' que fazem compradores de dossiê ou praticantes de outras delinqüências. Freud Godoy, mero segurança, usou o PT (e o governo Lula) como meio de alpinismo social, a ponto de morar em um apartamento de R$ 500 mil. Valdebran Carlos Padilha da Silva, por sua vez, mora em um condomínio de luxo em Cuiabá. José Lorenzetti, enfermeiro, virou diretor de banco federal.
Para manter as 'boquinhas', é lógico que fariam de tudo. Assim como as pessoas que assessoram, todas com cargos eletivos. Para manter o poder, fazem o diabo, contando com o acobertamento do chefe, que, mesmo quando os demite, acaricia-os depois. Foi essa cultura que gerou a 'quadrilha' antigamente chamada de Partido dos Trabalhadores.
* Este Artigo foi julgado pela Coligação do candidato Lula, como ofensivo.
O TSE deu ganho de causa à Coligação (mas, ainda cabe recurso) e determinou direito de resposta no mesmo espaço do jornal.
Sinceramente, eu não entendi o motivo da ofensa.
Oded Grajew, empresário que foi dos primeiros da espécie a aderir ao lulo-petismo, bem antes do poder, matou faz tempo a charada do apodrecimento do PT e, com ele, do governo Lula. Em depoimento para livro de duas jornalistas inglesas sobre a crise petista (a primeira), Oded lamentou que, para a cúpula partidária e para o pessoal do aparato burocrático, a política tenha se tornado 'maneira de ganhar a vida'.
Completou: 'Alcançar o poder se converte no mais importante, e, para isso, as pessoas estão dispostas a fazer concessões éticas. Em outras palavras, se desejo estar no poder, necessito dinheiro, e, se não posso conseguir os fundos legalmente, então o farei ilegalmente'.
Outro 'lulista', aliás o novo coordenador de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, por sua vez, queixou-se, no mesmo livro, de que trabalhou de graça como secretário de Relações Internacionais do PT durante dez anos, ao passo que 'um membro de uma tendência de esquerda (do PT) ganhava R$ 7,2 mil por mês', mais do que Garcia como assessor para assuntos internacionais de Lula.
São essas 'boquinhas' que fazem compradores de dossiê ou praticantes de outras delinqüências. Freud Godoy, mero segurança, usou o PT (e o governo Lula) como meio de alpinismo social, a ponto de morar em um apartamento de R$ 500 mil. Valdebran Carlos Padilha da Silva, por sua vez, mora em um condomínio de luxo em Cuiabá. José Lorenzetti, enfermeiro, virou diretor de banco federal.
Para manter as 'boquinhas', é lógico que fariam de tudo. Assim como as pessoas que assessoram, todas com cargos eletivos. Para manter o poder, fazem o diabo, contando com o acobertamento do chefe, que, mesmo quando os demite, acaricia-os depois. Foi essa cultura que gerou a 'quadrilha' antigamente chamada de Partido dos Trabalhadores.
* Este Artigo foi julgado pela Coligação do candidato Lula, como ofensivo.
O TSE deu ganho de causa à Coligação (mas, ainda cabe recurso) e determinou direito de resposta no mesmo espaço do jornal.
Sinceramente, eu não entendi o motivo da ofensa.
JOGO PESADO
Ancelmo Góis ( hoje em O Globo):
O arcebispo do Rio, Dom Eusébio Scheid, aquele que disse que Lula não é católico e sim caótico, joga pesado no campo político.
Uma fiel católica ouviu na missa de sábado em Petrópolis e domingo em Ipanema o mesmo sermão. Os padres chamaram Jandira Feghali de "assassina de crianças" pela posição a favor do aborto. Meu Deus!
O arcebispo do Rio, Dom Eusébio Scheid, aquele que disse que Lula não é católico e sim caótico, joga pesado no campo político.
Uma fiel católica ouviu na missa de sábado em Petrópolis e domingo em Ipanema o mesmo sermão. Os padres chamaram Jandira Feghali de "assassina de crianças" pela posição a favor do aborto. Meu Deus!
27 setembro 2006
COMO VOTAR?
Siga as dicas do TSE. Acesse www.tse.gov.br, clique no link ELEIÇÕES e escolha a opção SIMULAÇÃO DE VOTAÇÃO.
26 setembro 2006
ELEITOR: PRESO, SÓ EM FLAGRANTE
A partir de hoje, nenhum eleitor pode ser detido ou preso; exceto prisão em flagrante delito ou cumprimento de sentença condenatória por crime inafiançável.
Desde o dia 16, candidatos estão sob regime especial, e não podem ser presos, a não ser em caso de flagrante delito.
Em ambos os casos, a regra é suspensa 48 horas após a eleição.
No dia da votação, os mesários e fiscais de Partido também só podem ser detidos ou presos em caso de flagrante delito.
Desde o dia 16, candidatos estão sob regime especial, e não podem ser presos, a não ser em caso de flagrante delito.
Em ambos os casos, a regra é suspensa 48 horas após a eleição.
No dia da votação, os mesários e fiscais de Partido também só podem ser detidos ou presos em caso de flagrante delito.
25 setembro 2006
ISTOÉ, A MAIS VENDIDA
Diogo Mainardi - Veja desta semana
Fim de agosto. Base aérea de Congonhas. Lula se encontra com Domingo Alzugaray, dono da IstoÉ. O encontro está fora da agenda presidencial. Alzugaray se lamenta dos problemas financeiros da revista. Sabe como é: salários atrasados, contas penduradas com o fornecedor de papel e com a gráfica. Lula pergunta como pode ajudá-lo. Alzugaray sugere o pagamento imediato de uma série de encartes encomendados pela Petrobras. Valor total: 13 milhões de reais. Lula promete se interessar pelo assunto. Duas semanas depois, a IstoÉ publica a matéria de capa com os Vedoin, incriminando os opositores de Lula.
Quem relatou o encontro confidencial entre Lula e Alzugaray foi o editor da sucursal brasiliense da IstoÉ, Mino Pedrosa. E quem o relatou a mim foi o PFL. Creio que seja verdade. Creio em tudo o que contam de ruim a respeito de Lula. O que posso garantir é que a imprensa lulista funciona assim mesmo. O presidente manda. O jornalista publica. O contribuinte paga. Aborreci um monte de gente para tentar descobrir se a IstoÉ foi socorrida pela Petrobras nas últimas semanas. Ninguém soube me dizer. Os gastos em publicidade da Petrobras competem somente a ela mesma. O presidente manda. O jornalista publica. O contribuinte paga. Mas nunca fica sabendo onde foi parar o tutu. É o esquema perfeito. A IstoÉ foi acusada por seu próprio editor de ter vendido a matéria de capa com os Vedoin. Quem forneceu o dinheiro? Meu conselho é perguntar ao diretor de marketing da Petrobras, Wilson Santa Rosa. Ele é homem da CUT, como muitos dos que foram pegos em flagrante nessa trama golpista. E é amigo de José Dirceu. Sempre desconfio de quem é da CUT e amigo de José Dirceu.
Um dos principais petistas implicados na compra de matéria da IstoÉ foi Hamilton Lacerda. Ele era coordenador da campanha de Aloizio Mercadante. Foi afastado depois de admitir que negociou a entrevista com os Vedoin. O repórter Ricardo Brandt descobriu que Lacerda "atuou como intermediador de contratos da Petrobras com órgãos de imprensa". Esses fatos esclareceriam o que aconteceu desde o encontro de Lula com Domingo Alzugaray na base aérea de Congonhas até hoje. Lacerda era o responsável pela propaganda eleitoral de Mercadante. A produtora que faz a propaganda eleitoral de Mercadante é a VBC. VBC... VBC... O nome é familiar. É a mesma VBC que se meteu no escândalo do lixo de Marta Suplicy? É a mesma VBC que produziu farto material de propaganda da Petrobras, incluindo um documentário de três horas sobre o Pantanal? Sim. É a mesma VBC. Esse é o único lado bom do PT: seus enredos criminosos sempre fecham. Tanto que, nesse episódio da matéria da IstoÉ, já apareceram pessoas envolvidas com Celso Daniel, valerioduto, diretoria do Banco do Brasil, ONGs do Ministério do Trabalho, contratos de publicidade, Delúbio Soares, sanguessugas. De um jeito ou de outro, tudo se encaixa. Tudo remete a Lula e a José Dirceu.
Lula ainda pode se eleger. No segundo turno. Se ele for eleito, cedo ou tarde seu mandato será cassado. Porque sua campanha usou dinheiro ilegal. Nos últimos anos, peguei no pé dos jornalistas alinhados com o PT. Foi burrice minha. A imprensa lulista é o melhor produto nacional. Primeiro derrubou Antonio Palocci. Agora vai derrubar Lula. Alguém aí quer me comprar?
Fim de agosto. Base aérea de Congonhas. Lula se encontra com Domingo Alzugaray, dono da IstoÉ. O encontro está fora da agenda presidencial. Alzugaray se lamenta dos problemas financeiros da revista. Sabe como é: salários atrasados, contas penduradas com o fornecedor de papel e com a gráfica. Lula pergunta como pode ajudá-lo. Alzugaray sugere o pagamento imediato de uma série de encartes encomendados pela Petrobras. Valor total: 13 milhões de reais. Lula promete se interessar pelo assunto. Duas semanas depois, a IstoÉ publica a matéria de capa com os Vedoin, incriminando os opositores de Lula.
Quem relatou o encontro confidencial entre Lula e Alzugaray foi o editor da sucursal brasiliense da IstoÉ, Mino Pedrosa. E quem o relatou a mim foi o PFL. Creio que seja verdade. Creio em tudo o que contam de ruim a respeito de Lula. O que posso garantir é que a imprensa lulista funciona assim mesmo. O presidente manda. O jornalista publica. O contribuinte paga. Aborreci um monte de gente para tentar descobrir se a IstoÉ foi socorrida pela Petrobras nas últimas semanas. Ninguém soube me dizer. Os gastos em publicidade da Petrobras competem somente a ela mesma. O presidente manda. O jornalista publica. O contribuinte paga. Mas nunca fica sabendo onde foi parar o tutu. É o esquema perfeito. A IstoÉ foi acusada por seu próprio editor de ter vendido a matéria de capa com os Vedoin. Quem forneceu o dinheiro? Meu conselho é perguntar ao diretor de marketing da Petrobras, Wilson Santa Rosa. Ele é homem da CUT, como muitos dos que foram pegos em flagrante nessa trama golpista. E é amigo de José Dirceu. Sempre desconfio de quem é da CUT e amigo de José Dirceu.
Um dos principais petistas implicados na compra de matéria da IstoÉ foi Hamilton Lacerda. Ele era coordenador da campanha de Aloizio Mercadante. Foi afastado depois de admitir que negociou a entrevista com os Vedoin. O repórter Ricardo Brandt descobriu que Lacerda "atuou como intermediador de contratos da Petrobras com órgãos de imprensa". Esses fatos esclareceriam o que aconteceu desde o encontro de Lula com Domingo Alzugaray na base aérea de Congonhas até hoje. Lacerda era o responsável pela propaganda eleitoral de Mercadante. A produtora que faz a propaganda eleitoral de Mercadante é a VBC. VBC... VBC... O nome é familiar. É a mesma VBC que se meteu no escândalo do lixo de Marta Suplicy? É a mesma VBC que produziu farto material de propaganda da Petrobras, incluindo um documentário de três horas sobre o Pantanal? Sim. É a mesma VBC. Esse é o único lado bom do PT: seus enredos criminosos sempre fecham. Tanto que, nesse episódio da matéria da IstoÉ, já apareceram pessoas envolvidas com Celso Daniel, valerioduto, diretoria do Banco do Brasil, ONGs do Ministério do Trabalho, contratos de publicidade, Delúbio Soares, sanguessugas. De um jeito ou de outro, tudo se encaixa. Tudo remete a Lula e a José Dirceu.
Lula ainda pode se eleger. No segundo turno. Se ele for eleito, cedo ou tarde seu mandato será cassado. Porque sua campanha usou dinheiro ilegal. Nos últimos anos, peguei no pé dos jornalistas alinhados com o PT. Foi burrice minha. A imprensa lulista é o melhor produto nacional. Primeiro derrubou Antonio Palocci. Agora vai derrubar Lula. Alguém aí quer me comprar?
OS CINCO MAIORES DESAFIOS DE LULA
Kennedy Alencar - Folha de São Paulo
Se reeleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará uma série de desafios. Problemas não faltam. O obstáculo imediato é tentar evitar o segundo turno. Reconduzido na primeira ou na segunda fase, o petista terá de se preocupar com o "day after", como eventual crise de governabilidade.
Lula tem dito que deseja realizar um segundo mandato melhor do que o primeiro. Difícil prever se será melhor ou pior. Com certeza, será bem mais difícil do que o primeiro. Seguem os cinco principais desafios do petista:
Evitar o segundo turno
Analistas dos institutos de pesquisas dizem que dificilmente haverá segundo turno se Lula não perder votos na faixa mais pobre do eleitorado, sobretudo no Nordeste. No final de semana, duas pesquisas, Datafolha e Ibope, esquentaram ainda mais a reta final. A primeira mostrou boa chance de a fatura ser liquidada na primeira etapa. A segunda indicou que a disputa presidencial poderá ir ao segundo turno.
No levantamento do Datafolha, cujas entrevistas foram feitas na sexta (22/9), Lula teve vantagem de 8 pontos percentuais sobre a soma dos adversários. Ou seja, suficiente para se eleger com 55% dos votos válidos no primeiro turno. Já uma pesquisa Ibope, realizada de quarta a sexta, mostrou vantagem de apenas 3 pontos percentuais _52% dos votos válidos, percentual próximo à margem de erro. Ou seja, os efeitos do "Dossiê Tabajara" teriam aumentado a chance de segundo turno.
Há tensão na cúpula do governo por conta da pesquisa Ibope. Um eventual segundo turno a essa altura do campeonato equivaleria a uma derrota política. A oposição teria nova chance de tentar bater um Lula enfraquecido pela tentativa de petistas de comprar um dossiê contra o tucano José Serra, candidato ao governo paulista. No mano a mano, Lula não teria como evitar debates e polarização ainda mais acirrada com Geraldo Alckmin, candidato a presidente da aliança PSDB-PFL.
O temor de uma segunda etapa levou a campanha petista a colocar o presidente na TV para falar do escândalo do dossiê na semana passada. O petista admitiu o que não dava para esconder. E falou que não fugiria de suas "responsabilidades". Disse que pediu à Polícia Federal para esclarecer o caso. E despejou dados sobre ações da PF, sempre mostrando que ela teria agido mais na sua gestão do que no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Foi uma "vacina" contra o retorno de volumoso noticiário negativo na Rede Globo e a forte subida de tom da propaganda eleitoral da oposição.
Nos últimos discursos, Lula tem adotado retórica inflamada. No final de semana, disse que venceria no primeiro turno. Arrogância pura. E sinal de que está com medo de uma surpresa na segunda fase.
Reconstruir pontes com a oposição
Lula nunca aprovou um projeto importante no Legislativo sem apoio da oposição. A governabilidade de um segundo mandato dependerá de uma coalizão com o PMDB, mas também de alguma distensão do ambiente político em acordo com os principais "vencedores" da oposição.
Lula já estava em campo fazia tempo para tentar um entendimento com José Serra e Aécio Neves, prováveis vencedores nas eleições para o governo paulista e mineiro. O dossiêgate atrapalhou essas negociações, mas o presidente insistirá. Quer costurar com eles uma agenda mínima, que passa pelo fim da reeleição, a reforma política e medidas de austeridade fiscal.
Tais acenos para a oposição não se devem à generosidade de Lula. Uma agenda de conciliação é necessidade mesmo. Questão de sobrevivência. Fundamental para enfraquecer os setores oposicionistas que desejam transformá-lo num novo Nixon.
Imprensa, empresariado e classe média
Como nunca antes, dois brasis vão às urnas com candidatos diferentes. Os mais pobres e menos escolarizados sustentam o favoritismo de Lula. Os mais ricos e mais escolarizados preferem Alckmin.
Se não precisa da classe média, da nata do PIB e tampouco da imprensa para ganhar a eleição, será muito complicado para Lula governar em clima de confronto com esses setores.
Na campanha de TV, o presidente tentou "explicar" à classe média que o Bolsa-Família era mais do que assistencialismo social. Falou em decisões estratégicas que serão sentidas no futuro, como opção por desenvolver os chamados biocombustíveis.
Tudo para melhorar a avaliação do governo nessa faixa do eleitorado. Não colou. A intenção do presidente é tomar decisões que angariem simpatia da mídia e do empresariado. Daí retomar no segundo mandato o tema dos ajuste fiscal, melhoria do gasto público etc. Guinada chavista é apostar na crise. Portanto, descartada pelos principais auxiliares do presidente.
Transplante de alma?
Nas conversas reservadas na ultima semana, além de tremenda irritação com os petistas que se envolveram na compra do dossiê, Lula tem feito um tímido "mea culpa". Chegou a dizer que a informalidade e carinho destinados a amigos que trouxe para o governo foram confundidos com tolerância em relação a desvios. Já ouviu sugestão para fazer uma limpa no Palácio do Planalto, despachando de lá quase toda essa turma num eventual segundo governo.
Um dos principais equívocos do presidente foi se mostrar tolerante com petistas que, segunda suas palavras, "cometeram erros" e deixaram o governo.
Resta saber se Lula fará o que insinua: em entrevista na quinta-feira passada, após a eclosão do escândalo, afagou publicamente os petistas envolvidos no caso, chamando-os de "meninos". Palocci, quando caiu, foi tratado como "irmão". E o ex-tesoureiro citado como "nosso Delúbio"."
Será que Lula se submeterá a um transplante de alma?", indaga um auxiliar direto.
Expectativa de poder
O PT pós-Lula é um incógnita. Desde a redemocratização, ele foi o candidato do partido em todas as eleições presidenciais. Disputará a quinta no próximo domingo. E estará fora da cédula eleitoral em 2010.
Se não deixar claro que seu campo político tem nomes para continuar a representá-lo daqui a quatro anos, verá toda a expectativa de poder se voltar para os tucanos Serra e Aécio. O risco é Lula ganhar e, no dia seguinte, o grosso do establishment pular no colo de Serra.
Por isso, alguns auxiliares dizem que não é absurda a possibilidade de Lula apoiar Aécio em 2010.
O PT terá muita dificuldade para construir um novo candidato a presidente. A ex-prefeita Marta Suplicy encabeça a lista, mas dependerá de uma nomeação para o ministério (o que parece provável), do desempenho nessa eventual pasta e de sucesso se decidir concorrer novamente à Prefeitura de São Paulo em 2008.
O outro nome do campo de Lula é o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, que será eleito deputado federal pelo PSB do Ceará. De cara, Ciro é opção para voltar ao primeiro escalão ou concorrer à presidência da Câmara.
Mas gente graúda na cúpula do governo acha que Ciro daria um poderoso vice de Aécio numa chapa que resulte de nova reorganização partidária. Enquanto isso, um PT domado por Lula ficaria fora da chapa principal, numa espécie de quarentena.
Uma união Lula-Aécio-Ciro (PT, Minas, Nordeste) teria boa chance de se contrapor ao eixo de poder que já se forma em torno de Serra (Grande empresariado, São Paulo e mídia).
Se reeleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará uma série de desafios. Problemas não faltam. O obstáculo imediato é tentar evitar o segundo turno. Reconduzido na primeira ou na segunda fase, o petista terá de se preocupar com o "day after", como eventual crise de governabilidade.
Lula tem dito que deseja realizar um segundo mandato melhor do que o primeiro. Difícil prever se será melhor ou pior. Com certeza, será bem mais difícil do que o primeiro. Seguem os cinco principais desafios do petista:
Evitar o segundo turno
Analistas dos institutos de pesquisas dizem que dificilmente haverá segundo turno se Lula não perder votos na faixa mais pobre do eleitorado, sobretudo no Nordeste. No final de semana, duas pesquisas, Datafolha e Ibope, esquentaram ainda mais a reta final. A primeira mostrou boa chance de a fatura ser liquidada na primeira etapa. A segunda indicou que a disputa presidencial poderá ir ao segundo turno.
No levantamento do Datafolha, cujas entrevistas foram feitas na sexta (22/9), Lula teve vantagem de 8 pontos percentuais sobre a soma dos adversários. Ou seja, suficiente para se eleger com 55% dos votos válidos no primeiro turno. Já uma pesquisa Ibope, realizada de quarta a sexta, mostrou vantagem de apenas 3 pontos percentuais _52% dos votos válidos, percentual próximo à margem de erro. Ou seja, os efeitos do "Dossiê Tabajara" teriam aumentado a chance de segundo turno.
Há tensão na cúpula do governo por conta da pesquisa Ibope. Um eventual segundo turno a essa altura do campeonato equivaleria a uma derrota política. A oposição teria nova chance de tentar bater um Lula enfraquecido pela tentativa de petistas de comprar um dossiê contra o tucano José Serra, candidato ao governo paulista. No mano a mano, Lula não teria como evitar debates e polarização ainda mais acirrada com Geraldo Alckmin, candidato a presidente da aliança PSDB-PFL.
O temor de uma segunda etapa levou a campanha petista a colocar o presidente na TV para falar do escândalo do dossiê na semana passada. O petista admitiu o que não dava para esconder. E falou que não fugiria de suas "responsabilidades". Disse que pediu à Polícia Federal para esclarecer o caso. E despejou dados sobre ações da PF, sempre mostrando que ela teria agido mais na sua gestão do que no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Foi uma "vacina" contra o retorno de volumoso noticiário negativo na Rede Globo e a forte subida de tom da propaganda eleitoral da oposição.
Nos últimos discursos, Lula tem adotado retórica inflamada. No final de semana, disse que venceria no primeiro turno. Arrogância pura. E sinal de que está com medo de uma surpresa na segunda fase.
Reconstruir pontes com a oposição
Lula nunca aprovou um projeto importante no Legislativo sem apoio da oposição. A governabilidade de um segundo mandato dependerá de uma coalizão com o PMDB, mas também de alguma distensão do ambiente político em acordo com os principais "vencedores" da oposição.
Lula já estava em campo fazia tempo para tentar um entendimento com José Serra e Aécio Neves, prováveis vencedores nas eleições para o governo paulista e mineiro. O dossiêgate atrapalhou essas negociações, mas o presidente insistirá. Quer costurar com eles uma agenda mínima, que passa pelo fim da reeleição, a reforma política e medidas de austeridade fiscal.
Tais acenos para a oposição não se devem à generosidade de Lula. Uma agenda de conciliação é necessidade mesmo. Questão de sobrevivência. Fundamental para enfraquecer os setores oposicionistas que desejam transformá-lo num novo Nixon.
Imprensa, empresariado e classe média
Como nunca antes, dois brasis vão às urnas com candidatos diferentes. Os mais pobres e menos escolarizados sustentam o favoritismo de Lula. Os mais ricos e mais escolarizados preferem Alckmin.
Se não precisa da classe média, da nata do PIB e tampouco da imprensa para ganhar a eleição, será muito complicado para Lula governar em clima de confronto com esses setores.
Na campanha de TV, o presidente tentou "explicar" à classe média que o Bolsa-Família era mais do que assistencialismo social. Falou em decisões estratégicas que serão sentidas no futuro, como opção por desenvolver os chamados biocombustíveis.
Tudo para melhorar a avaliação do governo nessa faixa do eleitorado. Não colou. A intenção do presidente é tomar decisões que angariem simpatia da mídia e do empresariado. Daí retomar no segundo mandato o tema dos ajuste fiscal, melhoria do gasto público etc. Guinada chavista é apostar na crise. Portanto, descartada pelos principais auxiliares do presidente.
Transplante de alma?
Nas conversas reservadas na ultima semana, além de tremenda irritação com os petistas que se envolveram na compra do dossiê, Lula tem feito um tímido "mea culpa". Chegou a dizer que a informalidade e carinho destinados a amigos que trouxe para o governo foram confundidos com tolerância em relação a desvios. Já ouviu sugestão para fazer uma limpa no Palácio do Planalto, despachando de lá quase toda essa turma num eventual segundo governo.
Um dos principais equívocos do presidente foi se mostrar tolerante com petistas que, segunda suas palavras, "cometeram erros" e deixaram o governo.
Resta saber se Lula fará o que insinua: em entrevista na quinta-feira passada, após a eclosão do escândalo, afagou publicamente os petistas envolvidos no caso, chamando-os de "meninos". Palocci, quando caiu, foi tratado como "irmão". E o ex-tesoureiro citado como "nosso Delúbio"."
Será que Lula se submeterá a um transplante de alma?", indaga um auxiliar direto.
Expectativa de poder
O PT pós-Lula é um incógnita. Desde a redemocratização, ele foi o candidato do partido em todas as eleições presidenciais. Disputará a quinta no próximo domingo. E estará fora da cédula eleitoral em 2010.
Se não deixar claro que seu campo político tem nomes para continuar a representá-lo daqui a quatro anos, verá toda a expectativa de poder se voltar para os tucanos Serra e Aécio. O risco é Lula ganhar e, no dia seguinte, o grosso do establishment pular no colo de Serra.
Por isso, alguns auxiliares dizem que não é absurda a possibilidade de Lula apoiar Aécio em 2010.
O PT terá muita dificuldade para construir um novo candidato a presidente. A ex-prefeita Marta Suplicy encabeça a lista, mas dependerá de uma nomeação para o ministério (o que parece provável), do desempenho nessa eventual pasta e de sucesso se decidir concorrer novamente à Prefeitura de São Paulo em 2008.
O outro nome do campo de Lula é o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, que será eleito deputado federal pelo PSB do Ceará. De cara, Ciro é opção para voltar ao primeiro escalão ou concorrer à presidência da Câmara.
Mas gente graúda na cúpula do governo acha que Ciro daria um poderoso vice de Aécio numa chapa que resulte de nova reorganização partidária. Enquanto isso, um PT domado por Lula ficaria fora da chapa principal, numa espécie de quarentena.
Uma união Lula-Aécio-Ciro (PT, Minas, Nordeste) teria boa chance de se contrapor ao eixo de poder que já se forma em torno de Serra (Grande empresariado, São Paulo e mídia).
ENCOLHERAM O PRESIDENTE
Fernando Canzian - Folha de São Paulo
O Brasil de Lula apareceu mal na foto nos principais jornais europeus na semana passada. A tramóia da compra do dossiê e o grande novelo do mensalão foram puxados por quase todos os grandes diários. No britânico "Financial Times" e no espanhol "El País", o brasileiro mereceu páginas inteiras. No "International Herald Tribune", destaque no alto da página dois. O "escândalo do Watergate tropical" estava em toda parte.
Lendo o material à distância, em outra paisagem e contexto, tem-se o seguinte: um presidente latino-americano está envolvido em falcatruas. Isso parece óbvio. Todos os seus homens de confiança e velhos amigos do partido foram afastados pelos escândalos. Vários deles estão encrencados na Justiça. Os jornais registram, mas a justificativa de que Lula não sabia de nada soa inverossímil.
Mas os jornais informam que Lula não só se mantém no cargo como pode ser reeleito no primeiro turno de uma eleição que se aproxima. Pelas reportagens, aprende-se algumas coisas: que a tolerância no Brasil tem outros limites; que o Congresso também é um antro de "bloodsuckers" e "chupasangres"; e que Lula distribui dinheiro do Estado para miseráveis. Isso o torna a "prueba de bombas", como diz o "El País".
Lula já foi melhor tratado. Há pouco mais de três anos, quando assumiu a Presidência, era incensado pela imprensa internacional como representante de uma "esquerda responsável". Prometia cuidar de seus pobres e pagar as dívidas com o mercado.
No início do governo, a ambiciosa agenda da diplomacia de Lula também fez algum barulho no exterior. Usando China e Índia como par de muletas, um Brasil de pernas curtas pleiteou um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, mais poder de voto no FMI e concessões dos países ricos na atual rodada comercial da OMC. Havia ainda o enfrentamento com os EUA na Alca e a agenda latino-americana, com ambições de liderança regional.
Nada de prático aconteceu.
Há uma semana, o país foi derrotado no FMI e perdeu poder de voto em uma reforma iniciada pelo Fundo. Na ONU, ninguém parece ouvir o Brasil sobre suas ambições de poder; e os pleitos comerciais fracassaram junto com o resto das negociações da OMC.
A Alca já era, mas os EUA comeram pelas bordas vários dos "hermanos" do Brasil com acordos bilaterais. Na mesma vizinhança, Evo Morales deu um chapéu na Petrobras e a estridência de Hugo Chavez eclipsou Lula. A ex-falida Argentina deve crescer 8% este ano. O Brasil, entre 3% e 3,5%.
Nada surpreendente, apesar da retórica diplomática e das iniciativas "overdosadas". Com um PIB rastejando em relação ao crescimento mundial e dono de uma fatia de 1,5% no comércio global, era previsível que o Brasil não fosse muito longe.
O pior é o que foi feito com a expectativa do mundo em torno de Lula. Sua condição de protótipo de estadista da esquerda moderna deu lugar à de suspeito. Não se trata mais da desconfiança de um calote, mas agora de liderar uma quadrilha na velha "republica das bananas".
Mesmo para quem olha de fora, foi uma grande volta para não se chegar a lugar nenhum.
O Brasil de Lula apareceu mal na foto nos principais jornais europeus na semana passada. A tramóia da compra do dossiê e o grande novelo do mensalão foram puxados por quase todos os grandes diários. No britânico "Financial Times" e no espanhol "El País", o brasileiro mereceu páginas inteiras. No "International Herald Tribune", destaque no alto da página dois. O "escândalo do Watergate tropical" estava em toda parte.
Lendo o material à distância, em outra paisagem e contexto, tem-se o seguinte: um presidente latino-americano está envolvido em falcatruas. Isso parece óbvio. Todos os seus homens de confiança e velhos amigos do partido foram afastados pelos escândalos. Vários deles estão encrencados na Justiça. Os jornais registram, mas a justificativa de que Lula não sabia de nada soa inverossímil.
Mas os jornais informam que Lula não só se mantém no cargo como pode ser reeleito no primeiro turno de uma eleição que se aproxima. Pelas reportagens, aprende-se algumas coisas: que a tolerância no Brasil tem outros limites; que o Congresso também é um antro de "bloodsuckers" e "chupasangres"; e que Lula distribui dinheiro do Estado para miseráveis. Isso o torna a "prueba de bombas", como diz o "El País".
Lula já foi melhor tratado. Há pouco mais de três anos, quando assumiu a Presidência, era incensado pela imprensa internacional como representante de uma "esquerda responsável". Prometia cuidar de seus pobres e pagar as dívidas com o mercado.
No início do governo, a ambiciosa agenda da diplomacia de Lula também fez algum barulho no exterior. Usando China e Índia como par de muletas, um Brasil de pernas curtas pleiteou um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, mais poder de voto no FMI e concessões dos países ricos na atual rodada comercial da OMC. Havia ainda o enfrentamento com os EUA na Alca e a agenda latino-americana, com ambições de liderança regional.
Nada de prático aconteceu.
Há uma semana, o país foi derrotado no FMI e perdeu poder de voto em uma reforma iniciada pelo Fundo. Na ONU, ninguém parece ouvir o Brasil sobre suas ambições de poder; e os pleitos comerciais fracassaram junto com o resto das negociações da OMC.
A Alca já era, mas os EUA comeram pelas bordas vários dos "hermanos" do Brasil com acordos bilaterais. Na mesma vizinhança, Evo Morales deu um chapéu na Petrobras e a estridência de Hugo Chavez eclipsou Lula. A ex-falida Argentina deve crescer 8% este ano. O Brasil, entre 3% e 3,5%.
Nada surpreendente, apesar da retórica diplomática e das iniciativas "overdosadas". Com um PIB rastejando em relação ao crescimento mundial e dono de uma fatia de 1,5% no comércio global, era previsível que o Brasil não fosse muito longe.
O pior é o que foi feito com a expectativa do mundo em torno de Lula. Sua condição de protótipo de estadista da esquerda moderna deu lugar à de suspeito. Não se trata mais da desconfiança de um calote, mas agora de liderar uma quadrilha na velha "republica das bananas".
Mesmo para quem olha de fora, foi uma grande volta para não se chegar a lugar nenhum.
PIADA DE LULA
Recebi de um amigo.
É muito boa!...
Lula foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de uma comitiva.
Depois de apresentar todas as maravilhosas realizações de seu governo, disse às criancinhas que iria responder perguntas.
Uma das crianças levantou a mão e Lula perguntou:
- Qual é o seu nome, meu filho?
- Paulinho.
- E qual é a sua pergunta?
- Eu tenho três perguntas. A primeira é: onde estão os milhões de empregos prometidos na sua campanha presidencial ? A segunda é: quem matou o prefeito Celso Daniel ? E a terceira é: o senhor sabia dos escândalos do mensalão ou não?
Lula fica desnorteado, mas neste momento toca a campainha para o recreio e ele aproveita e diz que continuará a responder depois do intervalo.
Após o recreio, Lula diz:
- OK, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas. Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Lula aponta para ele.
- Pode perguntar, meu filho.
Como é seu nome?
- Joãozinho, e tenho cinco perguntas. A primeira é: onde estão os milhões de empregos prometidos na sua campanha presidencial? A segunda é: os gastos com o cartão de crédito de Dona Marisa são pagos pelo governo? A terceira é: o senhor sabia dos escândalos do mensalão ou não? A quarta é: por que o sino do recreio tocou meia hora mais cedo? E a quinta é: cadê o Paulinho ?!
É muito boa!...
Lula foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de uma comitiva.
Depois de apresentar todas as maravilhosas realizações de seu governo, disse às criancinhas que iria responder perguntas.
Uma das crianças levantou a mão e Lula perguntou:
- Qual é o seu nome, meu filho?
- Paulinho.
- E qual é a sua pergunta?
- Eu tenho três perguntas. A primeira é: onde estão os milhões de empregos prometidos na sua campanha presidencial ? A segunda é: quem matou o prefeito Celso Daniel ? E a terceira é: o senhor sabia dos escândalos do mensalão ou não?
Lula fica desnorteado, mas neste momento toca a campainha para o recreio e ele aproveita e diz que continuará a responder depois do intervalo.
Após o recreio, Lula diz:
- OK, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas. Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Lula aponta para ele.
- Pode perguntar, meu filho.
Como é seu nome?
- Joãozinho, e tenho cinco perguntas. A primeira é: onde estão os milhões de empregos prometidos na sua campanha presidencial? A segunda é: os gastos com o cartão de crédito de Dona Marisa são pagos pelo governo? A terceira é: o senhor sabia dos escândalos do mensalão ou não? A quarta é: por que o sino do recreio tocou meia hora mais cedo? E a quinta é: cadê o Paulinho ?!
22 setembro 2006
CAIO FÁBIO DIZ QUE FOI PRESSIONADO PELO PT NO CASO CAYMAN
Jornal Estado de São Paulo
Ricardo Muniz
Pastor acusado de intermediar dossiê contra tucanos em 1998 recebeu apelos de petistas para divulgar papelada Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores busca avidamente informações comprometedoras para desqualificar quem lhe é incômodo politicamente. Pelo relato do pastor evangélico Caio Fábio D'Araújo Filho, assim foi na campanha presidencial de 1998. A diferença é que naquela ocasião o PT conseguiu tirar a tempo o corpo da linha de tiro.Quem se deu mal mesmo foi Caio Fábio, acusado de intermediar o Dossiê Cayman, uma papelada que comprovaria que Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Sérgio Motta e Mário Covas mantinham centenas de milhões de dólares em um paraíso fiscal no Caribe. As investigações desqualificaram os documentos como pura armação.O reverendo alcançou na década de 1990 um status inédito: foi um líder evangélico respeitado em todo o País. Com a Fábrica de Esperança, um ambicioso projeto social em Acari, no Rio, Caio Fábio foi incensado pela mídia e se acostumou a receber visitas ilustres. FHC, por exemplo, apareceu lá em janeiro de 1995, no início do primeiro mandato. Mas todo prestígio desmanchou no ar com o escândalo do dossiê.Segundo Caio Fábio, em meados de 1998 Lula fez uma visita à Fábrica de Esperança. 'Naquele dia apareceu lá um cara que Lula conhecia há muito mais tempo do que eu e que tinha sido a pessoa que me contou a história de Cayman na Flórida. Eles se abraçaram como velhos amigos. Esse indivíduo me disse: 'Reverendo, eu não disse pro senhor que é todo mundo igual? Contei aquela história pro Lula e ele está louco atrás daquilo'. Depois o próprio Lula me abordou: 'Como você não me conta uma coisa dessas?''A partir daquele momento, líderes do PT passaram a pressioná-lo. 'Havia ligações, meia-noite, todo dia, às vezes a Bené (Benedita da Silva) estava chorando: 'Meu reverendo, pelo amor de Deus salva a gente. Sem essa história o Lulinha não vai ganhar. Nós jamais vamos conseguir. Não deixa a gente nessa, pelo amor de Deus.' Deus é minha testemunha, e as contas telefônicas também, de quem ligava pra quem. Até mesmo o José Dirceu veio ao Rio conversar comigo. A covardia foi tão grande que à medida que o tempo foi passando, e ficou patente que a papelada era uma grande operação de falsificação, eles foram transferindo tudo para as minhas costas.'Processado por calúnia por Fernando Henrique, Caio Fábio só se viu livre das acusações no ano passado - inocentado pelo depoimento de Eduardo Jorge, ex-secretário de FHC. Aos 51 anos, casado pela segunda vez, rompido com o meio evangélico e líder de uma comunidade cristã alternativa com 3 mil membros em Brasília, Caio Fábio está recomeçando. 'Minha reclusão passou da hora de acabar. Mas nada quero com temas políticos, só quero propagar a fé bíblica' , diz. 'Em 1998 eu fui deixado com uma mão na frente outra atrás por um PT que posou de ético. E é tudo mentira. O pessoal do PT é que ficou atrás de mim.
Ricardo Muniz
Pastor acusado de intermediar dossiê contra tucanos em 1998 recebeu apelos de petistas para divulgar papelada Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores busca avidamente informações comprometedoras para desqualificar quem lhe é incômodo politicamente. Pelo relato do pastor evangélico Caio Fábio D'Araújo Filho, assim foi na campanha presidencial de 1998. A diferença é que naquela ocasião o PT conseguiu tirar a tempo o corpo da linha de tiro.Quem se deu mal mesmo foi Caio Fábio, acusado de intermediar o Dossiê Cayman, uma papelada que comprovaria que Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Sérgio Motta e Mário Covas mantinham centenas de milhões de dólares em um paraíso fiscal no Caribe. As investigações desqualificaram os documentos como pura armação.O reverendo alcançou na década de 1990 um status inédito: foi um líder evangélico respeitado em todo o País. Com a Fábrica de Esperança, um ambicioso projeto social em Acari, no Rio, Caio Fábio foi incensado pela mídia e se acostumou a receber visitas ilustres. FHC, por exemplo, apareceu lá em janeiro de 1995, no início do primeiro mandato. Mas todo prestígio desmanchou no ar com o escândalo do dossiê.Segundo Caio Fábio, em meados de 1998 Lula fez uma visita à Fábrica de Esperança. 'Naquele dia apareceu lá um cara que Lula conhecia há muito mais tempo do que eu e que tinha sido a pessoa que me contou a história de Cayman na Flórida. Eles se abraçaram como velhos amigos. Esse indivíduo me disse: 'Reverendo, eu não disse pro senhor que é todo mundo igual? Contei aquela história pro Lula e ele está louco atrás daquilo'. Depois o próprio Lula me abordou: 'Como você não me conta uma coisa dessas?''A partir daquele momento, líderes do PT passaram a pressioná-lo. 'Havia ligações, meia-noite, todo dia, às vezes a Bené (Benedita da Silva) estava chorando: 'Meu reverendo, pelo amor de Deus salva a gente. Sem essa história o Lulinha não vai ganhar. Nós jamais vamos conseguir. Não deixa a gente nessa, pelo amor de Deus.' Deus é minha testemunha, e as contas telefônicas também, de quem ligava pra quem. Até mesmo o José Dirceu veio ao Rio conversar comigo. A covardia foi tão grande que à medida que o tempo foi passando, e ficou patente que a papelada era uma grande operação de falsificação, eles foram transferindo tudo para as minhas costas.'Processado por calúnia por Fernando Henrique, Caio Fábio só se viu livre das acusações no ano passado - inocentado pelo depoimento de Eduardo Jorge, ex-secretário de FHC. Aos 51 anos, casado pela segunda vez, rompido com o meio evangélico e líder de uma comunidade cristã alternativa com 3 mil membros em Brasília, Caio Fábio está recomeçando. 'Minha reclusão passou da hora de acabar. Mas nada quero com temas políticos, só quero propagar a fé bíblica' , diz. 'Em 1998 eu fui deixado com uma mão na frente outra atrás por um PT que posou de ético. E é tudo mentira. O pessoal do PT é que ficou atrás de mim.
19 setembro 2006
"SARNEY, VOLTA PARA O MARANHÃO!"
O senador José Sarney do PMDB do Amapá, está com sua reeleição ameaçada. Sua adversária, Cristina Almeida (PSB), militante do movimento negro e novata na política, tem hoje 40% das intenções de voto, contra 47% do atual senador.
Segundo o Ibope, a rejeição de Sarney é a maior entre todos os candidatos, 37%. A de Cristina é bem menor, 24%.
Para piorar a situação de Sarney, o Governador do Acre e Coordenador da campanha de Lula ( a quem o senador dedicou fidelidade total) à reeleição, Jorge Viana (PT), foi ao Amapá, há 10 dias, e declarou apoio ao Partido de Cristina.
Sarney está intensificando sua campanha agora na reta final, além de já ter visitado os 16 municípios do Estado, ele até dançou marabaixo (manifestação com raízes africanas, da comunidade de Campina Grande; que Cristina é dançarina do grupo), no horário eleitoral.
Apesar de tudo isso, Sarney mantém o velho estilo "coronel", e sua coligação é campeã em representações contra a imprensa do Estado.
Para contra-atacar, blogs do Brasil e do exterior, publicaram notas de repúdio à censura do senador e fazem a campanha "Xô Sarney", onde pedem para que ele volte para o Maranhão, sua terra natal.
Segundo o Ibope, a rejeição de Sarney é a maior entre todos os candidatos, 37%. A de Cristina é bem menor, 24%.
Para piorar a situação de Sarney, o Governador do Acre e Coordenador da campanha de Lula ( a quem o senador dedicou fidelidade total) à reeleição, Jorge Viana (PT), foi ao Amapá, há 10 dias, e declarou apoio ao Partido de Cristina.
Sarney está intensificando sua campanha agora na reta final, além de já ter visitado os 16 municípios do Estado, ele até dançou marabaixo (manifestação com raízes africanas, da comunidade de Campina Grande; que Cristina é dançarina do grupo), no horário eleitoral.
Apesar de tudo isso, Sarney mantém o velho estilo "coronel", e sua coligação é campeã em representações contra a imprensa do Estado.
Para contra-atacar, blogs do Brasil e do exterior, publicaram notas de repúdio à censura do senador e fazem a campanha "Xô Sarney", onde pedem para que ele volte para o Maranhão, sua terra natal.
LIVROS
"Como Não Ser Enganado nas Eleições", do jornalista e colunista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimenstein.
O livro foi publicado em 2002, mas o tema é mais que atual. Num conteúdo simples e objetivo, traz depoimentos, histórias e reflexões do processo eleitoral no Brasil, que dão ao leitor eleitor, uma boa base para um voto consciente e responsável.
"Políticos do Brasil,Uma Investigação Sobre o Patrimônio Declarado e a Ascensão Daqueles que Exercem o Poder", do também jornalista e colunista da Folha de São Paulo, Fernando Rodrigues, está sendo lançado hoje em São Paulo. Seu conteúdo, dispensa comentários. Super interessante.
Aproveite as dicas, e tenha uma boa leitura... Afinal, 1º de outubro está aí!
O livro foi publicado em 2002, mas o tema é mais que atual. Num conteúdo simples e objetivo, traz depoimentos, histórias e reflexões do processo eleitoral no Brasil, que dão ao leitor eleitor, uma boa base para um voto consciente e responsável.
"Políticos do Brasil,Uma Investigação Sobre o Patrimônio Declarado e a Ascensão Daqueles que Exercem o Poder", do também jornalista e colunista da Folha de São Paulo, Fernando Rodrigues, está sendo lançado hoje em São Paulo. Seu conteúdo, dispensa comentários. Super interessante.
Aproveite as dicas, e tenha uma boa leitura... Afinal, 1º de outubro está aí!
CORRE, ELEITOR!
Quem perdeu o Título de Eleitor poderá solicitar a 2ª via do documento até quinta-feira (21).
O eleitor precisa comparecer ao cartório eleitoral, com identidade e preencher um requerimento. O Título será entregue na mesma hora.
Segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral, a apresentação do Título não é obrigatória no dia da eleição, desde que o eleitor apresente um documento com foto.
O eleitor precisa comparecer ao cartório eleitoral, com identidade e preencher um requerimento. O Título será entregue na mesma hora.
Segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral, a apresentação do Título não é obrigatória no dia da eleição, desde que o eleitor apresente um documento com foto.
17 setembro 2006
E COMO VAI A SUA CORRUPISSÃO?
MILLÔR
A - Você descobre que o chefe do seu departamento está com um caso com a secretária do chefe em frente. Você:
1) Finge que não viu nada.
2) Diz à secretária em frente que também está nessa ou vai botar a boca no mundo.
3) Oferece o seu sítio ao chefe, pra ele passar o fim de semana.
4) Insinua ao chefe a perigosa hipótese de a mulher dele vir a saber (e enquanto isso põe sua promoção embaixo do nariz dele pra ele assinar).
5) Bota a boca no mundo.
B - Você acha que A Lei e a Ordem é uma mística social maravilhosa para:
1) Impor a lei e a ordem.
2) Acabar com a "grita dos descontentes".
3) Grandes oportunidades de ganhar algum por fora.
4) Dividir o bolo entre os íntimos sem ninguém de fora piar.
C - A primeira vez em que você ouviu falar do escândalo do Mensalão, você disse:
1) Isso é que é país!
2) Como é que o governo permite uma imprensa dessas?
3) Eu não compraria desse Lula nem um carro novo!
4) Vale o risco!
D - Você, encarregado da fiscalização, está presente à apresentação de contas, em dinheiro, no Instituto dos Cegos. Surpreendido com o alto volume das arrecadações, declara:
1) "Estou surpreendido com a miserabilidade dos donativos". E tenta enrustir algum.
2) Diz: "Como representante do Fisco, sou obrigado a reter 30% de tudo porque esta arrecadação é totalmente ilegal".
3) Diz: "Teria sido até uma boa arrecadação se metade das notas não fossem falsas".
4) Disfarça bem a voz e diz, entredentes: "Todos quietinhos aí, seus Homeros de uma figa. Isto é um assalto!".
E - Você se demite do cargo de maneira irrevogável por insuportáveis pressões morais e absoluta impossibilidade de compactuar com a administração. A firma, acuada, promete triplicar seu salário. Você:
1) Recusa, indignado, por pensarem que é tudo uma questão de dinheiro. Só ficará se eles derem também as três viagens anuais à Europa a que todos os diretores têm direito. E participação nos lucros.
2) Diz que, evidentemente, isso é uma prova moral de que eles estão de acordo com você.
3) Pede para pensar cinco minutos antes de dar a resposta.
4) Explica que, tendo mulher e filhos, não pode manter um pedido de demissão feito, afinal de contas, por motivos tão irrelevantes.
F - Há uma diferença fundamental entre fraudar e evitar o imposto de renda. Quando descobriu isso, você:
1) Ficou indignado com a impossibilidade de também usar isso a seu favor. Como é que se adultera um ordenado?
2) Começou a estudar furiosamente a legislação para descobrir todos os furos.
3) Nunca mais pagou um tostão de imposto (pagou só a dois fiscais).
G - Você dá uma nota de 10 pro jornaleiro velhinho da banca da esquina, e ele lhe dá 20 de troco. Você imediatamente:
1) Corrige o erro do velhinho.
2) Reclama, chateado, aproveitando a gagaíce do jornaleiro: "Pô, eu lhe dei uma nota de 100!".
3) Chega em casa e manda todos os seus filhos comprarem vários jornais.4) Bota o dinheiro no bolso e sai assobiando.
H -Você teve que fazer um trabalho na rua, não pôde almoçar, comeu um sanduíche. Você apresenta a conta na companhia:
1) Um sanduíche – 3 reais.
2) Almoço – 32 reais.
3) Almoço com o representante da A&F Ltda. –79 reais.
4) Despesas gerais – 143 reais.
Você sabe: todo homem (incluindo a mulher) tem seu preço. E alguns estão sempre em promoção. Eu, porém, esperava o dia da corrupção total, mas, se houve, nunca me atingiu. Quando meu preço era dez, ela oferecia cinco, quando era vinte, ela oferecia dez. E agora, que estabeleci meu preço em qui... deixa pra lá. Mas não cessam de me oferecer causas meritórias, oportunidades de sacrifício, salvações da Pátria ou, pura e frontalmente, a hedionda tarefa de lutar... contra a corrupção. Mas, por falar em corrupção, como anda a sua? Vendendo saúde ou humilhadamente atrofiada, como a minha? Responda com cuidado às perguntas abaixo e autoconclua: você é um corrupto total ou parcial? Conte 10 pontos para cada resposta certa (você é quem decide qual é a certa) e verifique o grau de sua corruptibilidade. Bem, se você roubar neste teste é porque sua corrupção é mesmo incorruptível.
Apesar de ser engraçado, é triste. É triste ver o Brasil ser piada sempre sobre temas que maculam sua imagem e a imagem de seu povo... É triste.
A - Você descobre que o chefe do seu departamento está com um caso com a secretária do chefe em frente. Você:
1) Finge que não viu nada.
2) Diz à secretária em frente que também está nessa ou vai botar a boca no mundo.
3) Oferece o seu sítio ao chefe, pra ele passar o fim de semana.
4) Insinua ao chefe a perigosa hipótese de a mulher dele vir a saber (e enquanto isso põe sua promoção embaixo do nariz dele pra ele assinar).
5) Bota a boca no mundo.
B - Você acha que A Lei e a Ordem é uma mística social maravilhosa para:
1) Impor a lei e a ordem.
2) Acabar com a "grita dos descontentes".
3) Grandes oportunidades de ganhar algum por fora.
4) Dividir o bolo entre os íntimos sem ninguém de fora piar.
C - A primeira vez em que você ouviu falar do escândalo do Mensalão, você disse:
1) Isso é que é país!
2) Como é que o governo permite uma imprensa dessas?
3) Eu não compraria desse Lula nem um carro novo!
4) Vale o risco!
D - Você, encarregado da fiscalização, está presente à apresentação de contas, em dinheiro, no Instituto dos Cegos. Surpreendido com o alto volume das arrecadações, declara:
1) "Estou surpreendido com a miserabilidade dos donativos". E tenta enrustir algum.
2) Diz: "Como representante do Fisco, sou obrigado a reter 30% de tudo porque esta arrecadação é totalmente ilegal".
3) Diz: "Teria sido até uma boa arrecadação se metade das notas não fossem falsas".
4) Disfarça bem a voz e diz, entredentes: "Todos quietinhos aí, seus Homeros de uma figa. Isto é um assalto!".
E - Você se demite do cargo de maneira irrevogável por insuportáveis pressões morais e absoluta impossibilidade de compactuar com a administração. A firma, acuada, promete triplicar seu salário. Você:
1) Recusa, indignado, por pensarem que é tudo uma questão de dinheiro. Só ficará se eles derem também as três viagens anuais à Europa a que todos os diretores têm direito. E participação nos lucros.
2) Diz que, evidentemente, isso é uma prova moral de que eles estão de acordo com você.
3) Pede para pensar cinco minutos antes de dar a resposta.
4) Explica que, tendo mulher e filhos, não pode manter um pedido de demissão feito, afinal de contas, por motivos tão irrelevantes.
F - Há uma diferença fundamental entre fraudar e evitar o imposto de renda. Quando descobriu isso, você:
1) Ficou indignado com a impossibilidade de também usar isso a seu favor. Como é que se adultera um ordenado?
2) Começou a estudar furiosamente a legislação para descobrir todos os furos.
3) Nunca mais pagou um tostão de imposto (pagou só a dois fiscais).
G - Você dá uma nota de 10 pro jornaleiro velhinho da banca da esquina, e ele lhe dá 20 de troco. Você imediatamente:
1) Corrige o erro do velhinho.
2) Reclama, chateado, aproveitando a gagaíce do jornaleiro: "Pô, eu lhe dei uma nota de 100!".
3) Chega em casa e manda todos os seus filhos comprarem vários jornais.4) Bota o dinheiro no bolso e sai assobiando.
H -Você teve que fazer um trabalho na rua, não pôde almoçar, comeu um sanduíche. Você apresenta a conta na companhia:
1) Um sanduíche – 3 reais.
2) Almoço – 32 reais.
3) Almoço com o representante da A&F Ltda. –79 reais.
4) Despesas gerais – 143 reais.
Você sabe: todo homem (incluindo a mulher) tem seu preço. E alguns estão sempre em promoção. Eu, porém, esperava o dia da corrupção total, mas, se houve, nunca me atingiu. Quando meu preço era dez, ela oferecia cinco, quando era vinte, ela oferecia dez. E agora, que estabeleci meu preço em qui... deixa pra lá. Mas não cessam de me oferecer causas meritórias, oportunidades de sacrifício, salvações da Pátria ou, pura e frontalmente, a hedionda tarefa de lutar... contra a corrupção. Mas, por falar em corrupção, como anda a sua? Vendendo saúde ou humilhadamente atrofiada, como a minha? Responda com cuidado às perguntas abaixo e autoconclua: você é um corrupto total ou parcial? Conte 10 pontos para cada resposta certa (você é quem decide qual é a certa) e verifique o grau de sua corruptibilidade. Bem, se você roubar neste teste é porque sua corrupção é mesmo incorruptível.
Apesar de ser engraçado, é triste. É triste ver o Brasil ser piada sempre sobre temas que maculam sua imagem e a imagem de seu povo... É triste.
LULA E A "COISA RUIM"
Demônio golpista *
Durante jantar de plutocratas a que Lula compareceu na quinta-feira, o empresário Eugênio Staub perguntou-lhe como pretendia fazer, durante um segundo mandato, as reformas que julga necessárias. "Nosso guia" respondeu: "Staub, não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é de fechar esse Congresso e fazer o que é preciso". Segundo Lula, o próximo Congresso será pior do que "esse que está aí", pois virá com Paulo Maluf e Clodovil. Expressando-se na sua língua franca, deixou mal a mãe de pelo menos 20 notáveis nacionais.
A proposta golpista do demônio que Lula carrega consigo foi contestada pelos inúmeros convidados que a ouviram.
Lula vê outro empecilho para o êxito do seu projeto: a imprensa.
Nos últimos 50 anos, o coisa-ruim rondou três presidentes: Jânio Quadros, João Goulart e Costa e Silva. Nenhum deles concluiu o mandato. (Castello Branco e Ernesto Geisel fecharam o Congresso por poucas semanas.)
Seja o que Deus quiser.
* (nota da Coluna de Élio Gaspari - Folha de São Paulo deste domingo)
Em tempo: a Presidência divulgou nota informando que é falsa tal afirmação, alegando motivação política para tal "absurdo".
Por via das dúvidas, prefiro recordar as palavras da senadora e candidata Heloísa Helena... Daí, dá um medo danado...
Só me resta pedir: pense bem no seu voto!
Durante jantar de plutocratas a que Lula compareceu na quinta-feira, o empresário Eugênio Staub perguntou-lhe como pretendia fazer, durante um segundo mandato, as reformas que julga necessárias. "Nosso guia" respondeu: "Staub, não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é de fechar esse Congresso e fazer o que é preciso". Segundo Lula, o próximo Congresso será pior do que "esse que está aí", pois virá com Paulo Maluf e Clodovil. Expressando-se na sua língua franca, deixou mal a mãe de pelo menos 20 notáveis nacionais.
A proposta golpista do demônio que Lula carrega consigo foi contestada pelos inúmeros convidados que a ouviram.
Lula vê outro empecilho para o êxito do seu projeto: a imprensa.
Nos últimos 50 anos, o coisa-ruim rondou três presidentes: Jânio Quadros, João Goulart e Costa e Silva. Nenhum deles concluiu o mandato. (Castello Branco e Ernesto Geisel fecharam o Congresso por poucas semanas.)
Seja o que Deus quiser.
* (nota da Coluna de Élio Gaspari - Folha de São Paulo deste domingo)
Em tempo: a Presidência divulgou nota informando que é falsa tal afirmação, alegando motivação política para tal "absurdo".
Por via das dúvidas, prefiro recordar as palavras da senadora e candidata Heloísa Helena... Daí, dá um medo danado...
Só me resta pedir: pense bem no seu voto!
NO DENSO NEVOEIRO
LYA LUFT *
O momento nacional nos dá a impressão aflitiva de estarmos envolvidos num denso nevoeiro, sem enxergar com clareza, por cima de um atoleiro de perplexidade no qual vamos afundando. Muitos dos que não sabem da missa a metade mas pagam o dinheiro que forra o bolso dos espertos e compra a dignidade dos desprivilegiados seguem seu cotidiano como condenados à forca da alienação. Com formadores de opinião dizendo que ética não importa, que governar ou fazer política é, afinal, coisa pouco higiênica, que partido honesto não vence eleições, mas, "se abrindo as comportas", tudo muda de figura, o jeito de fugir ao desânimo seria mudar de canal, botar fora o jornal logo depois de ler cultura e necrológio e cuidar só da própria vida; dane-se o país. Mas a gente insiste na esperança, vai ver nos jornais: "A política é um terreno pantanoso, a ética é de conveniência. Se o fim é nobre, os fins justificam os meios", afirmou um desses famosos que, só por isso, já formam opinião de muita gente. "O que eu acho inaceitável é roubar. Eu acho que o mensalão é do jogo político, não é roubo (...). Mas sanguessuga é roubo. Deveriam ser fuzilados."
Fuzilados, pode ser um exagero: sanguessugas talvez sejam absolvidos (se julgados) e dos mensaleiros ninguém fala mais. Foram liberados para se candidatar a cargos públicos, muitos estão praticamente reeleitos. Que mundo este nosso. Intelectuais de boa formação, pessoas com preparo suficiente para ser lúcidas, parecem cegas à realidade, arrastando velhas ideologias com cheiro de naftalina, que desmoronaram em outras partes mas aqui persistem. Querem nos convencer de que este país nunca esteve tão bem e até serve de modelo para o resto do mundo. Está quase perfeito em saúde pública, por exemplo, tem uma economia crescente e outras maravilhas. Quando a economia mundial não for mais tão favorável, poderemos ainda alardear isso do Brasil, um dos países que menos crescem no mundo? O casamento infeliz de corrupção com cumplicidade e a resultante crise de autoridade na vida pública (com reflexos em toda a sociedade, inclusive na família) trazem à tona a questão da moralidade. (Não estou usando, de propósito, a palavra ética: a pobre anda humilhada demais.) Não se confunda moralidade com moralismo, que é filho da hipocrisia. Moralidade faz parte da decência humana fundamental. Dispensa teorias, mas é a base de qualquer convívio e ordem social. Embora não necessariamente escrita, está contida também nas leis tão mal cumpridas do país. Todos a conhecem em seus traços mais largos, alguns a praticam.
Moralidade é compostura. É exercer autoridade externa fundamentada em autoridade moral. É fiscalizar rigorosamente o cumprimento das leis sem ser policialesco. É respeitar as regras sem ser uma alma subalterna. Moralidade pode ser difícil num país onde o desregramento impera. Exige grande coragem dizer não quando a tentação (de roubar, de enganar, ou de compactuar com tudo isso) nos assedia de todos os lados, também de cima. Num governo, é o oposto do assistencialismo, que dá alguns trocados aos despossuídos, em lugar de emprego e educação, que lhes devolveriam a dignidade. É lutar pelo bem comum, perseguindo e escancarando a verdade mesmo que contrarie grandes e vários interesses.
Mas, aqui entre nós, de momento a imoralidade tudo contamina como um vírus ativo num corpo frágil. Um conhecido autor de novelas se confessou surpreso porque os telespectadores torcem pelos personagens cafajestes, que dão ibope, e os honrados passaram a ser os "malas". Possivelmente, a inconfiabilidade de pessoas que deveriam estar nos dando apoio nos priva do estímulo para viver segundo alguns valores. Mas onde estão esses valores? Onde estão a justiça e a ordem? Que mundo estamos legando a nossos filhos e netos? Que tipo de vida estamos aceitando? A das cidades comandadas por organizações criminosas, a do campo ameaçado e assaltado, a das ruas inseguras, das casas trancadas, da cultura medíocre e das vidas desperdiçadas? Seremos todos assim, precisamos ser assim, não teremos discernimento nem força suficientes para mudar?
Se o moralismo é detestável, a moralidade nos falta: é bom levar isso muito a sério, e tratar de recuperá-la, urgentemente, talvez com o voto mais lúcido dos nossos anos de democracia – pois o preço de sermos o alegre país da malandragem consentida poderá ser alto demais.
* Lya Luft é escritora e colunista da Revista Veja. Gaúcha, autora de “O Rio do Meio”, “Perdas e Ganhos”, entre outros; no próximo mês, lança “Em Outras Palavras”, onde reúneuma seleção de suas crônicas publicadas na Veja.
Na Folha de Londrina de hoje, há uma entrevista com a escritora.
O momento nacional nos dá a impressão aflitiva de estarmos envolvidos num denso nevoeiro, sem enxergar com clareza, por cima de um atoleiro de perplexidade no qual vamos afundando. Muitos dos que não sabem da missa a metade mas pagam o dinheiro que forra o bolso dos espertos e compra a dignidade dos desprivilegiados seguem seu cotidiano como condenados à forca da alienação. Com formadores de opinião dizendo que ética não importa, que governar ou fazer política é, afinal, coisa pouco higiênica, que partido honesto não vence eleições, mas, "se abrindo as comportas", tudo muda de figura, o jeito de fugir ao desânimo seria mudar de canal, botar fora o jornal logo depois de ler cultura e necrológio e cuidar só da própria vida; dane-se o país. Mas a gente insiste na esperança, vai ver nos jornais: "A política é um terreno pantanoso, a ética é de conveniência. Se o fim é nobre, os fins justificam os meios", afirmou um desses famosos que, só por isso, já formam opinião de muita gente. "O que eu acho inaceitável é roubar. Eu acho que o mensalão é do jogo político, não é roubo (...). Mas sanguessuga é roubo. Deveriam ser fuzilados."
Fuzilados, pode ser um exagero: sanguessugas talvez sejam absolvidos (se julgados) e dos mensaleiros ninguém fala mais. Foram liberados para se candidatar a cargos públicos, muitos estão praticamente reeleitos. Que mundo este nosso. Intelectuais de boa formação, pessoas com preparo suficiente para ser lúcidas, parecem cegas à realidade, arrastando velhas ideologias com cheiro de naftalina, que desmoronaram em outras partes mas aqui persistem. Querem nos convencer de que este país nunca esteve tão bem e até serve de modelo para o resto do mundo. Está quase perfeito em saúde pública, por exemplo, tem uma economia crescente e outras maravilhas. Quando a economia mundial não for mais tão favorável, poderemos ainda alardear isso do Brasil, um dos países que menos crescem no mundo? O casamento infeliz de corrupção com cumplicidade e a resultante crise de autoridade na vida pública (com reflexos em toda a sociedade, inclusive na família) trazem à tona a questão da moralidade. (Não estou usando, de propósito, a palavra ética: a pobre anda humilhada demais.) Não se confunda moralidade com moralismo, que é filho da hipocrisia. Moralidade faz parte da decência humana fundamental. Dispensa teorias, mas é a base de qualquer convívio e ordem social. Embora não necessariamente escrita, está contida também nas leis tão mal cumpridas do país. Todos a conhecem em seus traços mais largos, alguns a praticam.
Moralidade é compostura. É exercer autoridade externa fundamentada em autoridade moral. É fiscalizar rigorosamente o cumprimento das leis sem ser policialesco. É respeitar as regras sem ser uma alma subalterna. Moralidade pode ser difícil num país onde o desregramento impera. Exige grande coragem dizer não quando a tentação (de roubar, de enganar, ou de compactuar com tudo isso) nos assedia de todos os lados, também de cima. Num governo, é o oposto do assistencialismo, que dá alguns trocados aos despossuídos, em lugar de emprego e educação, que lhes devolveriam a dignidade. É lutar pelo bem comum, perseguindo e escancarando a verdade mesmo que contrarie grandes e vários interesses.
Mas, aqui entre nós, de momento a imoralidade tudo contamina como um vírus ativo num corpo frágil. Um conhecido autor de novelas se confessou surpreso porque os telespectadores torcem pelos personagens cafajestes, que dão ibope, e os honrados passaram a ser os "malas". Possivelmente, a inconfiabilidade de pessoas que deveriam estar nos dando apoio nos priva do estímulo para viver segundo alguns valores. Mas onde estão esses valores? Onde estão a justiça e a ordem? Que mundo estamos legando a nossos filhos e netos? Que tipo de vida estamos aceitando? A das cidades comandadas por organizações criminosas, a do campo ameaçado e assaltado, a das ruas inseguras, das casas trancadas, da cultura medíocre e das vidas desperdiçadas? Seremos todos assim, precisamos ser assim, não teremos discernimento nem força suficientes para mudar?
Se o moralismo é detestável, a moralidade nos falta: é bom levar isso muito a sério, e tratar de recuperá-la, urgentemente, talvez com o voto mais lúcido dos nossos anos de democracia – pois o preço de sermos o alegre país da malandragem consentida poderá ser alto demais.
* Lya Luft é escritora e colunista da Revista Veja. Gaúcha, autora de “O Rio do Meio”, “Perdas e Ganhos”, entre outros; no próximo mês, lança “Em Outras Palavras”, onde reúneuma seleção de suas crônicas publicadas na Veja.
Na Folha de Londrina de hoje, há uma entrevista com a escritora.
SEM LULA, O MUNDO É MELHOR
DIOGO MAINARDI
Quero que Lula perca. Como quero que Lula perca, rejeito todas as pesquisas eleitorais. O procedimento é simples. Quase todo dia aparece uma pesquisa indicando sua vitória no primeiro turno. Consulto o Datafolha e o Ibope, cotejo os dados região por região, classe social por classe social, e passo a distorcer a realidade. Tiro 1 ponto porcentual de um candidato, dou 2 pontos a outro, depois amplio as margens de erro até conseguir subverter os resultados. Em minhas análises do Datafolha e do Ibope, Lula sempre perde. É um mundo melhor, o meu. Um mundo mais limpo.
O resto da imprensa é igual a mim. Todos os jornalistas interpretam as pesquisas de acordo com seus desejos e simpatias. Pouco tempo atrás, o Datafolha mostrou que Lula estava praticamente empatado com Geraldo Alckmin na camada dos eleitores com renda acima de dez salários mínimos. Elio Gaspari, eleitor de Heloísa Helena, aproveitou para pontificar: "A maldição elitista do tucanato, segundo a qual o companheiro seria reeleito pela massa dos não-informados aliada aos menos escolarizados, faz água. Vai ao brejo a idéia da reeleição, pela vontade de pobres ignorantes, de um presidente ruinoso que teve quarenta malfeitores à sua volta". Quatro dias depois, o Datafolha voltou atrás, mudando radicalmente seu prognóstico. Naquela camada dos eleitores mais ricos, o empate técnico se transformou numa extraordinária vantagem de 27 pontos para Geraldo Alckmin. O discurso de Elio Gaspari foi para o brejo. Vingou a idéia de que Lula é um presidente ruinoso com quarenta malfeitores à sua volta, e que só é votado por uma massa de pobres ignorantes.
Os pobres ignorantes são o principal tema de disputa entre os analistas de pesquisas eleitorais. Em particular, os pobres ignorantes do Nordeste. Os lulistas acreditam que os pobres do Nordeste são tão ignorantes, mas tão ignorantes, que vão acabar votando em Lula, apesar dos quarenta malfeitores. Os tucanos discordam. Eles acreditam que os pobres do Nordeste podem até declarar voto em Lula nas pesquisas eleitorais, mas são tão ignorantes, tão ignorantes, que vão apertar o botão errado na hora de votar, anulando suas escolhas. Sempre que Lula ultrapassa a barreira dos 50 pontos, sou obrigado a apelar para esse argumento.
José Dirceu, um dos quarenta malfeitores citados por Elio Gaspari, comparou nossa imprensa aos militares golpistas de 1964. Não dá para entender José Dirceu. O triunfo eleitoral de Lula demonstra claramente que a imprensa é inofensiva. Quando ela tenta reagir, basta comprá-la. O Brasil não é dominado por uma elite má. Essa elite má só existe para gente como José Dirceu e Elio Gaspari. O Brasil é dominado por uma massa de pobres ignorantes. Eles estão decidindo por nós. E estão decidindo muito mal. Isso se não confundirem os algarismos e apertarem os botões errados.
Quero que Lula perca. Como quero que Lula perca, rejeito todas as pesquisas eleitorais. O procedimento é simples. Quase todo dia aparece uma pesquisa indicando sua vitória no primeiro turno. Consulto o Datafolha e o Ibope, cotejo os dados região por região, classe social por classe social, e passo a distorcer a realidade. Tiro 1 ponto porcentual de um candidato, dou 2 pontos a outro, depois amplio as margens de erro até conseguir subverter os resultados. Em minhas análises do Datafolha e do Ibope, Lula sempre perde. É um mundo melhor, o meu. Um mundo mais limpo.
O resto da imprensa é igual a mim. Todos os jornalistas interpretam as pesquisas de acordo com seus desejos e simpatias. Pouco tempo atrás, o Datafolha mostrou que Lula estava praticamente empatado com Geraldo Alckmin na camada dos eleitores com renda acima de dez salários mínimos. Elio Gaspari, eleitor de Heloísa Helena, aproveitou para pontificar: "A maldição elitista do tucanato, segundo a qual o companheiro seria reeleito pela massa dos não-informados aliada aos menos escolarizados, faz água. Vai ao brejo a idéia da reeleição, pela vontade de pobres ignorantes, de um presidente ruinoso que teve quarenta malfeitores à sua volta". Quatro dias depois, o Datafolha voltou atrás, mudando radicalmente seu prognóstico. Naquela camada dos eleitores mais ricos, o empate técnico se transformou numa extraordinária vantagem de 27 pontos para Geraldo Alckmin. O discurso de Elio Gaspari foi para o brejo. Vingou a idéia de que Lula é um presidente ruinoso com quarenta malfeitores à sua volta, e que só é votado por uma massa de pobres ignorantes.
Os pobres ignorantes são o principal tema de disputa entre os analistas de pesquisas eleitorais. Em particular, os pobres ignorantes do Nordeste. Os lulistas acreditam que os pobres do Nordeste são tão ignorantes, mas tão ignorantes, que vão acabar votando em Lula, apesar dos quarenta malfeitores. Os tucanos discordam. Eles acreditam que os pobres do Nordeste podem até declarar voto em Lula nas pesquisas eleitorais, mas são tão ignorantes, tão ignorantes, que vão apertar o botão errado na hora de votar, anulando suas escolhas. Sempre que Lula ultrapassa a barreira dos 50 pontos, sou obrigado a apelar para esse argumento.
José Dirceu, um dos quarenta malfeitores citados por Elio Gaspari, comparou nossa imprensa aos militares golpistas de 1964. Não dá para entender José Dirceu. O triunfo eleitoral de Lula demonstra claramente que a imprensa é inofensiva. Quando ela tenta reagir, basta comprá-la. O Brasil não é dominado por uma elite má. Essa elite má só existe para gente como José Dirceu e Elio Gaspari. O Brasil é dominado por uma massa de pobres ignorantes. Eles estão decidindo por nós. E estão decidindo muito mal. Isso se não confundirem os algarismos e apertarem os botões errados.
12 setembro 2006
CORREÇÃO
Erramos. O site da ONG Transparência Brasil é: www.transparencia.org.br .
Faça sua consulta.
Faça sua consulta.
10 setembro 2006
DEPUTADOS
Abaixo, matéria da Folha de Londrina, deste domingo.
O site citado é o da ONG Transparência Brasil: www.transparenciabrasil.org.br .
Você também pode acessar e consultar o nome do seu candidato.
Outros políticos são citados em site
Falsidade ideológica, crime contra a fé pública, envolvimento com esquema dos sanguessugas estão entre as motivações dos processos
Curitiba - O deputado federal Abelardo Lupion (PFL) está no cargo desde 1991. Agropecuarista e empresário, Lupion foi um dos fundadores da União Democrática Ruralista (UDR) no Paraná. O parlamentar também não responde processos judiciais, mas aparece como tendo sido autor de uma proposta para liberação e comercialização de defensivo agrícola para soja transgênica, produzido exclusivamente pelas empresas Monsanto (que teria vendido uma fazenda ao deputado em condições mais vantajosas que as de mercado) e Nortox (uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Lupion). O deputado nega qualquer irregularidade na transação de compra do imóvel.
O deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB) é parlamentar desde 1995. Foi prefeito de Barbosa Ferraz entre os anos de 1989 e 1993. Agropecuarista e empresário, Balbinotti responde ação por falsidade ideológica e crime contra a fé pública, movida pelo Ministério Público (MP) do Mato Grosso. A Folha entrou em contato com a assessoria do parlamentar, mas não conseguiu contato. Alex Canziani (PTB) também aparece como um dos parlamentares paranaenses com dívidas na Justiça. Parlamentar desde 1999, Canziani responde inquérito por peculato e crime contra a administração pública, ao lado do deputado federal José Janene (PPB) - acusado de ser o operador do mensalão no Congresso Nacional.
Íris Simões (PTB) não aparece em pendências judiciais, mas teve o nome citado por ser o único parlamentar paranaense na ativa citado nominalmente na máfia das ambulâncias (sanguessugas). Parlamentar desde 1999, Simões é radialista. Ele receberia, segundo o empresário que denunciou como o esquema dos sanguessugas funcionava, 10% do valor das emendas apresentadas em dinheiro. O recurso era depoistado em contas de assessores. Nem Canziani, nem Simões retornaram as ligações da Folha.
O deputado federal Fernando Giacobo (PL) é parlamentar pela primeira vez. Empresário, Giacobo responde uma ação penal por falta de recolhimento de contribuição social e crime contra a ordem tributária. Em outro processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), Giacobo aparece como acusado de crime contra a pessoa, sequestro e cárcere privado. Ele também teria recebido R$ 134 mil em prêmios em oito jogos de loteria num intervalo de duas semanas. Na época, ele classificou o fato como ''sorte''. Giacobo foi procurado para falar sobre os processos, mas não foi encontrado.
O deputado federal André Zacharow (PMDB) está no primeiro mandato. Advogado, economista e professor universitário, Zacharow já trabalhou como chefe da Auditoria Geral da Itaipu Binacional e Superintendente de Compras da Itaipu entre 1985 e 1991. Ele responde inquérito por crime contra a administração pública e dispensa irregular de licitação, ao lado do ex-prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi. A Folha deixou recados no celular de Zacharow, mas ele não retornou as ligações.
André Roveda (PPS) é parlamentar desde 1999. Ele foi prefeito de União da Vitória entre 1993 e 1996. Comerciante e minerador, Roveda não responde inquéritos judiciais, mas teve nomes de assessores ligados com a máfia dos sanguessugas. Os assessores foram herdados do gabinete do ex-deputado José Carlos Martinez. Roveda, entretanto, não teve o nome citado por nenhum dos ouvidos nos depoimentos colhidos pela CPMI dos Sanguessugas.
Já o deputado Francisco Octávio Beckert (Chico da Princesa, PL) tem o nome citado em inquérito judicial por crime eleitoral e corrupção por compra de votos. Parlamentar desde 1995, Chico da Princesa é contador.
Nem ele, nem Roveda foram localizados pela Folha.
O site citado é o da ONG Transparência Brasil: www.transparenciabrasil.org.br .
Você também pode acessar e consultar o nome do seu candidato.
Outros políticos são citados em site
Falsidade ideológica, crime contra a fé pública, envolvimento com esquema dos sanguessugas estão entre as motivações dos processos
Curitiba - O deputado federal Abelardo Lupion (PFL) está no cargo desde 1991. Agropecuarista e empresário, Lupion foi um dos fundadores da União Democrática Ruralista (UDR) no Paraná. O parlamentar também não responde processos judiciais, mas aparece como tendo sido autor de uma proposta para liberação e comercialização de defensivo agrícola para soja transgênica, produzido exclusivamente pelas empresas Monsanto (que teria vendido uma fazenda ao deputado em condições mais vantajosas que as de mercado) e Nortox (uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Lupion). O deputado nega qualquer irregularidade na transação de compra do imóvel.
O deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB) é parlamentar desde 1995. Foi prefeito de Barbosa Ferraz entre os anos de 1989 e 1993. Agropecuarista e empresário, Balbinotti responde ação por falsidade ideológica e crime contra a fé pública, movida pelo Ministério Público (MP) do Mato Grosso. A Folha entrou em contato com a assessoria do parlamentar, mas não conseguiu contato. Alex Canziani (PTB) também aparece como um dos parlamentares paranaenses com dívidas na Justiça. Parlamentar desde 1999, Canziani responde inquérito por peculato e crime contra a administração pública, ao lado do deputado federal José Janene (PPB) - acusado de ser o operador do mensalão no Congresso Nacional.
Íris Simões (PTB) não aparece em pendências judiciais, mas teve o nome citado por ser o único parlamentar paranaense na ativa citado nominalmente na máfia das ambulâncias (sanguessugas). Parlamentar desde 1999, Simões é radialista. Ele receberia, segundo o empresário que denunciou como o esquema dos sanguessugas funcionava, 10% do valor das emendas apresentadas em dinheiro. O recurso era depoistado em contas de assessores. Nem Canziani, nem Simões retornaram as ligações da Folha.
O deputado federal Fernando Giacobo (PL) é parlamentar pela primeira vez. Empresário, Giacobo responde uma ação penal por falta de recolhimento de contribuição social e crime contra a ordem tributária. Em outro processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), Giacobo aparece como acusado de crime contra a pessoa, sequestro e cárcere privado. Ele também teria recebido R$ 134 mil em prêmios em oito jogos de loteria num intervalo de duas semanas. Na época, ele classificou o fato como ''sorte''. Giacobo foi procurado para falar sobre os processos, mas não foi encontrado.
O deputado federal André Zacharow (PMDB) está no primeiro mandato. Advogado, economista e professor universitário, Zacharow já trabalhou como chefe da Auditoria Geral da Itaipu Binacional e Superintendente de Compras da Itaipu entre 1985 e 1991. Ele responde inquérito por crime contra a administração pública e dispensa irregular de licitação, ao lado do ex-prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi. A Folha deixou recados no celular de Zacharow, mas ele não retornou as ligações.
André Roveda (PPS) é parlamentar desde 1999. Ele foi prefeito de União da Vitória entre 1993 e 1996. Comerciante e minerador, Roveda não responde inquéritos judiciais, mas teve nomes de assessores ligados com a máfia dos sanguessugas. Os assessores foram herdados do gabinete do ex-deputado José Carlos Martinez. Roveda, entretanto, não teve o nome citado por nenhum dos ouvidos nos depoimentos colhidos pela CPMI dos Sanguessugas.
Já o deputado Francisco Octávio Beckert (Chico da Princesa, PL) tem o nome citado em inquérito judicial por crime eleitoral e corrupção por compra de votos. Parlamentar desde 1995, Chico da Princesa é contador.
Nem ele, nem Roveda foram localizados pela Folha.
PODEM ATIRAR. UI! AI! *
Eu não era o Oráculo de Ipanema? Como pude errar tanto assim? Em novembro de 2004, vaticinei que Geraldo Alckmin seria eleito presidente no lugar de Lula. Cito-me:
Lula vai perder em 2006 porque o PT será identificado como o partido que desvia verbas para financiar campanhas eleitorais. Que persegue a imprensa. Que segue a tradição coronelista de distribuir esmolas em troca de votos. Que compra o apoio de outros partidos com malas cheias de dinheiro. Que se alia desavergonhadamente a políticos que sempre combateu. Que dá carta branca a seu tesoureiro em reuniões ministeriais. Que protege os amigos do presidente.
Repito: novembro de 2004. Muito antes do mensalão. Muito antes de Roberto Jefferson. Na ocasião, ninguém acreditou em minha profecia. O que se sabe agora é que não era mesmo para acreditar. Lula está lá na frente. Geraldo Alckmin está lá atrás. O Oráculo de Ipanema revelou-se uma fraude. Mais um charlatão tentando se aproveitar da credulidade popular. No ano passado, quando Lula parecia morto, cobri-me de glória. Os devotos vinham depositar oferendas na porta de casa. O tempo passou e o falso profeta foi desmascarado. Chegou a hora das pedradas. Podem atirar. Eu fico parado. Ui! Ai!
O segundo mandato de Lula será uma chatice. Já estou me preparando para o pior. Os lulistas querem comprar a imprensa. É o método deles. Compram tudo. Compram jornalistas, compram deputados, compram nordestinos pobres. Quem não quiser o dinheiro deles terá de se arranjar. No caso da imprensa, o ataque será indireto, por meio dos tribunais. Nesse ponto, sou uma espécie de cobaia dos lulistas. Nos últimos anos, eles apresentaram um monte de denúncias contra mim. Perdi a conta de quantas elas são. Mais de 100. A mais extravagante de todas é a dos acreanos. Meses atrás, no Manhattan Connection, comentando a frase de Evo Morales de que a Bolívia havia cedido o Acre em troca de um cavalo, respondi ironicamente que aceitaria o cavalo de volta. Uma deputada federal do PCdoB, Perpétua Almeida, mandou os funcionários de seu gabinete recolher assinaturas de acreanos dispostos a me processar. Oitenta e tantos apareceram. O resultado é que tenho oitenta e tantos processos individuais num tribunal do Acre. É como se os moradores de Pelotas processassem Lula por seu comentário ofensivo sobre a cidade. Processem-no, pelotenses.
Muita gente me considera a versão barata de Paulo Francis. Ele enfrentou um processo de 100 milhões de dólares da Petrobras. Eu enfrento processos de 7 000 reais de oitenta e tantos acreanos. Perpétua Almeida é minha Petrobras. Dei uma olhada nos projetos de lei de sua autoria. Um deles obriga todos os órgãos federais a comprar e a expor obras de artistas nacionais. Outro estende a Voz do Brasil para a televisão. Eu sou a versão barata de Paulo Francis. O lulismo é a versão barata do que a gente queria para o país.
Diogo Mainardi, na Veja desta semana
Lula vai perder em 2006 porque o PT será identificado como o partido que desvia verbas para financiar campanhas eleitorais. Que persegue a imprensa. Que segue a tradição coronelista de distribuir esmolas em troca de votos. Que compra o apoio de outros partidos com malas cheias de dinheiro. Que se alia desavergonhadamente a políticos que sempre combateu. Que dá carta branca a seu tesoureiro em reuniões ministeriais. Que protege os amigos do presidente.
Repito: novembro de 2004. Muito antes do mensalão. Muito antes de Roberto Jefferson. Na ocasião, ninguém acreditou em minha profecia. O que se sabe agora é que não era mesmo para acreditar. Lula está lá na frente. Geraldo Alckmin está lá atrás. O Oráculo de Ipanema revelou-se uma fraude. Mais um charlatão tentando se aproveitar da credulidade popular. No ano passado, quando Lula parecia morto, cobri-me de glória. Os devotos vinham depositar oferendas na porta de casa. O tempo passou e o falso profeta foi desmascarado. Chegou a hora das pedradas. Podem atirar. Eu fico parado. Ui! Ai!
O segundo mandato de Lula será uma chatice. Já estou me preparando para o pior. Os lulistas querem comprar a imprensa. É o método deles. Compram tudo. Compram jornalistas, compram deputados, compram nordestinos pobres. Quem não quiser o dinheiro deles terá de se arranjar. No caso da imprensa, o ataque será indireto, por meio dos tribunais. Nesse ponto, sou uma espécie de cobaia dos lulistas. Nos últimos anos, eles apresentaram um monte de denúncias contra mim. Perdi a conta de quantas elas são. Mais de 100. A mais extravagante de todas é a dos acreanos. Meses atrás, no Manhattan Connection, comentando a frase de Evo Morales de que a Bolívia havia cedido o Acre em troca de um cavalo, respondi ironicamente que aceitaria o cavalo de volta. Uma deputada federal do PCdoB, Perpétua Almeida, mandou os funcionários de seu gabinete recolher assinaturas de acreanos dispostos a me processar. Oitenta e tantos apareceram. O resultado é que tenho oitenta e tantos processos individuais num tribunal do Acre. É como se os moradores de Pelotas processassem Lula por seu comentário ofensivo sobre a cidade. Processem-no, pelotenses.
Muita gente me considera a versão barata de Paulo Francis. Ele enfrentou um processo de 100 milhões de dólares da Petrobras. Eu enfrento processos de 7 000 reais de oitenta e tantos acreanos. Perpétua Almeida é minha Petrobras. Dei uma olhada nos projetos de lei de sua autoria. Um deles obriga todos os órgãos federais a comprar e a expor obras de artistas nacionais. Outro estende a Voz do Brasil para a televisão. Eu sou a versão barata de Paulo Francis. O lulismo é a versão barata do que a gente queria para o país.
Diogo Mainardi, na Veja desta semana
FAFÁ E SUA FILOSOFIA
A cantora Fafá de Belém, está escrevendo um livro, que deverá publicar no começo do próximo ano.
Em "Sem Anos de Solidão" (nome escolhido por Millôr Fernandes), ela conta suas mágoas com o PMDB, fala das desavenças com a esquerda na época das Diretas, entre outras coisas.
Fafá cresceu ouvindo falar de política; participou ativamente das Diretas, emocionando quando cantava o Hino Nacional, e conviveu com uma variedade de políticos.
Em entrevista, ela disse: "Os jovens estão desacreditados pela maior esperança que encontraram pela frente. Apostou-se no PT, numa postura que o partido foi incorporando, de vestal, da santa no bordel: 'estamos aqui, mas isso jamais nos contaminará'. E o que se provou é que não."
Atualmente, Fafá mora em Portugal, e o livro será um resgate de sua história na política brasileira, em especial, na campanha das Diretas.
Em "Sem Anos de Solidão" (nome escolhido por Millôr Fernandes), ela conta suas mágoas com o PMDB, fala das desavenças com a esquerda na época das Diretas, entre outras coisas.
Fafá cresceu ouvindo falar de política; participou ativamente das Diretas, emocionando quando cantava o Hino Nacional, e conviveu com uma variedade de políticos.
Em entrevista, ela disse: "Os jovens estão desacreditados pela maior esperança que encontraram pela frente. Apostou-se no PT, numa postura que o partido foi incorporando, de vestal, da santa no bordel: 'estamos aqui, mas isso jamais nos contaminará'. E o que se provou é que não."
Atualmente, Fafá mora em Portugal, e o livro será um resgate de sua história na política brasileira, em especial, na campanha das Diretas.
E VIVA A REELEIÇÃO
O deputado estadual José Lacerda Neto do PFL da Paraíba, está em seu 11º mandato. É recordista absoluto.
No Brasil, há 1.059 deputados estaduais, destes, 1.002 irão concorrer à reeleição ou a algum outro cargo eletivo neste ano, ou seja, 95%.
Atualmente, 574 (54% do total) estão pelo menos no segundo mandato. Há 264 deputados na segunda legislatura, 150 na terceira, 105 na quarta, 33 na quinta, 15 na sexta e 6 na sétima.
A região Sul é a que tem o maior número de deputados com no mínimo duas legislaturas: 59% (88 de 149). Nos três Estados, dos 149 deputados, só 9 não concorrem nesta eleição.
A Assembléia do Paraná e a de Alagoas são as campeãs em deputados veteranos: 63% do total. Já a Assembléia do Espírito Santo é a que tem mais novatos: só 33% cumprem mais de uma legislatura.
No Brasil, há 1.059 deputados estaduais, destes, 1.002 irão concorrer à reeleição ou a algum outro cargo eletivo neste ano, ou seja, 95%.
Atualmente, 574 (54% do total) estão pelo menos no segundo mandato. Há 264 deputados na segunda legislatura, 150 na terceira, 105 na quarta, 33 na quinta, 15 na sexta e 6 na sétima.
A região Sul é a que tem o maior número de deputados com no mínimo duas legislaturas: 59% (88 de 149). Nos três Estados, dos 149 deputados, só 9 não concorrem nesta eleição.
A Assembléia do Paraná e a de Alagoas são as campeãs em deputados veteranos: 63% do total. Já a Assembléia do Espírito Santo é a que tem mais novatos: só 33% cumprem mais de uma legislatura.
A VALENTE HELOÍSA HELENA
Até agora estou estarrecido com as palavras da senadora e candidata à presidência, Heloísa Helena (PSOL), que disse que o PT é uma organização criminosa, capaz de roubar, matar, caluniar, liquidar qualquer um que passe pela frente ameaçando seu projeto de poder, e que Lula é o gângster desta organização criminosa. E completou dizendo que há alguns poucos honestos lá dentro.
Ufa!...
Ela deve saber do que fala. Afinal, foi petista, conhece as entranhas deste Partido, assim como seus dirigentes.
Temos que pensar... pensar muito.
Ufa!...
Ela deve saber do que fala. Afinal, foi petista, conhece as entranhas deste Partido, assim como seus dirigentes.
Temos que pensar... pensar muito.
08 setembro 2006
CARTA DO PSDB
Abaixo, trecho da carta endereçada aos eleitores do PSDB, assinada pelo ex presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Nosso candidato à Presidência tem as mãos limpas. Tem história de seriedade. Por que não bradar isso com força ? Por que não fazer o contraponto com o outro lado. Nada a temer nem a esconder. Geraldo Alckmim pode dizer o que Lula não pode porque sua história não passa por acusações de suborno a prefeituras. Ele não tem que explicar, como Lula, por que tendo tanto dinheiro vivo (e quanto!), não paga dívidas. Por que ora diz nunca ter ouvido falar de sua dívida no partido, ora que a discutiu, mas não a reconhece. Enfim: faltam condições morais a um e sobram a outro. Essa é a diferença. E este é o ponto de partida para recuperar o reconhecimento público do valor da política. Sem que haja uma diferença entre bons e maus, a geléia geral predomina e elegeremos de cambulhada um Congresso no qual os sanguessugas e mensaleiros derrotados serão substituídos por outros prestes a reviver a mesma história."
Leia a carta na íntegra: www.psdb.org.br . Vale a pena. É muito interessante!
"Nosso candidato à Presidência tem as mãos limpas. Tem história de seriedade. Por que não bradar isso com força ? Por que não fazer o contraponto com o outro lado. Nada a temer nem a esconder. Geraldo Alckmim pode dizer o que Lula não pode porque sua história não passa por acusações de suborno a prefeituras. Ele não tem que explicar, como Lula, por que tendo tanto dinheiro vivo (e quanto!), não paga dívidas. Por que ora diz nunca ter ouvido falar de sua dívida no partido, ora que a discutiu, mas não a reconhece. Enfim: faltam condições morais a um e sobram a outro. Essa é a diferença. E este é o ponto de partida para recuperar o reconhecimento público do valor da política. Sem que haja uma diferença entre bons e maus, a geléia geral predomina e elegeremos de cambulhada um Congresso no qual os sanguessugas e mensaleiros derrotados serão substituídos por outros prestes a reviver a mesma história."
Leia a carta na íntegra: www.psdb.org.br . Vale a pena. É muito interessante!
QUAL É O SEU CAMINHO?
Quando somos motivados por alvos cheios de significação; por sonhos que necessitam serem realizados; por puro amor que necessita ser expresso, então verdadeiramente estaremos vivendo. Greg Anderson
Onde você está hoje tem pouca importância quando comparado com o lugar para o qual você está se dirigindo. Não importa quão para baixo ou quão desencorajado você possa se encontrar, apesar de tudo isso você pode dar a volta e se posicionar para uma nova direção. Você não pode instantaneamente subir ao topo de uma realização, mas pode imediatamente iniciar a caminhada rumo a uma nova proposta de vida. Para onde você está se dirigindo nesse momento? Você está se movendo consistentemente em direção a um importante alvo? O que você está fazendo hoje com o objetivo de levá-lo para tal direção? As coisas que você está fazendo tem-lhe dirigido para onde você deseja estar? Se não, qual a razão para continuar fazendo a mesma coisa? Você realmente crê que é possível chegar a algum lugar caminhando para mais e mais distante desse lugar? Impossível! Deixe que Deus dirija os seus passos. Dê ao Senhor o controle daquilo que a Ele realmente pertence. As Suas Mãos estão estendidas, mas Ele é um cavalheiro e não irá interferir até que você, doce e suavemente, se entregue Àquele que conhece como ninguém cada segundo da sua existência. Não gaste nem mais um dia sequer se distanciando dos seus alvos, porque para cada dia perdido serão necessários pelos menos mais dois para recuperá-los.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Provérbios 3:4-5
Onde você está hoje tem pouca importância quando comparado com o lugar para o qual você está se dirigindo. Não importa quão para baixo ou quão desencorajado você possa se encontrar, apesar de tudo isso você pode dar a volta e se posicionar para uma nova direção. Você não pode instantaneamente subir ao topo de uma realização, mas pode imediatamente iniciar a caminhada rumo a uma nova proposta de vida. Para onde você está se dirigindo nesse momento? Você está se movendo consistentemente em direção a um importante alvo? O que você está fazendo hoje com o objetivo de levá-lo para tal direção? As coisas que você está fazendo tem-lhe dirigido para onde você deseja estar? Se não, qual a razão para continuar fazendo a mesma coisa? Você realmente crê que é possível chegar a algum lugar caminhando para mais e mais distante desse lugar? Impossível! Deixe que Deus dirija os seus passos. Dê ao Senhor o controle daquilo que a Ele realmente pertence. As Suas Mãos estão estendidas, mas Ele é um cavalheiro e não irá interferir até que você, doce e suavemente, se entregue Àquele que conhece como ninguém cada segundo da sua existência. Não gaste nem mais um dia sequer se distanciando dos seus alvos, porque para cada dia perdido serão necessários pelos menos mais dois para recuperá-los.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Provérbios 3:4-5
04 setembro 2006
1º DE OUTUBRO
No Rio de Janeiro, Lula trocou o candidato petista Vladimir Palmeira pelo bispo senador Marcelo Crivela na corrida ao governo do Estado. E essa troca está abrindo as portas da Igreja Universal para Lula, que antes, era visto como "a coisa ruim".
Em correspondência enviada aos evangélicos Lula diz: "sei que o povo evangélico tem fortes princípios e valores éticos"; agradece "por ter tido a honra de servir às igrejas", e finaliza com a esperança de contar com as "orações" dos evangélicos para se reeleger.
Para pensar:
O que são princípios e valores éticos?
Demos a resposta em 1º de outubro.
Em correspondência enviada aos evangélicos Lula diz: "sei que o povo evangélico tem fortes princípios e valores éticos"; agradece "por ter tido a honra de servir às igrejas", e finaliza com a esperança de contar com as "orações" dos evangélicos para se reeleger.
Para pensar:
O que são princípios e valores éticos?
Demos a resposta em 1º de outubro.
ATAQUE VIRTUAL AO PT
Nesta segunda-feira, o site do PT foi novamente atacado por hackers; pela segunda vez, o portal petista é tirado do ar.
Ontem, a página do PT de São Paulo foi invadida, e incluída a mensagem: "Não vote em corruptos, vote 45."
Ontem, a página do PT de São Paulo foi invadida, e incluída a mensagem: "Não vote em corruptos, vote 45."
UMAS E OUTRAS DA WEB
1. Mudou o apelido do avião do Lula. Agora é Arca de Noé: "Só entram os sobreviventes do Delúbio." (...)
2. "Pensando bem......qualquer dia até os papagaios no Brasil vão falar "corruptaco, corruptaco." (Cláudio Humberto)
3. "Bons tempos aqueles em que os Três Poderes eram o Exército, a Marinha e a Aeronáutica." (Millor)
4. "O sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico."
(Fernando Gabeira)
5. "Há malas que vêm para o bem." (José Ingenoíno)
6. Um dos primeiros Presidentes do Brasil foi o Prudente de Morais, daí prá frente tivemos um monte de Presidentes... imprudentes e imorais. (...)
7. O Lula e o PT estão tentando cruzar cabra com periscópio, para ver se acham um bode expiatório. (...)
8. Não confunda "militante do PT" com "mil e tanto pro PT." (...)
9. Antes era o PC Farias. Agora é o PT Faria. Faria as reformas, faria a distribuição de renda, faria um governo honesto. (...)
10. A única diferença entre o político e o ladrão é que o primeiro, a gente escolhe e o segundo, escolhe a gente. (...)
11. O canto lírico de Roberto Jefferson não tem dó. Só tem réu maior!!! (...)
12. Não roube: o governo detesta concorrência. (...)
13. Estamos numa época em que o Fim do Mundo não assusta tanto quanto o Fim do Mês. (...)
2. "Pensando bem......qualquer dia até os papagaios no Brasil vão falar "corruptaco, corruptaco." (Cláudio Humberto)
3. "Bons tempos aqueles em que os Três Poderes eram o Exército, a Marinha e a Aeronáutica." (Millor)
4. "O sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico."
(Fernando Gabeira)
5. "Há malas que vêm para o bem." (José Ingenoíno)
6. Um dos primeiros Presidentes do Brasil foi o Prudente de Morais, daí prá frente tivemos um monte de Presidentes... imprudentes e imorais. (...)
7. O Lula e o PT estão tentando cruzar cabra com periscópio, para ver se acham um bode expiatório. (...)
8. Não confunda "militante do PT" com "mil e tanto pro PT." (...)
9. Antes era o PC Farias. Agora é o PT Faria. Faria as reformas, faria a distribuição de renda, faria um governo honesto. (...)
10. A única diferença entre o político e o ladrão é que o primeiro, a gente escolhe e o segundo, escolhe a gente. (...)
11. O canto lírico de Roberto Jefferson não tem dó. Só tem réu maior!!! (...)
12. Não roube: o governo detesta concorrência. (...)
13. Estamos numa época em que o Fim do Mundo não assusta tanto quanto o Fim do Mês. (...)
03 setembro 2006
A VOZ DO PT *
José Dirceu tem um blog. Quer saber quanto o iG gasta com ele? Eu também quero. Quer saber de quem é o dinheiro do iG? É seu, tonto! De quem mais poderia ser?
O iG pertence à Brasil Telecom. E a Brasil Telecom está na esfera dos fundos de pensão estatais. Eu já contei aqui na coluna como o lulismo tomou a Brasil Telecom de Daniel Dantas. Houve de tudo: financiamento ilegal de campanha, espionagem, chantagem, achaque e propina. Eu já contei também qual foi o papel de Lula na trama. Chega de me repetir. Quem quiser saber mais sobre o assunto, consulte o arquivo de VEJA. O que importa agora é como o iG está gastando seu dinheiro. E para onde ele está indo.
Luiz Gushiken é o ideólogo da propaganda lulista. Quando os fundos de pensão passaram a influir no iG, o portal se transformou na voz do PT. Caio Túlio Costa, aquele que Paulo Francis apelidou de "lagartixa pré-histórica", foi nomeado presidente do grupo em maio deste ano. De lá para cá, além de José Dirceu, foram contratados como comentaristas Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Todos eles na fase descendente de suas carreiras. Todos eles afinados com o DIP de Luiz Gushiken. Mais do que isso: Paulo Henrique Amorim e Mino Carta se engajaram pessoalmente na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas. Quer saber quanto o iG paga a Franklin Martins? Entre 40 000 e 60.000 reais. Quer saber quanto ele paga pelo programa de Paulo Henrique Amorim? 80.000 reais.
O iG pode parecer pouca coisa. Mas é o terceiro maior portal do Brasil. Agora está pronto para difundir a propaganda do governo. O PT acaba de elaborar um documento em que pede uma "mudança nas leis para assegurar mais equilíbrio na cobertura da mídia eletrônica". Muita gente está alarmada com o documento. O temor é que, num segundo mandato, os lulistas atropelem as leis para tentar aumentar seu controle sobre a imprensa. O fato é que isso já aconteceu pelo menos uma vez neste mandato, quando a turma de Luiz Gushiken tomou de assalto o iG. O documento do PT fala em oferecer "incentivos econômicos para jornais e revistas independentes". Independente, para o PT, é José Dirceu. É Franklin Martins. É Paulo Henrique Amorim. É Mino Carta. É o assessor de imprensa de Delcídio Amaral, que tem um blog político no iG. Só falta o Luis Nassif. Essa é a turma que, segundo o PT, precisa de incentivos econômicos do Estado. Carta Capital sempre atacou Daniel Dantas. Acaba de ser recompensada por um acordo com o iG. De quanto? Eu quero saber.
Lula cantarolou a seguinte marchinha, como relatam os repórteres Eduardo Scolese e Leonencio Nossa no livro Viagens com o Presidente:
"Ei, José Dirceu,
devolve o dinheiro aí,
o dinheiro não é seu"
Lula conhece muito bem José Dirceu. Se diz que o dinheiro não é dele, é porque não é mesmo. Devolve o dinheiro aí, José Dirceu.
*Diogo Mainardi, na Veja desta semana.
O iG pertence à Brasil Telecom. E a Brasil Telecom está na esfera dos fundos de pensão estatais. Eu já contei aqui na coluna como o lulismo tomou a Brasil Telecom de Daniel Dantas. Houve de tudo: financiamento ilegal de campanha, espionagem, chantagem, achaque e propina. Eu já contei também qual foi o papel de Lula na trama. Chega de me repetir. Quem quiser saber mais sobre o assunto, consulte o arquivo de VEJA. O que importa agora é como o iG está gastando seu dinheiro. E para onde ele está indo.
Luiz Gushiken é o ideólogo da propaganda lulista. Quando os fundos de pensão passaram a influir no iG, o portal se transformou na voz do PT. Caio Túlio Costa, aquele que Paulo Francis apelidou de "lagartixa pré-histórica", foi nomeado presidente do grupo em maio deste ano. De lá para cá, além de José Dirceu, foram contratados como comentaristas Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Todos eles na fase descendente de suas carreiras. Todos eles afinados com o DIP de Luiz Gushiken. Mais do que isso: Paulo Henrique Amorim e Mino Carta se engajaram pessoalmente na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas. Quer saber quanto o iG paga a Franklin Martins? Entre 40 000 e 60.000 reais. Quer saber quanto ele paga pelo programa de Paulo Henrique Amorim? 80.000 reais.
O iG pode parecer pouca coisa. Mas é o terceiro maior portal do Brasil. Agora está pronto para difundir a propaganda do governo. O PT acaba de elaborar um documento em que pede uma "mudança nas leis para assegurar mais equilíbrio na cobertura da mídia eletrônica". Muita gente está alarmada com o documento. O temor é que, num segundo mandato, os lulistas atropelem as leis para tentar aumentar seu controle sobre a imprensa. O fato é que isso já aconteceu pelo menos uma vez neste mandato, quando a turma de Luiz Gushiken tomou de assalto o iG. O documento do PT fala em oferecer "incentivos econômicos para jornais e revistas independentes". Independente, para o PT, é José Dirceu. É Franklin Martins. É Paulo Henrique Amorim. É Mino Carta. É o assessor de imprensa de Delcídio Amaral, que tem um blog político no iG. Só falta o Luis Nassif. Essa é a turma que, segundo o PT, precisa de incentivos econômicos do Estado. Carta Capital sempre atacou Daniel Dantas. Acaba de ser recompensada por um acordo com o iG. De quanto? Eu quero saber.
Lula cantarolou a seguinte marchinha, como relatam os repórteres Eduardo Scolese e Leonencio Nossa no livro Viagens com o Presidente:
"Ei, José Dirceu,
devolve o dinheiro aí,
o dinheiro não é seu"
Lula conhece muito bem José Dirceu. Se diz que o dinheiro não é dele, é porque não é mesmo. Devolve o dinheiro aí, José Dirceu.
*Diogo Mainardi, na Veja desta semana.
DIPLOMACIA PRESIDENCIAL
O mais influente jornal chileno, o El Mercurio, mostra um Lula bem diferente do que manda as regras de boas maneiras.
O jornal trouxe em sua primeira página comentários do presidente brasileiro, durante um jantar em Tóquio, em maio do ano passado, destacando que Lula já havia tomado três doses de uísque, indo para a quarta.
Veja que elegância:
"O Chile é uma merda. O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se foda por aqui. Eles estão cagando para nós";
"Tem horas, meus caros, que eu tenho vontade de mandar o Kirchner (presidente da Argentina) para a puta que o pariu";
"Aquele lá (Jorge Battle, na época, presidente do Uruguai) não é uruguaio porra nenhuma. Aquele lá foi criado nos Estados Unidos. É filhote dos americanos."
E, ainda, uma conversa com FHC, quando recebeu a faixa presidencial:
"- Fernando, como você faz para dar uma escapadinha?
- É impossível, Lula, impossível... aqui tem ajudante-de-ordens para todos os lados."
E o que é pior: esses comentários são trechos do livro "Viagens com o Presidente", escrito pelos repórteres Eduardo Scolese e Leocencio Nossa.
O jornal trouxe em sua primeira página comentários do presidente brasileiro, durante um jantar em Tóquio, em maio do ano passado, destacando que Lula já havia tomado três doses de uísque, indo para a quarta.
Veja que elegância:
"O Chile é uma merda. O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se foda por aqui. Eles estão cagando para nós";
"Tem horas, meus caros, que eu tenho vontade de mandar o Kirchner (presidente da Argentina) para a puta que o pariu";
"Aquele lá (Jorge Battle, na época, presidente do Uruguai) não é uruguaio porra nenhuma. Aquele lá foi criado nos Estados Unidos. É filhote dos americanos."
E, ainda, uma conversa com FHC, quando recebeu a faixa presidencial:
"- Fernando, como você faz para dar uma escapadinha?
- É impossível, Lula, impossível... aqui tem ajudante-de-ordens para todos os lados."
E o que é pior: esses comentários são trechos do livro "Viagens com o Presidente", escrito pelos repórteres Eduardo Scolese e Leocencio Nossa.
Sua Excelência, o "trabalhador"
Depoimento do presidente Lula, num trecho do livro "Lula, um filho do Brasil":
"Em 1975, eu fiquei parado um bom tempo. Era uma situação muito difícil... Eu me lembro das andanças que eu fazia... Saía às seis horas da manhã, pegava a pé a via Anchieta e andava. Eu me lembro que eu andava mais de dez quilômetros, andava de fábrica em fábrica...
chegava na fábrica, entregava a carteira profissional, o cara olhava a carteira e dizia que não estava precisando, que já preencheu a vaga... O cara desempregado, sem dinheiro, sem cigarro, sem poder tomar sua cervejinha é uma situação realmente de muita tristeza para um trabalhador."
"Em 1975, eu fiquei parado um bom tempo. Era uma situação muito difícil... Eu me lembro das andanças que eu fazia... Saía às seis horas da manhã, pegava a pé a via Anchieta e andava. Eu me lembro que eu andava mais de dez quilômetros, andava de fábrica em fábrica...
chegava na fábrica, entregava a carteira profissional, o cara olhava a carteira e dizia que não estava precisando, que já preencheu a vaga... O cara desempregado, sem dinheiro, sem cigarro, sem poder tomar sua cervejinha é uma situação realmente de muita tristeza para um trabalhador."
02 setembro 2006
O PIB E LULA
O PIB brasileiro teve o pior desempenho da economia desde o terceiro trimestre de 2005, quando recuou 1,2%, crescendo apenas o,5% no segundo trimestre deste ano.
O povo brasileiro pode esperar pelo pior. Exemplo disso são os 1.800 demitidos da Volkswagen, e os 2.000 empregados que as Casas Bahia aguarda para também dispensar.
Quando Lula fala do Brasil cita macroeconomia brasileira, recorde histórico de crescimento, redução da taxa de desemprego e previsões cada vez mais otimistas.
Fica a pergunta: onde Lula vive?
O povo brasileiro pode esperar pelo pior. Exemplo disso são os 1.800 demitidos da Volkswagen, e os 2.000 empregados que as Casas Bahia aguarda para também dispensar.
Quando Lula fala do Brasil cita macroeconomia brasileira, recorde histórico de crescimento, redução da taxa de desemprego e previsões cada vez mais otimistas.
Fica a pergunta: onde Lula vive?
COLLOR
O ex-presidente Fernando Collor de Mello está de volta. Ele é candidato ao Senado por Alagoas.
E, pasmem: declarou que irá votar em Lula!
Não dá prá entender se é oportunismo pela preferência do eleitor nordestino por Lula, ou se ele é mais um brasileiro de memória curta, pois como se sabe, foi o PT, encabeçado pelo agora presidente, que providenciou seu impeachment.
Época de eleição fica tudo muito confuso mesmo.
E, pasmem: declarou que irá votar em Lula!
Não dá prá entender se é oportunismo pela preferência do eleitor nordestino por Lula, ou se ele é mais um brasileiro de memória curta, pois como se sabe, foi o PT, encabeçado pelo agora presidente, que providenciou seu impeachment.
Época de eleição fica tudo muito confuso mesmo.
01 setembro 2006
VOCÊ QUER CASAR COM LULA?
Em entrevista à Rádio Guaíba (RS), o presidente e candidato Lula, disse ter tido um namoro com a sociedade brasileira durante seu primeiro mandato. Agora, quer contrair matrimônio. "Se o povo quiser, a data do casamento é o dia da eleição", disse ele.
DECLARAÇÃO DE ISENTO DO IR
A partir de hoje, a Receita Federal começa a receber a declaração de isento do Imposto de Renda Pessoa Física 2006.
Cerca de 63 milhões de pessoas terão prazo para entrega até o dia 30 de novembro.
A forma mais simples de declarar é pela internet, através do site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br .
Todas as pessoas que têm CPF e que não foram incluídas como dependentes de outros contribuintes na declaração do IR deste ano, e também aquelas que tiveram renda inferior a R$ 13.968,00 no ano passado, devem entregar a declaração de isento.
Quem tirou CPF este ano ou declarou Imposto de Renda não precisa fazer a entrega.
Depois do dia 15, a declaração também poderá ser feita em casas lotéricas, pagando a taxa de R$ 1,00.
Outra opção de entrega é a agencia de Correios, neste caso, a taxa é de R$ 2,40.
Caso não seja entregue a declaração por um ano, o CPF do contribuinte fica "pendente de regularização", e por dois anos, é suspenso pela Receita.
Sem CPF o contribuinte fica impedido de abrir conta bancária, tirar passaporte, participar de concurso público, receber prêmio de loteria, pedir crediário, entre outros.
Cerca de 63 milhões de pessoas terão prazo para entrega até o dia 30 de novembro.
A forma mais simples de declarar é pela internet, através do site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br .
Todas as pessoas que têm CPF e que não foram incluídas como dependentes de outros contribuintes na declaração do IR deste ano, e também aquelas que tiveram renda inferior a R$ 13.968,00 no ano passado, devem entregar a declaração de isento.
Quem tirou CPF este ano ou declarou Imposto de Renda não precisa fazer a entrega.
Depois do dia 15, a declaração também poderá ser feita em casas lotéricas, pagando a taxa de R$ 1,00.
Outra opção de entrega é a agencia de Correios, neste caso, a taxa é de R$ 2,40.
Caso não seja entregue a declaração por um ano, o CPF do contribuinte fica "pendente de regularização", e por dois anos, é suspenso pela Receita.
Sem CPF o contribuinte fica impedido de abrir conta bancária, tirar passaporte, participar de concurso público, receber prêmio de loteria, pedir crediário, entre outros.
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