Aparentemente, o pessoal da pomba da paz ainda não recebeu a notícia de que Israel desocupou Gaza em 2005, deixando no comando o Hamas, que desde então tem incrementado a economia local contrabandeando foguetes de países como o Irã.
Por quase dez anos Israel foi alvejado por mísseis lançados da Faixa de Gaza. Era o Hamas praticando tiro ao alvo em judeus. A vida na mira da jihad islâmica produz cenas só vistas naquele país, como, por exemplo, parquesinfantis cercados por muros de concreto, ou judeus em disparada nas ruas rumo ao abrigo mais próximo.
O mundo ficou calado, ano após ano. Os mísseis estouravam em solo israelense sem que se ouvisse o clamor indignado das redações e gabinetes presidenciais. Na semana passada, porém, a comunidade internacional despertou. Já não era sem tempo. Os progressistas uniram-se num protesto enérgico contra Israel, que aprontou mais uma das suas e atacou barqueiros pacifistas que levavam arroz e feijão para a Faixa de Gaza.A famosa cineasta, ativista e pacifista brasileira Iara Lee (em breve ganha o Nobel da Paz) contou à Rede Globo que seu pessoal no barco já esperava o confronto com Israel. Se ela diz que esperava, acredito. Ainda mais porque a porta-voz da frota, Greta Berlin, gabou-se à agência AFT, dias antes da intercepção israelense, que "esta missão não é sobre a entrega de suprimentos humanitários, mas [sobre] quebrar o cerco de Israel". E é bem provável que houvesse mesmo algum confronto, já que o furo do bloqueio foi bancado pela organização turca IHH, íntima do Hamas.
As imagens estão aí para quem quiser ver. Os soldados descem do helicóptero e são recepcionados pelos pacifistas do Mavi Marmara com pauladas e facadas humanitárias. Já tornou-se um clássico da cinematografia mundial a cena em que um soldado é humanitariamente arremessado do convés. Outro lance sublime ocorre quando um pacifista joga uma granada na direção dos soldados.
Uma pessoa ingênua poderia achar que são uns pacifistas um tanto agressivos, mas eu tenho certeza de que aquele barco não tinha outro propósito senão distribuir farinha em Gaza.
Os pacifistas alegam que Israel é responsável por uma crise humanitária em Gaza. Primeiro: não existe crise humanitária em Gaza. Segundo: mesmo que existisse, Israel não teria nada a ver com isso. Aparentemente, o pessoal da pomba da paz ainda não recebeu a notícia de que Israel desocupou Gaza em 2005, deixando no comando o Hamas, que desde então tem incrementado a economia local contrabandeando foguetes de países como o Irã, lançando-os diariamente contra Israel e organizando operações midiáticas para jogar a opinião pública internacional contra os judeus.
Israel, mais uma vez, pôs em risco a paz mundial e violentou a dignidade dos pacifistas, jornalistas e idiotas úteis a serviço do Hamas, com a ridícula e esfarrapada desculpa de que a segurança nacional e a integridade física dos cidadãos israelenses são mais importantes do que a simpatia e o consentimento dos editoriais.
Publicado no jornal O Estado.
Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com
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