31 maio 2009

PAÍSES VÊM PROCURAR NO BRASIL LUGAR PARA PLANTAR


Estudo aponta interesse de grupos alimentícios em comprar terras em troca de investimentos

Gilberto Scofield Jr.


Países com alto consumo de alimentos e poucas condições de plantá-los em seus territórios, como os árabes, China, Coreia do Sul e Japão, se lançaram em uma das maiores ondas de compra e investimento em terras agricultáveis no mundo. Os principais alvos são países emergentes ou pobres da África, Ásia e América Latina. O fenômeno foi estudado pelo Instituto de Pesquisas sobre Políticas Internacionais de Alimentos (IFPRI, da sigla em inglês), que alerta: por ter grandes áreas agricultáveis, o Brasil é alvo preferencial de grandes grupos alimentícios e governos em busca de produção de alimentos em troca de investimentos em infra-estrutura ou tecnologia.

O estudo, intitulado "Apropriação de terra por investidores em países em desenvolvimento: riscos e oportunidades", aponta o Brasil como país "vendedor de terras" e destaca dois negócios: a venda para o grupo japonês Mitsui de mil quilômetros quadrados para plantação e exportação de soja e o negócio de US$370 milhões que está sendo fechado pelo grupo brasileiro Cosan e um sócio americano na compra de terras para plantação de cana de açúcar e produção de etanol. Além disso, lembra o diretor da Coalização Internacional da Terra (que reúne institutos de pesquisa e outras ONGs ligadas à questão alimentícia), Michael Taylor, governos do Centro-Oeste negociam com grupos chineses a venda de terras para produção e exportação de soja.

- Antes, a compra e venda era feita entre grupos privados donos da terra e multinacionais de alimentos. Agora, a onda inclui governos vendendo diretamente a compradores internacionais, que muitas vezes compram terras com o único propósito de exportar o alimento de volta a seu país - diz Taylor.

O estudo cita a Arábia Saudita, que investiu US$100 milhões na Etiópia alugando terras para produção de trigo e arroz e ganhando em troca incentivos fiscais e a permissão para exportar a produção. Tudo seria um exemplo de bom negócio se a Etiópia não fosse um país com fome.

Um comentário:

paraná disse...

pode acreditar em uma coisa, o nosso pais vai passar a ser propriesdade do estrangeiro, e logo, aos poucos estão comprando as terras no norte, e logo estarão donos de quase tudo, é só questão de tempo.